EDIÇÃO 178 - JULHO 2008 Teste de esforço deve ser máximo POR

Propaganda
EDIÇÃO 178 - JULHO 2008
TESTE DE ESFORÇO DEVE SER MÁXIMO
POR LUIZ CARLOS DE MORAES ([email protected])
www.revistacontrarelogio.com.br
O teste ergométrico, exame conhecido pela maioria dos corredores, tem por
objetivo submeter o corredor, ou qualquer pessoa, a um estresse físico
programado e personalizado a fim de avaliar a resposta cardíaca, na tentativa
de prever desde uma simples desordem cardíaca até um problema mais grave
que só se manifesta com o esforço acentuado.
O teste deve ser personalizado e máximo exatamente porque ninguém tem o
mesmo condicionamento físico. Máximo significa dizer ultrapassar os valores
normais de cada um e o que pretende fazer. Sendo assim, um sedentário irá
seguir um protocolo que no máximo o faça correr lentamente enquanto um
corredor de elite deverá no final do teste estar correndo muito acima do seu
melhor em competições. Essa é a diferença.
O teste ergométrico para quem vai fazer atividade física não pode ser igual
para todos como normalmente acontece seguindo um protocolo calcado em
percentual extraído da fórmula 220 - idade, que está ultrapassada.
Durante anos a fio, entre tantas equações, a mais difundida no meio dos
profissionais de saúde e principalmente os de Educação Física, é a 220 idade. Eis o problema. Não há questionamento simplesmente porque ela é
recomendada até em livros de fisiologia e alguns sites na Internet, sem nenhum
controle sério, como se todos nós fossemos iguais.
ERRO GRANDE NA 220 - IDADE. Qualquer equação pode apresentar um erro
estimativo, entretanto, de 2 a 5 batimentos pode ser desprezível para ser
validada. A 220 - idade, segundo estudos recentes, apresenta um erro de 11
batimentos para mais ou para menos e nunca foi estabelecida uma amostra
com um número considerável de pessoas. Claro, se estamos usando-a num
teste importante como o ergométrico ou na prescrição de um exercício contínuo
visando seja lá qual for, no mínimo estaremos subestimando a capacidade do
indivíduo. Pior se, ao contrário, estivermos expondo-o a um risco
desnecessário.
Basicamente são conhecidos dois tipos de ergômetros: a bicicleta ergométrica
e a esteira rolante. Vários estudiosos criaram ao longo dos anos protocolos
adequados a cada tipo de pessoa a ser avaliada. Todos começam com
exercício de baixa intensidade e progressivamente vai-se aumentando o
esforço até um limite teórico estabelecido.
O ergômetro mais comum e mais fidedigno, segundo a maioria dos
fisiologistas, é a esteira rolante porque nela o indivíduo movimenta maior
massa muscular, usa um tipo de exercício mais comum à população (andar,
correr) e atinge-se com mais facilidade uma freqüência cardíaca máxima
desejada. Na bicicleta ergométrica, com exceção dos ciclistas, há uma grande
facilidade de fadiga precoce do quadríceps (músculos da coxa), sem que o
testado tenha atingido a freqüência cardíaca alvo e tampouco o volume
máximo de oxigênio. Ou seja, a avaliação fica incompleta. O corredor deve ser
avaliado na esteira sempre, e o ciclista na bicicleta porque são as atividades
esportivas que irão praticar.
De um modo geral, em qualquer protocolo escolhido a maioria dos avaliadores
limita o teste a 85% da freqüência cardíaca máxima extraída da tal fórmula 220
- idade. Cooper, entre outros médicos, afirma que testes com essa limitação ou
submáximos deixam de detectar até 39% das desordens cardíacas reveladas
somente numa avaliação máxima de esforço.
Na opinião dele, com a qual concordo plenamente, todas as pessoas,
independente do nível de condicionamento, deveriam ser incentivadas ao teste
máximo, e não apenas os atletas. Cooper nos seus relatórios revela que em
mais de 70 mil testes de desempenho máximo nunca teve um caso de morte
em teste de esforço, que acaba sendo o receio de médicos que aplicam o
teste.
O que adianta as pessoas serem avaliadas com certas limitações teóricas se
no dia-a-dia, nas atividades funcionais vivenciam situações de máximo esforço
cardíaco ou elevação rápida de freqüência cardíaca, ao subir uma escada,
correr para pegar o ônibus etc. E para os corredores, mesmo amadores,
chegadas fortes são comuns, gerando situações que precisam ser avaliadas
antes. Portanto, o teste de esforço deve ser adequado à atividade pretendida.
O teste revela informações úteis e confiáveis ao médico, tais como isquemia do
músculo miocárdio, arritmias cardíacas, distúrbios que só se manifestam
quando o coração é submetido a um esforço maior. É com esses dados em
mãos que o treinador pode prescrever com segurança o treinamento certo para
o corredor, no que se refere à intensidade. Ou seja, quantos minutos por
quilômetro em cada treino, seja fartlek, intervalado, longão ou competição.
Serve também, caso haja alguma alteração, ao médico saber que medidas
terapêuticas tomar.
SÓ ELETROCARDIOGRAMA NÃO BASTA. No exame periódico anual não
basta fazer um simples eletrocardiograma e achar que está tudo bem porque
esse tipo de exame checa a pessoa em repouso. É diferente do ergométrico
que avalia o desempenho cardíaco simulando a caminhada, corrida fraca,
moderada ou forte.
Para ficar completo e o corredor poder treinar mais uma temporada tranqüila é
bom também fazer um eco cardiograma, exame que fornece informações
importantes sobre a estrutura do coração, tais como: tamanho das câmaras e
músculo cardíaco, eficiência das válvulas etc. Atualmente esse exame tornouse mais importante por causa dos vários casos de morte súbita no esporte,
principalmente no futebol, que é uma atividade física intensa, mas o corredor
também faz treinos fortes, tais como os intervalados.
Não é raro exames de eletrocardiograma e de esforço apresentarem resultados
normais e o eco cardiograma detectar uma anomalia em desenvolvimento
inicial e tratável a tempo ou uma hipertrofia das paredes do coração que possa
de alguma forma causar problemas quando o corredor estiver participando de
uma prova mais exigente.
ERGOESPIROMETRIA: PARA POUCOS. Existe ainda um exame mais
sofisticado indicado especialmente para atletas de alto nível, que é o
ergoespirometria. Ele avalia as mesmas respostas do teste ergométrico mais a
troca de gases. É um exame caro, não acessível a todos, mas quem compete
visando apenas a saúde não precisa fazer.
A prescrição mais atualizada de exercícios deve ser calcada em Freqüência
Cardíaca Máxima atingida nesses testes ergométricos e não a teórica de 220 idade que vem sendo bastante questionada em vários artigos científicos. Essa
fórmula pode até ser usada na falta de outros dados fisiológicos mais
confiáveis.
Pessoalmente entendo que até a escala de esforço subjetivo (Escala de Borg)
é melhor que a fórmula e tenho razões para concluir isso. No meu caso, com
58 anos, pela fórmula a minha freqüência cardíaca máxima seria 162. Se for
treinar entre 60 e 80% da FCmáx ficaria entre 97 e 129 bpm. Simplesmente
ridículo, pois pela escala de Borg corro de modo confortável usando o monitor
cardíaco a 170 bpm e no intervalado e nas competições chego a 182.
Avaliar é preciso, mas também é preciso saber o que avaliar, o que fazer com
os resultados e reavaliar com os mesmos critérios anteriores para fazer
comparações.
PARA NÃO CORRER PERIGO
- Procure fazer avaliações físicas e médicas pelo menos uma vez ao ano
- Se você corre, faça teste na esteira. Na bicicleta é para ciclista
- Antes de fazer o teste de esforço converse com o médico sobre o protocolo
que ele irá usar, certificando-se que a freqüência cardíaca máxima a ser
atingida não será limitada pela fórmula 220 - Idade. O ideal é que o médico
permita você pedir para interromper quando não agüentar mais a intensidade
- Complete os exames fazendo os laboratoriais e o de sangue completo
- Faça testes físicos de campo
- De vez em quando verifique a pressão arterial, principalmente se tiver
histórico familiar de hipertensão, que é uma doença "silenciosa". Apesar de a
corrida ser ótima na prevenção, não é garantia absoluta contra a doença
- Converse com seu treinador (se tiver) para elaborar um plano de treinamento
com
evolução
gradativa
baseada
nos resultados dos exames
- Adquira o hábito de anotar os tempos de competições e o que você sentiu,
porque não deixa de ser um teste
- Use sempre o bom senso, procurando ouvir o corpo. Correr forte é preciso
para evoluir, mas respeite os limites do corpo.
O que é teste de esforço?
O teste de esforço dá ao médico informações sobre como o coração do paciente trabalha
sob estresse físico. Alguns problemas cardíacos são mais fáceis de diagnosticar quando o
coração está trabalhando mais forte e batendo mais rápido. Durante o teste de esforço, a
pessoa se exercita (andando ou correndo sobre esteira ou pedalando a bicicleta
ergométrica) ou recebe medicamento para fazer o coração trabalhar mais fortemente
enquanto o teste é feito. Durante o teste de estresse o coração é monitorado usando
imagens ou através de eletrodos fixados no peito, braços ou pernas.
Pode ser pedido para a pessoa respirar em um tubo especial durante o teste de esforço, o
que permite ao médico verificar como a pessoa está respirando. Se a pessoa tiver artrite ou
outro problema médico que a impeça de se exercitar durante o teste de esforço, o médico
pode dar medicamento para fazer o coração trabalhar mais fortemente como se estivesse
praticando exercício físico. Isso é chamado de teste de esforço farmacológico.
Quem precisa fazer o teste de esforço
A pessoa pode precisar fazer o teste de esforço se sentir dor no peito, falta de fôlego, ou
outros sintomas de limitação do fluxo sanguíneo no coração. Teste de esforço com imagem
é particularmente útil para mostrar se a pessoa tem doença na artéria coronária, ou
problema com uma das válvulas do coração.
Se a pessoa for diagnosticada com doença na artéria coronária, ou teve ataque cardíaco
recente, ela pode precisar fazer o teste de esforço para verificar se pode tolerar um
programa de exercícios físicos. O teste de esforço também pode mostrar se os tratamentos
visando melhorar o fluxo sanguíneo no coração e artérias têm probabilidade de ajudar o
paciente. Esses tratamentos incluem angioplastia e cirurgia cardiovascular. Depois de
passar por um desses tratamentos, o paciente pode ter que fazer teste de esforço para
verificar o quanto eles aliviaram os sintomas da doença da artéria coronária.
A pessoa também pode precisar fazer teste de esforço se durante exercício físico sentir
tontura, tiver o batimento cardíaco disparado, sensação de palpitação no peito ou qualquer
outro sintoma de arritmia cardíaca (batimento irregular do coração). O teste de estresse
pode detectar uma arritmia e mostrar se o paciente precisa de medicamentos, marca-passo
ou desfibrilador cardíaco implantável para corrigir os batimentos cardíacos. O teste de
esforço também pode revelar a eficácia desses aparelhos.
Pode ser que a pessoa precise fazer teste de esforço mesmo que não sinta dor no peito
quando se exercita, mas tenha apenas falta de fôlego. O teste de esforço pode mostrar se a
falta de fôlego é causada por problemas cardíacos ao invés de problema pulmonar ou por
estar fora de forma. Para tal teste, a pessoa respira em um tubo especial para que sejam
medidos os gases da respiração. O teste de esforço respirando em um tubo também pode
ser feito para verificar a forma física do paciente antes de um transplante de coração.
Também pode ser usado para o médico elaborar o melhor programa de exercícios depois
da recuperação de um ataque cardíaco.
O que o teste de esforço mostra
O teste de esforço dá ao médico informações de como o coração do paciente trabalha
durante estresse físico (exercício) e como está a saúde cardíaca. Teste de esforço padrão
usa eletrocardiograma para monitorar mudanças na atividade elétrica do coração. Teste de
esforço com imagem mostra imagens do fluxo sanguíneo em diferentes partes do coração.
Ambos os tipos de teste de esforço são usados para procurar por sinais de que o coração
não está recebendo fluxo sanguíneo durante o exercício. Resultados anormais no teste
podem ser devido a doença na artéria coronária, mas também em decorrência de outros
fatores como falta de condicionamento físico.
Se os resultados do teste de esforço forem normais, não deve ser necessário mais nenhum
teste nem tratamento. Porém, se o teste de esforço padrão der resultado anormal, ou se o
paciente for incapaz de se exercitar, o médico pode mandá-lo fazer teste de estresse com
imagem ou algum outro teste. Mesmo que o teste de estresse padrão der resultado normal,
o médico pode pedir teste de esforço com imagem se a pessoa continuar tendo sintomas
como falta de fôlego e dor no peito.
O teste de esforço padrão não é igualmente acurado para homens e mulheres. Resultados
normais do teste de esforço geralmente eliminam acuradamente doença da artéria
coronária, tanto em homens como mulheres. Porém, teste de esforço padrão pode mostrar
resultados anormais mesmo que a pessoa não tenha doença da artéria coronária, o que
acontece mais freqüentemente em mulheres.
Teste de esforço com imagem, que é bem mais caro que o teste de esforço padrão, é mais
preciso porque mostra diretamente com está o fluxo sanguíneo no músculo cardíaco e
revela partes do coração que não se contraem com força. Teste de esforço com imagem
também pode mostrar partes do coração que não estão recebendo sangue suficiente, assim
como tecidos mortos no coração onde não há fluxo sanguíneo.
www.copacabanarunners.net
Download