radiologia

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13o CONGRESSO BRASILEIRO DOS CONSELHOS DE ENFERMAGEM
RADIOLOGIA: ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA ÁREA
DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
JOÃO PESSOA/PB
2010.
ANNA CLÁUDIA FREIRE DE ARAÚJO PATRÍCIO
KARINE JARDIM FEITOSA
LITUÂNEA NERY MEDEIROS RIBEIRO PINTO
JOGILMIRA MACÊDO SILVA
CARLOS FERNANDO DE MELLO JÚNIOR
RADIOLOGIA: ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA ÁREA
DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Trabalho apresentado ao 130 Congresso
Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem,
por alunos de Bacharelado em Enfermagem
do Centro Universitário de João Pessoa,
evidenciando a importância do profissional
de enfermagem no centro de diagnóstico
por imagem, sob orientação da Profª. Ms.
Jogilmira Macêdo Silva e Profo. Dr. Carlos
Fernando de Mello Júnior.
JOÃO PESSOA/ PB
2010.
2
RESUMO
RADIOLOGIA: ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA ÁREA
DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
A radiologia é a especialidade médica que utiliza qualquer forma de radiação ionizante,
sonora ou magnética, passível de transformação em imagens, para fins diagnósticos ou
terapêuticos. O trabalho tem como objetivo descrever a importância do profissional de
enfermagem no centro de diagnóstico por imagem. Trata-se de um estudo bibliográfico.
Observamos então que os exames radiológicos contrastados necessitam de um profissional
de enfermagem, para manipular uma via de acesso venoso com a finalidade de administrar
os fármacos necessários para o procedimento e também na presença de alterações
hemodinâmicas como, náuseas, vômitos, urticárias, broncoespasmos, hipotensão isolada,
reações anafilactóides, reação vagal, parada cardíaca e convulsões, sendo de suma
importância a presença da enfermagem para ajudar a reverter estas alterações. De acordo
com os nossos resultados detectamos os avanços tecnológicos da radiologia e observamos
um amplo campo de atuação na área de enfermagem, possibilitando consagrar que esses
profissionais são imprescindíveis para a realização dos exames radiológicos.
PALAVRAS CHAVE: Radiologia; enfermagem; contrastes.
3
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO ...........................................................................................
5
2.0 OBJETIVOS ...............................................................................................
6
2.1 OBJETIVO GERAL ...............................................................................
6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................
6
3.0 METODOLOGIA .......................................................................................
7
4.0 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................
8-17
4.1 CONCEITO DE RADIOLOGIA ............................................................
8
4.2 TIPOS DE EXAMES .............................................................................
8-9
4.3 MEIOS DE CONTRASTE .....................................................................
9-12
4.3.1 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste ............................
4.4 EXAMES RADIOLÓGICOS E SEUS RESPECTIVOS MEIOS DE
CONTRASTE ...............................................................................................
4.5 RISCO X BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE
CONTRASTE ...............................................................................................
4.5.1 Medidas práticas para redução dos riscos de reações adversas aos
meios de contraste ................................................................................
12
13
13
14
4.6 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NA APLICAÇÃO DOS
14-17
MEIOS DE CONTRASTE DENTRO DOS EXAMES RADIOLÓGICOS
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................
17
REFERÊNCIAS ..........................................................................................
18
4
1.0 INTRODUÇÃO
Em 1895, Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os Raios-X, percebendo então que esta
radiação conseguia atravessar grande parte de substâncias e tecidos humanos, exceto ossos
e objetos metálicos. Essa descoberta se espalhou pelo mundo da Ciência, e com a
tecnologia o trabalho de Roentgen evoluiu tornando-se a Radiologia.
Com a evolução cientifica, além dos Raios-X houve também a necessidade da
utilização de substâncias químicas, chamadas meios de contraste, para a melhor
visualização das estruturas anatômicas, pois alguns órgãos possuem densidades
semelhantes, dificultando sua visualização, portanto, os meios de contrates atuam
opacificando o interior dos órgãos para facilitar a visibilidade do Raio-X, também sendo
utilizados constantemente em exames de diagnóstico por imagem. Por outro lado estas
substâncias podem causar algumas reações adversas, dentre elas, náuseas, cefaléia,
taquicardia, bradicardia, dispnéia, edema laríngeo, parada cardiorespiratória, convulsões,
entre outros.
Para administração desses meios de contraste é necessário a assistência de uma equipe
de enfermagem especializada para atuar na realização do procedimento prático de
aplicação da substância e em possíveis complicações. Esta especialização está relacionada
ao cuidado do usuário submetido a procedimentos diagnósticos e terapêuticos nos Serviços
de Radiologia e Diagnóstico por Imagem [1].
Portanto, neste trabalho serão detalhadas as áreas de maior demanda de procedimentos
envolvendo diretamente os profissionais de enfermagem, fazendo parte assim de um setor
multiprofissional, que envolve atribuições específicas da equipe, sendo elas, administração
da dose recomendada de radiofármaco; orientação quanto aos procedimentos a serem
realizados, incluindo os controles e liberação dos usuários internados; agendamento dos
exames preliminares; coleta de sangue para dosagem hormonal; controle e administração
da medicação prescrita; orientação quanto à internação e alta; e atendimento de imediato às
eventuais intercorrências clínicas. Desta maneira é de fundamental relevância o
aprofundamento de estudos que relatem a dimensão do trabalho de enfermagem dentro da
área de Radiologia.
5
2.0 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Evidenciar a importância do profissional de enfermagem no centro de diagnóstico por
imagem.
2.2 ESPECÍFICOS
Demonstrar a participação da enfermagem numa equipe multiprofissional, no campo
da radiologia, ressaltando sua função prática neste setor;
Valorizar a capacitação e qualificação do enfermeiro para atuar na área de radiologia;
Ressaltar os conhecimentos sobre biossegurança dando ênfase a utilização de
Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva na realização dos exames radiológicos;
Verificar a administração dos meios de contraste pelo enfermeiro, bem como
reconhecer, prevenir e atender possíveis reações adversas.
6
3.0 METODOLOGIA
A metodologia de pesquisa é o caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um
lugar central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para
construir uma realidade [2]. O estudo segue a metodologia de Vancouver.
A pesquisa é de natureza bibliográfica e descritiva com abordagem qualitativa.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Sua principal vantagem reside no
fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla
do que aquela que poderia pesquisar diretamente [3].
A pesquisa descritiva tem como objetivo descrever, observar, registrar, analisar e
correlacionar fatos e fenômenos, sem manipulá-los. Através de inúmeros estudos que
podem ser classificados em características mais significativas, com a utilização de técnicas
padronizadas de coleta de dados [3].
Pesquisa qualitativa é multimetodológica quanto ao seu foco, envolvendo abordagens
interpretativas e naturalísticas dos assuntos. Isto significa que o pesquisador qualitativo
estuda coisas em seu ambiente natural, tentando dar sentido ou interpretar os fenômenos,
segundo o significado que as pessoas lhe atribuem [4].
O método qualitativo é aquele capaz de incorporar a questão do significado e da
intencionalidade como inerentes aos atos, às relações, e às estruturas sociais, sendo essas
últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação, como construções
humanas significativas [5].
Para coleta de dados foram utilizados artigos científicos nacionais e internacionais,
livros e periódicos.
7
4.0 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 CONCEITO DE RADIOLOGIA
Radiologia é a especialidade médica que utiliza qualquer forma de radiação ionizante,
sonora ou magnética, passível de transformação em imagens, para fins diagnósticos ou
terapêuticos [6].
4.2 TIPOS DE EXAMES
A Radiologia engloba diferentes exames, cada um com sua especificidade, dentre eles,
estão: raio-X, medicina nuclear, ultra-som, ecografia, tomografia computadorizada,
ressonância magnética e mamografia.
O raio X é o exame mais utilizado na radiologia geral. Alguns deles requerem o uso de
contraste, que tem por finalidade diferenciar tecidos com características bem similares, tais
como os músculos e os vasos sangüíneos, estes exames são: Urografia excretora,
Uretrocistografia, Histerosalpingografia, entre outros.
A Medicina Nuclear é um método de diagnóstico por imagem baseado na captação de
isótopos radioativos artificiais ingeridos ou injetados em veias periféricas. As imagens são
conhecidas como cintilografias ou cintigrafias. Normalmente os radioisótopos têm a
mesma propriedade química do seu isótopo estável existente no organismo. Como o corpo
humano não faz distinção entre eles, podemos acompanhar o processo normal de captação
deste material através da radiação emitida [6].
Utilizando tecnologia complexa, as técnicas de diagnóstico próprias da medicina
nuclear são, no entanto, fáceis de executar, estão associadas a muito baixa morbidade e,
virtualmente, a nenhuma mortalidade [7].
A ultra-sonografia é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas sonoras
com freqüências acima das audíveis pelo ouvido humano (20.000 ciclos/segundos [7],
chamadas de ultra-som). Como sabemos, a onda sonora é uma onda mecânica produzida
por qualquer fonte vibratória. À medida que o som se propaga nos tecidos, parte dele é
refletida de volta ao aparelho e parte é absorvida, com conseqüente atenuação do feixe
sonoro [6].
A ecografia consiste em um exame radiológico que utiliza transmissões de ondas
sonoras através de um meio, identificando as propriedades mecânicas dos tecidos. A
8
qualidade destas transmissões depende de alguns fatores como, a característica da onda
acústica aplicada, a homogeneidade e impedância acústica do meio percorrido [7].
Para realizarmos a Tomografia Computadorizada (TC) é necessário o auxílio do
computador, pois ele é responsável pelos planos dos cortes e pela movimentação da mesa
onde está o paciente. A TC é uma evolução da Radiologia convencional utilizando
radiação X, conjugando múltiplas aquisições de dados, podendo desta maneira facilitar
várias limitações identificadas no exame radiológico convencional. Para que a percepção
do detalhe radiográfico seja significativa é imprescindível a presença de contraste [6,7].
A Ressonância magnética é um artifício que utiliza radiação eletromagnética na
formação da imagem. Diferenciando-se dos demais exames por não empregar raio X e
ondas sonoras, sendo necessário apenas a influência do campo magnético sobre o
hidrogênio no organismo [7].
A Mamografia é um procedimento bastante simples que envolve a utilização de raio X.
Embora não seja necessário nenhum preparo prévio especial, a paciente deve ser orientada
no sentindo de que para um exame de boa qualidade será necessária a compressão das
mamas [6].
Observamos que os exames radiológicos contrastado necessitam de um profissional de
enfermagem, para manipular uma via de acesso venoso e administrar fármacos.
A enfermagem é muito importante frente à realização de exames contrastado, pois são
procedimentos específicos que requer um conhecimento mais aguçado da técnica
desenvolvida como dos fármacos utilizados.
4.3 MEIOS DE CONTRASTES
São substâncias utilizadas com a finalidade de distinguir radiograficamente a
composição de órgãos que se mostram semelhantes diante do exame, podendo ser
administradas nas cavidades, órgãos, artérias e veias [7].
Estes meios são aplicados nos seguintes exames: ressonância magnética, tomografia
computadorizada, angiografias e exames radiológicos.
Os meios de contrastes radiográficos são classificados em positivos e negativos, sendo
os positivos aqueles que sua ação tem uma maior absorção da radiação em relação aos
órgãos e tecidos adjacentes de elevada densidade, devido ao seu número atômico elevado,
como no caso do bário e iodo. Já nos contrastes negativos (ar, oxigênio e anidrido
9
carbônico) o processo é contrário, ou seja, devido a sua absorção de radiação ser
diminuída, ele só poderá atingir nos compostos de baixa densidade. Eles podem ser
utilizados isoladamente ou associados ao meio de contraste (MC) positivo (duplo
contraste), onde este último é o mais freqüente [7].
O bário é disponível como “pó” ou suspensão, empregado na forma de sulfato insolúvel
para diagnóstico do trato gastrointestinal. Quando houver suspeita de perfuração, deve-se
usar um MC iodado hidrossolúvel, pois o organismo é incapaz de eliminar o sulfato de
bário se este entrar na cavidade abdominal.
Há diversos tipos de contraste iodado, são eles:
● Alta osmolaridade: são contrastes com osmolaridade muito superior ao do plasma (de
6 a 8 vezes), composto pelos contrastes iônicos. Estão associados à maior risco de efeitos
adversos.
● Baixa osmolaridade: são contrastes com menor osmolaridade que o grupo anterior,
porém, são 2 a 3 vezes mais osmolares que o plasma. Na sua grande maioria são contrastes
não iônicos.
● Iodado isosmolar: contrastes com osmolaridade igual ao do plasma e, teoricamente,
com menor riso de reações adversas, principalmente de nefropatia induzida pelo contraste.
Entretanto, os estudos têm sido contraditórios e não têm demonstrado vantagens definitivas
em relação a todos os contrastes de baixa osmolaridade e, portanto, este manual aguardará
estudos mais conclusivos sobre o tema.
De rotina utilizamos contrastes de baixa osmolaridade não iônicos.
Órgão/condição
Pulmão
Reação
Broncoespasmo
Recomendação
Evitar contraste em pacientes
com doenças obstrutiva de
vias aéreas (incluindo Asma e
DPOC)
Nefropatia induzida
Vide item específico
Função Renal
Sobrecarga volêmica
Usar menor volume possível,
Coração
menor fluxo de injeção
Evitar em ICC
de Evitar
contraste
em
Doenças Tireoidianas Exacerbaçao
hipertireoidismo,
especial hipertireoidismo e bócio
atenção para bócio atóxico e Em prematuros, testar função
prematuros e neonatos
tireoidiana 10 dias após
10
Mieloma múltiplo
Doenças auto-imunes
Anemia Falciforme
Feocromocitoma
Miastenia Gravis
Gravidez
Lactação
injeção (hipotireoidismo)
Ligação protéica com maior Utilizar contraste não iônico
risco de nefropatia
(parece não haver aumento do
risco)
Importante hidratação
Ativação do complemento Corticóide 24 – 48 horas
com
exacerbação
dos antes do contraste
sintomas
Crise de falcização
Contraindicação para injeção
arterial
Pode-se utilizar contraste não
iônico venoso, caso esteja
bem controlado e com função
renal normal
Crise hipertensiva
Utilizar profilaxia:
Fentolamina 0,5 mg/min
Exacerbação e indução de Evitar o uso do contraste
crise miastênica
Passagem
transplacentária Utilizar somente em casos
muito pequena, mas não há bem indicados
evidência comprovada da Consentimento informado
segurança do uso
Absorção pelo lactente de Não necessário, mas como
0,2% da dose
precaução, pode-se suspender
Provavelmente sem efeito aleitamento
por
24h
adverso
(armazenar leite antes da
injeção de contraste)
Quadro 1: Utilização do contraste iodado em situações específicas
O profissional de enfermagem é responsável em informar ao paciente sobre a realização
do exame, realizar a anamnese buscando informações relevantes para um bom resultado
dos exames como processos alérgicos e doenças pré-existentes.
Em casos de pacientes alérgicos é administrada uma dose de corticóides antes da
realização do procedimento.
Em estudos que utilizam ratos, observa-se que o contraste iodado iônico e não-iônico,
levam a alterações passageiras, enquanto que o bário promove reações inflamatórias
crônicas com manutenção da tradução radiográfica.[8].
Há o MC Gadolíneo que é primeiro contraste paramagnético foi aprovado para uso
clínico em 1988. O gadolínio (Gd+3) é um íon metálico paramagnético que reduz o tempo
11
de relaxamento de T1 e T2. Devido à toxicidade de sua forma iônica, ele é usado como um
quelato, ou seja, moléculas orgânicas grandes (complexo ligante) formam um complexo
estável ao seu redor. O quelato reduz a chance de toxicidade. A freqüência de reações
adversas é baixa. Os meios de contraste paramagnéticos são largamente utilizados e eram
considerados seguros, mesmo em pacientes com função renal comprometida. Estes
contrastes são rapidamente eliminados em pacientes com função renal normal, entretanto,
em pacientes com insuficiência renal a meia-vida é prolongada (34-53 horas). Possíveis
efeitos colaterais podem ocorrer devido à meia-vida prolongada ou pela liberação de
gadolínio livre (forma iônica Gd+3) [9].
4.3.1 Extravasamento Cutâneo do Meio de Contraste
A maioria dos casos tem volume menor que 10 mL sendo rapidamente absorvido.
Mesmo grandes volumes (100 a 150 ml) são bem tolerados e a reabsorção ocorre entre 1 a
3 dias.
No tratamento inicial deve-se elevar a extremidade afetada acima do nível do coração;
aplicar gelo por 15 a 30 minutos (depois três vezes ao dia em 1 a 3 dias consecutivos);
observar por duas a quatro horas se o volume for maior que 10mL; avisar ao médico que
fez a solicitação do exame conforme avaliação final e evolução desfavorável no período de
observação.
12
4.4 EXAMES RADIOLÓGICOS E SEUS RESPECTIVOS MEIOS DE CONTRASTE
EXAMES
Radiologia convencional
Ressonância Magnética
Tomografia Computadorizada
Flebografia
Pneumoartrografia
Angiografias
Sialografia
Mielografia
Arteriografia
Mieolotomografia Computadorizada
Opacificação do Esôfago
MEIOS DE CONTRASTE
Positivo ou negativo, dependendo da
especificidade do exame
Paramagnético (Gadolíneo associados a
DOTA e DTPA) 1
Positivo, a base de iodo2
Positivo, a base de iodo
Positivo, a base de Bário
Quadro 2: Identificação dos meios de contraste correlacionando ao seu respectivo exame radiológico
1
2
DOTA: Ácido Oxaltreta – Acético, DTPA: Ácido Dietil – enetriamino – penta – acético;
As lesões podem captar ou não o iodo, desta forma são classificadas em: hipercaptante (capta muito o meio
de contraste), hipocaptante (capta pouco o meio de contraste), não captante (não capta o meio de contraste).
4.5 RISCO X BENEFÍCIO DA UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE CONTRASTE
As reações adversas desenvolvem-se, com grande risco, em pacientes debilitados e
instáveis e são associadas aos efeitos quimiotóxicos dos meios de contraste intravasculares.
O paciente está submetido ao maior risco quando ocorre à administração de meios de
contraste pela via venosa e arterial, sendo o iônico mais tóxico do que o não iônico. Os
pacientes com maior probabilidade de desencadear reações de risco são:
Tendências alérgicas: risco relativo duas vezes maior que a população em geral
para desenvolver reação anafilactóide;
Asmáticos: risco cinco vezes maior;
Histórico de reação adversa ao meio de contraste com ausência de tratamento: risco
de três a oito vezes maior.
Estes efeitos adversos podem ser classificados em: leve (náuseas, prurido, sudorese),
moderado (síncope, edema facial, broncoespasmo leve) e grave (edema pulmonar, edema
de glote, parada respiratória e cardíaca, convulsões e óbito) [6].
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4.5.1 Medidas práticas para redução dos riscos de reações adversas aos meios de
contraste
As medidas para diminuição de reações adversas dependem do meio de contraste
administrado. No baritado, recomenda-se ingestão de bastante líquido e tomar laxativos, no
caso de ter tendência a constipação; no iodado é recomendada a execução da angiografia e
da mielografia, pelo fato de serem exames realizados em um período curto de tempo, antes
da absorção do mesmo, pois se o meio de contraste for visualizado durante a absorção,
haverá alteração no resultado do exame [6].
4.6 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NA APLICAÇÃO DOS MEIOS DE
CONTRASTE DENTRO DOS EXAMES RADIOLÓGICOS
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e está
presente em todas as etapas da vida. Uma de suas especialidades é a enfermagem
radiológica, que está relacionada ao cuidado do usuário submetido a procedimentos
diagnósticos e terapêuticos nos serviços de radiologia e diagnósticos por imagem. Tendo
como papel principal o preparo do usuário em exames contrastados, na orientação antes e
após os exames, no preparo do ambiente e dos materiais a serem utilizados.
A presença de uma equipe de enfermagem é fundamental para realização dos exames
radiológicos, desde a administração dos meios de contrastes, bem como, a prevenção e
tratamento de possíveis complicações. Para isso, é preciso que estes profissionais estejam
preparados e qualificados para tal função, que envolve inúmeras responsabilidades, como
por exemplo, redobrar o cuidado em situações de paciente do sexo feminino gestante ou se
possível adiar o exame.
O trabalho em um serviço de diagnóstico por imagem necessita de uma equipe
multiprofissional, pois envolve múltiplos saberes. Tal equipe geralmente é composta de
médico especialista em radiologia, radiofarmacêutico, físico, enfermeiro, técnico em
radiologia e em enfermagem [1].
Na execução é necessário o conhecimento de biossegurança, que consiste em um
conjunto de ações com o objetivo de prevenir, diminuir ou eliminar os riscos que o
profissional e o paciente possa estar exposto na realização do exame, dentre eles o uso de
EPI´s(Equipamento de Proteção Individual), como: aventais de proteção tipo leve,
sobretudo de proteção tipo leve, aventais de proteção pesados, saias de proteção, aventais
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pequenos, protetores abdominais para pacientes, luvas de proteção tipo leve, luvas de
proteção tipo pesadas, mangas, proteção para membros inferiores, protetor de gônadas para
pacientes masculinos, assentos móveis com espaldar, anteparos móveis de proteção, óculos
plumbíferos e protetores de tireóide e o uso de EPC´s (Equipamento de Proteção Coletiva),
como: cabine de segurança, extintor de incêndio, etc.
Haja vista que os avanços das tecnologias radiológicas revolucionaram as práticas em
saúde, há a necessidade de uma educação permanente para a assistência de enfermagem,
pois é através disso que ocorre a qualificação deste profissional.
Portanto algumas precauções devem ser seguidas, para evitar maiores complicações aos
pacientes submetidos ao meio de contraste, como:
Não injetar o meio de contraste sem pessoal de apoio que possa auxiliar em caso de
parada cardíaca;
Possuir equipamentos e medicamentos necessários para uso imediato;
Conhecer os dados clínicos básicos do paciente antes da injeção;
Ter treinamento para ressuscitação cardíaca;
Reconhecer o tipo de reação de modo a realizar o tratamento adequado;
Manter o acesso venoso permeável após a injeção do meio de contraste durante o
exame, visto que as reações fatais ocorrem dentro de quinze minutos após injeção
do meio de contraste;
Aliviar compressões abdominais e elevar as pernas em caso de hipotensão;
Verificar rotineiramente os equipamentos e medicamentos utilizados, assegurando
a conservação dos mesmos;
Reconhecer quando as condições do paciente estão piorando.
Existem algumas precauções especificas no exame de Ressonância Magnética, pois não
utiliza radiação ionizante e sim campo magnético. Deve-se evitar a entrada de pacientes
nas seguintes situações:
Alguns tipos de cirurgia recente (nos últimos seis meses);
Implante metálico (dispositivo intra-uterino – DIU, válvula cardíaca, placa, pino,
parafuso, stent, clip de aneurisma cerebral, estilhaço metálico no corpo, piercing,
prótese metálica, aparelho ortodôntico);
Implante eletrônico (marca-passo cardíaco, neuro-estimulador, implante coclear);
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Suspeita de gravidez;
Alergia (devido à sedação, se necessária);
Claustrofobia (medo de lugares fechados);
Maquilagem definitiva ou tatuagem recente (nos últimos três meses).
Tipo
Leve
Descrição
Reação limitada e sem progressão:
náusea, vômito, tosse, calor,
cefaléia,
tontura,
tremores,
alteração do gosto, coceira,
palidez, rubor, calafrios, suor,
nariz entupido, inchaço facial e
nos olhos, ansiedade
Maior intensidade dos sintomas
Sinais sistêmicos
Moderada
Tratamento
Observação
Tratamento sintomático
se necessário.
Tratamento
medicamentoso
conforme
sintomatologia
Taquicardia/bradicardia,
hipertensão, eritema difuso ou
generalizado,
dispnéia, Monitorização
broncoespasmo, chiado edema
laríngeo, hipotensão moderada
Ver necessidade de
acionar código amarelo
Risco de vida:
Tratamento agressivo
Grave
Edema laríngeo (acentuado ou
rapidamente
progressivo),
arresponsividade,
parada
cardiorrespiratória,
convulsões,
hipotensão acentuada, arritmias
com manifestação clínica.
Equipe de apoio (código
amarelo ou código azul
no caso de parada
cardiorrespiratória).
Hospitalização
Quadro 3: Classificação das reações alérgicas e tratamento proposto.
Durante
o
procedimento
o
paciente
pode
apresentar
diversas
alterações
hemodinâmicas, como, náuseas, vômitos, urticárias, broncoespasmos, hipotensão isolada,
reações anafilactóides, reação vagal, parada cardíaca e convulsões, sendo de suma
importância a presença da enfermagem para ajudar a reverter estas alterações.
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Em caso de náuseas e vômitos, utilizar anti-eméticos; urticária, anti-histaminicos;
broncoespasmo, oxigênio, adrenalina subcutânea; hipotensão isolada, hidratação venosa
rápida; reações anafilactóides, oxigênio, hidratação venosa, adrenalina, difenildramina,
cimetidina ou ranitidina, corticóides IV; reação vagal, aumentar o volume intravascular,
reverter bradicardia, hidratação venosa, elevação das pernas e atropina IV; parada cardíaca,
desobstruir vias aéreas, iniciar ventilação, realizar compressões torácicas e obter acesso
venoso; convulsões, proteger o paciente, monitorar o pulso e administrar diazepam IV
[10].
Devido às diversas complicações que podem ocorrer na administração do meio de
contraste, a enfermagem percebe o quanto é imprescindível que a equipe esteja apta a
realizar qualquer intervenção de emergência.
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir a presente revisão através de coleta de dados, ressaltamos a importância do
enfermeiro nos exames radiológicos que utilizam meios de contraste, entendemos ainda a
necessidade de mais estudos específicos de enfermagem sobre o tema, pois o campo de
atuação deste profissional tende a se desenvolver cada vez mais.
O estudo permitiu detectar os avanços tecnológicos da radiologia e observar um amplo
campo de atuação na área de enfermagem, possibilitando consagrar que esses profissionais
são imprescindíveis para a realização dos exames radiológicos.
O enfermeiro deve estar habilitado para reconhecer, prevenir e atender as possíveis
complicações relacionadas ao exame, bem como, orientar os usuários e familiares acerca
de como se proteger das reações ionizantes. Para atuar no setor, o profissional deve ser
altamente capacitado e qualificado, pois há riscos de reações adversas graves, podendo o
paciente chegar a óbito se não houver assistência de emergência adequada para tal.
Detectamos a importância da utilização de EPI´s e EPC´s, pois eles têm a função de
proteger os trabalhadores, pacientes e indivíduos do público, sendo utilizados em todos os
casos de exposição à radiação ionizante, contanto que estes equipamentos não interfiram
nos resultados do exame.
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REFERÊNCIAS
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[3] Gil AC. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas; 2009.
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309-313.
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