Principais Doenças dos Animais de Laboratório

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Disciplina: Animais de Laboratório
Professora: Carla Eponina de Carvalho Pinto
Monitora: Cecília Rocha de Souza
Principais doenças dos Animais de Laboratório
Nas colônias de animais de laboratório com status sanitário convencional, a incidência de
doenças é freqüente. Interferindo no desenvolvimento animal e alterando sua fisiologia, repercutem
nos resultados de uma pesquisa, inviabilizados para determinados usos na experimentação são
atualmente mais utilizados em aulas práticas. Porém, é importante conhecer as principais doenças
que acometem estes animais, não somente por cuidados no seu bem estar, como também porque
estão em contato permanentemente com o homem, sendo várias destas doenças zoonóticas.
Devesse através dos seus sinais e sintomas se tomar providências quando detectadas nas
colônias, bem como adotar medidas que previnam as mesmas (controle microbiológico e
parasitológico).
A alternativa para a experimentação in vivo vem sendo o uso de animais livres de
determinados patógenos que são mantidos dentro de um sistema de barreiras sanitárias rígidas
conforme vimos nas apostilas anteriores.
I – Bactérias
Camundongo e Rato
Artrite do camundongo: causada pela bactéria Streptobacillus monoliformis ou S. muris. Sua
transmissão se dá através da mordida de animais contaminados, através do ar e camas
(maravalha) contaminadas. Provoca no animal bacteremia, diarréia, hemoglobinúria e secreção
ocular. Na forma de artrite, há colonização das articulações com seu comprometimento.
No
homem a mordida de animais contaminados pode causar febre.
Doença de Tyzzer: caracteriza-se por diarréia, debilidade, pelagem áspera e morte causada por
Bacillus piliformis. Ainda não se conhecem os meios de disseminação da doença nem sua
patogenia.
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Ileíte proliferativa: causada pela bactéria Escherichia coli, é muito comum em hamsters. É
caracterizada por diarréia fétida e aquosa. Tem alta taxa de mortalidade entre os lactentes.
Leptospirose: é uma infecção comum entre os roedores silvestres. A espécie mais importante é a
Leptospira icterohemorragiae. É transmitida através de urina dos animais, água e alimentos
contaminados. Os primeiros sinais clínicos observados nos animais doentes são anorexia, apatia,
vômito e febre, evoluindo para anemia, icterícia, poliúria, polidipsia, diarréia, a urina pode
apresentar-se com sangue e aparecem úlceras na boca ou língua.
Mycoplasmose: M. neurolyticum. M. pulmonis, M. Arthridis. M. collis. A infecção é geralmente
subclínica, mas são causa mais freqüente de otite média ou interna com rinite supurativa com
infiltração linfocítica e de polimorfonucleares e hiperplasia das glândulas submucosas, induzindo
comportamento de andar em círculos e distúrbios de equilíbrio. Podem comprometer as vias
aéreas superiores, há formação de exsudato mucopurulento. Nos casos mais graves há
consolidação crânio-ventral, bronquiectasia. Em alguns casos, pode haver comprometimento
cerebral.
Pasteurelose: causada pela Pasteurella pneumotipica, leva a um quadro de infecção do trato
respiratório (pneumonia) com formação de infiltrados peribronquiolares e alveolares. A transmissão
ocorre pela via vertical.
Pseudomonas Aeruginosa: esta infecção é transmitida às colônias através da água contaminada.
Há septicemia aguda, abscessos subcutâneos e severa broncopneumonia com focos necróticos.
Pseudotuberculose: causado pelo Corynebacterium kutscheri. Ocorre enfartamento dos
linfonodos cervicais, formação de exsudato friável caseoso com pus no fígado e rins, com
agregações leucocitárias periféricas. Trombose e embolia envolvendo vasos mesentéricos e
portais podem ser evidentes com infiltração leucocitária. Pode haver, em menor escala, atrite
supurativa nos metatarsos de metacarpos. Os mecanismos de transmissão desta doença ainda
não estão esclarecidos, mas acredita-se que seja através da ingestão do agente.
Salmonelose: pode fazer parte da microbiota intestinal normal ou causar doenças em situações de
estresse nas colônias. Mas a maioria dos casos é assintomática, de modo que os animais passam
a eliminá-las sem que qualquer alteração em sua fisiologia seja observada, o que permite que este
microrganismo permaneça colonizando as colônias. As espécies mais relacionas com estes
roedores são Salmonella typhimurium e S. enteritidis. Podem causar desde infecções inaparentes
à morte dos animais. Eles podem apresentar postura curvada com distensão abdominal, pelagem
áspera, perda de peso, fezes claras e diarréia.
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Staphylicoccus aureus: é uma bactéria comumente isolada das lesões dérmicas. Causa
dermatites ulcerativas, abscessos e pododermites.
Cobaia
Doença de Tizzer: caracteriza-se por diarréia, debilidade, pelagem áspera e morte causada por
Bacillus piliformis. Ainda não se conhecem os meios de disseminação da doença nem sua
patogenia.
Klebisiella pneumoniae: causa septicemias rápidas que podem ser causadas por estresse.
Linfadenite Cervical Enzoótica: doença supurativa que pode formar tumorações que acomete
mandíbula e região do pescoço. É causada pelo Streptococcus zooepidemicus. É uma zoonose.
As fêmeas parecem ser mais susceptíveis. A infecção se dá através de soluções de continuidade.
Pneumonia Bacteriana: causada mais comumente pela Bordetella bronchiseptica que causa
Pneumonia Multifocal ou Difusa, traquéia com exsudato sanguinolento. A doença por Diplococcus
pneumonia é induzida por estresse, pois este é encontrado na microbiota normal do trato
respiratório, caracteriza-se pela cronicidade. Pode causar infecções uterinas, problemas
reprodutivos e aborto em fêmeas. A infecção se dá por via respiratória e requer contato íntimo. É
uma doença de grande morbidade.
Pseudomonas Aeruginosa: causa septicemia aguda, abscessos subcutâneos e severa
broncopneumonia com focos necróticos.
Salmonelose: é a mais freqüente em cobaias, zoonótica, e de alta morbidade e mortalidade,
transmitidas pela Salmonella typhimurium e S. enteritidis. As fontes de infecção podem ser os
alimentos ou cama que podem estar contaminados pela excreta de roedores. Os sintomas mais
comuns são: perda de peso, diminuição de consumo de ração, perda de crias das fêmeas prenhas,
alta taxa de aborto, pelagem áspera, anorexia, debilidade geral e conjuntivite, com ou sem diarréia.
Após a contaminação por via oral, há excreção transitória nas fezes, invasão dos linfonodos,
bacteremia e sepse com esplenomegalia, enterite e eliminação contínua nas fezes. Nas
necropsias, faz-se isolamento a partir do baço.
Staphylococcus aureus: causa dermatite, pododermatite crônica com aumento das patas
dianteiras, pneumonia, artrite, eritema toraco-abdominal ventral com descamação, alopecia e
cicatrização que pode decorrer da ação de uma toxina da bactéria.
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Coelho
Doença de Tizzer: caracteriza-se por diarréia, debilidade, pelagem áspera e morte causada por
Bacillus piliformis. Ainda não se conhecem os meios de disseminação da doença nem sua
patogenia.
Enteropatia e Enterotoxemia por Clostridium sp: C. perfringens, C. diffile e C. spiroforme. O
aumento da oferta de carboidratos no trato intestinal facilita o crescimento dessas bactérias
possibilitando que ocorra sua colonização no epitélio, podendo causar distúrbios do conteúdo
osmóticos. Há produção de enterotoxinas que levam à diarréia e morte.
Mastite: causada por Staphylococcus sp. ou Streptococcus sp, pode apresentar anorexia, febre,
sede acentuada, inchaço nas glândulas mamárias que podem apresentar coloração azulada.
Listeriose: Listeria monocytogenes causa aborto e morte súbita em períodos de gestação
avançados. Os achados típicos são focos de hepatite, ascite e enfartamento dos linfonodos
mesentéricos.
Pasteurelose: causada pela Pasteurella multocida, é responsável pela maior taxa de mortalidade
em coelhos. Está mais relacionada com otites médias, mas pode provocar infecção do trato
respiratório superior com rinite e conjuntivite crônica mucopurulentas, broncopneunomia, formação
de abscessos, infecção no trato genital, abortos ou mortalidade dos neonatos, além de septicemia
aguda. A transmissão ocorre pela via respiratória, sexual e materiais contaminados.
Pseudomonas Aeruginosa: causa debilidade, diarréia, disfunção respiratória e morte súbita.
Staphylococcus aureus: a manifestação da doença varia de abscessos localizados até
septicemia aguda nas formas fatais. Há infecção do trato respiratório, na conjuntiva, no trato genital
com mastites e com formação de lesões supurativas crônicas no tecido subcutâneo, e, ainda,
disseminação hematogênica. Podem ocorrer lesões supurativas embólicas nos tecidos renal,
cerebral, cardíaco e pulmonar. O exsudato purulento é semelhante ao encontrado na infecção por
Pasteurella sp.
Tularemia: zoonose fatal para o homem. Agente etiológico é Francisella tularensis. A transmissão
se dá através do contato direto com animais contaminados e pela picada de artrópodes
hematófagos. Forma focos esbranquiçados puntiformes no fígado, baço e linfonodos.
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II - Vírus
Camundongo e Rato
Adenovírus: causam viremia fatal com infecção sistêmica dentro de 10 dias. Há desenvolvimento
de inclusões intracelulares nas células da mucosa do segmento distal intestino delgado e ceco,
ocorrendo mais em camundongos mais jovens. Há eliminação do vírus pela urina, de modo que o
contato com estas é uma das formas de infecção, também é transmitida por secreções nasais.
Citomegalovirus (CMV): é um herpes vírus que causa infecção nas glândulas salivares
submaxilares podendo causar lesões e inclusões intranucleares e intracitoplasmáticas eosinofílicas
nas células acinares com citomegalia e infiltrado leucocitário intersticial, raramente ocorre nas
parótidas. É um modelo para estudo de transmissão transplacentária do agente.
Coriomeningite Linfocítica: a doença pode ser adquirida através de inalação, ingestão ou
penetração através da pele intacta pelo vírus. Provoca sintomas neurológicos como observado nas
meningites, podendo haver vasculites e infiltrado linfocitário no cérebro, fígado, rins, glândula
adrenal e pulmões. Pode haver formação de complexos imunes causando Glomerulonefrite.
Enfermidade de Theiler: causa de poliomielite, os animais parasitados apresentam flacidez das
patas traseiras.
Hepatite Murina: causada pelo Coronavírus, é sensível ao éter e ao clorofórmio e é muito
contagioso. Os vírus são excretados nas fezes, sendo raramente encontrados no fígado. São
fontes de infecção os materiais contaminados, fezes contaminadas e os aerossóis. Os sintomas
são
urina
amarronzada,
mancha
perineal,
icterícia
e
sinais
neurológicos
(espasmos,
incoordenações e tremores). Os vírus variam sua patogenicidade e em seu tropismo tecidual, mas
todos fixam complemento. O controle desta virose é feito através da rederivação cesariana
Raiva: é causada pelo vírus da família Rhabdiviridade. A transmissão se dá através de soluções
de continuidade. É mais caracterizada em cães, onde causa abundante salivação, fotofobia e
comportamento agressivo. Esta doença constitui uma importante zoonose que causa no homem
cefaléia, hiperestesia, náuseas, alterações sensoriais e disfunção da deglutição.
O controle é feito através da vacinação dos animais, e vacinação preventiva dos funcionários que
entram em contato com estes.
Rotavírus: vírus da família Reoviridae do grupo A que é resistente ao éter, e tem especificidade
pelo citoplasma das células do epitélio intestinal. Provoca diarréia, principalmente em recém
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nascidos. Esta infecção é transmitida pelo ar. Os vírus podem ser achados em vários órgãos
devido à viremia. O controle é feito com o uso de medicamentos, mas a medida mais satisfatória é
a derivação cesariana. Esta doença é uma importante zoonose.
Sialodacrioadenite: é uma inflamação das glândulas salivares e lacrimais. Os sintomas são
fotofobia, lesões oculares, edema de globo ocular e aumento de lacrimejamento. Os linfonodos
cervicais também podem ser afetados, além do timo e da mucosa do trato respiratório. A
transmissão se dá por contato direto e aerossóis.
Vírus da Coriomeningite linfocítica: camundongos e hamsters são transmissores do vírus pela
urina, saliva, secreções nasais, esperma e leite. A infecção é adquirida através de aerossóis, via
conjuntival e pele.
Os animais contaminados raramente apresentam sintomas clínicos, mas podem apresentar ataque
convulsivo. O homem infectado pode apresentar sintomas semelhantes a uma influenza podendo
ter recaída com sintomas meníngeos (rigidez da nuca, febre e dores musculares).
Vírus da Desidrogenase Láctea: vírus diminui concentração plasmática de desidrogenase láctica,
tem tropismo por macrófagos. Estes vírus são eliminados pela urina, fezes e saliva.
Vírus da infecção do Timo: vírus da família dos Herpesvírus. A infecção em colônias jovens
resulta na formação de corpos de inclusão intracelular e necrose dos timócitos, e em menor escala,
nos linfonodos e do baço, pode haver formação de granuloma.
Vírus K (Kilham): é um parpovavirus. Acometem, em sua maioria, camundongos neonatos
infectando os pulmões, formam, também, inclusões intracelulares no endotélio vascular do jejuno,
íleo, pulmão e fígado. Há congestão pulmonar com edema, hemorragia e adelgaçamento dos
septos alveolares. Nos fígados de neonatos, há infiltração leucocitária nos sinusóides.
Vírus Sendai: é também conhecido como o Vírus da parainfluenza tipo 1. Acomete o epitélio das
vias aéreas superiores com inflamação necrotizante e grande comprometimento dos pulmões,
causando consolidações, essas áreas podem adquirir colocação acinzentada nos animais
sobreviventes. Há grande infiltrado leucocitário do trato respiratório. A transmissão se dá pelo
contato direto e por aerossóis.
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Cobaia
Citomegalovirus (CMV): é um herpes vírus que causa infecção latente nas glândulas salivares. É
um modelo para estudo de transmissão transplacentária do agente.
Coriomeningite Linfocítica: a doença pode ser adquirida através de inalação, ingestão ou
penetração através da pele intacta pelo vírus. Provoca sintomas neurológicos como nas
meningites.
Vírus da Leucemia de Cobaia: causa leucemia linfoblástica que tem em seu período prodrômico
pelagem áspera, prostração e inapetência, juntamente com enfartamento dos linfonodos
mesentéricos e periféricos, paralisia posterior e ataxia terminal.
Coelho
Adenovírus: causa desidratação e diarréia com baixa mortalidade.
Coronavírus: Algumas cepas causam enterite com atrofia das vilosidades, vacuolização e necrose
dos enterócitos com edema na mucosa e infiltração de polimorfonucleares, pode ocorrer, também,
distensão do ceco.
Mixomatose: Esta doença possui índice de 100% de mortalidade, é causada por um vírus da
família da varíola que é transmitido por um artrópode. Os sintomas são febre, descarga ocular
serosa e blefaroconjuntivite, com posterior edema e pus nos olhos. Forma tumorações
subcutâneas em nariz, lábios, orelhas e aberturas genitais, há comprometimento de linfonodos que
podem ter focos hemorrágicos. O óbito ocorre dentro de 2-5 dias.
Fibromatose: vírus da mixomatose capaz de produzir tumores nas pernas e patas e, em alguns
casos, no focinho e regiões periorbitais e perineais. Os tumores subcutâneos podem ter mais de 7
cm de diâmetros, são soltos e móveis, persistindo por vários meses. Coelhos mais jovens podem
fazer metástases para as vísceras abdominais e medula óssea. São transmitidos por artrópodes
vetores.
Papilomavírus: os insetos são os vetores e prováveis de disseminação mecânica. Acometem
pálpebras e orelhas formando verrugas escamosas. Pode ocorrer papilomatose oral quando há
lesões na mucosa permitindo sua entrada, mais comum em coelhos entre 2-18 meses de idade,
comprometendo a porção ventral da língua. Há regressão espontânea dentro de poucas semanas.
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Rotavírus: (ver Camundongo e Rato).
Varíola dos Coelhos: altamente contagiosa, é transmitida através do contato direto e materiais.
Forma lesões típicas com erupção macular seguida de pápulas mais acentuada na região inguinal.
Há aumento de linfonodos, pode ocorrer perda de dentes, lesões nos lábios e palato.
III - Ectoparasitos
Camundongo e Rato
Myobia musculi e Myocoptes musculinus: são os ácaros mais comuns encontrados nas
ectoparasitoses de animais de laboratório. Estes parasitas provocam prurido, alopecia,
traumatismo, ulceração da pele e pioderma. A transmissão é por contato direto, equipamentos
contaminados e correntes de ar. O controle é feito com o uso de antibióticos e banho nos animais
com medicação adequada.
Dermatomicoses: Trichophyton mentagrophytes é o dermatófito predominante nos murinos:
manchas e crostas amareladas no focinho, cabeça, orelhas, rabo e extremidades. Essas crostas
contêm exsudato, micélio e massa de artrósporos envolvidos nas dermatites.
Cobaia
Piolhos: Gyropus ovalis e Gliricola porcelli que causa dermatite local.
Ácaros: Chirodiscoides caviae pode causar escoriações decorrentes do intenso prurido, pode
haver alopecia.
Coelho
Piolho: Haemodipsus ventricosis que causa dermatite local.
Ácaro: causa a Sarna de orelha. O agente é o Psoptes cuniculi, provocam prurido intenso com
perda de pêlo ao redor do pescoço e lesões traumáticas, pode causar otite média.
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IV - Endoparasitos
Camundongo e Rato
Protozoários:
Eimeria falciformis: causa colite com diarréia, hemorragia e erosões no epitélio intestinal com
grande comprometimento da integridade do trato.
Giardia muris: infecta o intestino delgado causando enterite e invasão da invasão da mucosa do
intestino delgado em animais imunocomprometidos.
Entamoeba muris: coloniza o ceco e o colo, mas não está relacionada a nenhum efeito
patogênico.
Spironucleus (Hexamita) muris: freqüentemente encontrado no trato intestinal de animais
normais. Provoca comprometimento do epitélio intestinal, com edema e pequeno infiltrado
leucocitário na lâmina própria. Os sintomas clínicos são depressão, perda de peso, desidratação,
postura encurvada e diarréia. A taxa de mortalidade é maior de 50% em ratos jovens. A infecção
se dá pela ingestão das formas trofozoítas ou cistos.
Toxoplasma gondii: infecção em grande número de mamíferos, incluindo o homem. A infecção se
dá através da ingestão de carne contaminada. O parasite invade as células do sistema
reticuloendotelial e sistema nervoso central.
Helmintos:
Hymenolepis muris: vermes adultos habitam intestino grosso, as larvas infectantes são
eliminadas nas fezes. A transmissão se dá pela penetração destas através da pele. O verme faz
um ciclo pulmonar podendo causar sintomas como expectoração, e outras alterações do trato
respiratório, antes de ir para o trato intestinal.
Taenia taeniformis: camundongos e ratos podem ser hospedeiros intermediários e definitivos. O
verme adulto habita o intestino delgado provocando enterite e perda de peso. A larva habita o
fígado formando cistos no fígado (sarcoma hepático).
Syphacia obvelata: parasita habita o ceco e cólon, é da família dos Oxiúros. Normalmente as
infecções são assintomáticas, mas podem estar relacionadas à prolapso retal e inquietação. A
infecção se dá através da ingestão dos ovos que podem contaminar água e alimentos, ou através
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de seu contato direto, pois estes se encontram depositados na região perineal dos animais. É uma
zoonose.
Cobaia
Protozoários:
Eimeria caviae causa tiflite e colite com diarréia, anorexia, letargia com até 40% de letalidade.
Leishmania enrietti causa leishimaniose com ulceras cutâneas em orelhas e nariz. Serve como
modelo para pesquisa em Leishmaniose cutânea.
Trematódeos:
Fasciola hepática e F. gigantica são adquiridas através da ingestão das metacercárias. Causam
danos hepáticos, anorexia e icterícia, debilidade e morte.
Nematódeos:
Paraspedodera uncinata parasita o cólon, podendo causar infecção com perda de peso e
diarréia.
Coelho
Protozoários:
Encefalitozoonose: causada pelo Encephalitozoon cuniculi, é transmitida pela urina dos animais
doentes e via transplacentária. Forma lesões focais no cérebro e granulomas disseminados, com
ou sem necrose.
Toxoplasmose: causada pelo Toxoplasma gondii, é transmitida por via oral e via vertical, forma
focos de necrose e edema nos tecidos, podendo comprometer Sistema Nervoso Central e baço.
Coccidiose: causada pela Eimeria sp. que pode comprometer fígado e intestino, causando
disfunção hepática e diarréia, respectivamente.
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V - BIBLIOGRAFIA
1- QUERERO, Araceli Olivares.
Manual para el manejo de Animales de Laboratorio, División
Acadêmica de Ciências Biológicas, 1996.
2- COMISSÃO DE ENSINO COBEA.
Manual para técnicos em bioterismo, 2. ed. revisada e
ampliada de: Manual para técnicos de biotério / ed. H.A. Rothschild. – São Paulo: EPM, 1990.
3- APARICI, Alfredo Tomás.
El Animal de Laboratório y su Entorno, Unité d’Immunochimie
Analytique, Département d’Immunologie – Institut Pasteur - France.
4- ANDRADE, Antenor (org). Animais de Laboratório, 2002.
5- PERCY, Dean H. Pathology of Laboratory Rodents and Rabbits, Iwoa State University
Press/Ames, 1993.
6- ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Temas Seleccionados sobre medicina de
animais de laboratorio, Oficina Sanitaria Panamericana Washington, 1988
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