EDIÇÃO 1 ANO 1 N.4 OUTUBRO/DEZEMBRO/2013 ISSN 2358-6133 “A influência da música na sociedade” A decadência da música, nos dias atuais “A importância da música na evolução do Brasil” Biografia de Caetano Veloso Fenômenos musicais 1960 a 2000 Entrevista com o pequeno músico José Marcos Rezende EDIÇÃO 1 ANO 1 N.4 OUTUBRO/DEZEMBRO/2013 Nesta edição: Autoras: Coordenadores: Conselho editorial: Esp. Eliana Leão ISSN 2358-6133 Ms. Alcemir Pinheiro Ms. Andrea Kochhann Dr. Eleno Araújo Editora Chefe: Andréa Kochhann. Designer Gráfico: Dayanne Vitória Lopes; Nay Brúnio Borges. “Revista Pedagógica: Uma análise sociológica em Pedago-gia” é uma projeto de extensão da Universidade Estadual de Goiás, da UnU de São Luís de Montes Belos, coordenado pelos professores Ms. Andréa Kochhann e Dr. Eleno de Araújo, editores chefe da Revista Pedagógica. É um proje-to vinculado ao curso de Pedagogia, que discute a indissoci-abilidade ensino-pesquisaextensão da academia, com vín-culo interdisciplinar. Carta ao Leitor 03 (Artigo) A Importância da Música na Evolução do Brasil 04 Biografia de Caetano Veloso 07 Movimento Tropicália 08 Movimento Punk 09 (Artigo de Opinião) A influência da música na sociedade 09 Sucessos – Túnel do tempo 10 (Artigo de Opinião) A importância da musicoterapia: uma concepção individual 12 Efeitos da música na vida do ser humano: Entrevista 14 A decadência da música brasileira 16 Passando o Tempo 18 Catalogação na Fonte Comissão Técnica do Sistema Integrado de Bibliotecas Regionais (SIBRE), Universidade Estadual de Goiás Revista Pedagógica: o som da liberdade. / Universidade Estadual de Goiás. - Ano 1, n. 4 (out./dez. 2013)- . - Anápolis (GO): Universidade Estadual de Goiás, 2013- . Trimestral Descrição baseada em: Ano 1, n. 4 (out./dez. 2013). Com o título: Revista Pedagógica: o som da liberdade. Publicações continuadas das: Revista Pedagógica: saúde e beleza (Ano 1, n. 1); Revista Pedagógica: planeta bola (Ano 1, n. 2); Revista Pedagógica: as faces da violência (Ano1, n. 3). ISSN: 23586133 1. Educação. 2. Sociedade. I. Universidade Estadual de Goiás. II. Título. CDU 37 O som da liberdade r o Leito a a t r Ca Querido Leitor! Você sabia que a música desde sempre tem sido para o ser humano uma forma de expressão? De acordo com alguns dicionários, a música nada mais é do que a arte de combinar sons que soam de forma agradáveis aos nossos ouvidos. A música pode alterar e liberar partes reprimidas inscritas em nosso corpo, sendo capazes de nos fazer lembrar de pessoas e lugares especiais, momentos marcantes e também de nos fazer rir, chorar e dançar. O homem traz consigo as marcas de sua história. Ao longo desta história a música esteve presente e influenciado a sociedade. Tão antiga quanto o homem, a Música Primitiva era usada para exteriorização de alegria, prazer, amor, dor, religiosidade e os anseios da alma. Darwin declarou que a fala humana não antecedeu a música, mas derivou dela. Em determinadas épocas a musica foi um grande meio de expressão e Crítica, como no período da ditadura militar no Brasil, a Bossa Nova, por exemplo. Outro movimento foi o tropicalismo, revolucionando a MPB, impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional. Infelizmente durou pouco tempo, porém sua importância foi muito grande. Tendo como destaque cantores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e outros. Houve também movimentos artísticos que utilizam a música e a estética como uma crítica, como o movimento punk, em que a juventude tornou-se rebelde influenciada, também, pelo Rock in Roll. Percebe-se que a música nem sempre foi usada só de uma maneira. Hoje ela é sentimentalista, romântica , obscena e vulgar. Esperamos que goste! Boa Leitura e reflexão! Vamos sorrir? 3 O som da liberdade Artigo Científico A Importância DA Música NA EVOLUÇÃO DO BRASIL A história do ca, com o surgimenhomem é marcada to de novos estilos por diversas trans- musicais, como é o formações que re- caso da Bolsa Nova percutiram na evolu- e da MPB, sendo no ção do conhecimen- princípio a elite seu to e consequente- público alvo. mente proporcionou Porém devido novos ideais, tor- às divisões políticas, nando o homem o procuravam-se moque é hoje. No Bra- dificar o estilo musisil não foi diferente, seu contexto histórico foi assinalado por lutas e revoltas em busca de uma sociedade democrata e igualitária. Charge de Belmonte publicada em 25 de maio de 1946 Através de manifestações artísticas como a arte, a música e a literatura. No qual foi usado como instrumento de libertação e conscientização, principalmente na época da ditadura, período caracterizado pela repressão, pelas torturas e pela censura aos meios de comunicação. Em especial a músi- 4 cal, tendo como tema a realidade social e política. No início da Ditadura entre 1964 a 1968, a música ainda obtinha uma “liberdade de criação e expressão”, pois era transmitida somente para os que as obtinham acesso, ou seja, a elite. Não sendo perigosos para as entidades políticas. As manifestações arNo entanto, estísticas estavam conse pensamento foi motribuindo para um pensamento ideológidificado depois que a co voltado para critimúsica ganhou espaço car ao regime militar no maior meio de coe sua opressão. Desmunicação de massa, te modo no final de à televisão, aumentan1968 o governo milido seu público. Outra tar decretou o AI-5, o forma de expansão da mais arbitrário dos Atos Institucionais, MPB foi através do troque deu início a um picalismo, surgindo em período de censura e 1968 um movimento repressão. Surgindo com forte influência na então as músicas de música brasileira que protesto. misturou breguice com atitudes de vanguarda. Assim também inúmeros compositores, como CaA música tornou- etano Veloso, Gilberto se um hino revolu- Gil, Chico Buarque, encionário e marcou tre outros, passaram a várias manifesta- ser duramente perseguições estudantis dos pelos militares. E contra o regime. Neste ponto, pode muitos foram obrigados -se apontar a im- a deixar o país e ficar portância do artis- exilados. ta engajado na produção de uma música comprometida com a realidade brasileira [...]. A cultura era o cimento que reforçava identidades e valores políticosociais que informavam e formavam aquela geração. (DANILO DE OLIVEIRA FREIRE, 2009) Mais mesmo diante das perseguições os compositores da MPB não se calaram, tornando-se uma resistência contra o regime. Juntamente com o samba e o rock, desenvolvendo um tipo de crítica e crônica social em favor da resistência social. O som da liberdade A MPB [...] com suas letra bem elaboradas, o samba com sua capacidade de expressar uma [...] cultura popular urbana ameaçada pela modernidade conservadora capitalista e o rock com seu apelo a novos comportamentos e liberdades para o jovem das grandes cidades. (DANILO DE OLIVEIRA FREIRE, 2009) Percebendo que a música desde seu início tem sido uma forma de expressão da sociedade, em muitos casos como uma inculcadora ideológica. Podendo perceber que determinadas músicas tiveram muita importância para o crescimento intelectual da sociedade, devido as suas letras serem impactantes. E são utilizadas até hoje como forma de expressão a favor dos direitos do cidadão. Porém hoje nem todas as músicas são usadas desta forma. No Brasil existem diversos problemas sócias que abrangem variados temas, atingindo diretamente ou indiretamente to- 5 do cidadão brasileiro. No entanto, em muitos casos a música está sendo usada de forma banal e não mais utilizada a favor do bem estar do povo brasileiro, alguns padrões estão indo para imoralidade. Mas não todos. Existem na atualidade novas canções que criticam a forma na qual o governo vem agindo com a sociedade, e um exemplo disto é a música “Pavão Pavãozinho” da cantora Fernanda Brum: O que vi na Central do Brasil No Pavão Pavãozinho, em Padre Miguel Eu não viu em outro lugar, fora daqui Fora com tanta miséria Vou lá espantar o fantasma do caos E mandá-lo pra outro lugar Pra casa de apolion [...] É, é hora de senado acordar É hora desse povo sacudir É hora da bondade dominar É, é hora de crer mais nos tribunais De exorcizar o mofo das prisões De ver nossos velhinhos a cantar [...] Incoerência e impru- dência e maledicência Queria pregar perdeu a inocência Palanque da Injustiça Onde o pobre passa fome Onde a viúva e o idoso não tem nome Promessas esquecidas de outros carnavais Lembravam da igreja agora imprudência e maledicência Queria pregar perdeu a inocência Palanque da Injustiça Onde o pobre passa fome Onde a viúva e o idoso não tem nome Promessas esquecidas de outros carnavais Lembravam da igreja agora já não lembra mais Seguiram no batuque dessa dinheirada Perderam a visão agora já não tem mais nada [...] Acorda Brasil. É possível dizer que a música se faz presente em todas as manifestações sociais e pessoais do ser humano desde os tempos mais remotos. Foto publicada pela MK Music no CD “Liberta-me” O som da liberdade Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem primitivo se comunicava por meio de gestos e sons rítmicos, sendo, portanto, o desenvolvimento da música, resultado de longas e incontáveis vivências individuais e sociais. A partir da mistura de elementos europeus, africanos e indígenas, trazidos por colonizadores portugueses, escravos e pelos nativos que habitavam o chamado Novo Mundo. A música do Brasil se formou e assim outras influências foram se somando ao longo da história, estabelecendo uma enorme variedade de estilos musicais. A variedade encontrada hoje no Brasil tem uma influência muito grande no homem. A música demonstra o que o compositor sente e quer passar para a sociedade. Por isso ela foi tão influente no período da ditadura, mostrando a realidade de opressão que todos estavam vivendo. Assim fica claro que a música não só participou do desenvolvimento do Brasil, mas continua se evoluindo com ele, interpretando aos ventos suas reais intenções. Jessica C. Gonçalves e Yonara Karolliny Plácido . Referência: FREIRE, Danilo de Oliveira. A musica como um instrumento de reação a ditadura. Mundo filosófico o portal do conhecimento.2009,jan., Disponível em: <http://www.mundofilosofico.com.br/index.php? option=com_content&view=article&id=31:musica -ditadura&catid=3:filosofia&Itemid=2 > Refletindo um pouco... Fonte: http://blogandoaoleo.blogspot.com.br/ 6 O som da liberdade BIOGRAFIA Caetano Veloso, além de compositor e cantor, destaca-se também como polemista. Nascido em 07 de agosto de 1942. E uma das principais expressões Música da Popular Brasileira. Uma das figuras mais importantes da música popular brasileira contemporânea, Caetano Veloso começou a cantar e tocar violão em Salvador, onde foi estudar, ao lado da irmã Maria Bethânia. Nos anos 60, conheceu Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé, e juntos começaram a fazer shows. Em 1965, Maria Bethânia foi chamada para substituir Nara Leão no espetáculo "Opinião", no Rio de Janeiro, e levou Caetano para acompanhá-la. No mesmo ano, ele foi convidado a gravar o seu primeiro compacto, com "Cavaleiro" e "Samba em Paz". Em 1967, gravou o primeiro LP, "Domingo", com Gal Costa. O disco "Tropicália", ao lado de Gil, Gal, Tom Zé, Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinam, e Nara Leão, marcou o início do movimento tropicalista. Em 1968, no 3o Festival Internacional da Canção, chegou a ser vaiado pelo público e teve a música "É Proibido Proibir" desclassificada. 7 Em 1969, depois de ser preso pela ditadura militar, Caetano partiu para o exílio na Inglaterra, onde lançou discos e compôs canções como "London, London" e "Como Dois e Dois". Retornou ao Brasil em 1972 e fez shows em várias cidades. Nos anos seguintes, começou a atuar também como produtor. Sua volta ao Brasil gerou polêmica: a esquerda o acusava de ter se alienado da política. Caetano, por sua vez, dava respostas irônicas ou debochadas. Em 1976 Caetano, Gal, Gil e Bethânia novamente se uniram e formam o grupo Doces Bárbaros, que gravou um LP e saiu em turnê. Depois, Caetano lançou um compacto simples com as músicas carnavalescas "Piaba" e "A filha da Chiquita Bacana". Em 1997, saiu o primeiro livro de Caetano, "Verdade Tropical", um relato pessoal sobre sua visão de mundo. Seu disco "Livro", de 1998, ganhou o prêmio Grammy em 2000, na categoria World Music. O som da Liberdade Talentoso e multimídia, Caetano também fez trilhas inesquecíveis para o cinema, como "Tieta". Em 2003, uma música gravada para o filme "Frida" da diretora Julie Taymor, o levou aos palcos do Oscar. Em 2004, no CD "A Foreign Sound" fez releituras de canções em inglês, com clássicos de Paul Anka, Elvis Presley, Cole Porter, entre outros, com destaque para "Come as You Are",do Nirvana, além de "Feelings" de Morris Albert, uma das canções mais gravadas de todos os tempos. Nos anos 1980, Caetano Veloso continuou gravando e produzindo discos, como "Outras Palavras", "Cores, Nomes", "Uns" e "Velô". Em 1986, comandou, ao lado de Chico Buarque, o programa de televisão "Chico & Caetano", onde cantavam e recebiam convidados. Nos anos 1990, voltou a fazer sucesso com o disco "Circuladô", cuja faixa-título era baseada num poema de Haroldo de Campos. Logo em seguida, "Tropicália 2" refez a parceria entre Caetano e Gil. Em 1997, saiu o primeiro livro de Caetano, "Verdade Tropical", um relato pessoal sobre sua visão de mundo. Seu disco "Livro", de 1998, ganhou o prêmio Grammy em 2000, na categoria World Music. Talentoso e multimídia, Caetano também fez trilhas inesquecíveis para o cinema, como "Tieta". Em 2003, uma música gravada para o filme "Frida" da diretora Julie Taymor, o levou aos palcos do Oscar. Em 2004, no CD "A Foreign Sound" fez releituras de canções em inglês, com clássicos de Paul Anka, Elvis Presley, Cole Porter, entre outros, com destaque para "Come as You Are",do Nirvana, além de "Feelings" de Morris Albert, uma das canções mais gravadas de todos os tempos. Johnatan Widson Fonte : http://educacao.uol.com.br/ biografias/caetano-veloso.jhtm Movimento tropicália O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Alguns cantores -compositores foram destacados como, Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantorcompositor Tom Zé, da Banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A 8 música brasileira pósBossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica. Ao unir o popular, o pop e o experimenta- lismo estético, as ideias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional. Porém o movimento durou pouco mais de um ano, reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968 Yonara Karolliny Fonte:http:// tropicalia.com.br/ identifisignificados/ movimento O som da Liberdade Artigo de opinião Movimento Punk Após Segunda Guerra o mundo se modificou, a cultura jovem da época tomava proporções nunca antes imaginadas. Uma geração de adolescentes, jovens e adultos que se revelavam nos mais diversos tipos de manifestação artística. No mundo da música, o rock in roll foi um dos que mais se destacaram das manifestações desta cultura jovem. Em pouco tempo, sua estética foi empregada para se transmitir as diferentes formas de mensagem. Com o visual fugindo dos padrões que a sociedade impõe através do modismo, mostrando sua revolta pelo corte de cabelo à moicano coloridos, roupas velhas surradas em oposição ao consumismo, jaquetas arrebitadas com frases de indignação às injustiças do Estado repressor e a atitude subversiva, se mostra o PUNK. A influência da música na sociedade Desde o surgimento da humanidade a música vem influênciando as pessoas de todas as gerações, sendo utilizada como forma de expressão cultural, de sentimentos e de manifestações sócias e artísticas., quebrando “tabus” e colaborando para as transformações políticas , sócias e econômicas. cias, como por exemplo os movimentos punk, alternativos (ripes/reggae) e emotivos, que mudaram o perfil ideológico de muitas pessoas. Muitos desses movimentos lutavam e lutam com o objetivo de ter uma forma diferente de expressão e uma melhor qualidade de vida, buscando as revoluções, a paz para A música contribui a sociedade em geral. para a formação do Acredito que com caráter da sociedade, isso a música é um inspois é capaz de trazer trumento de formação para dentro de cada de ideais e opiniões pessoa sentimentos e capaz de modificar o pensamentos que gemundo em que viveram movimentos sómos de forma criativa e consistente, pois interfere na vida e no cotidiano das pessoas que a ouvem , havendo uma interação pessoal com o meio social. Por fim, creio que a música é de grande importância para a cultura de cada nação, para a construção de crenças, para as modificações e melhorias no mundo, para gerar a paz e esperança entre as pessoas que lutam pelos seus ideais. Ketlen Mayara Jessica Carneiro Gonçalves 9 O som da Liberdade Sucessos –túnel do tempo 1960 Pela primeira vez, surge o termo MPB, Fazendo sucesso a Bolsa Nova e também o movimento tropicália. - banho de lua – Celly Campello - O Calhambeque - Roberto Carlos -Baby – Caetano Veloso 1970 Renovação da música popular. Produção musical de cunho nacionalista, também os “bailes da pesada” - Jesus Cristo - Roberto Carlos -Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás - Raul Seixas -Eu te amo meu Brasil – Dom e Ravel 1980 Um nova onda de Rock e pop apoiada ao movimento pós-punk new wave. Período que inaugura oficialmente o movimento axé music. -Como Uma Onda (Zen Surfismo) - Lulu Santos -Menina Veneno – Ritchie -Faroeste Caboclo - Legião Urbana 10 O som da Liberdade 1990 Renovadas categorias musicais; Samba -pagode, axé music, o sertanejo e também a chamada música pop eletrônica. -Sozinho - Caetano Veloso (Universal) -Evidências - Chitãozinho & Xororó -Vira Vira - Mamonas Assassinas Forte presença do sertanejo que recebe tendências de vários estilos musicais, 2000 como o axé, pagode e o funk. -Ligação urbana - Bruno & Marrone -Sorte grande - Ivete Sangalo -Ela só pensa em beijar - MC Leozinho -Deus e eu no sertão - Victor e Léo 2010 Presença do sertanejo, mais conhecido como Sertanejo Universitário, um estilo diferente do sertanejo tradicional, que vem conquistando um novo público uma nova geração. -Voa beija-flor - Jorge e Matheus -Na base do beijo – Ivete Sangalo - Ai se eu te pego - Michel Teló -Que da vontade dá - Guilherme e Santiago Yonara Karolliny Plácido Cintra 11 O som da Liberdade Artigo de opinião A IMPORTÂNCIA DA MUSICOTERAPIA: uma concepção individual Falar da Musi- para enfrentar as di- de um bom churras- coterapia para mim é ficuldades que a vi- co e companhias de poder expressar o que da apresenta. bom papo, é um pro- a música tem propici- Como sou professo- grama muito legal. ado na minha vida e ra da Universidade Eu vejo que cada que pode propiciar na também adoro indi- momento da vida a vida de cada um que car filmes e músicas música tem um sen- compreende a para ouvir e teorizar. tido. importância. Muitas sua nos Muitas Andréa Kochhann músi- No âmbito psi- pessoas pensam que cas são criadas como cológico eu me va- ouvir música está as- forma de protesto e lho muito da música. sociada apenas festas, podem ser analisa- Quando churrascos, bebidas, das não só na Uni- triste, baladas e outras situa- versidade mas, tam- estressada, ções agitadas. Mas, bém na Educação nada enfim, em vá- na verdade a música Básica. mesmo rios momentos da pode estar associada quando não mostram minha vida, percebo aos vários movimen- indícios de protestos que a música me tos, inclusive religio- podem ser analisa- ajuda no aspecto psi- sos, educacionais e das. cológico, principal- psicológicos. E me sinto angustiada, apaixo- É claro que a mente, me acalman- Eu adoro ir na música também cai do. Sinto que ela age igreja e ouvir os cân- bem em momentos inclusive ticos. Me traz uma descontraídos como cérebro e controla paz de espírito e for- festas. Uma boa mú- minhas emoções. talece sica 12 minha alma no meu Pedagoga. Especialista em Língua Portuguesa, Métodos e Técnicas de Ensino e Docência Universitária. Mestre em Educação pela Cambridge University International, com área de concentração em Psicanálise. Mestranda em Educação pela PUC-Goiás com área de concentração em Políticas Educacionais. Pesquisadora na área de formação de professores. Professora de Graduação e PósGraduação. Coordenadora da Paidos – Revista Eletrônica de Educação. Gerente de Extensão da UEG. acompanhada O som da liberdade No livro do Lou de Olivier que questradas. pessoas não valorizem a música e trata de alguns assuntos interes- É interessante, mas a nem pensem nela como terapia, santes, aponta que a musicotera- música influencia até mesmo mas eu, acredito que a música pia pode auxiliar no tratamento na velocidade em que dirijo pode influenciar na vida das pes- inclusive de autistas, de pessoas meu carro. Se eu coloco uma soas, controlar as emoções, auxi- em coma ou qualquer estado de música tranquila, a tendência é liar em tratamentos e até mesmo inconsciência parcial, ou seja, eu dirigir mais devagar. Mas, curar algumas doenças. para esse teórico e eu concordo se eu coloco uma música mais O CRER – Centro de Rea- com ele, a música pode ser usada agitada, eu acabo correndo bilitação e Readaptação Dr. Hen- mais. As- rique Santillo, em Goiânia, é uma sim, eu prova da importância da musico- diz que a música tem vejo que a terapia. Eu convido a todos para uma grande influên- música visitarem o CRER e constatarem cia no corpo, expres- interfere na prática uma das formas da sada pela pulsação no meu musicoterapia agir na vida das cérebro. É pessoas. Façam uma visita pesso- engraçado almente ou, pelo menos acesse o como a site www.crer.org.br. Na minha gestivo dos alimentos, no traba- música age no meu corpo, pois vida a música age e na sua? Essa lho com os músculos, e princi- muitas vezes ao ouvir a letra é a minha concepção individual. palmente, no meu caso, no siste- de uma música e apreciar o E a sua? ma nervoso. Quando eu estou som, me emociono e inclusive, nervosa a melhor coisa é ouvir choro. como terapia. O autor ainda elevada, pela diferença na pressão sanguí- Fonte: http://oceventos.blogspot.com.br/2011/05/ musicoterapia.html nea, no processo di- músicas, principalmente as or- Andréa Kochhann Pode ser que algumas QUEM CANTA E NÃO ENCANTA... Fonte: http://detudo1puco.blogspot.com.br/2011/03/tiras-turma-da- 13 O som da liberdade Efeitos da música na vida do ser humano Entrevista: entrevistado: JOSÉ MARCOS REZENDE FERNANDES ARAÚJO Idade: 11 ANOS. Cidade: TURVÂNIA filiado: VÂNIA FERNANDES GOMES e JOSÉ DA SILVA ARAÚJO gostei muito. E logo após me interessei pelo sax, e mesmo quando o projeto de música terminou, eu dei continuidade na minha carreira, continuei pegando aulas particulares com o professor Boby. E estou muito feliz!! Eu quero tocar pra ficar famoso.” Através da música a criança, adolescentes e jovens despertam a criatividade, percepção, sensibilidade, a sua comunicação, torna-se mais natural com o mundo exterior, assim com essa análise, foi feita uma entrevista com o pré-adolescente José Marcos de 11 anos no qual entrou no mundo musical através de um projeto de música feito em sua cidade, iniciando tocando flauta. Na entrevista quando lhe é perguntado “o porque e o que o levou interessar pela música?” ele responde: “Antes eu me interessava pela bateria sempre tive vontade de tocar. Assim no projeto de música que eu participei em Turvânia aprendi a tocar flauta, 14 Pode-se notar o quanto José Marcos se anima em falar da música. Seu entusiasmo é grande. Ao perguntar em que curso pretendia se formar ele responde: “Pretendo me formar em música, estudar a música. E também fazer faculdade. E estudar muito.” Seu entusiasmo é tão grande que até faz planos pro seu futuro... Tem ideias inovadoras... E quando foi perguntado o que ele almeja para o seu futuro, responde: “Eu quero tocar em uma banda famosa, e nas minhas horas vagas quero montar um projeto de música aonde eu vou dar aulas pra cri- anças, também que não tenha condições de estudar a música . E colaborar para que outras pess o a s tenham a mesma oportunidade que eu tive. De ser músico.”O que a música mudou na sua vida? Se pode notar o quanto sua vida mudou através da música. Seus pais tem muito orgulho dele ate dizem: “O José Marcos sempre foi uma criança tranqüila, esforçada, na escola sempre foi um dos primeiros na turma, um filho exemplar. E mesmo depois da música ele continuou estudando muito, se esforçando e só me dá orgulhos. E ainda me ajuda muito aqui no supermercado. Quando ele não está estudando. Mas com certeza ele se tornou bem mais desinibido, ficou mais comunicativo.” Assim posso dizer que a música pode transformar a Vida do ser humano como prova disso perguntei à ele o que a música mudou em O som da liberdade sua vida ele diz: “A música descansa, exercita, é divertido, traz muitas oportunidades, quem estuda música fica com a mente mais aberta. Tornase uma pessoa melhor e tem reconhecimento de todos.” A música pode ter um importante papel na vida do ser humano, como forma de libertação, um grito de socorro, uma maneira de dar voz a seus ideais, ela também nos proporciona oportunidade de abranger os conhecimentos intelectuais. Quando "oiei" a terra ardendo Qual a fogueira de São João Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Eu perguntei a Deus do céu, ai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornaia Nem um pé de "prantação" Por farta d'água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Por farta d'água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão Inté mesmo a asa branca Bateu asas do sertão 15 Quando tive a oportunidade de entrevistar o José Marcos, eu pude perceber a importância que a música tem na vida dele, é muito bonito ver nos olhos de uma criança o brilho de se sentir orgulhoso por fazer algo do qual se sente prazer, da qual se gosta. Quando perguntei a ele o que a música tinha mudado na vida dele e ele me respondeu: “quem estuda música fica com a mente mais aberta”. Achei muito interessante essa resposta. Pois ele me confidenciou que ele é o melhor aluno da sua classe, e que depois que ele começou a estudar a música ele teve uma maior facilida- "Intonce" eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração "Intonce" eu disse, adeus Rosinha Guarda contigo meu coração Hoje longe, muitas légua Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo Pra mim vortar pro meu sertão Espero a chuva cair de novo Pra mim vortar pro meu sertão Hoje longe, muitas légua Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo de de compreensão das matérias, achei muito bom. Infelizmente nem todas as crianças têm a mesma oportunidade, que o José Marcos teve, pois estudar música exige investimento e nem todos tem acesso as mesmas oportunidades. Por isso, vai um apelo as autoridades ou pessoas que se interessem por este tipo de projeto, vamos colaborar, vamos investir, montar projetos para a inclusão destas crianças, para dar a elas as oportunidades que eles tanto sonham. Thais Fernanda Martins Pereira e Sousa. Pra mim vortar pro meu sertão Espero a chuva cair de novo Pra mim vortar pro meu sertão Quando o verde dos teus "óio" Se "espaiar" na prantação Eu te asseguro não chore não, viu Que eu vortarei, viu Meu coração Eu te asseguro não chore não, viu Que eu vortarei, viu Meu coração Luiz Gonzaga O Som da liberdade A DECADÊNCIA DA MUSICA BRASILEIRA DÉCADA DE 30: Ele de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta: “Tu és divina e graciosa, Estátua majestosa no amor! Por Deus esculturada. És formada com ardor... Da alma da mais linda flor de mais ativo olor, que na vida é preferida pelo beijaflor...”. DÉCADA DE 40: Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira, escreve para a Rádio Nacional e manda oferecer a ele uma linda musica: “A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua costuma se embriagar, nos seus olhos eu suponho que o sol, num dourado sonho vai claridade buscar”. DÉCADA DE 70: Ele chega em seu fusca, com tala larga, sacode o cabelão, abre a porta pra mina entrar e bota uma melo jóia no tocafitas: “Foi assim, como ver o mar a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar, não tive a intenção de me apaixonar, mera distração e já era momento de se gostar... Quando eu dei por mim nem tentei fugir do visgo que me prendeu dentro do seu olhar quando eu mergulhei no azul do mar sabia que era amor e vinha pra ficar...”. DÉCADA DE 80: Ele telefona pra ela e deixa rolar um papa meio melódico: “Fonte de mel nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias,você é mãe do sol... Beleza esperta! Você me deixa a rua deserta quando atravessa e não olha pra trás. Linda! E sabe viver, você me faz feliz...”. DÉCADA DE 50: Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa: “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela menina, que vem e que passa... Moça do corpo dourado do sol de Ipanema,... é a coisa mais linda que eu já vi pas- DÉCADA DE 90: sar...”. Ele liga pra ela e deixa gravada uma musica na DÉCADA DE 60: Ele aparece na casa dele com secretaria eletrôum compacto simples embai- nica: xo do braço, ajeita a calça “Agora vem, pra perto Lee e coloca na vitrola uma vem, vem depressa, vem sem fim, dentro de mim que eu música papo firme: “Nem mesmo o céu nem as estrelas, quero sentir o teu corpo pesando nem mesmo o mar e o infinito, não é sobre o meu, vem meu amor, vem maior que o meu amor, nem mais pra mim me abraça devagar, me beija e me faz esquecer...”. bonito...”. 16 SÓ QUE AINDA NÃO PAROU NA DÉCADA DE 90: Ele liga pra ela e a convida para rala-rala daqueles e curtir: “Bota a mão no joelho! E da uma baixadinha, vai mexendo gostoso, Balançando a bundinha!Agora mexe vai, Mexe, mexe mainha,... Agora mexe Balançando a poupancinha! Mexe, mexe, pro lado!... pro outro vai mexendo embaixo, vai mexendo gostoso! ‘Ah, que beleza, que maravilha, isso eh magnifico, mãe! ’”. SÓ QUE AS COISAS VÃO PIORANDO EM 2001: Ele captura na net um batidão legal e manda pra ela, por e-mail: “Vem! Tchutchuca! Vem aqui pro seu Tigrão, vou te jogar na cama e te da muita pressão!... Senta aqui com seu pretinho, vou te pegar no colo e fazer muito carinho...”. E EM 2002 A VUGARIDADE AUMENTA: Ele para o chevetinho 81, rebaixado e no mais alto volume solta o som: ”Abre as pernas, faz beicinho vou morder o seu grelinho. Vai Serginho, vai Serginho. Abre a boca não se espanta, eu vou gozar na sua garganta...” AINDA NÃO ACABOU EM 2003: Ele oferece uma música no baile : “Vou mandando um beijinho pra filhinha e pra vovó, só não posso esquecer da minha eguinha Pocotó!” O som da liberdade PORÉM EM 2004: Ele a chama para dançar no meio da pista e... “Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas estão descontroladas. Ela sobe, ela desce, ela dá uma rodada, elas estão descontroladas...”. ASSIM EM 2005: Ele resolve mandar um convite para ela, através do rádio: “Hoje é festa lá no meu apê! Pode aparecer, vai rolar bundalelê! Hoje é festa lá no meu apê, tem birita até amanhecer!” EM 2006: Ele a convida pra curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país : “To ficando atoladinha! To ficando atoladinha! To ficando atoladinha calma! Calma foguentinha!” AINDA POR CIMA ELA DIZ: “Vai, dá tapinha na bundinha, vai! Que eu sou sua cachorrinha vai! Fico muito assanhada. Vamos dá uma lapadinha? Só se for na rachadinha. Toma gostosa, lapada na rachada... Você pede e eu te dou, lapada na rachada. E aí, tá gostoso ?...”. JÁ EM 2007 PARA 2008: Assim eles “trocam o cd” e dizem: “Na 4 por 4 a gente zoa, whisky, Red Bull, quanta mulher boa olha que vixe o bagulho tá sério vai rolar um adultério!”. E também junto com o romantismo foi se embora à fidelidade: “Mais a fiel fala ele é meu e a amante fala ele é nosso. Não sou de ninguém eu tôo na pista pra negócio...”. “Vou não, quero não, posso não, minha mulher não deixa, não. Não vou não, quero não.” Agora é assim... 2012: Ele avisa assim: “ai se eu te pego, ai se eu te pego!” Ou já diz o que quer de uma vez: “Eu quero tchu, eu quero tcha. Eu quero tchu-tcha-tcha, tchu-tchu-tcha Tchu-tcha-tcha, tchu-tchu-tcha”. Ou então expõe suas intimidades: “Quando eu te vi no portão, de trancinha, tamanco e vestido azul. Logo latejou o meu pau e ali logo vi que piscou o seu cu. Puxei sua calcinha de lado e dei três cuspidas pro meu pau entrar. Então eu fiquei assustado, porque você só queria mamar...”. Assim vai para o lixo boa parte da música brasileira, do romantismo, da fidelidade e principalmente da privacidade pessoal. Afinal ninguém quer saber o que alguns cantores fazem com seus companheiros dentro do quarto. Acorda Brasil! Vamos deixar de vulgaridade, e passar a usar a música como antes e como muitos ainda utilizam... ...Como forma de expressão de crítica contra as práticas ilícitas ou desumanas que são feitas na humanidade, e o mais engraçado que, por ela própria... ...Acorda Brasil!!! Referencias: A decadência do romantismo.Slideshare: presente yourself.Disponível em: <http://www.slideshare.net/ oscarbiologo/decadencia-da-musica-brasileira-l> Acesso em:12/06/2012 as 08h49min. Adaptado por: Jessica C. Gonçalves e Flaviana Pereira. EM 2011: Ele diz: 17 O som da liberdade Passando o Tempo... Fontes: http://eensino.blogspot.com.br/2010/05/atividade-em-que-o-aluno-encontrara-no.html http://3.bp.blogspot.com/_KafaFtnFe88/TSOP5xsM3WI/AAAAAAAAfZ4/Q9Lqs1-aWmI/s1600/7+erros+004.jpg 18 O som da liberdade Passando o Tempo... Angeli . Fonte:http://territorioat.wordpress.com/page/27/ Willtirando. Fonte: http://www.willtirando.com.br/?post=1131 19 O som da liberdade Realização: Acadêmicos do 1º ano de pedagogia.