ECONOMIA ALAGOANA CRESCE 5% EM 2012 CONFORME

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ECONOMIA ALAGOANA CRESCE 5% EM 2012 CONFORME SEPLANDE E
IBGE
Superintendência da Produção e do Conhecimento (SINC)
Diretoria de Estudos e Pesquisas
A variação real do Produto Interno Bruto (PIB) indica o quanto a economia
cresceu, estagnou ou retrocedeu em um determinado período sem as distorções
ocasionadas em função das variações nos preços. O produto real é, por isso, um retrato
mais realista da economia, já que apresenta o conjunto dos bens e serviços produzidos e
não é impactado pelas oscilações nos preços.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a
Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico de Alagoas
(SEPLANDE), o PIB real do Estado de Alagoas em 2012 registrou uma variação de
5%. A tabela a seguir apresenta o comportamento do crescimento econômico alagoano
no período 2008 a 2012.
Tabela 01- Variação Real do PIB de Alagoas 2008 - 2012 (%)
Ano
2008
2009
2010
2011
2012
Variação PIB Real
4,1
2,1
6,8
6,7
5,0
Fonte: IBGE/SEPLANDE
Os Valores Adicionados (VA’s) dos três setores da economia, que são as
contribuições dadas pelos setores econômicos ao PIB, obtida através da subtração entre
o valor da produção e o consumo intermediário das atividades, apresentaram variações
reais significativas em 2012. O setor de serviços obteve crescimento real de 4,4%,
enquanto agropecuária e indústria obtiveram -9,0% e 9,1%, respectivamente. O
somatório dos valores adicionados dos três setores foi de R$ 26,374 bilhões. O setor da
Agropecuária (primário) gerou R$ 1,483 em bilhões de reais no VA, enquanto a
Nota técnica, Maceió, n. 16, dez. 2014, Disponível em: dados.al.gov.br.
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Indústria (secundário) gerou R$5.866 bilhões e o setor de Serviços (terciário) foi
responsável por R$19.025 bilhões.
O setor terciário correspondeu a 72,14% do VA alagoano, apontando a
relevância deste setor para economia local, tal fato também é característico em outros
estados nordestinos. Dentro do setor de Serviços, as atividades econômicas que mais se
destacaram foram as do comércio e da administração pública. O Gráfico 01 mostra a
participação de cada setor econômico no Valor Adicionado total alagoano, evidenciando
o grande peso do setor de Serviços para a economia do estado.
Gráfico 01- Participação (%) no Valor Adicionando
da economia alagoana em 2012
5,62%
22,24%
Agropecuária
(primário)
Indústria
(secundário)
72,14%
Serviços
(terciário)
Fonte: IBGE/SEPLANDE
No setor de Serviços destacou-se, em 2012, o bom desempenho do comércio
varejista, porque apresentou satisfatórios índices de receita nominal e de volume de
vendas, tendo alcançado médias maiores que as nacionais no referido ano conforme
dados da pesquisa anual do comércio publicada pelo IBGE.
Os números do varejo refletiram a expansão da renda e do crédito
experimentada pela região Nordeste nos últimos anos. Além disso, o varejo e o atacado
também apresentaram saldos positivos de criação de empregos durante 2012 de acordo
com o cadastro geral do emprego e do desemprego (CAGED). O subsetor da
administração pública continuou impactando significativamente o PIB alagoano. No
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ano analisado a atividade participou com 26,33% do VA total, enquanto a atividade de
comércio e serviços de manutenção contribuiu com 17,5% na composição deste
agregado.
O estado também mostrou um desempenho satisfatório no subsetor Saúde e
Educação, crescendo 4,4% em relação ao ano passado neste segmento. O desempenho
do subsetor é explicado pela expansão dos planos de saúde no Brasil, sobretudo, na
Região Nordeste, onde Alagoas teve destaque com 44,7% de crescimento de planos
individuais. Assim sendo, o setor de serviços correspondeu a 72,14% do VA total,
sendo esta a maior participação que o setor teve desde 2008 na economia alagoana.
Os setores da Indústria e da Agropecuária tiveram participações mais tímidas
quando comparados ao setor de Serviços. A Agropecuária representou 5,62% do VA
total do estado em 2012, com um montante de R$ 1.483 bilhões. O Setor primário
apresentou graves dificuldades no ano de 2012 em função da estiagem prolongada que
afetou Alagoas e o Nordeste. No lado da Agricultura, a Pesquisa Agrícola Mensal
(PAM/IBGE) de 2012 constatou reduções expressivas na produção dos principais
produtos da agricultura alagoana, que seguem: Milho (-95,1%), Feijão (-83,1%), cocoda-baía (-45,8%), e cana de açúcar (-5,4%). De uma forma geral, houve reduções em 18
das 25 culturas, afetando negativamente o Valor Adicionado da Agropecuária alagoana.
No lado da Pecuária, a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) constatou que a
criação de bovinos manteve‐se como a mais significativa de Alagoas (1.221.266
cabeças), apresentando uma redução de 3,7% em relação ao ano de 2011 (1.268.304). A
estiagem prolongada também afetou a criação de rebanhos em Alagoas e em outros
estados do Nordeste, a falta de água e do alimento do gado foi um problema de difícil
solução para os gestores públicos e produtores rurais. A produção leiteira, a criação de
ovinos e a criação suína também foram impactadas em 2012 pelo mesmo motivo.
Portanto, o ano analisado não foi satisfatório para a Agropecuária, tornando a
participação do setor no VA total do estado a menor desde 2008.
A Indústria de Transformação em 2012 apresentou um crescimento real de
9,1% em relação ao ano de 2011, significando também 22,1% do VA total do estado,
devido à expansão da Construção Civil e da inauguração de uma importante unidade
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fabril para a indústria química. A construção civil apresentou crescimento real de
21,1%, em função de aspectos conjunturais, como incentivos do Governo Federal e
acesso a financiamentos de longo prazo, mas também, em função das obras de
reconstrução de habitações danificadas por enchentes, principalmente a de 2010, que
afetou cidades da Zona da Mata alagoana.
O satisfatório desempenho da cadeia química e da atividade da Construção
Civil compensou o baixo dinamismo do segmento sucroenergético no período.
Finalmente, o consumo de energia elétrica, importante variável explicativa do
desempenho da Indústria, variou de 467.649 MWh para 584.374 MWh no ano em
análise, significando um crescimento de 19,97% no consumo de energia elétrica do
setor industrial.
O total do VA representou 89,72% do PIB alagoano, enquanto os impostos
representaram 10,73% do cômputo do produto, este comportamento foi semelhante ao
do ano anterior. A economia alagoana, evidentemente, atravessou problemas estruturais,
uma vez que ainda há uma grande participação da administração pública no PIB e uma
característica bastante sazonal dos empregos gerados.
Apesar da severa estiagem que afetou a Agropecuária alagoana, a Indústria de
transformação obteve um desempenho favorável juntamente ao setor terciário e suas
atividades ligadas ao comércio e a administração pública. Assim, o Estado de Alagoas
logrou em 2012 um crescimento real de 5% de sua economia, acompanhando o
Nordeste e o Brasil que também cresceram no ano analisado. A tabela 02 a seguir
apresenta as variações em termos reais dos valores adicionados dos três setores da
economia, que acrescidos dos impostos, resultam na variação real do PIB alagoano.
Tabela 02 - Variação Real dos Valores Adicionados e Impostos da economia alagoana
Setores
Variação (%)
Indústria
9,1
Serviços
4,4
Agropecuária
-9,0
PIB Real
5,0
Fonte: IBGE/SEPLANDE
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O PIB nominal, que é calculado a preços correntes e que, portanto, é
influenciado pelas variações nos preços, apresentou em Alagoas o valor de R$ 29,545
bilhões em 2012, o que representa um crescimento nominal de 3,5% em relação ao ano
de 2011, em que o PIB estadual registrou o valor de R$ 28,540 bilhões. Considerando
este indicador, o desempenho de Alagoas foi inferior ao Nordeste, que em 2012 cresceu
7,2%, e ao do Brasil, que cresceu 6% no referido período nominalmente.
O Estado de Alagoas, como grande produtor de açúcar, sofreu com a
deterioração do preço deste bem no mercado externo em função do quadro crítico da
economia internacional que afetou largamente os principais mercados consumidores do
produto, a exemplo da União Europeia (UE). Portanto, o açúcar que é um dos principais
itens exportáveis perdeu em volume produzido e em valor monetário das exportações.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior revelam que
a queda na quantidade de açúcar exportado foi de 14,7%, representando em valor (US$)
uma redução de 25,5%.
O PIB nominal de Alagoas equivaleu a 0,67% do PIB nacional em 2012,
participação semelhante à verificada no ano anterior (0,69%). Assim, em termos
absolutos, o estado ocupou a 20ª posição, ficando à frente dos seguintes estados:
Rondônia, Sergipe, Piauí, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. O Nordeste obteve um
PIB nominal de R$ 595.382 bilhões em 2012, o que significou 13,56% da economia
nacional. Ao analisar o desempenho alagoano no contexto nordestino, observa-se que o
estado representou 4,96% da economia da região e manteve-se como a 7ª economia do
Nordeste, permanecendo à frente de Sergipe e Piauí neste comparativo.
O PIB per capita, importante indicador para o desenvolvimento econômico, é o
quociente entre o PIB e o número de residentes de um determinado território. Neste
aspecto Alagoas permaneceu na 25ª posição dentre os estados brasileiros com um
produto interno bruto per capita de R$ 9.333,00 que representou um crescimento de
2,8% em relação ao ano anterior.
Deste modo, o Estado de Alagoas obteve crescimento nos aspectos real,
nominal e nominal per capita do PIB. O resultado indica que o Estado seguiu a
dinâmica regional e nacional no período analisado, mesmo com
Nota técnica, Maceió, n. 16, dez. 2014, Disponível em: dados.al.gov.br.
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entraves em áreas importantes como a agricultura e a atividade sucroenergética. O
crescimento verificado é consequência dos esforços e parcerias entre Governo e setor
produtivo, bem como do contexto da Região Nordeste no momento.
REFERÊNCIAS
IBGE. Contas Regionais do Brasil. 2012. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Regionais/2012/pdf/contas_regionais_2012.pdf>. Acesso
em: 18 de novembro 2014.
IBGE. Pesquisa Agrícola Mensal. 2012. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/default_publ_c
ompleta.shtm>. Acesso em: 18 de novembro 2014.
IBGE. PESQUISA ANUAL DO COMÉRCIO. 2012. Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/comercioeservico/pac/2012/default.s
htm>. Acesso em: 21 de novembro 2014.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portal Caged. Disponível em:
<https://granulito.mte.gov.br/portalcaged/paginas/home/home.xhtml>. Acesso em: 02
dezembro 2014.
Nota técnica, Maceió, n. 16, dez. 2014, Disponível em: dados.al.gov.br.
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