Luana Lôbo Queiroz

Propaganda
1
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Biomedicina
Trabalho de Conclusão de Curso
PERFIL DE SENSIBILIDADE DAS CEPAS ESCHERICHIA
COLI ISOLADAS DE CARCAÇAS DE FRANGOS
CONGELADOS COMERCIALIZADOS NO DISTRITO FEDERAL
Autor(a): Luana Lôbo Queiroz
Orientador(a): MSc. Juliana Camargos Oliveira Peres
Brasília
2014
1
LUANA LÔBO QUEIROZ
PERFIL DE SENSIBILIDADE DAS CEPAS ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE
CARCAÇAS DE FRANGOS CONGELADOS COMERCIALIZADOS NO DISTRITO
FEDERAL
Monografia apresentada ao curso de
graduação
em
Biomedicina
da
Universidade Católica de Brasília como
requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Biomedicina.
Orientadora: MSc.
Oliveira Peres
Brasília
2014
Juliana
Camargos
Monografia de autoria de Luana Lôbo Queiroz, intitulada “Perfil de
sensibilidade das cepas Escherichia coli isoladas de carcaças de frangos
congelados comercializados no Distrito Federal”, apresentado como requisito parcial
para obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina da Universidade Católica de
Brasília, em 07 de novembro de 2014, defendida e aprovada pela banca
examinadora abaixo assinada:
____________________________________________________
Prof. MSc. Juliana Camargos Oliveira Peres
Orientadora
Curso de Biomedicina – UCB
_____________________________________________________
Prof. MSc. Lídia Maria Pinto de Lima
Curso de Biomedicina – UCB
Brasília
2014
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e irmã, que mesmo distantes, seguiram sempre com muito
amor, dando apoio e força para que eu continuasse a caminhada.
À minhas tias, que me proporcionaram a chance de trilhar o caminho
escolhido por mim, pela parceria e constante estímulo ao estudo.
Aos meus queridos amigos baianos, pelo carinho, confiança, pelas palavras
de incentivo, mesmo estando em outro Estado. Aos amigos de Brasília também.
Agradeço aos amigos do Laboratório de Microbiologia e Higiene dos
Alimentos da Universidade Católica de Brasília, pela dedicação, companheirismo, e
que foram de extrema importância para a realização do trabalho.
À minha orientadora, por participar deste trabalho, sempre me orientando com
atenção e dedicação, e proporcionando meios para a realização da pesquisa.
Aos colegas de curso, por poder compartilhar momentos únicos, sempre
acumulando conhecimentos e experiências.
Além disso, agradeço também a todas as pessoas que contribuíram de
alguma forma para que este trabalho se realizasse.
RESUMO
QUEIROZ, Luana Lôbo. Perfil de sensibilidade das cepas Escherichia coli isoladas
de carcaças de frangos congelados comercializados no Distrito Federal. 2014. 34f.
Monografia (Biomedicina) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.
Entre as bactérias gram negativas, anaeróbias facultativas que compõem a família
Enterobacteriaceae está a Escherichia coli. A infecção por E.coli (colibacilose)
representa um sério problema na avicultura. É responsável por grande parte das
perdas nos criadouros, gerando assim, perdas econômicas significativas. Na
produção de frangos de corte, é constante o uso de antimicrobianos para prevenir ou
tratar as lesões causadas pela E.coli, visando à diminuição da mortalidade
relacionada com a colibacilose. O uso irracional dos agentes antimicrobianos através
de doses com concentrações subterapêuticas, tempo prolongado e de forma
inadequada, faz com que haja uma pressão na seleção de genes de resistência
antimicrobiana, contribuindo assim com o aparecimento de bactérias
multirresistentes. As amostras utilizadas neste trabalho foram obtidas a partir das
análises de controle de qualidade prestadas a indústrias do Distrito Federal pelo
Laboratório de Microbiologia e Higiene dos Alimentos da Universidade Católica de
Brasília. Inicialmente foi realizada a etapa de isolamento e identificação das
bactérias, utilizando meios de crescimento para enriquecimento e meios seletivos,
além de provas bioquímicas. Em seguida procedeu-se a realização dos
antibiogramas pelo método de disco difusão testando os seguintes antibióticos:
gentamicina, cefotaxima, imipenem, cefalexina, cefoxitina, meropenem, sulfazotrim,
ciprofloxacina, amoxicilina/ac. clavulânico. Após incubação as cepas foram
classificadas como resistentes, intermediárias ou sensíveis aos antibióticos testados.
Do total analisado (40), 92,5% (37) foram sensíveis a Amoxicilina/Ac. Clavulânico,
Meropenem, Cefoxitina e Imipenem, 82,5% (33) foram sensíveis a gentamicina e
ciprofloxacina, 75% (30) a sulfazotrim, 70% (28) a cefotaxima, e 67,5% (27) a
cefalexina. Em relação à resistência, 25% (10) foram resistentes a cefalexina, 17,5%
(7) a sulfazotrim, 15% (6) a cefotaxima, 10% (4) a ciprofloxacina, e 10% (4) a
gentamicina. O trabalho desenvolvido demonstrou que bactérias resistentes estão
sendo veiculadas a consumidores do DF por meio de frangos congelados, e que
essa resistência pode estar ligada a falhas no sistema de produção das aves. Além
disso, foi verificado que a resistência apresentada pelas cepas testadas está
relacionada a antibióticos de uso clínico, fato que implica uma preocupação maior a
cerca das opções terapêuticas ao tratar infecções geradas por bactérias desse tipo
na população.
Palavras-chave: Escherichia coli. Avicultura. Antibióticos. Resistência
ABSTRACT
QUEIROZ, Luana Lôbo. Perfil de sensibilidade das cepas Escherichia coli isoladas
de carcaças de frangos congelados comercializados no Distrito Federal. 2014. 34f.
Monografia (Biomedicina) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.
Escherichia coli is among the gram negative, facultative anaerobes that comprise the
Enterobacteriaceae family. Infection with E. coli (colibacillosis) represents a serious
problem in poultry. It is responsible for much of the loss in breeding, thus generating
significant economic losses. In the production of broiler chickens, the constant use of
antibiotics to prevent or treat injuries caused by E.coli is aiming to reduce mortality
associated with colibacillosis. The prolonged, inappropriate and irrational use of
antimicrobial agents through doses with a subtherapeutic concentrations means that
there is a pressure on the selection of antimicrobial resistance genes, thus
contributing to the emergence of multi-resistant bacteria. The samples used in this
work were obtained from the analyzes of quality control provided to the Federal
District industries by the Laboratory of Microbiology and Food Hygiene, Catholic
University of Brasilia. Initially, the step of isolation and identification of bacteria was
performed using growth media for enrichment and selective media and biochemical
tests. Then proceeded then realization of antibiograms by disc diffusion method of
testing the following antibiotics: gentamicin, cefotaxime, imipenem, cephalexin,
cefoxitin , meropenem, sulphazotrin, ciprofloxacin, amoxicillin/Ac . clavulanic. After
incubation, the strains were classified as resistant, intermediate or sensitive to
antibiotics tested. A total of 92.5 % (37) were susceptible to amoxicillin/Ac.
Clavulanic, meropenem, cefoxitin and imipenem, 82.5 % (33) were sensitive to
gentamicin and ciprofloxacin , 75 % (30) to sulphazotrin , 70 % (28) to cefotaxime ,
and 67.5 % (27) cephalexin. Regarding the strength, 25% (10) were resistant to
cephalexin, 17.5% (7) sulphazotrin 15% (6) cefotaxime , 10 % (4) ciprofloxacin and
10% (4) gentamicin. The work demonstrated that resistant bacteria are being
conveyed to consumers through DF frozen chickens, and that this resistance may be
linked to failures in the poultry production system. Furthermore, it was found that the
resistance presented by the tested strains is related to the clinical use of antibiotics, a
fact that implies a greater concern about therapeutic options to treat infections
produced by bacteria of this type in the population.
Keywords: Escherichia coli . Poultry . Antibiotics. Resistance.
LISTA DE SIGLAS
AMC
Amoxicilina/Ácido clavulânico
ANVISA
Agência nacional de vigilância sanitária
APCs
Antibióticos promotores de crescimento
APEC
E. coli patogênica aviária
CFAs
Fatores antigênicos de colonização fimbrial
CIP
Ciprofloxacina
CN
Cefalexina
CTX
Cefotaxima
DAEC
E.coli difusamente aderentes
DF
Distrito Federal
E.C.
E. coli
EaggEC
E. coli enteroagregativas
EHEC
E. coli êntero-hemorrágicas
EIEC
E. coli enteroinvasivas
EMB
Ágar Eosina Azul de Metileno
EPEC
E. coli enteropatogênicas
ESBL
Betalactamase de espectro estendido
ETEC
E. coli enterotoxigênicas
FOX
Cefoxitina
GM
Gentamicina
GT
Grupo de trabalho
HBDF
Hospital de base do Distrito Federal
HC
Colite hemorrágica
HUS
Síndrome hemolítica urêmica
IPM
Imipenem
IRAS
Infecção relacionada com assistência à saúde
ITU
Infecção do trato urinário
KPC
Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LB
Caldo lactose
MAPA
Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento
MEM
Meropenem
NA
Ágar nutriente
SIM
Ágar Sulfeto Indol Motilidade
SUT
Sulfazotrim
TSB
Caldo tripticase de soja
TSI
Ágar tríplice açúcar ferro
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 9
2.
REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 10
2.1
CEPAS DE E.COLI PATOGÊNICAS ..................................................... 10
2.2
INFECÇÃO POR E.COLI (COLIBACILOSE) EM AVES ........................ 11
2.3
USO DE ANTIBIÓTICOS NA AVICULTURA ......................................... 12
2.3.1
Promotores de crescimento ............................................................ 13
2.3.2
Substncias permitidas e proibidas pela legislação ....................... 14
2.4
ANTIBIÓTICOS
NO
USO
CLÍNICO
E
MECANISMOS
DE
RESISTÊNCIA....................................................................................... 15
2.4.1
Mecanismos de resistência ............................................................. 16
3.
MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 19
3.1
OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS ............................................................. 19
3.2
IDENTIFICAÇÃO ................................................................................... 19
3.3
REALIZAÇÃO DO ANTIBIOGRAMA ..................................................... 20
3.3.1
Padronização do inóculo ................................................................. 20
3.3.2
Plaqueamento e teste....................................................................... 20
3.3.3
Interpretação ..................................................................................... 21
4.
RESULTADOS ...................................................................................... 22
5.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO .............................................................. 26
9
1. INTRODUÇÃO
Em meio a uma infinidade de bactérias presentes em nosso ambiente
encontramos a família Enterobacteriaceae, formada por bactérias gram negativas,
anaeróbias facultativas e oxidase negativas, com forma de bastonetes retos e não
esporogênicas. O número de gêneros e espécies da família vem aumentando ao
longo dos anos, enquanto em 1974 eram 12 gêneros e 36 espécies, em 2005 esse
número subiu para 44 gêneros e 176 espécies. Nesta família estão diversos gêneros
de grande importância em alimentos: Escherichia, Citrobacter, Edwardsiella,
Enterobacter, Erwinia, Hafnia, Klebsiella, Morganella, Pantoea, Pectobacterium,
Proteus, Salmonella, Serratia, Shigella, Yersinia (SILVA et al., 2007).
A Escherichia coli, um dos membros da família Enterobacteriaceae, apresenta
vários sorotipos determinados pelos antígenos somáticos (O), flagelares (H) e
capsulares (K), pertence à microbiota entérica de mamíferos e aves, e está
relacionada à grande porcentagem dos casos de infecções do trato urinário (ITU) em
humanos e infecções hospitalares (CARDOSO et al., 2002; KORB et al., 2013).
A E.coli foi isolada e estudada pela primeira vez por Theodor Escherich em
1885. Ao tentar isolar o agente causador da cólera, Escherich conseguiu isolar o
microrganismo, que inicialmente foi chamado de Bacterium coli commune em razão
de estar presente nas diarreias de todos os pacientes examinados (ESCHERICH, T.
1885 apud JAY, J.M. 2005).
A infecção por E.coli (colibacilose) representa um sério problema na
avicultura. É responsável por grande parte das perdas nos criadouros, gerando
assim, perdas econômicas significativas. Na produção de frangos de corte, é
constante o uso de antimicrobianos para prevenir ou tratar as lesões causadas pela
E.coli, visando a diminuição da mortalidade relacionada com a colibacilose
(CARDOSO et al., 2002).
Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de sensibilidade das
bactérias
E.
coli isoladas
a
partir
comercializados no Distrito Federal.
de
carcaças de
frangos
congelados
10
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1
CEPAS DE E.COLI PATOGÊNICAS
Com base nas manifestações clínicas, nos fatores de virulência, e nos grupos
sorológicos, as cepas de E.coli patogênicas são separadas em cinco grupos: E. coli
enteroagregativas
(EaggEC),
E.
coli
êntero-hemorrágicas
(EHEC),
E.
coli
enteroinvasivas (EIEC), E. coli enteropatogênicas (EPEC), E. coli enterotoxigênicas
(ETEC). Alguns autores citam ainda o grupo das E.coli difusamente aderentes
(DAEC) e denominam as amostras isoladas de colibacilose aviária como E. coli
patogênica aviária (APEC), um grupo responsável por doença respiratória e
sistêmica em aves (MANTILLA et al., 2012; SANTOS et al., 2009 ; SAVIOLLI, 2010).
E. coli enteroagregativas exibem a capacidade de um tipo específico de
aderência a células, algumas linhagens produzem uma enterotoxina termoestável. A
característica clinica que difere este tipo de linhagem consiste em uma diarreia
persistente com duração de mais de 14 dias, principalmente em crianças (JAY,
2005).
As linhagens de E. coli êntero-hemorrágicas afetam somente o intestino
grosso e produzem grandes quantidades de toxinas similares à toxina Shiga (Stx1 e
Stx2). A Síndrome hemolítica urêmica (HUS), caracterizada por anemia hemolítica,
trombocitopenia e falha renal aguda, é causada por linhagens de E.coli produtoras
dessas toxinas. Além da HUS, os indivíduos afetados podem desenvolver também a
colite hemorrágica (HC), caracterizada pela evacuação de fezes vermelhas
sanguinolentas, demonstrando o envolvimento do agente etiológico no cólon. Dentro
deste grupo o principal sorotipo é o O157:H7, que é transmitido ao homem
principalmente por meio do consumo de alimentos contaminados, como produtos de
carne moída crua ou mal passada e leite cru, ou ainda por contaminação fecal de
água e outros alimentos, bem como a contaminação cruzada na preparação dos
alimentos. Entre os alimentos relacionados a surtos de E.coli O157:H7 estão
hambúrgueres mal cozidos, salame curado seco, cidra de maçã não pasteurizada,
iogurte e queijo fabricado com leite cru (JAY, 2005; SAVIOLLI, 2010; WHO, 2011).
Um surto de contaminação alimentar por E.coli aconteceu em 2011 na
Europa. Além das mortes ocorridas houve também um grande impacto econômico
11
devido à suspensão da importação de alguns alimentos. O caso de maior
repercussão foi o bloqueio por parte da Alemanha aos pepinos provenientes da
Espanha, ficando provado posteriormente, que os vegetais espanhóis não eram os
causadores do surto. Acreditava-se que o surto havia sido causado pela E.coli
O157:H7, porém existem indícios de que tenha sido causado por uma nova cepa de
E.coli mais resistente que a bactéria comum, a E.coli O104:H4 (COSTA E SÁ, 2013).
As E.coli enteroinvasivas geralmente não produzem enterotoxinas, a infecção
se dá através da penetração em células epiteliais do cólon, seguida de multiplicação
e propagação nas células adjacentes de forma parecida com a das Shigella (JAY,
2005).
As E.coli enteropatogênicas, assim como as EIEC, geralmente não produzem
enterotoxinas, mas ainda assim podem causar diarreia, principalmente em crianças
com menos de 1 ano de idade. Caracteriza-se por alterações morfológicas nas
células do epitélio intestinal que ocasionam a perda de microvilosidades dos
enterócitos e consequentemente processos diarreicos (JAY, 2005; SAVIOLLI, 2010).
Através de fatores antigênicos de colonização fimbrial (CFAs) as linhagens de
E.coli enterotoxigênicas se ligam e colonizam o intestino delgado, causando diarreia
tanto em crianças como em adultos. Existem quatro tipos de CFA (I,II, III e IV), são
codificados por plasmídeo e ao serem ligados produzem uma ou duas enterotoxinas:
ST (termoestável) e LT(termossensível). As ETEC estão entre as principais causas
de diarreia do viajante (JAY, 2005).
2.2
INFECÇÃO POR E.COLI (COLIBACILOSE) EM AVES
A colibacilose consiste em um grupo de doenças causadas por E.coli, onde a
bactéria pode atuar como agente primário ou secundário, gerando diferentes formas
de apresentação como aerossaculite, coligranuloma, artrite e sinovite, onfalite,
salpingite, e septicemia. A forma mais frequente de colibacilose é a onfalite, a
infecção do saco da gema do ovo, apresentando como sinais clínicos fraqueza,
diarreia, abdômen distendido e mortalidade inicial elevada. (SANTOS et al., 1997)
No estudo feito por Minharro et al. (2001), constatou-se o envolvimento da
E.coli como microrganismo mais frequente entre as bactérias pesquisadas nas
12
lesões de sacos aéreos de frangos abatidos no estado de Goiás, sendo isolada em
80,64% das amostras estudadas em infecções simples ou mistas.
Em 2012, Silva e colaboradores realizaram um estudo com amostras de
fígados de frangos provenientes de dois matadouros avícolas do Recôncavo baiano
sob fiscalização da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia e obtiveram como
resultado o isolamento da bactéria E.coli em 45,5% dos fígados coletados, sendo
que parte desses foi considerada com aspecto macroscópico inalterado, ou seja, a
inspeção visual dos fígados no matadouro avícola apenas, não é suficiente para
descartar a contaminação das carcaças por E.coli.
A contaminação de aves por E.coli pode se dar por meio do contato com o
besouro cascudinho (Alphitobius diaperinus), presente no ambiente de confinamento
dos criadouros. O cascudinho pode manter patógenos viáveis na sua superfície
externa ou no trato digestivo, em sua forma larval ou adulta. Em estudo feito por
Segabinazi et al. (2005) foram isoladas das superfícies externa e interna desse
inseto, 14 espécies de 10 gêneros de bactérias da família Enterobacteriaceae,
sendo a E.coli a enterobactéria mais isolada (36,96% das amostras positivas),
seguida da Klebsiella pneumoniae e do Proteus mirabilis.
2.3
USO DE ANTIBIÓTICOS NA AVICULTURA
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
revelam o Brasil como terceiro produtor mundial e líder em exportação, levando a
carne nacional a 142 países. Além do frango, outras aves como peru e avestruz
também tem se destacado nos últimos anos. Apesar de estar presente em todo o
país, a carne de frango tem destaque na região sul onde estão os principais
fornecedores, e vem crescendo na região centro-oeste, por ser grande produtora de
grãos (BRASIL, 2013a).
Com o passar do tempo, as técnicas para criação de aves foram se
aprimorando. Atualmente os criadouros lançam mão de substâncias que atuam de
forma a contribuir com o desenvolvimento da ave para fins comerciais. Essas
substâncias denominadas aditivos alimentares, estão divididas em 3 grupos
funcionais: digestivos, equilibradores da flora do trato digestório e melhoradores de
13
desempenho. Os antibióticos estão entre os melhoradores de desempenho,
propiciando benefícios na produtividade dos animais. (RAMOS, 2009)
O conceito de aditivos para produtos destinados à alimentação animal inclui
substância, produto formulado, ou microrganismo adicionado aos produtos de forma
intencional, independente de valor nutritivo, que não seja normalmente utilizada
como ingrediente, que proporcione melhorias nas características dos produtos
destinados à alimentação animal, no desempenho dos animais saudáveis atendendo
às necessidades nutricionais ou possua efeito anticoccidiano (BRASIL, 2004c).
Segundo o MAPA, antibióticos são substâncias químicas produzidas ou
derivadas
de
microrganismos,
que
geram
inibição
do
crescimento
de
microrganismos patológicos. Os antibióticos comercializados no mundo são
utilizados tanto para uso terapêutico e profilático em humanos como também em
animais, além do uso como promotores de crescimento em criadouros. A utilização
desses fármacos deve seguir normas e leis para que sejam eficazes e não
contribuam com o aparecimento de bactérias multirresistentes. O uso irracional dos
agentes antimicrobianos por meio de doses com concentrações subterapêuticas,
tempo prolongado e de forma inadequada, faz com que haja uma pressão na
seleção de genes de resistência antimicrobiana (ZANATTA et al., 2004; BRASIL,
2009).
2.3.1 Promotores de crescimento
Na década de 1940 os antibióticos já eram indicados para tratamento de
doenças nos homens e em seguida nos animais. Em 1951, a partir do sucesso
evidenciado na alimentação dos animais contendo antibióticos em baixas dosagens,
o Food and Drug Administration (FDA) aprovou o uso desses agentes na
alimentação animal sem prescrição veterinária (GONZALES et al, 2012).
Os efeitos dos promotores de crescimento são decorrentes da ação dos
antibióticos no trato digestório sobre a microbiota intestinal diminuindo a competição
por nutrientes, reduzindo a produção de metabólitos que deprimem o crescimento
dos animais, e promovendo também a redução no tamanho e peso do trato
digestório. Os APCs (antibióticos promotores de crescimento) são utilizados visando
ganho econômico através de objetivos como: obtenção de maior produtividade e
14
maior crescimento, diminuição da mortalidade, melhoramento da saúde e resistência
a doenças, e aumento na eficiência da utilização da dieta (GONZALES et al, 2012).
Apesar dos benefícios existe uma preocupação crescente em relação à
possível
pressão
seletiva
exercida
sobre
as
bactérias
existentes
e
o
desenvolvimento de resistência. Busca-se agora, alternativas ao uso de antibióticos
como promotores de crescimento. Dentre elas estão os probióticos, microrganismos
desejáveis que habitam o tubo digestivo, favorecidos por outros fatores associados,
causando a diminuição da proliferação dos patógenos, e proporcionando assim uma
situação de equilíbrio, e os prebióticos que são agentes favorecedores da instalação
dos probióticos (FLEMMING, 2005).
2.3.2 Substâncias permitidas e proibidas pela legislação
Em 2006, o MAPA constituiu um grupo de trabalho (GT) formado por técnicos
da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), do MAPA e de universidades
brasileiras, para avaliar os princípios ativos de algumas substâncias antes utilizadas
em criadouros. A partir das análises, optaram pela proibição de algumas dessas na
alimentação animal, e liberação de outras que não possuíam evidências cientificas
sugestivas à proibição (ALLIX, 2010).
No Brasil, estão registrados no MAPA como aditivos melhoradores de
desempenho e anticoccidianos para uso em produtos destinados à alimentação
animal, as seguintes substâncias: Avilamicina, Bacitracina metileno disalicilato,
Bacitracina de zinco, Colistina, Clorexidina, Enramicina, Flavomicina, Halquinol,
Lasalocida,
Lincomicina,
Tilosina,
Virginiamicina,
Clopidol+Metilbenzoquato,
Maduramicina+Nicarbazina,
Monensina,
Ractopamina,
Zilpaterol,
Diclazuril,
Narasina,
Amprólio,
Salinomicina,
Tiamulina,
Amprólio+etopabato,
Maduramicina
amônio,
Narasina+Nicarbazina,
Nicarbazina,
Robenidina, Salinomicina, Semduramicina+Nicarbazina (BRASIL, 2013a).
Ainda de acordo com o MAPA, as substâncias proibidas na alimentação
animal com a finalidade de aditivo e a legislação correspondente são: Avoparcina
(Of. Circ. DFPA nº 047/1998), Arsenicais e antimoniais (Portaria nº 31, 29/01/2002),
Cloranfenicol e nitrofuranos (IN nº 09, 27/06/2003), Hormônios como aditivos
alimentares em aves (IN nº 17, 18/06/2004), Olaquindox (IN nº 11, 24/11/2004),
15
Carbadox (IN nº 35, 14/11/2005), Violeta Genciana (IN nº 34, 13/09/2007),
Anfenicóis, tetraciclinas, beta lactâmicos (benzilpenicilâmicos e cefalosporinas),
quinolonas e sulfonamidas sistêmicas (IN nº 26, 9/07/2009, revoga Portaria
193/1998), Anabolizantes hormonais para bovinos (IN nº 55, 01/12/2011, revoga IN
nº 10/2001), Espiramicina e eritromicina (IN nº 14, 17/05/2012) (BRASIL, 2013b).
2.4
ANTIBIÓTICOS NO USO CLÍNICO E MECANISMOS DE RESISTÊNCIA
O principal fator na escolha de um agente terapêutico, visando tratar
infecções bacterianas, consiste na determinação da sensibilidade aos antibióticos e
quimioterápicos. O antibiograma fornece informações sobre esses agentes em
relação ao microrganismo causador da patologia, porém, seu resultado deve estar
associado a informações a cerca da farmacocinética e farmacodinâmica da droga
testada para que assim seja escolhida a melhor forma de tratamento. (MOURA et al.,
2008)
Em estudo descritivo sobre o uso de antimicrobianos em hospitais brasileiros
entre 1999 a 2009, verificou-se que os grupos de antimicrobianos mais prescritos
foram as cefalosporinas e as penicilinas. Os aminoglicosídeos e os macrolídeos,
também apresentaram certa frequência de utilização, ainda que não sejam os
grupos mais usados (FRANÇA, 2012).
No estudo realizado em 2011, Korb et al. analisaram 2.931 culturas de urina,
obtendo 265 positivas, e dentre elas, 240 foram positivas para E.coli e 150
apresentaram resistência para algum antimicrobiano. Os resultados demonstram
que a resistência em infecções urinárias tem a E.coli como principal agente
etiológico (KORB, 2013).
A resistência a antimicrobianos é um fato preocupante tendo em vista que
humanos, animais e meio ambiente estão sempre em contato, e dessa forma
disseminam a partir da fonte contaminante mais cepas resistentes. Com o passar do
tempo, o leque de alternativas para tratar infecções vai se estreitando, o número de
antibióticos que não são mais eficazes aumenta e restam poucas opções de
fármacos que podem ser utilizados para tratamento. Desse modo, a utilização dos
antimicrobianos em criadouros deve acontecer de forma controlada, obedecendo às
normas impostas pelos órgãos responsáveis pela vigilância, para que dessa forma,
16
se possa evitar a indução de multirresistência nas bactérias presentes e a
propagação das mesmas para os consumidores por meio das aves consumidas.
Segundo Auto e colaboradores (2008), a resistência se dá quando uma
bactéria não é inibida por certa concentração de antibiótico, in vitro, correspondente
à que estaria disponível no sangue do paciente durante o tratamento. Surge como
consequência de mutações cromossomais ou através da aquisição de elementos
genéticos extracromossomais, portando os genes de resistência (CABRERA et al,
2007). A transferência desses elementos se dá através dos mecanismos de:
Transformação, onde uma bactéria doadora ao se desintegrar libera o material que
será incorporado ao cromossomo de outra bactéria (receptora); Transdução,
transferência de material genético entre bactérias através de bacteriófagos;
Conjugação, processo no qual a bactéria doadora transfere para a receptora parte
do seu plasmídeo contendo o gene de resistência; ou Transposição, onde os
transposons transitam entre plasmídeo, destes para o cromossomo e vice-versa,
podendo ainda penetrar em bacteriófagos (AUTO et al, 2008).
Os microrganismos tem sido capazes de desenvolver meios de escape. Como
por exemplo, o Staphylococcus aureus, que em 1946 apresentava a maioria de suas
cepas sensíveis à penicilina, e atualmente quase todas as cepas hospitalares são
resistentes a benzilpenicilina, algumas a meticilina, gentamicina, ou a ambas, e só
podem ser tratadas com vancomicina (CABRERA et al, 2007).
2.4.1 Mecanismos de resistência
Os mecanismos de resistência desenvolvidos por bactérias gram negativas
podem ser divididos em quatro grupos: modificação enzimática do antibiótico,
bombas de expulsão, alterações na permeabilidade da membrana externa (porinas),
e alterações no sítio de ação. A modificação enzimática do antibiótico se dá através
da expressão de enzimas capazes de mudar a estrutura do agente, fazendo com
que ele perca sua funcionalidade. A produção de betalactamases é o mecanismo
mais prevalente entre as bactérias gram negativas (TAFUR et al, 2008).
As betalactamases atuam rompendo o anel betalactâmico presente na
estrutura dos antibióticos betalactâmicos, responsável em grande parte por sua ação
antimicrobiana. Os genes responsáveis por codificar estas enzimas podem ser
17
encontrados em cromossomos bacterianos ou em plasmídeos, permitindo facilmente
a transferência entre diferentes bactérias, e dessa forma dificultando o controle das
infecções (TAFUR et al, 2008).
As betalactamases de espectro estendido (ESBL) tem sido observadas em
várias espécies de bactérias gram negativas, sendo que a E.coli e a Klebsiella spp.
estão frenquentemente envolvidos nesses casos. Essas enzimas são capazes de
hidrolisar cefalosporinas de terceira e quarta gerações e aztreonam, e são inativadas
pelos inibidores de betalactamases como o sulbactam, tazobactam e o ácido
clavulânico. O surgimento e a disseminação de ESBL entre os membros da família
Enterobacteriaceae tem sido descritas como ponto de urgência clínica em razão da
grande incidência de isolados em infecções relacionadas com a assistência à saúde
(IRAS). Mais de 430 ESBL já foram caracterizadas, havendo descrição de muitas
delas no Brasil (TAFUR et al, 2008; SILVA, K. et al, 2012).
As
carbapenemases
consistem
em
enzimas
que
hidrolisam
os
carbapenêmicos, podendo estar codificadas no cromossomo bacteriano ou em
elementos genéticos móveis. Embora tenham sido consideradas inicialmente como
raras, tem gerado preocupação recentemente entre os profissionais de saúde e
pesquisa pela dificuldade no tratamento e evolução clínica dos pacientes, já que a
resistência aos carbapenêmicos implica resistência a outros betalactâmicos (TAFUR
et al, 2008).
Além das betalactamases existem outras enzimas também envolvidas na
aquisição de resistência, como as metilases, acetil-transferases, nucleotidiltransferases e fosfotransferases, que inativam principalmente os aminoglicosídeos.
(TAFUR et al, 2008).
Os principais mecanismos de resistência a antibióticos observados em E.coli
estão relacionados à betalactâmicos, quinolonas, tetraciclinas, cloranfenicol, e
trimetoprim-sulfametoxazol (MOSQUITO et al, 2011).
Em oposição à resistência adquirida, a resistência intrínseca existe como uma
característica comum a todos ou quase todos os isolados de espécie bacteriana. O
conhecimento a cerca da resistência natural bacteriana é de grande importância já
que a característica impede a utilização de um agente específico para tratamento da
infecção. Os membros da família Enterobacteriaceae apresentam naturalmente
resistência a penicilina G, glicopeptideos, ácido fusídico, macrolídeos, clindamicina,
18
linezolida, estreptogramineas, mupirocina. (LECLERCQ et al., 2011; LIVERMORE et
al., 2001)
19
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1
OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS
Foram obtidas 40 amostras a partir das análises de controle de qualidade
prestadas a indústrias do Distrito Federal pelo Laboratório de Microbiologia e
Higiene dos Alimentos da Universidade Católica de Brasília.
A partir de 225ml de água peptonada contendo 25g de frango incubada a
37°C por 24 horas, foi retirada uma alíquota de 100µL, colocada em 1,9mL de caldo
Tripticase de soja (TSB) com glicerol a 20% e armazenada sob congelamento a 20°C para posterior isolamento de E.coli e análise do perfil de sensibilidade (SILVA
et al., 2007).
3.2
IDENTIFICAÇÃO
As amostras em TSB com glicerol foram descongeladas em temperatura
ambiente e 50µL de cada foram inoculados em caldo Lactose (LB) para
enriquecimento a 37°C por 24 horas. Em seguida as amostras foram inoculadas em
caldo Escherichia coli (caldo E.C.) e incubadas a 45°C por 24 horas, as que
apresentaram crescimento/turvação e produção de gás foram inoculadas por
esgotamento em Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB) e incubadas a 37°C por 48
horas (SILVA et al., 2007).
Após a incubação, as colônias características isoladas no EMB foram
inoculadas em Ágar nutriente (NA) em tubos com bisel e incubadas a 37°C por 24
horas. Uma colônia por placa, cada amostra foi feita em duplicata. A partir do NA foi
dado prosseguimento com a identificação pelas provas bioquímicas: Teste de
crescimento em Ágar Tríplice Açúcar Ferro (TSI), Ágar Sulfeto Indol Motilidade
(SIM), Teste de Citrato (Citrato Simmons), Teste Urease, Teste de Voges-Proskauer
e Teste de Lisina descarboxilase, e em seguida, a inoculação em novo TSB glicerol
somente das amostras confirmadas como E.coli para armazenamento sob
congelamento a -20°C.
20
3.3
REALIZAÇÃO DO ANTIBIOGRAMA
3.3.1 Padronização do inóculo
As amostras armazenadas foram descongeladas em temperatura ambiente,
100µL de cada foram inoculados em caldo LB e incubado em estufa a 37°C por 24
horas.
Após a incubação, a turbidez do inóculo foi ajustada com meio de cultura, de
modo que alcance a turbidez comparável à solução padrão de Mc Farland a 0,5. O
inóculo deve apresentar absorbância entre 0,08 a 0,10 em um comprimento de onda
de 625 nm (NCCLS, 2003).
3.3.2 Plaqueamento e teste
Depois do ajuste do inóculo, foi feito o plaqueamento em Agar Mueller Hinton
utilizando swabs estéreis, e posteriormente foram colocados os discos de
antibióticos. As placas foram incubadas a 37°C por 24 horas.
Foram testados os antibióticos: gentamicina (GM), cefotaxima (CTX),
imipenem (IPM), cefalexina (CN), cefoxitina (FOX), meropenem (MEM), sulfazotrim
(SUT), ciprofloxacina (CIP), amoxicilina/ac. clavulânico (AMC).
A seleção dos antibióticos que foram testados tem o objetivo de unir
substâncias que são proibidas para uso animal em criadouros (cefoxitina,
meropenem, cefalexina, cefotaxima, ciprofloxacina, imipenem, sulfazotrim) (BRASIL,
2013b) e alguns representantes de três das classes de antibióticos mais
frequentemente prescritos em hospitais brasileiros no período de 1999 a 2009
(cefoxitina, cefalexina, gentamicina, cefotaxima, amoxicilina/ácido clavulânico)
(FRANÇA, 2012).
A cepa usada para controle foi a E.coli ATCC 25922 conforme recomendação
pelo NCCLS (NCCLS, 2003).
21
3.3.3 Interpretação
Após a incubação a 37° por 24 horas seguiu-se a medição dos halos de
inibição com régua milimetrada, e interpretação dos microrganismos como
resistentes, intermediários ou sensíveis, de acordo com a classificação do NCCLS
(NCCLS, 2003).
22
4. RESULTADOS
Foram testados 9 antibióticos em um total de 40 amostras analisadas.
Dessas, 92,5% (37) foram sensíveis a Amoxicilina/Ac. Clavulânico, Meropenem,
Cefoxitina e Imipenem (Tabela 1).
Tabela 1 - Perfil de sensibilidade das cepas Escherichia coli analisadas
Amostras
2
3
4
5
6
7
8
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
Antibióticos testados
GM CTX IPM CN FOX MEM SUT CIP
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
R
S
R
S
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
S
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
I
S
R
S
S
R
S
S
R
S
R
S
S
R
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
I
S
R
S
S
S
S
S
I
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
R
S
R
S
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
R
S
R
S
S
R
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
R
S
R
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
R
S
R
S
S
S
R
AMC
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Continua em...
23
Continuação de Tabela 1 - Perfil de sensibilidade das cepas Escherichia coli analisadas
Nota: S - Sensível; I - Intermediário; R - Resistente; GM - Gentamicina 10µg (S: ≥15, I: 13-14, R: ≤12);
CTX - Cefotaxima 30µg (S: ≥23, I: 15-22, R: ≤14); IPM - Imipenem 10µg (S: ≥16, I: 14-15, R: ≤13);
CN – Cefalexina 30µg (S: ≥18, I: 15-17, R: ≤14); FOX – Cefoxitina 30µg (S: ≥18, I: 15-17, R: ≤15);
MEM - Meropenem 10µg (S: ≥16, I: 14-15, R: ≤13); SUT - Sulfazotrim 23,7/1,25µg (S: ≥16, I: 11-15, R: ≤10);
CIP - Ciprofloxacina 5µg (S: ≥21, I: 16-20, R: ≤15) ; AMC - Amoxacilina/Ácido Clavulânico 20/10µg (S: ≥18, I: 1417, R: ≤13);Classificação usando como base o 15º Suplemento Informativo (CLSI)/NCCLS e
bula Cefalexina (Eurofarma Laboratórios Ltda).
Dentre as 40 amostras, 25% (10) foram resistentes a cefalexina, 17,5% (7) a
sulfazotrim, 15% (6) a cefotaxima, 10% (4) a ciprofloxacina, e 10% (4) a gentamicina
(Tabelas 1 e 2).
Apenas 3 amostras (7,5%) se encaixaram na categoria de interpretação
intermediária, somente ao antibiótico cefotaxima (Tabelas 1 e 2).
Do total, 82,5% (33) foram sensíveis a gentamicina e ciprofloxacina, 75% (30)
a sulfazotrim, 70% (28) a cefotaxima, e 67,5% (27) a cefalexina (Tabela 1).
As amostras 1, 9 e 22 representam 7,5% do total, apresentaram crescimento
discreto de colônias dentro do halo de inibição de alguns antibióticos e por isso
estão excluídas da tabela 1, usada para classificação. Nas amostras 1 e 22 houve
crescimento nos halos da cefalexina e cefotaxima, e na amostra 9 nos halos de
cefotaxima, gentamicina, sufazotrim, cefoxitina. Segundo o NCCLS, em caso de
crescimento discreto em halos evidentes, o antibiograma deverá ser refeito usando
uma cultura ou subcultura pura de uma única colônia, isolada a partir da placa de
cultura primária. Caso pequenas colônias continuem a crescer no halo, deve-se
medir o halo de inibição livre de colônias (NCCLS, 2003). No estudo feito,
procederam-se as análises somente até a etapa de realização do antibiograma,
devido à falta de tempo hábil para nova etapa de isolamento, identificação, e novo
antibiograma. Tratando-se de halos de inibição por sulfazotrim, seguiu-se a
orientação do NCCLS de não considerar qualquer crescimento discreto e medir a
margem mais visível ao testar trimetoprim e sulfonamidas.
24
Tabela 2 – Quantidade de amostras classificadas de acordo com o perfil de sensibilidade
Antibióticos
Gentamicina 10µg
Cefotaxima 30µg
Imipenem 10µg
Cefalexina 30 µg
Cefoxitina 30 µg
Meropenem 10µg
Sulfazotrim 23,7/1,25µg
Ciprofloxacina 5µg
Amoxicilina/Ac. Clavulânico 20/10µg
Resistente
4
6
0
10
0
0
7
4
0
Amostras (nº)
Intermediário
0
3
0
0
0
0
0
0
0
Sensível
33
28
37
27
37
37
30
33
37
Gráfico 1 – Perfil de sensibilidade para antibióticos presentes entre as substâncias proibidas na
alimentação animal com a finalidade de aditivo
40
Quantidade de amostras
35
30
25
Resistente
20
Intermediário
15
Sensível
10
5
0
CTX
IPM
CN
FOX
MEM
SUT
CIP
Antibióticos
Dos 11 antibióticos testados 7 estão entre as substancias proibidas pela
legislação para alimentação animal com a finalidade de aditivo, estes estão
representados no gráfico 1. As cepas testadas apresentaram resistência a 4 deles
(cefotaxima, cefalexina, sulfazotrim e ciprofloxacina) (Gráfico 1).
25
Gráfico 2 – Perfil de sensibilidade para antimicrobianos contidos entre as classes mais prescritas em
hospitais brasileiros no período de 1999 a 2009
40
Quantidade de amostras
35
30
25
Resistente
20
Intermediário
15
Sensível
10
5
0
GM
CTX
CN
FOX
AMC
Antibióticos
Para os antibióticos gentamicina, cefotaxima, cefalexina, cefoxitina e
amoxicilina/ac. clavulânico, que estão entre as classes mais prescritas em hospitais
brasileiros, foi observada a resistência a três deles: gentamicina, cefotaxima e
cefalexina. Sendo que entre as amostras testadas, 3 tiveram um padrão
intermediário de resistência à cefotaxima, e todas foram sensíveis a cefoxitina e
amoxicilina/ac. clavulânico (Gráfico 2).
26
5. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Os dados das tabelas 1 e 2 demonstram resistência bacteriana a cinco dos
nove antibióticos testados, a cefalexina, sulfazotrim, cefotaxima, ciprofloxacina,
gentamicina, sendo o nível mais alto relacionado a cefalexina. Os dados indicam que
cepas de E.coli apresentando resistência a antibióticos estão sendo veiculadas aos
consumidores por meio de frangos congelados. A presença dessas bactérias pode
se dar por falhas nas boas práticas de fabricação, acarretando em contaminação
das aves por contato direto com o ambiente, equipamentos ou a partir do próprio
profissional da indústria no momento da manipulação das aves. As bactérias podem
ainda existirem como parte da microbiota dos frangos abatidos, tendo desenvolvido
mecanismos de resistência a partir da pressão exercida pelo uso dos antibióticos
nos criadouros. Fato preocupante, tendo em vista a possibilidade de que esses
microrganismos cheguem enfim à mesa do consumidor.
Segundo Jay (2005), doenças de origem alimentar causadas por E.coli podem
ocorrer caso não sejam tomadas as precauções devidas na manipulação do
alimento, como o cozimento inadequado, o armazenamento entre 4,4ºC e 60ºC por
mais de 3 a 4 horas, além da contaminação de vegetais que serão consumidos crus.
Foi observada resistência aos representantes das cefalosporinas de 1ª e 3ª
geração (betalactâmicos): cefalexina e cefotaxima, e dos aminoglicosídeos:
gentamicina, classes essas que estão entre as mais prescritas em hospitais
brasileiros no período de 1999 a 2009.
As cefalosporinas de primeira geração, como a cefalexina são indicadas para
tratamento de infecções mais comumente em pele, partes moles, faringite
estreptocócica, e também no tratamento de ITUs não complicadas, além de
profilaxia para cirurgias. Enquanto o uso das cefalosporinas de terceira geração
pode estar relacionado ao tratamento de variados tipos de infecções por bacilos
gram-negativos suscetíveis adquiridos em ambiente hospitalar, como pneumonias,
ITUs complicadas, e infecções de feridas cirúrgicas. A cefotaxima pode ser utilizada
para tratar meningites por bacilos gram-negativos incluindo a E.coli e outras
bactérias (ANVISA, 2007).
As indicações de uso para aminoglicosídeos tem se tornado mais criteriosas
devido ao advento de antibióticos de amplo espectro com menor potencial de
27
toxicidade. A gentamicina, integrante dessa classe, tem amplo espectro de ação,
agindo sobre gram negativos, positivos e micobacterias, indicada principalmente
contra enterobacterias e P.aeruginosa (SBP, 2014).
Estudos utilizando E.coli mostram a resistência a betalactâmicos, quinolonas,
tetraciclinas,
cloranfenicol,
e
trimetoprim-sulfametoxazol,
como
principais
mecanismos desenvolvidos por essas bactérias. A resistência aos betalactâmicos
se dá por meio das betalactamases, enzimas que hidrolisam a ligação amida do
núcleo betalactâmico, inativando o antibiótico. Em relação às quinolonas a
resistência pode acontecer a partir de mutações pontuais que geram a alteração de
aminoácidos na enzima alvo do antibiótico, por sistemas de expulsão, ou presença
de genes plasmídicos de resistência antibiótica. Contra as tetraciclinas existem
bombas de efluxo específicas para este tipo de antibiótico. A resistência ao
cloranfenicol é gerada por inativação enzimática por acetilação, ou por exportadores
específicos de cloranfenicol. Em relação ao trimetoprim-sulfametoxazol, existem
genes que codificam formas mutantes da enzima alvo (MOSQUITO et al, 2011).
Os mecanismos de modificação enzimática do antibiótico, bombas de
expulsão, e alterações no sítio de ação, modos através dos quais bactérias gram
negativas escapam do tratamento com antibióticos, são expressos a partir de genes
contidos em cromossomos bacterianos ou encontrados em plasmídeos. A presença
desses genes em plasmídeos torna possível sua disseminação para outras
populações de bactérias, como por exemplo, as que estão presentes no trato
intestinal dos humanos (TAFUR et al, 2008).
Levando em consideração o fato de que as bactérias isoladas em carcaças de
frango chegam também aos consumidores, infere-se que genes de resistência estão
sendo transmitidos e podem estar envolvidos no desenvolvimento de resistência em
microrganismos presentes no consumidor. Caso haja uma infecção por este tipo de
bactéria, os antibióticos citados, já não serão eficazes ao tratamento.
Segundo pesquisa feita na Farmácia hospitalar do Hospital de Base do
Distrito Federal (HBDF), os antibióticos mais utilizados no serviço hospitalar são:
Meropenem, Imipenem, Vancomicina, Cefepime, Cefazolina e Ciprofloxacina.
Seguidos
por
Ampicilina/Sulbactam,
Piperaciclina/Tazobactam,
Levofloxacina,
Ceftazidima, Polimixina B. Nas bactérias isoladas das amostras de frango usadas
para este trabalho, não foi encontrada resistência a meropenem e imipenem.
28
Segundo Livermore et al (2001), Enterobacteriaceae resistentes a essas drogas
seriam incomuns, necessitando de confirmação em laboratório de referência. Com o
passar dos anos essa situação foi se modificando, e atualmente bactérias
resistentes às drogas em questão estão se tornando cada vez mais comuns. A
produção de KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) por enterobactérias
confere resistência
aos antimicrobianos
carbapenêmicos,
além de inativar
penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos (DIENSTMANN et al, 2010).
A ciprofloxacina está entre as drogas mais usadas no HBDF e foi observada
resistência a ela por parte de algumas bactérias estudadas. Segundo Roriz-Filho et
al (2010), a ciprofloxacina está entre as opções terapêuticas para Infecção do trato
urinário alta (pielonefrite) e ITU de origem hospitalar. A profilaxia de ITU com
antibióticos é indicada principalmente para mulheres com ITU recorrente. Os
antibióticos mais usados para esse fim são a nitrofurantoína, sulfametoxazoltrimetoprim e as quinolonas como ácido nalidíxico ou ácido pipemídico (HEILBERG
et al, 2003). As análises realizadas neste trabalho mostraram um percentual de
resistência a sulfametoxazol-trimetoprim (sulfazotrim) de 17,5%, concordando com a
tendência linear de aumento da resistência desenvolvida por E.coli a trimetoprim e
trimetoprim/sulfametoxazol (GUPTA et al, 1999).
O presente trabalho permitiu observar o perfil de sensibilidade apresentado
pelas cepas de E.coli testadas, demonstrando que bactérias resistentes podem estar
sendo veiculadas a consumidores do Distrito Federal por meio de frangos
congelados, e que essa resistência pode estar ligada a falhas no sistema de
produção das aves, visto que quatro dos antibióticos associados à resistência
(sulfazotrim, ciprofloxacina, cefalexina e cefotaxima) estão entre as substâncias
proibidas na alimentação animal com a finalidade de aditivo.
Além disso, foi verificado que a resistência apresentada pelas cepas testadas
está relacionada a antibióticos de uso clínico, fato que implica uma preocupação
maior a cerca das opções terapêuticas ao tratar infecções geradas por bactérias
desse tipo na população do Distrito Federal.
29
REFERENCIAS
ANVISA. Antimicrobianos – Bases teóricas e uso clínico. Principais grupos
disponíveis para uso clínico: B-Lactâmicos – Cefalosporinas de primeira geração.
2007. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_w
eb/modulo1/cefalosporinas5.htm. Acesso em: 13 out. 2014.
AUTO, H. F. et al. Antibióticos e quimioterápicos. 5. ed. UFAL. 2008.
ALLIX, E. Promotores de crescimento para frangos de corte. Porto Alegre. 2010.
29f. Monografia (Graduação em Medicina veterinária). Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/48980/000835113.pdf>. Acesso
em: 13 out. 2014.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Lista de aditivos
registrados. Aditivos melhoradores de desempenho e anticoccididanos
registrados na CPAA/DFIP. Atualização 03/05/2013a. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/paginainicial/animal/alimentacao/aditivos>. Acesso em: 26 abr. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Substâncias
proibidas na alimentação animal com a finalidade de aditivo e legislação
correspondente. Atualização 03/05/2013b. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Alimenta%C3%A7%C3%A3o%20Anima
l/2013/Portal%20MAPA%20%20Subst%C3%A2ncias%20proibidas%20maio%202012.pdf>. Acesso em: 31 mai.
2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 31, de 29
de janeiro de 2002. Disponível em:
<http://www3.servicos.ms.gov.br/iagro_ged/pdf/611_GED.pdf>. Acesso em: 31 mai.
2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 09, de 27 de junho de 2003. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/CRC/IN%2009-2003%20%20Proibe%20uso%20de%20cloranfenicol%20e%20nitrofuranos.pdf>. Acesso em:
31 mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 17, de 18 de junho de 2004a. Disponível em:
<http://www.rbz.ufv.br/rbz/arquivos/instrucao_normativa_17.pdf >. Acesso em: 31
mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº11, de 24 de novembro de 2004b. Disponível em:
30
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiz
arAtoPortalMapa&chave=883125559>. Acesso em: 31 mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 13, de 30 de novembro de 2004c. Disponível em:<
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiza
rAtoPortalMapa&chave=133040692>. Acesso em: 09 out. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 35, de 14 de novembro de 2005. Disponível em:
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiz
arAtoPortalMapa&chave=1290174145>. Acesso em: 31 mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 34, de 13 de setembro de 2007. Disponível em:
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiz
arAtoPortalMapa&chave=275028696>. Acesso em: 31 mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 26, de 09 de setembro de 2009. Disponível em:
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiz
arAtoPortalMapa&chave=1984822284>. Acesso em: 31 mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 55, de 01 de dezembro de 2011. Disponível em:
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiz
arAtoPortalMapa&chave=2132393258>. Acesso em: 31 mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa
nº 14, de 17 de maio de 2012. Disponível em:
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=consult
arLegislacaoFederal>. Acesso em: 31 mai. 2014.
______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Aves. Disponível
em:<http://www.agricultura.gov.br/animal/especies/aves>. Acesso em: 9 out. 2014.
CABRERA, C. E. et al. La resistência de bactérias a antibióticos, antissépticos y
desinfectantes una manifestación de los mecanismos de supervivencia y adaptación.
Colombia Médica, [S.l.], v. 38, n. 2, p. 149-158, 2007. Disponível em:
<http://www.imbiomed.com.mx/1/1/articulos.php?method=showDetail&id_articulo=44
784&id_seccion=1610&id_ejemplar=4538&id_revista=108>. Acesso em: 13 out.
2014.
CARDOSO, A.L.S.P. et al. Avaliação da susceptibilidade a antimicrobianos de cepas
de Escherichia coli de origem aviária. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo,
v. 69, n. 2, p. 1-5, abr./jun. 2002. Disponível em:
<http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/V69_2/cardoso.pdf>. Acesso em: 12 out.
2014.
31
COSTA E SÁ, T. F. F. da. Estudo da presença de Escherichia coli O157:H7 em
vegetais pela técnica neutrongráfica. Rio de Janeiro. 2013. 64f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Nuclear) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2013. Disponível em:
<http://www.con.ufrj.br/MSc%20Dissertacoes/2013/Dissertacao_tiago_fausto.pdf>.
Acesso em: 13 out. 2014.
FLEMMING, J.S. et al. Avaliação do efeito de prebióticos (MOS), probióticos
(Bacillus licheniformis e Bacillus subtilis) e promotor de crescimento na alimentação
de frangos de corte. Archives of Veterinary Science, [S.l.], v.10, n. 2, p. 41-47,
2005. Disponível em:
<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/veterinary/article/view/4412>. Acesso em: 13
out. 2014.
FRANÇA, L. C. Principais antibióticos utilizados em hospitais brasileiros nos
últimos 10 anos. Florianópolis. 2012. 24 f. Monografia (Especialização em Saúde
Pública) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Disponível
em: <http://spb.ufsc.br/files/2012/09/Liana-C-Fran%C3%A7a-Principaisantibi%C3%B3ticos-utilizados-em-hospitais.pdf>. Acesso em: 12 out. 2014.
GONZALES, E. et al. Dossiê pecuária. Uso de antibióticos promotores de
crescimento na alimentação e produção animal. Revista UFG, Goiás, v. 13, n. 13, p.
48-53, 2012. Disponível em:
<http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/dezembro2012/arquivos_pdf/07.pdf>. Acesso
em: 13 out. 2014.
GUPTA, K. et al. Increasing prevalence of antimicrobial resistance among
uropathogens causing acute uncomplicated cystitis in women. JAMA: the Journal of
the American Medical Association, Chicago, v. 281, n. 8, p. 736-738, feb. 1999.
Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10052444>. Acesso em: 13
out. 2014.
HEILBERG, I. P. et al. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecção do trato
urinário – ITU. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 49, n. 1, p.
109-116, 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302003000100043>. Acesso em: 13 out. 2014.
JAY, J.M. Microbiologia de alimentos. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
KORB, A. et al. Perfil de resistência da bactéria Escherichia coli em infecções do
trato urinário em pacientes ambulatoriais. Revista de Biologia e Ciências da Terra,
[S.l.], v. 13, n. 1, p. 72-79, 1. sem. 2013. Disponível em:
<http://joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/666-2770-1-pb53df8fcea94fa.pdf>. Acesso em: 12 out. 2014.
LECLERCQ, R. et al. EUCAST expert rules in antimicrobial susceptibility testing.
Clinical Microbiology and Infection, [S.l.], v. 19, n. 2, p. 141-160, 2011. Disponível
em:
32
<http://www.eucast.org/fileadmin/src/media/PDFs/EUCAST_files/EUCAST_SOPs/EU
CAST-Expert-rules-v2-CMI.pdf>. Acesso em: 13 out. 2014.
LIVERMORE, D. M. et al. Interpretative reading: recognizing the unusual and
inferring resistance mechanisms from resistance phenotypes. Journal of
Antimicrobial Chemotherapy, [S.l.], v.48, n. 1, p. 87-102, 2001. Disponível em:
<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11420342>. Acesso em: 13 out. 2014.
MANTILLA, S. P. S. et al. Perfil de sensibilidade microbiana in vitro de linhagens
patogênicas de Escherichia coli isoladas de carne bovina. Colloquium Agrariae,
[S.l.], v. 8, n. 1, p. 10-17, 2012. Disponível em:
<http://revistas.unoeste.br/revistas/ojs/index.php/ca/article/viewFile/360/692 >.
Acesso em: 13 out. 2014.
MELO, D. B. Padrão clonal e perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos de
cepas de Escherichia coli isoladas de alimentos e de espécimes clínicas.
Salvador. 2010. 81 f. Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos) Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010. Disponível em:
<http://www.pgalimentos.ufba.br/sitenovo/arquivos/3122012113522.pdf>. Acesso
em: 12 out. 2014.
MINHARRO, S. et al. Envolvimento de Escherichia coli, de Mycoplasma
gallisepticum e de Mycoplasma synoviae em lesões de sacos aéreos em frangos
abatidos no estado de Goiás. Ciência Animal Brasileira, [S.l.], v. 2, n. 2, p. 111117, jul./dez. 2001. Disponível em:
<http://www.revistas.ufg.br/index.php/vet/article/view/265>. Acesso em: 12 out. 2014.
MOSQUITO, S. et al. Mecanismos moleculares de resistencia antibiótica en
Escherichia coli associadas a diarrea. Revista Peruana de Medicina Experimental
y Salud Publica, Lima, v. 28, n. 4, p. 648-56, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.org.pe/pdf/rins/v28n4/a13v28n4.pdf>. Acesso em: 13 out. 2014.
MOURA, R. A. et al. Técnicas de laboratório. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
NCCLS. Performance standards for antimicrobial disk susceptibility tests;
Approved standard—Eighth Edition. NCCLS document M2-A8. NCCLS, 940 West
Valley Road, Suite 1400, Wayne, Pennsylvania 19087-1898 USA, 2003. Disponível
em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/clsi/clsi_OPASM2-A8.pdf>.
Acesso em: 12 out. 2014.
RAMOS, L. S. N. Aditivos alternativos a antibióticos em rações para frangos de
corte. Teresina. 2009. 86f. Tese (Doutorado em Ciência animal, Área de
concentração: Nutrição e produção de animais de interesse econômico) –
Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2009. Disponível em:
<http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ciencianimal/arquivos/files/Tese_LSNR.pdf>. Acesso
em: 13 out. 2014.
RORIZ-FILHO, J. S. et al. Infecção do trato urinário. Medicina, Ribeirão Preto, v. 43,
n. 2, p. 118-125, 2010. Disponível em:
33
<http://revista.fmrp.usp.br/2010/vol43n2/Simp3_Infec%E7%E3o%20do%20trato%20
urin%E1rio.pdf>. Acesso em: 13 out. 2014.
SANTOS, A. C. M. et al. A virulência de Escherichia coli patogênica extra-intestinal
(ExPEC) em relação à idade e ao sexo do hospedeiro. O Mundo da Saúde, São
Paulo, v.33, n. 4, p. 392-400, 2009. Disponível em: <http://saocamilosp.br/pdf/mundo_saude/70/392a400.pdf>. Acesso em: 13 out. 2014.
SANTOS, B. M. et al. Principais doenças bacterianas das aves. (Cadernos
didáticos; 14) Viçosa: UFV, 1997.
SAVIOLLI, J. Y. Pesquisa de caracterização de Escherichia coli patogênica
(E.coli produtora de toxina Shiga – STEC; E.coli aviária patogênica – APEC) de
fragatas (Fregata magnificens) da Costa do Estado de São Paulo. São Paulo.
2010. 84f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2010. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-10082010-143759/ptbr.php>. Acesso em: 13 out. 2014.
SEGABINAZI, S. D. et al. Bactérias da família Enterobacteriaceae em Alphitobius
diaperinus oriundos de granjas avícolas dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, Brasil. Acta Scientiae Veterinariae, [S.l.], v. 33, n. 1, p. 51-55, 2005.
Disponível em: <http://www.ufrgs.br/actavet/33-1/artigo608.pdf>. Acesso em: 13 out.
2014.
SILVA, I. de M. M. et al. Presença de Escherichia coli em fígados de frangos
provenientes de matadouros avícolas. Revista Brasileira de Saúde e Produção
Animal, Salvador, v. 13, n. 3, p. 694-700, jul./set., 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151999402012000300009&script=sci_arttext>. Acesso em: 13 out. 2014.
SILVA, K. C. et al. Epidemiologia das betalactamases de espectro estendido no
Brasil: impacto clínico e implicações para o agronegócio. Jornal Brasileiro de
Patologia e Medicina Laboratorial, [S.l.], v. 48, n. 2, p. 91-99, 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v48n2/a04v48n2>. Acesso em: 13 out. 2014.
SILVA, N. et al. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. 3.
ed. São Paulo: Varela, 2007.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Educação médica continuada –
Aminoglicosídeos e sulfonamidas. Disponível em:
<http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=24&id_detalhe=660&tipo_det
alhe=s>. Acesso em: 13 out. 2014.
TADESSE, D.A. et al. Antimicrobial drug resistance in Escherichia coli from humans
and food animals, united states, 1950–2002. Emerging Infectious Diseases, United
States, v. 18, n. 5, p. 741-749, may. 2012. Disponível em:
<http://wwwnc.cdc.gov/eid/article/18/5/11-1153_article>. Acesso em: 12 out. 2014.
34
TAFUR, J. D. et al. Mecanismos de resistencia a los antibióticos em bacterias gram
negativas. Asociación Colombiana de Infectologia, [S.l.], v. 12, n. 3, p. 217-226,
2008. Disponível em: <http://www.sld.cu/galerias/pdf/sitios/apuacuba/mecanismos_de_resistencia_a_los_antibioticos_en_bacterias_gram_negativas
.pdf>. Acesso em: 13 out. 2014.
ZANATTA, G. F. et al. Suscetibilidade de amostras de Escherichia coli de origem
aviária a antimicrobianos. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 71, n. 3,
p. 283-286, jul./set. 2004. Disponível em:
<http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/V71_3/zanatta.PDF>. Acesso em: 12 out.
2014.
WORD HEALTH ORGANIZATION. Enterohaemorrhagic Escherichia coli (EHEC),
Dec. 2011. Disponível em:< http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs125/en/>.
Acesso em: 9 out. 2014.
35
APÊNDICE A – Materiais e métodos
36
Download