153 NEOPLASIA GÁSTRICA Dr. Sílvio C. P. Leão O carcinoma gástrico é uma das principais causas de morte por câncer em todo o mundo. Em nosso meio, infelizmente, o carcinoma gástrico encontra-se em estágio avançado por ocasião do diagnóstico. A taxa de sobrevida global após cinco anos é de 5 a 15%. Porém, nos casos diagnosticados e tratados precocemente pode chegar a 90%. INCIDÊNCIA e PREVALÊNCIA O câncer gástrico apresenta atualmente uma incidência em declínio no Ocidente, porém continua mantendo grande número de casos na América Latina e incidência altíssima no Oriente (Japão). É mais freqüente nos homens do que nas mulheres (3:2), em 70% das vezes ocorre em idade acima de 50 anos e é mais comum nos negros. ETIOLOGIA/FISIOPATOLOGIA FATORES DE RISCO a) Meio Ambiente: alimentos defumados (nitrosaminas). Dieta rica em amido e pobre em vitaminas.Trabalho com metais pesados, borracha e asbesto. Fumo e álcool estão envolvidos. b) Genético: mais relacionados com sangue do tipo A. c) Anemia Perniciosa: risco 20 vezes maior que a população normal. d) Pólipos Gástricos: pólipos adenomatosos, quando maiores que 2cm apresentam 40% de risco de malignização. e) Gastrite Hipertrófica: (Doença de Menètrier): 10% de risco relativo. f) Gastrite Atrófica Crônica: com metaplasia intestinal, tem sido associada com Câncer Gástrico, porém sem relação precursora direta. g) Cirurgia Gástrica Prévia: a maioria dos casos ocorre depois de reconstrução à Billroth II (5% de risco), virtualmente após 15 anos da cirurgia inicial. 154 h) Infecção por Helicobater Pylori: associa-se tanto com o Adenocarcinoma Gástrico quanto ao Linfoma MALT. PATOLOGIA: Tipo Histológico: 95% são adenocarcinomas, 3% são linfomas e 2% são carcinóides. Localização: 35% no Antro Gástrico, 15-30% no Corpo Gástrico e 3040% no Cárdia (sendo que está aumentando a incidência nessa localização). Modelo de desenvolvimento do Adenocarcinoma Gástrico H. pylori Fatores nutricionais Gastrite ativa crônica Metaplasia intestinal Displasia Adenocarcinoma Gástrico Fatores do hospedeiro 155 CLASSIFICAÇÕES Câncer Gástrico Precoce (aquele que não penetra além da mucosa ou submucosa, independente da presença ou ausência de metástases ou linfonodos). Tipo I: polipóide Tipo II: a – superficial elevado b – superficial plano c - superficial e deprimido Tipo III: ulcerado O tipo mais comum é o IIc + III. CLASSIFICAÇÃO DO CÂNCER GÁSTRICO AVANÇADO CLASSIFICAÇÃO DE BORRMANN Tipo I Polipóide, crescimento intraluminar, não ulcerado (3%) Tipo II Ulcerado, circunscrito, com bordas nítidas (18%) Tipo III Ulcerado e infiltrativo(16%) Tipo IV Difuso, infiltrante (linite plástica) – 63% CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA DE LAUREN: Tipo Intestinal: mais freqüente no idoso, bem diferenciado, tende a difundir-se por via hematogênica, e está associado com metaplasia e gastrite crônica. Tipo Difuso: mais comum nos jovens sem históricos de gastrite, pouco diferenciado, composto de células em anel de sinete, tende a difundir-se por contigüidade ou por via linfática. Vias de Propagação: Extensão direta aos órgãos adjacentes Linfática: para gânglios regionais; supraclavicular (sinal de Virchow); infiltração umbilical (sinal de Sister Mary Joseph). Hematogênica: via portal ou circulação sistêmica. 156 Implante Peritoneal: epiplon, peritôneo parietal, ovários (implantes de Krukenberg), e fundo de saco (Prateleira de Blummer). QUADRO CLÍNICO Raramente o câncer gástrico precoce apresenta sintomas e a plenitude abdominal pós-prandial é, em geral, o sintoma mais precoce. A maioria dos casos é diagnosticada como doença avançada: Perda de peso (70-80%), dor e dispepsia (70%), anemia (40-50%), massa palpável (30-50%), náuseas e vômitos (2040%), disfagia (20%). Ascite, derrame pleural ou linfadenopatias são sinais de metástases. O exame retal pode revelar um depósito peritoneal sólido anterior ao reto (Prateleira de Blumer). Ovários aumentados (Tumores de Krukenberg) indicam metástases intraperitoneais. Metástases para o pescoço ao longo do ducto torácico podem produzir um nódulo de Virchow, enquanto o comprometimento ganglionar periumbilical produz o nódulo de Sister Mary Joseph. A disseminação adicional pode envolver o fígado, pulmões, cérebro ou osso. ESTADIAMENTO: O estadiamento do câncer gástrico é baseado na classificação TNM, adotada mundialmente. A classificação é aplicável somente para carcinomas. Deve haver confirmação histológica da doença, onde: T – tumor primário. N – envolvimento linfonodal M – metástase a distância. CLASSIFICAÇÃO TNM: TUMOR PRIMÁRIO (T) TX – tumor primário não pode ser avaliado. TO – não há evidência e tumor primário. T is – carcinoma in situ: tumor intra-epitelial sem invasão da lâmina própria. T 1 – tumor limitado à mucosa e a submucosa. 157 T 2 – tumor envolve mucosa e submucosa (incluindo a musc. própria), e se estende até a serosa, sem penetra-la. T 3 – tumor penetra a serosa, mas não invade órgãos adjacentes. T 4 – tumor invade estruturas adjacentes. ENVOLVIMENTO LINFONODAL (N) N X – linfonodos regionais não podem ser avaliados. N O – ausência de metástases em linfonodos regionais. N I - metástase de lifonodo(s) perigástrico(s) até 3cm da borda do tumor primário. N 2 – metástase em linfonodo(s) perigástrico(s) a mais de 3cm da borda do tumor primário ou em linfonodos ao longo das artérias gástrica esquerda, hepática comum, esplênica ou celíaca. METÁSTASES A DISTÂNCIA (M) M X – presença de metástase a distância não pode ser avaliada. M O – ausência de metástase à distância. M 1 – metástases a distância. ESTADIAMENTO Estádio O Estádio IA Estádio IB Tis T1 N0 T1 Estádio II Estádio IIIA Estádio IIIB Estádio IV T2 T3 N2 N2 T2 T1 T2 T3 M0 T3 T4 M0 T4 T4 Qq T N0 M0 N1 M0 N0 M0 N0 N2 N1 M0 N1 N0 M0 M0 N0 N2 Qq N M0 M0 M1 M0 M0 M0 158 Estádio O Tis N0 M0 Estádio IA T1 N0 M0 Estádio IB T1 N1 M0 T2 N0 M0 T1 N2 M0 T2 N1 M0 Estádio II Estádio IIIA Estádio IIIB Estádio IV T3 N0 M0 T2 N2 M0 T3 N1 M0 T4 N0 M0 T3 N2 M0 T4 N0 M0 T4 N2 M0 qq T qq N M1 *qq = Qualquer Os linfonodos regionais são os perigástricos ao longo das pequenas e grandes curvaturas e os localizados ao longo das artérias gástrica esquerda, hepática comum, esplênica ou celíaca. O comprometimento de outros linfonodos intra-abdominais tais como os hepatoduodenais, os retropancreáticos, os mesentéricos e os paraaórticos, é classificado como metástase a distância. Os linfonodos de acordo com a sua localização, são divididos em nível 1 (perigástricos) até 3cm, nível 2 (extragástricos) de 3 a 5cm, nível 3 (paraaórticos, hilo hepático e mesocólon), recebendo assim a seguinte designação numérica. 159 Nível 1: (perigástricos) 1 – Cárdia à direita 2 – Cárdia à esquerda. 3 – Pequena curvatura média. 4 – Grande curvatura – superior (a) inferior (b). 5 – Pilóricos superiores. 6 – Subpilóricos. Nível 2: (extragástrico) 7 – Gástrica esquerda. 8 – Hepática comum. 9 – Tronco celíaco. 10 – Hilo esplênico. 11 – Artéria esplênica. 11a – Para-esofágico. Nível 3: (para-aórtico e mesocolón) 12 - Ligamento hepatoduodenal. 13 – Retropancreáticos. 14 – Mesentéricos superiores. 15 – Cólica média. 16 – Paraaórticos. CONDUTA DO SERVIÇO Os exames laboratoriais podem revelar anemia ferropriva. Anormalidades nas provas de função hepática indicam disseminação e os resultados das provas sorológicas como o Antígeno Carcinoembrionário (CEA) podem ser anormais. Embora esses exames não sejam recomendados para o diagnóstico original, podem ser úteis para monitorizar a doença após ressecção cirúrgica. Para o diagnóstico correto é fundamental efetuar uma endoscopia digestiva alta com biópsia e/ou citologia. O raio-X contrastado e a ecografia abdominal fornecem informações pouco específicas. A tomografia computadorizada tem valor 160 prognóstico e deve ser realizada como exame de estadiamento (TC de tórax e abdômen). O tratamento do câncer gástrico é cirúrgico. A radioterapia é utilizada como terapia coadjuvante em alguns casos. Recentemente foram descritas evidências de que a quimioterapia pós-operatória tem valor terapêutico. O tratamento cirúrgico abrange o pré-operatório, a conduta cirúrgica (procedimento cirúrgico indicado, técnica, tática etc.) e pós-operatório. PRÉ-OPERATÓRIO: Anamnese minuciosa. Exame físico completo, incluindo toques retal e vaginal. Atentar para linfonodos (supraclavicular esquerdo) e nódulos cutâneos (particularmente em cicatriz umbilical). Exames laboratoriais de rotina pré-operatória. Incluir provas de função hepática. Radiografia do tórax e ECG. Endoscopia (EDA). Seriografia esôfago-gastroduodenal (EED) para documentação e planejamento cirúrgico. Ultra-sonografia abdominal para estudar presença de metástases hepáticas. Avaliação nutricional e imunológica (teste cutâneo de sensibilidade retardada). Em caso de anergia iniciar nutrição hipercalórica enteral, preferencialmente, ou parenteral pré-operatória. Biópsia ganglionar e/ou nódulos cutâneos, se presentes. Em caso de ascite, punção para exame citológico. Em caso de obstrução antropilórica, seguir rotina descrita para cirurgia da úlcera duodenal com estenose pilórica. Preparos mecânicos dos cólons na véspera da cirurgia, em casos mais avançados. Antibioticoprofilaxia com cefalosporina de primeira geração. Obs.: 1) A maioria dos pacientes portadores de câncer gástrico, particularmente aqueles com doença avançada, apresentam graus variados de hipovolemia e requerem hidratação e/ou transfusão 161 sangüínea pré-operatória, que devem ser iniciadas três a quatro dias antes da cirurgia. 2) O tumor avançado, determinado pela presença de ascite neoplásica, prateleira de Blummer e metástases a distância, entra no critério de inoperabilidade, que, no entanto, é considerado relativo, na dependência das condições clínicas do paciente e da presença de complicações. Muitos desses pacientes devem ser submetidos a laparotomia para realização de cirurgias paliativas, para tratamento ou prevenção de complicações, que podem melhorar a qualidade de vida. CIRURGIAS INDICADAS NO CÂNCER GÁSTRICO: Curativas: o tipo de cirurgia a ser realizado está na dependência de dois aspectos principais: localização gástrica do tumor e seu estadiamento. As ressecções gástricas, de acordo com a localização do tumor, deverão englobar os linfonodos envolvidos na drenagem linfática. Conforme a escola japonesa, as cirurgias curativas devem estender os níveis de ressecção em níveis dois e três da drenagem linfática. Entende-se como Ressecção D1 as que englobam os linfonodos do nível 1, de D2 as que englobam linfonodos do nível 1 e nível 2 e de D3 as que englobam os níveis 1,2,e 3. Baseados na escola japonesa indicamos a gastrectomia a D2 para tumores classificados até T2 N1 M0 (Estadio II), ou seja, tumores sem envolvimento da serosa do estômago, com metástases apenas para os linfonodos perigástricos (n1) e sem evidências de metástases a distância. Os níveis de ressecção são definidos pela localização do tumor. Os tumores mais avançados não justificam essas ressecções mais extensas, já que o prognóstico é invariavelmente ruim. Em casos selecionados pode-se considerar uma ressecção D2 para pacientes no Estadio IIIA (T2 N2 M0 OU T3 N1 M0) desde que o comprometimento da serosa gástrica seja pequeno. Os resultados, entretanto, tendem a ser piores, já que a proposta de abordagem curativa inclui a ressecção de cadeias linfonodais num nível mais distante daquela com invasão comprovada. Nos casos de comprometimento de cadeias n2, dever-se-ia incluir a ressecção dos 162 linfonodos n3, que dificilmente são passíveis de ressecção sem aumento importante da morbidade pós-operatória, e com benefícios tardios duvidosos. Linfadenectomias Regionais Preconizadas de Acordo com a Localização do Tumor Localização do Tumor Linfadenectomia tipo n1 Antro 3,4,5,6 Corpo 1,3,4,5,6 Fundo/cárdia 1,2,3,4 Linfonodos n2 1,7,8,9 2,7,8,9,10,11 5,6,7,8,9,10,11 n3 2,10,11,12,13,14,15,16 12,13,14,15,16 12,13,14,15,16 TÁTICA CIRÚRGICA: A incisão cirúrgica proposta é a mediana, a partir do apêndice xifóide até cerca de 3 a 4cm abaixo da cicatriz umbilical. A incisão subcostal bilateral tem sido mais recentemente utilizada, pela boa exposição que oferece. Inventário completo da cavidade para estadiamento. O último local a ser examinado é o da tumoração. Tumores com invasão extensa da serosa, presença de linfonodos n3 comprometidos e metástases hepáticas, não são passíveis de ressecção curativa e devem ser considerados para ressecção paliativa. Invasão no hilo hepático, fixação posterior (pancreática e aórtica) e carcinomatose peritoneal são critérios de irressecabilidade. Retirar sempre o grande omento nos tumores ressecáveis. NEOPLASIAS DO ANTRO GÁSTRICO: Gastrectomia subtotal de três quartos ou quatro quintos com a margem de segurança de pelo menos 5 cm e secção do duodeno 3 abaixo do piloro. Reconstrução em Y de Roux. Linfadenectomias n1 e n2. NEOPLASIA DO CORPO GÁSTRICO: Nos pacientes classificados como passíveis de abordagem “curativa”, a cirurgia indicada é a gastrectomia total com pancreatectomia distal e esplenectomia. 163 Reconstrução do trânsito através do esôfago-jejunostomia término-lateral em Y-de-Roux, transmesocólica. Linfadenectomias n1 e n2. NEOPLASIAS DO FUNDO GÁSTRICO E/OU CÁRDIA: A cirurgia indicada é a esôfago-gastrectomia total por via abdominal. O hiato esofagiano é aberto superiormente e a reconstrução do trânsito por esôfagojejunostomia realizada conforme descrita para os tumores do corpo gástrico. Linfadenectomias n1 e n2. PALIATIVA: As cirurgias paliativas são realizadas com ressecções e/ou derivações. RESSECÇÕES: As ressecções gástricas paliativas são bastante aceitáveis, tendo em vista que a ressecção de tumores, ainda que avançados, é capaz de melhorar a qualidade de vida desses pacientes, reduzindo o risco de sangramento, perfuração e obstrução. Nos tumores distais, a ressecção paliativa segue o padrão descrito para as ressecções curativas das lesões do antro, sem linfadenectomia. A reconstrução pode ser à Billroth II. Pacientes portadores de neoplasias do corpo gástrico, sem condições locais favoráveis à ressecção curativa, devem ser, sempre que possível, submetidos à gastrectomia subtotal alargada, mantendo-se pequeno coto gástrico para anastomose gastrojejunal à Billroth II, como descrito anteriormente. Não há indicação, nesses casos, para ressecção pancreático-esplênica. Em casos excepcionais admite-se a gastrectomia total paliativa desde que se prevejam benefícios evidentes para o paciente. Nesses casos a reconstrução pode ser feita através de esôfago-jejunostomia término-lateral em “Y-de-Roux”. Nas neoplasias do fundo ou cárdia, a ressecção paliativa implica gastrectomia total ou em gastrectomia proximal ou polar, com reconstrução do trânsito através de esôfago-gastrostomia ou, eventualmente, interposição de alça jejunal à Merendino. 164 DERIVAÇÕES: Em grande número de pacientes portadores de câncer gástrico, até mesmo as ressecções paliativas são contra-indicadas, devido à presença de critérios de irressecabilidade ou às condições clínicas precárias do paciente. Nesses casos a paliação deve visar basicamente à manutenção de um trânsito alimentar livre. Nos tumores distais obstrutivos isto pode ser conseguido através de gastrojejunostomia transmesocólica, se possível, na parede posterior. Nos tumores da cárdia, com obstrução e sem condições de ressecção paliativa, a conduta é a introdução de tubos transtumorais (Celestin ou Mousseau), ou simples jejunostomia. Em alguns pacientes portadores de neoplasias de antro irressecáveis, o problema maior pode ser o sangramento tumoral, que, em geral, se agrava com o atrito com os alimentos ingeridos. Nesses casos uma possibilidade de paliação é a cirurgia de Devine, em que o antro gástrico é isolado através da transecção gástrica e sutura do segmento distal. O trânsito alimentar é mantido através de gastrojejunostomia proximal. PÓS-OPERATÓRIO: A conduta pós-operatória a ser seguida é a mesma descrita para pacientes portadores de úlcera péptica e submetidos à cirurgia de ressecção gástrica. Nos pacientes submetidos à gastrectomia total, recomenda-se a introdução de sonda Dubb-Hoff, com a extremidade distal abaixo do “Y” para alimentação enteral precoce no pós-operatório. No primeiro dia de pós-operatório pode-se iniciar o gotejamento de glicose a 10% e, com início do peristaltismo, nutrição enteral. Antes de iniciar a alimentação oral, por volta do sétimo dia de pósoperatório, proceder à esofagografia com contraste iodado para avaliação da 165 anastomose esôfago-jejunal. Na ausência de trajetos fistulosos a alimentação oral é reiniciada, e a sonda de nutrição é retirada. A drenagem profilática da cavidade peritoneal ao nível da anastomose esôfago-jejunal deve ser realizada de rotina. Os drenos devem começar a ser mobilizados entre o terceiro e o quarto dia de pós-operatório, e totalmente retirados entre o sexto e sétimo dia de pós-operatório, na ausência de fístulas. RESUMO ESQUEMÁTICO DE CONDUTA Admissão de paciente na vigência dos sinais: Dispepsia crônica Vômitos persistentes associados à plenitude pós-prandial Anemia Dor abdominal recorrente Perda de peso Melena Hematêmese Hemograma completo Função hepática e eletrólitos Sangue oculto nas fezes Rx simples abdômen USG abdômen total EDA + biópsia Pesquisar: Sinal de Mary Joseph Nódulo de Virchow Plateleira de Blummer Comprovação diagnóstica Dosar CEA Avaliar disseminação Ultrassonografia Tomografia Computadorizada Laparoscopia 166 Opções de tratamento Estadiamento Ausência de comprometimento linfonodal à distância e/ou metástases extragástricas Comprometimento linfonodal extenso com metástases extragástricas Tratamento Curativo Expectativa de vida 1-2 meses Localização do tumor Tratamento Paliativo Antro gástrico Corpo Gástrico Fundo gástrico/cárdia Localização do tumor Gastrectomia subtotal Y de Roux Linfadenectomia n1 e n2 gastrectomia total + pancreatectomia distal + esplenectomia (se necessário). Reconstrução esôfago-jejunostomia término-lateral em Yde-Roux. Linfadenectomia n1 e n2 gastrectomia total reconstrução por esôfago-jejunostomia Linfadenectomia n1 e n2 Distal Ressecções Derivações (irressecabilidade/ condições precárias do paciente) Gastrectomia subtotal/ reconstrução Billroth II Corpo Gástrico gastrectomia subtotal alargada/ anastomose gastrojejunal à Billroth II Fundo/Cárdia gastrectomia total com reconstrução através de esôfagojejunoanastomose. Gastrojejunostomia Jejunostomia Isolamento do antro gástrico com transecção gástrica e sutura do segmento distal + gastrojejunostomia proximal (Cirurgia de Devine). 167 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Way LW, et al. Current Surgical diagnosis & treatment, EUA; Guanabara-Koogan, 11ª ed.,2004 24: 442-68 2. Lee HK, et al. Influence of the number of lymph nodes examined on staging of gastric câncer. Br J Surg 2001, 88:1408 3. Abraham SC, et al. Hyperplastic polyps of the stomach: associations with histologic patterns of gastritis and gastric atrophy. Am J Surg Pathol 2001; 25:500 4. De Vivo R, et al. The role of chemotherapy in the management of gastric câncer. J Clin Gastroenterol 2000; 30:364