Primeiras aulas - Psicologia Aplicada ao Direito

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Psicologia Aplicada ao Direito
Aula 2 ou Primeiras aulas
Introdução ao estudo da Psicologia:
Segundo VIEGAS (2007), são quatro os tipos do conhecimento:
Ideológico ou senso comum => conhecimento passado de geração em geração.
Religioso => origem do homem, seus mistérios e princípios morais.
Filosófico => origem e o significado da existência humana.
Científico => Conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de
estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Deve ser obtido de
maneira programática, sistemática e controlado, para que se permita a verificação de sua
validade.
Psicologia do senso comum => se adquire informalmente - não proporciona diretrizes
para a avaliação de questões complexas. As pessoas geralmente confiam muito na
intuição, na lembrança de experiências pessoais ou nas palavras de alguma autoridade.
Psicologia: origens e objetos
Origem => Surgiu enquanto ciência a partir do 1º laboratório criado por Wilhelm Wundt.
Objetos => comportamento e processos mentais.
 Comportamento => toda forma de resposta ou atividade observável realizada por
um ser vivo.
 Processos mentais => experiências subjetivas – sensações, percepções, sonhos,
pensamentos, crenças, sentimentos.
“Ciências Psicológicas”
A Psicologia possui diferentes objetos de pesquisa.
Escola behaviorista => estímulos ambientais, os experimentos. Dedica-se ao estudo das
interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e
o ambiente (as estimulações). S ―> R
Escola gestaltica => os mecanismos da percepção e sua influência sobre o
comportamento humano; Para os gestaltistas, entre o estimulo que o meio fornece e a
resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção. O que o indivíduo percebe
e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
Escola psicanalítica => comportamentos Inconscientes.
Por fim a “Psicologia Jurídica” => seu objeto de estudo localiza-se nas relações e
interações entre o indivíduo, o Direito e o Judiciário. (Psicossocial)
Psicologia: origens e objetos
Em quais circunstâncias nasceu a psicologia científica?
A história da psicologia enquanto ciência inicia-se em 1879 quando na Universidade de
Leipzig, Alemanha, o médico, filósofo e psicólogo alemão, Wilhelm Wundt, funda o
primeiro grande laboratório de pesquisa em psicologia. Antes de Wundt a psicologia era
tida, simplesmente, como um ramo da filosofia.
Dois nomes se ligam à data do nascimento da psicologia e disputam sua paternidade.
 Fechner e a publicação dos Elementos de Psicofísica publicada em 1860.
 Wundt e a publicação de seu livro Elementos de Psicologia Fisiológica, em 1864, e
à criação do primeiro laboratório psicológico, em Leipzig, Alemanha, em 1879.
Considerando qualquer uma dessas datas, o certo é que foi, na segunda metade do
século XIX e na Alemanha, que veio à luz essa nova ciência.
 O ponto central da obra de Fechner era encontrar a relação existente entre mente
e corpo, físico e psíquico.
 Fez várias experiências, testando os processos psicológicos com os métodos das
ciências exatas.
 Com a publicação do livro Elementos de Psicologia Fisiológica, em 1864, Wundt
reúne, classifica e agrupa os elementos da vida mental, enuncia os seus princípios
e os seus problemas, ele estrutura e normatiza a psicologia. Com isso, dá-lhe,
também, uma nova definição.
 A psicologia deixa de ser o estudo da vida mental e da alma e passa a ser o estudo
da consciência ou dos fatos conscientes. Assim estruturada e sistematizada, a
psicologia passa a ser uma ciência autônoma, não mais um apêndice da filosofia
ou da fisiologia.
 A fundação do laboratório para a pesquisas psicológicas, em 1879, teve como
grande desafio e principal objetivo, estudar os processos mentais através dos
métodos experimentais e quantitativos que eram pertinentes às outras ciências,
mostrando, nessa sua preferência, a influência da raiz ou fonte científica. Os
métodos constituíam o fundamento do seu trabalho. Utilizou a observação, a
experimentação e a quantificação sem, no entanto, desprezar a introspecção.
 Ao final do século XIX e durante as primeiras décadas do século XX, a Psicologia
passou a ter o status de ciência.
 Nesta época, cinco principais pontos de vista tornaram-se foco do trabalho dos
pesquisadores em Psicologia: o do Estruturalismo, o do Funcionalismo, o do
Behaviorismo, o da Psicologia da Gestalt e o da Psicanálise.
 Já em meados do século XX, muitas dessas escolas foram perdendo a força,
mantendo-se ativos até hoje apenas o Behaviorismo e a Psicanálise. A partir da
segunda metade daquele século, o Humanismo de Carl Rogers fez-se tão forte e
com tantos adeptos que poderia também ser visto como uma escola da Psicologia.
Surgiu ainda neste período o Cognitivismo, com o estudo do processamento das
informações pela mente humana.
Estruturalismo
O objetivo do Estruturalismo era descobrir tudo sobre a estrutura e o conteúdo da
mente humana. Seus partidários sustentavam que cada totalidade psicológica
compõe-se de elementos (sensações, imagens e sentimentos) que se encontram
justapostos, associados entre si.
Funcionalismo
Os funcionalistas preocupavam-se em entender o “porquê” da experiência e do
comportamento. Em lugar de fazer isso buscando os elementos componentes da
mente, como faziam os estruturalistas, buscavam examinar as atividades da mente,
procurando compreender como ela realiza as funções de adaptação à realidade.
O funcionalismo preocupa-se com a utilidade prática das ideias e dos comportamentos
para a sobrevivência do organismo no meio ambiente. Essa busca de utilidade confere
aos funcionalistas um modo pragmatista de ver o mundo, pois, para eles, só tem valor
estudar os processos mentais que têm um sentido prático.
William James, médico, filósofo e psicólogo, professor da Universidade de Harvard,
pode ser considerado o fundador do Funcionalismo em Psicologia.
Outra ideia que identificamos no pensamento de Willian James é a de que a evolução
biológica fez com que o ser humano desenvolvesse a capacidade de reflexão, que
permite que este se adapte ao ambiente em que está inserido. O pensamento permite
que possamos reagir aos estímulos do meio de modo indireto, mediado pela
inteligência, e não apenas por meio de respostas imediatas, como ocorre com os
animais.
Psicologia da Forma ou Gestalt
A escola gestaltista da Psicologia deu grande relevo ao estudo sistemático do
processo psicológico da percepção.
O conceito de Gestalt, forma ou estrutura foi expresso como um conjunto de coisas
que se prendem, se apoiam e se determinam reciprocamente. [...] Gestalt significa um
padrão ou todo organizado, ao invés de uma soma de partes. A maneira de ser de
cada parte depende da estrutura do conjunto e das leis que o regem (CAMPOS, 1997,
p. 32).
Para a Gestalt, não se pode analisar os fenômenos mentais e comportamentais em
elementos pré-determinados arbitrariamente, pois o todo psicológico é mais do que a
soma de suas partes. Assim, os fenômenos psicológicos merecem ser compreendidos
em sua totalidade.
A Psicologia da Gestalt é representada historicamente pelos pesquisadores
Wertheimer, Kohler e Koffka. Wertheimer pesquisou os processos de percepção
visual. Ele defendeu a ideia de que o todo é mais do que a soma das partes nos
fenômenos psicológicos demonstrando-a por meio de experimentos.
Para a Psicologia da Gestalt, o olhar do observador é mais importante do que as
características do estímulo. Quando falamos em percepção ou compreensão de uma
situação problema, haveria uma propensão do sujeito para perceber as figuras ou
situações desta ou daquela forma. É por isso que a Psicologia da Gestalt é apontada
como apriorística, ou inatista, na medida em que características inatas do cérebro
determinariam as diferenças individuais de percepção, de aprendizagem e de
resolução de problemas.
O Behaviorismo
 Foi a escola americana mais influente.
 O behaviorismo, ou psicologia do comportamento, nasceu com Watson, nos
Estados Unidos.
 O termo vem do inglês "behavior" e quer dizer comportamento.
 A psicologia como ciência do comportamento é hoje a definição universalmente
aceita.
 Recebeu influência do hedonismo, da teoria darwiniana, de Thorndike e dos
reflexologistas russos, sobretudo Pavlov.
 Assim como teve origem diversa, o behaviorismo teve também ramificações e
tendências diversas.
Edward L. Thorndike
 Considerado precursor do behaviorismo.
 Sua investigação da conduta animal foi decisiva para a explicação do
comportamento através de um controle rigoroso e sistemático.
 Colaborou com a educação, principalmente pela elaboração de princípios da
aprendizagem.
 Formulou a lei do exercício: quanto mais frequente, mais recente e mais fortemente
um vínculo é exercido, mais efetivamente será fixado.
 Os behavioristas estudam aspectos objetivos, observáveis e mensuráveis da
atividade psicológica.
 Deixam de lado aspectos subjetivos, considerados não mensuráveis.
 Seus partidários deixaram de lado o estudo da mente para estudar o
comportamento.
 O estudo do comportamento animal é parte importante do behaviorismo.
 Para conhecer a psicologia animal, o método da observação, defendido pelos
behavioristas, acaba sendo o caminho possível.
 John B. Watson (1878-1958), foi quem o denominou de behaviorismo. Baseou-se
no estudo da psicologia animal, já bem desenvolvida no início do século XX. O
estudo, nos animais, permitia experiências impossíveis no homem
 Watson entendia que, se a observação objetiva era um método adequado para
conhecer o comportamento animal, por que não utilizá-la com seres humanos?
 Um de seus pontos de partida foi o materialismo científico. O homem seria uma
espécie de animal entre os outros. As suas reações poderiam ser estudadas como
qualquer outro fato da natureza.
 O behaviorismo nega todas as tendências inatas. Para Watson o homem herdou
apenas as estruturas de seu corpo e de seu funcionamento.
 Não herdou nenhuma característica mental: nem inteligência, nem habilidades,
nem instinto, nem talentos nem dons especiais.
 Watson dava ênfase ao ambiente, o condicionamento (S-R), exercido pelo
ambiente, era responsável pelo comportamento.
 Para Watson, o processo de condicionamento, isto é, a associação de um estímulo
inicialmente neutro a uma resposta, por meio do treinamento ou repetição, era a
chave para a compreensão do comportamento.
Os reflexologistas russos
 O estudo dos reflexologistas russos reforçou os princípios do behaviorismo.
 I. M. Sechenov (1829-1905), Ivan P. Pavlov (1849-1936) e Vladimir Bechterev
(1857-1927), já sustentavam que o caminho adequado para estudar a
aprendizagem era a investigação fisiológica dos reflexos.
 Ivan P. Pavlov (1849-1936) foi o mais conhecido deles. Sua pesquisa sobre o
reflexo condicionado tornou-se famosa.
 Fez o cão salivar mediante a ação de um estímulo neutro como o som de uma
campainha. A campainha não está associado à salivação dos cães, mas poderia
passar a produzir esta resposta se fosse tocada juntamente com a apresentação
do alimento por repetidas vezes.
 O processo de associação da campainha (estímulo - S) à salivação (resposta - R)
foi denominado condicionamento.
 O reflexo condicionado foi a grande descoberta de Pavlov.
 Essa descoberta foi utilizada pelo behaviorismo para o estudo dos processos
psíquicos e na análise do comportamento.
 Através da técnica do condicionamento, era possível estudar o processo de
elaboração do comportamento.
 Em síntese, o behaviorismo ou psicologia aplicada ao comportamento tem, como
objeto, o estudo da conduta humana e animal.
 É um sistema elementista e associacionista.
 O comportamento ou a personalidade se associam através do processo de
condicionamento.
 A totalidade das reações constitui a personalidade.
 Os neobehavioristas
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)
 Pesquisador behaviorista mais conhecido. Suas ideias, originadas no Behaviorismo
clássico de Watson e nas pesquisas sobre condicionamento de Pavlov,
aprimoraram o estudo do comportamento pelo Behaviorismo, e estão vivas até
hoje.
 Skinner ultrapassou o condicionamento clássico, desenvolvendo o que chamou de
condicionamento operante.
 Diferente do condicionamento clássico, no condicionamento operante, o
comportamento do sujeito é modelado por suas consequências, que se constituem
numa terceira variável, além do estímulo e da resposta. Você compreenderá
melhor isso se entender o conceito de reforço.
 Reforço é tudo aquilo que aumenta a probabilidade de uma resposta associada
anteriormente a um estímulo acontecer novamente. É a consequência dos
comportamentos, como as recompensas, por exemplo, que costuma fazer com que
eles se repitam.
 A premiação tende a funcionar muito bem. Prêmios são denominados, na teoria, de
reforços positivos.
 Comportamentos indesejáveis tendem a extinguir-se quando não são premiados ou
quando a consequência deles se apresenta como um estímulo aversivo; um
castigo ou punição.
 É possível reforçar um comportamento pela retirada de um estímulo. Esta retirada
é chamada de reforço negativo, que aumenta a probabilidade de a resposta
desejada ocorrer.
 Skinner utilizou-se de experimentos que ficaram famosos realizados com ratos de
laboratório num equipamento que ganhou o nome de Caixa de Skinner.
 Cada rato era colocado sozinho no interior da caixa, a qual era equipada com um
bebedouro acionável pelo experimentador ou pelo próprio rato, na medida em que
pressionasse numa pequena barra existente no interior do equipamento.
 A estratégia era deixá-lo privado de água, isto é, com sede, antes da realização do
experimento. Em seguida, buscava-se treinar o rato para pressionar a barra. A
água lhe era oferecida cada vez que este realizava comportamentos que se
aproximavam da pressão à barra. Mais adiante, a água era oferecida ao rato
somente se ele pressionasse a barra de fato. Observando as consequências de
seus comportamentos anteriores, o rato passava a pressionar a barra com mais
frequência do que antes.
 Dentre os behavioristas, o trabalho de Skinner é o que tem mais implicações
educacionais.
 Sua abordagem teve profundo impacto nas tecnologias de ensino, especialmente
no que se refere à instrução programada.
 Podemos concluir que, para o Behaviorismo, a aprendizagem se refere a
mudanças observáveis no comportamento das pessoas, causadas unilateralmente
pela ação sobre elas do ambiente material e social.
Em sentido lato, a psicologia teria por objetos de pesquisa o “comportamento” e os
“processos mentais” de todos os seres vivos. (DAVIDOFF, 2001; MORRIS; MAISTO,
2004; MYERS, 1999) Define-se por comportamento toda forma de “[...] resposta ou
atividade observável realizada por um ser vivo.” (WEITEN, 2002, p. 520) Por seu turno,
processos mentais aludiriam às “[...] experiências subjetivas que inferimos através do
comportamento – sensações, percepções, sonhos, pensamentos, crenças, sentimentos.”
(MYERS, 1999, p.2)
“Ciências Psicológicas”
A partir de uma reflexão epistemológica mais precisa, verifica-se que a Psicologia
possuiria, de fato, diferentes objetos de pesquisa e, por conta disto, diferentes métodos e
técnicas de pesquisa. Nas palavras de Japiassu: “Por isso, talvez fosse preferível
falarmos, ao invés de “Psicologia”, em “Ciências Psicológicas.” (1983 p.24-6)” Por
exemplo, no que concerne aos processos mentais podemos citar os mecanismos da
percepção e sua influência sobre o comportamento humano (objeto da escola gestaltica);
em relação ao comportamento anormal e suas injunções inconscientes, as pesquisas da
escola psicanalítica. No que pese o comportamento e suas relações com os estímulos
ambientais, os experimentos da escola behaviorista e assim sucessivamente.
Psicologia científica e psicologia do senso comum
Todos nós usamos o que poderia ser chamado de psicologia de senso comum em nosso
cotidiano. Observamos e tentamos explicar o nosso próprio comportamento e o dos
outros. Tentamos predizer quem fará o que, quando e de que maneira. E muitas vezes
sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida (Ex: o melhor método
para criar filhos, fazer amigos, impressionar as pessoas e dominar a cólera). Entretanto,
uma psicologia construída a partir de observações casuais tem algumas fraquezas
críticas.
O tipo de psicologia do senso comum que se adquire informalmente leva a um corpo de
conhecimentos inexatos por diversas razões. O senso comum não proporciona diretrizes
sadias para a avaliação de questões complexas. As pessoas geralmente confiam muito
na intuição, na lembrança de experiências pessoais diversas ou nas palavras de alguma
autoridade (como um professor, um amigo, uma celebridade da TV).
A ciência proporciona diretrizes lógicas para avaliar a evidência e técnicas bem
raciocinadas para verificar seus princípios. Em consequência, os psicólogos geralmente
confiam no método científico para as informações sobre o comportamento e os processos
mentais. Perseguem objetivos científicos, tais como a descrição e a explicação. Usam
procedimentos científicos, inclusive observação e experimentação sistemática, para reunir
dados que podem ser observados publicamente. Tentam obedecer aos princípios
científicos. Esforçam-se, por exemplo, por escudar seu trabalho contra suas distorções
pessoais e conservar-se de espírito aberto.
Ainda assim, os cientistas do comportamento não estão de acordo quanto aos
pressupostos fundamentais relacionados aos objetivos, ao objeto primeiro e aos métodos
ideais. Como outras ciências, a psicologia está longe de ser completa. Existem muitos
fenômenos importantes que não são ainda compreendidos. As pessoa não devem
esperar uma abordagem única do objeto da psicologia ou respostas para todos os seus
problemas.
PERSONALIDADE:
FORMAÇÃO
E
DESENVOLVIMENTO.
DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL
PERSONALIDADE => origina-se do latim “persona”.
SIGMUND FREUD
Estrutura e Dinâmica da Personalidade - (De acordo com a teoria psicanalitica)
Id – O id é a fonte da energia psíquica (libido). É de origem orgânica e hereditária.
Apresenta a forma de instintos que impulsionam o organismo. Está relacionado a todos os
impulsos não civilizados, de tipo animal, que o indivíduo experimenta. Não tolera tensão.
Seu o nível de tensão é elevado, age no sentido de descarregá-la. É regido pelo princípio
do prazer. Sua função e procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-se na zona
inconsciente da mente. O Id não conhece a realidade objetiva, a "lei" ética e social, que
nos prende perante a determinadas situações devido as conclusões da interpretação
alheia. Por isso surge o Ego.
Ego – Significa “eu” em latim. É responsável pelo contato do psiquismo com o mundo
objetivo da realidade. O Ego atua de acordo com o princípio da realidade. Estabelece o
equilíbrio entre as reinvindicações do Id e as exigências do superego com as do mundo
externo. É o componente psicológico da personalidade. As funções básicas do Ego são: a
percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos. Localiza-se na zona
consciente da mente.
Superego – Atua como censor do Ego. É o representante interno das normas e valores
sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas
impostos à criança. São nossos conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego
nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos
algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos
algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez que este não
conhece a moralidade. É o componente social da personalidade. As principais funções do
Superego são: inibir os impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual)
e lutar pela perfeição. Localiza-se consciente e pré-consciente.
 Pelo Id o empregado deixaria de comparecer ao trabalho num belo dia ensolarado,
dedicando-se a uma aprazível atividade de lazer: uma pescaria, um cinema, etc.
 O Ego aconselharia prudência e buscaria uma oportunidade adequada para essas
atividades.
 O Superego diria ser inaceitável faltar com um compromisso assumido, por
exemplo, com o supervisor ou colegas de trabalho, ou ao próprio trabalho.
Os três sistemas da personalidade não devem ser considerados como fatores
independentes que governam a personalidade. Cada um deles têm suas funções
próprias, seus princípios, seus dinamismos, mas atuam um sobre o outro de forma tão
estreita que é impossível separar os seus efeitos.
Níveis de Consciência da Personalidade
Para Freud, os
três
níveis
de
consciência
são: consciente,
pré-consciente
e
inconsciente.
Consciente – inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado momento.
Recebe ao mesmo tempo informações do mundo exterior e do mundo interior.
Pré-consciente – (ou sub-consciente) – se constitui nas memórias que podem se tornar
acessíveis a qualquer momento, como por exemplo, o que você fez ontem, o teorema de
Pitágoras, o seu endereço anterior, etc. É uma espécie de “depósito” de lembranças a
disposição, quando necessárias.
Inconsciente – estão os elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis à
consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método da
associação livre. Os processos mentais inconsciente desempenham papel importante no
funcionamento psicológico, na saúde mental e na determinação do comportamento.
O que seria então Personalidade?
A personalidade é uma estrutura interna, formada por diversos fatores em interação. Não
se reduz a um traço apenas, como a autodeterminação ou um valor moral. Pode ser muito
ou pouco valorizada. Não importa. Uma pessoa mesmo sem valores, mal formada, com
falhas morais ou limitações psicológicas, não deixa de ter personalidade porque tem uma
estrutura interna, embora defeituosa.
Também, a personalidade não é a simples soma ou justaposição de elementos, mas um
todo organizado e individual, produto de fatores biopsicossociais.
 Nos fatores biológicos estão: o sistema glandular e o sistema nervoso.
 Entre os fatores psicológicos estão: o grau e as características de inteligência,
as emoções, os sentimentos, as experiências, os complexos, os condicionamentos,
a cultura, a instrução, os valores e vivências humanas.
 Nos grupos sociais: como a família, a escola, a igreja, o clube, vizinhança,
processa-se a interação dos fatores sociais.
Concluindo, a personalidade seria um conjunto de características que diferenciam os
indivíduos.
PSICOSE
Psicose é um termo psiquiátrico genérico que se refere a um estado mental no qual
existe uma "perda de contato com a realidade". Nos períodos de crises mais intensas
podem ocorrer, irá variar de caso a caso, alucinações ou delírios, desorganização
psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranoide, acentuada inquietude
psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa. Tal é
frequentemente acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz
numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do comportamento.
Desta forma surgem também, nos momentos de crise, dificuldades de interação social e
em cumprir normalmente as atividades de vida diária.
Como tal, a psicose pode ser causada por predisposição genética, fatores exógenos
orgânicos mas desencadeados por fatores ambientais, psicossociais, com acentuadas
falhas no desempenho de papéis, na comunicação, no autocontrole, no comportamento
da afetividade,
na percepção
sensorial,
na memória,
no raciocínio,
no pensamento e linguagem. Há perda do senso da realidade e da capacidade de testá-la
e, em casos extremos, do autoconhecimento, deixando o paciente de cuidar-se no
aspectos mais triviais, como a alimentação e a higiene pessoal.
Na psicanálise, a psicose causou dificuldades teóricas para Freud, mas não para Lacan.
Se o primeiro demonstrou-se hesitante em enquadrá-la teoricamente, concentrando-se
na neurose, Lacan, tomando-a constantemente em suas conferências, associou-a
à foraclusão do Nome-do-Pai. Conceito forjado por Jacques Lacan para designar um
mecanismo específico da psicose, através do qual se produz a rejeição de um significante
fundamental para fora do universo simbólico do sujeito. Quando essa rejeição se produz,
o significante é foracluído. Não é integrado no inconsciente, como no recalque, e retorna
sob forma alucinatória no real do sujeito.
NEUROSE
O termo neurose foi criado pelo médico escocês William Cullen em 1769 para indicar
"desordens de sentidos e movimento" causadas por "efeitos gerais do sistema nervoso".
Na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose ou distúrbio neurótico e se refere
a qualquer desordem mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento
racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Essa é uma diferença importante em
relação à psicose, desordem mais severa.
A neurose, na teoria psicanalítica, é uma estratégia ineficaz para lidar com sucesso com
algo, o que Sigmund Freud propôs ser causado por emoções de uma experiência
passada causando um forte sentimento que dificulta reação ou interferindo na experiência
presente. Por exemplo: alguém que foi atacado por um cachorro quando criança pode ter
fobia ou um medo intenso de cachorros. Porém, ele reconheceu que algumas fobias são
simbólicas e expressam um medo reprimido.
Há muitas formas específicas diferentes de neurose: piromania, transtorno obsessivocompulsivo (TOC), ansiedade, histeria (na qual a ansiedade pode ser descarregada como
um sintoma físico), e uma variedade sem fim de fobias.
Todas as pessoas têm alguns sintomas neuróticos, frequentemente manifestados nos
mecanismos de defesa do ego que as ajudam a lidar com a ansiedade. Mecanismos de
defesa que resultam em dificuldades para viver são chamados "neuroses" e são tratados
pela psicanálise, psicoterapia/aconselhamento, ou outras técnicas psiquiátricas.
PERVERSÃO
Perversão é um termo usado para designar o desvio, por parte de um indivíduo ou grupo,
de qualquer dos comportamentos humanos considerados normais e/ou ortodoxos para
um determinado grupo social. Os conceitos de normalidade e anormalidade, no entanto,
variam no tempo e no espaço, em função de várias circunstâncias.
A perversão distingue-se da neurose e da psicose como modo de funcionamento e
organização defensiva do aparelho psíquico. O termo é também frequentemente utilizado
com o sentido específico de perversão sexual, ou desvio sexual.
 Alucinação é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, são
percepções sem um estímulo externo. Tudo que pode ser percebido pelos 5
sentidos (audição, visão, tato, olfato e gustação) pode também ser alucinado.
Segundo Kraepelin, "Delírios são ideias morbidamente falseadas que não são acessíveis
à correção por meio do argumento". Bleuler, por sua vez, dizia que " Ideias Delirantes são
representações inexatas que se formaram não por uma causal insuficiência da lógica,
mas por uma necessidade interior.
Exemplo: Um jovem de 23 anos, vítima de um acidente do trabalho que lhe custou a
perda de quatro dedos da mão direita começou apresentar uma expressiva inadequação
afetiva (ao invés de aborrecido, mostrava-se feliz) e com um delírio no qual julgava-se
Deus, cheio de poderes, auto suficiente e ostensivamente ameaçador para com as
pessoas que dele duvidavam. Resumidamente, está claro que tal ideação emancipada da
realidade era por demais compreensível: tratava-se de um mecanismo de defesa
psicotiforme no qual, em COMPENSAÇÃO à mutilação e deficiência o seu poder passou
a ser infinito. Trata-se pois de uma Ideia Deliroides (ou um Delírio Secundário), o qual
habitualmente pode fazer parte de numa Reação Psicótica Aguda.
REFERÊNCIAS
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. São Paulo: MacGraw-Hill do Brasil, 1991.
FREIRE, Izabel Ribeiro. Raízes da psicologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de
Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago.
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J-B. Vocabulário da Psicanálise. 7. ed. Tradução de
Pedro Tamen. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
ROUDINESCO, E. PLON, M. Dicionário de Psicanálise. Zahar: Rio de Janeiro, 1998.
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