Platão: " a imagem como sombra do mundo das ideias"

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Platão: a imagem como sombra do mundo das ideias
Hélder Prior
A Estética, vista com disciplina filosófica, é uma área relativamente recente. Todavia, a reflexão
sobre a arte, nas suas múltiplas relações internas e enquanto conteúdo efectivo de conhecimento,
foi-se fazendo ao longo de séculos de história. De facto, é na Antiguidade Clássica que se
efectuam os primeiros estudos sobre o belo e, principalmente, os primeiros estudos sobre a origem
da arte. Platão é um dos fundadores da concepção clássica de beleza, de uma concepção
centrada na problemática e origem do "ser" e das questões éticas e metafísicas que lhes estão
subjacentes. Pensador da beleza em si, eterna e uniforme, a filosofia platónica centra-se na busca
do eros, da alma e de uma ideia de belo desprovida de vicissitudes e temporalidade.
Considerando a existência de dois mundos, o autor faz uma cisão entre a ideia eterna e imutável e
entre a "imagem"dessa mesma ideia. O alcance das virtudes intelectuais está dependente do
alcance da verdadeira realidade, de uma realidade que só tem lugar no mundo dos arquétipos.
Entendendo a imagem como cópia imperfeita das “coisas”, vista meramente numa relação de
semelhança (per similitudinem), esta análise incide, no plano teórico, na concepção iconoclasta
das imagens. No plano prático, tentaremos perceber em que medida as imagens surgem como
possibilidade de abertura do mundo e para o mundo.
Palavras-chaves: Imagem, Arquétipo, Conhecimento, Estética, Ontologia.
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