ANÁLISE DA VIABILIDADE DE LEUCÓCITOS MONONUCLEARES DO SANGUE PERIFÉRICO HUMANO INCUBADOS NA PRESENÇA DO EXTRATO ETANÓLICO DE Ageratum fastigiatum (Gardn.) R. M. King et H. Rob. (Asteraceae) A planta Ageratum fastigiatum, conhecida popularmente como “enxota” e “matapasto”, é utilizada na medicina tradicional como cicatrizante, antimicrobiana, antiinflamatória e analgésica. A planta, que pertence a família Asteraceae, é amplamente encontrada no Vale do Jequitinhonha. Para conduzir estudos com plantas medicinais é necessário avaliar inicialmente a citotoxicidade celular in vitro, que pode ser analisada através do ensaio de viabilidade celular. Diante disso, os objetivos deste trabalho foram analisar a viabilidade do extrato etanólico de A. fastigiatum em leucócitos humanos do sangue periférico, em câmara de Neubauer e no citômetro de fluxo, assim como a comparação entre as técnicas. O extrato etanólico da planta foi diluído em dimetilsulfóxido (DMSO) nas concentrações de 3,125 x 10-3, 6,25 x 10-3, 12,5 x 10-3 e 25 x 10-3 mg/mL. As células mononucleares do sangue periférico foram incubadas com as diferentes concentrações do extrato, sem nenhum estímulo (controle negativo) e com DMSO. A incubação foi feita em estufa mantendo a temperatura de 37 ºC, 98% de umidade e 5% de CO2 e a viabilidade celular foi analisada após 24, 48 e 72 horas em câmara de Neubauer e no citômetro de fluxo. Na análise de viabilidade realizada na câmara de Neubauer no tempo de 24 horas foram obtidos os valores médios de 91,83% ± 0,11, 94,68% ± 0,03, 92,51% ±0,05 e 81,36% ± 0,25, referentes às concentrações de 3,125 x 10-3, 6,25 x 10-3, 12,5 x 10-3 e 25 x 10-3 mg/mL. Nas culturas estimuladas por 48 horas e 72 horas e utilizando as mesmas concentrações, foram obtidos resultados semelhantes. A viabilidade celular não foi alterada em nenhum dos tempos avaliados quando comparada ao controle e controle do solvente, nas concentrações utilizadas. Através das análises realizadas no citômetro, foi obtida no tempo de 24 horas, a viabilidade de 94,41% ± 0,03, 94,56% ± 0,03, 95,92% ± 0,02 e 85,48% ± 0,27, referentes às concentrações de 3,125 x 10-3, 6,25 x 10-3, 12,5 x 10-3 e 25 x 10-3 mg/mL. Nos tempos de 48 e 72 horas, nas mesmas concentrações, foram obtidos resultados semelhantes. De acordo com os resultados não ocorreu diferença estatística significativa entre a análise feita em citometria de fluxo e câmara de Neubauer. Assim, os resultados sugerem que nas concentrações de 3,125 x10-3, 6,25 x 10-3 , 12,5 x 10-3 e 25 x 10-3 mg/mL, o extrato da planta pode ser usado com segurança em outros estudos in vitro sem interferir na viabilidade celular e as duas metodologias utilizadas no trabalho fornecem resultados equivalentes na análise de viabilidade celular. Palavras-chave: Ageratum fastigiatum, plantas medicinais, citotoxicidade in vitro, viabilidade celular, Azul de Tripan, câmara de Neubauer, citômetro de fluxo. Débora Nunes Fernandes