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DOENÇAS REUMÁTICAS - Fibromialgia
"Fibromialgia tortura mais de 4 milhões de pessoas no país."
Essa doença caracteriza-se por dores no corpo, fadiga e alterações no sono. Ataca sobretudo mulheres, mas pode ocorrer também em
homens. Não se sabe a causa, mas se acredita que seu cérebro, pela diminuição da serotonina, perde a capacidade de regular a dor e os
impulsos são interpretados erroneamente. Calcula-se que atinja 3% das mulheres e 0,5% dos homens adultos.
Fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica sem inflamação. O paciente sente dores no corpo inteiro. Não consegue nem dizer onde é,
porque logo a dor aparece em outro local. Para caracterizar-se a doença, porém, é preciso haver dor pelo menos três meses.
Dois outros sintomas estão presentes em mais de 80% dos casos: fadiga e distúrbio do sono. Altera a qualidade, não a quantidade.
Mesmo dormindo normalmente, o paciente diz que dorme mal e acorda cansado.
Doentes queixam-se, ainda, de formigamento principalmente nas mãos, nos pés e no meio das costas; e alterações no funcionamento do
intestino, ora está preso, ora apresenta diarréia.
A fibromialgia é uma doença predominantemente feminina, a proporção é de 20 mulheres para um homem. Manifesta-se em qualquer
idade, mas sobretudo entre os 40 e os 60 anos. Talvez em decorrência da diminuição dos hormônios femininos na menopausa.
Acredita-se que esses pacientes percam a capacidade de regular a sensibilidade dolorosa. O controle da dor é feito pela serotonina,
substância produzida no próprio cérebro. Sabe-se que os portadores de fibromialgia têm menos serotonina. Assim, muitos dos impulsos
que chegam e saem do cérebro são identificados erroneamente como dor.
A diminuição de serotonina pode ser provocada por infecções virais, traumas físicos e emocionais graves. Essas causas se misturam nos
pacientes e não dá para precisar qual a que provoca a doença. Além do mais, mulheres que têm fibromialgia são perfeccionistas e
detalhistas. Até ficarem doentes, são as melhores no trabalho, supermães e supermulheres em casa. Quando se iniciam os problemas,
desmoronam e a auto-estima desaba. Quanto mais a perdem, mais aumentam os sintomas. Chegam ao consultório apavoradas. Têm dor
há muito tempo, nenhum médico descobre do que sofrem e acham que vão morrer. Às vezes, concluem que não podem estar com
doenças graves há tanto tempo e não ter acontecido nada. Além do mais, amigos e familiares dizem que não têm nada e estão
inventando. Passam a se acharem loucas. Apavoram-se. A situação complica-se pois passam por muitos médicos, que, desenformados,
não identificam a doença e dizem que o problema é somente psicológico.
Calcula-se que a doença atinja 3% das mulheres e 0,5% dos homens adultos nos Estados Unidos. Estima-se que os números do Brasil
sejam iguais, o que daria mais de 4 milhões de pacientes.
Pessoas que tenham dores freqüentes, não identificáveis, devem procurar um reumatologista. Não se pode dizer que fibromialgia tenha
cura, pois não se sabe o que a causa. Mas é possível controlá-la.
A doença não é identificável com exames. O diagnóstico é sempre clínico. O médico faz um exame físico no paciente. Há 18 pontos
doloridos no corpo dos fibromiálgicos, como músculo trapézio, nos ombros; dos dois lados do pescoço; nos glúteos; na região das juntas
dos braços e das pernas, entre outro. Dores em 11 pontos são indicação de fibromialgia. Mas isso não basta. É preciso fazer exame de
sangue para detecção de outras doenças que causam dores generalizadas, como o diabetes, o câncer e a tireóide.
Quando o médico detecta a fibromialgia e deixa claro para o doente que ele não é louco, já ocorre 20% de melhora. Melhora mais 20%
quando fica sabendo que, apesar de dolorosa, a doença não mata. Os outros 60% a medicina nem sempre cura. O único tratamento
eficaz para diminuição da fadiga e das dores e a regularização do sono são exercícios aeróbicos, como caminhar. Reequilibram o sono,
levam o nível de serotonina e melhoram a produção dos hormônios femininos. Têm de ser feitos a vida toda.
Igualmente importante é uma mudança de atitudes pelos doentes. Não podem continuar perfeccionistas e detalhistas, exigindo-se demais.
É fundamental, ainda, continuar no emprego. Deixá-lo poderia causar baixa ainda maior de auto-estima. Essas medidas resolvem de 50%
a 60% dos casos. Para os restantes, é necessário o uso de medicamentos. O principal é o antidepressivo tricíclico em doses baixas que
eleva os níveis de serotonina e funciona como analgésico.
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