UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE FARMÁCIA NATÁLIA CASSETTARI DE CARVALHO AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO E ANTIGENOTÓXICO DE Melissa officinalis CRICIÚMA, JUNHO DE 2009. NATÁLIA CASSETTARI DE CARVALHO AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO E ANTIGENOTÓXICO DE Melissa officinalis Projeto de trabalho de conclusão de curso, apresentado para o curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador (a): Profª. Dra. Vanessa Moraes de Andrade. CRICIÚMA, JUNHO DE 2009. 1 INTRODUÇÃO A utilização de plantas medicinais é uma prática generalizada na medicina popular. É o resultado do acúmulo secular de conhecimentos empíricos sobre a ação dos vegetais por diversos grupos étnicos (Simões et al., 1998). Atualmente o Brasil é um dos países com maior diversidade genética vegetal, contando com mais de 55.000 espécies catalogadas, sendo assim a maior cobertura vegetal em todo o globo (Corrêa, 2002). No Brasil, a utilização de plantas medicinais teve origem na cultura dos diversos grupos indígenas, como por exemplo, o jaborandi (Pilocarpus spp) e o guaraná (Paullinia cupana). Muitas outras plantas foram trazidas pelos europeus, como a camomila (Matricaria chamomila) a malva (Malva sylvestris) e a melissa (Melissa officinalis); ou ainda aproveitadas de culturas de outros países sulamericanos, como o boldo (Peumus boldus) (Simões et al., 1998). As plantas medicinais e suas formas derivadas (extratos, xaropes, etc.) constituíram durante séculos a base da medicina terapêutica. O emprego correto de plantas para estes fins pela população em geral, requer o uso de plantas medicinais selecionadas por sua eficácia e segurança terapêutica, baseadas na tradição popular ou cientificamente validadas como medicinais (Lorenzi e Matos, 2002). A Organização Mundial da Saúde, desde 1977, tem encorajado o estudo de plantas tradicionais com esperança de obter os benefícios que isso poderia possivelmente fornecer, como evitar o uso irracional ou prejudicial destas plantas. E esta havendo um grande interesse científico pelo desenvolvimento da pesquisa de plantas utilizadas na medicina popular (Simões et al., 1998). Recentemente interesses em compostos terapêuticos planta-específicos têm sido reforçados devido aos conhecimentos de que químicos como proteases e antioxidantes podem prevenir ou reduzir o desenvolvimento de câncer por bloquearem o dano genético (Berhow et al., 2000; Hernández-Cereuelos et al., 2002; de Souza et al., 2004). Sabe-se que o excesso de espécies reativas de oxigênio pode levar ao estresse oxidativo, resultando dessa forma em um dano oxidativo no DNA o qual pode ser um grande fator de contribuição para o desenvolvimento de câncer (Burcham, 1999). Sistemas enzimáticos e não enzimáticos podem detoxificar esse excesso de espécies reativas de oxigênio, modulando alguns dos seus efeitos deletérios. Por outro lado, muitos compostos vegetais protegem contra xenobióticos tanto por induzirem enzimas detoxificadoras, quanto por inibirem enzimas oxidativas (BellóKlein, 2002). Muitos agentes potencialmente carcinógenos estão presentes na dieta humana, e devido ao seu grande número e grande variedade, ele apenas podem ser evitados em teoria. Uma estratégia alternativa atualmente utilizada é consumir agentes anti-carcinógenos/ antigenotóxicos que podem prevenir ou reverter alguns dos efeitos produzidos pelos carcinógenos. Contudo, o conhecimento dos mecanismos específicos de ação de muitos anticarcinógenos, por exemplo, fitoquímicos, ainda é pobre (Paolini & Nestlé, 2003). Sabe-se que no Brasil as preparações usuais de plantas medicinais são os chás ou infusões (Lorenzi & Matos, 2002). No entanto, pouco se sabe a respeito do possível papel antigenotóxico destas plantas ingeridas desta forma. Avaliar o papel antigenotóxico de extratos de plantas, de infusões e dos principais componentes fitoquímicos é de suma importância, visto que substâncias antimutagênicas presentes em algumas plantas já mostraram ajudar na prevenção de câncer e outras doenças (Nishino, 1998; Berhow et al., 2000, Surh & Ferguson, 2003, Patel et al., 2007). Assim, estudos de genotoxicidade e antigenotoxicidade podem ajudar a avaliar a segurança e a efetividade de muitas plantas utilizadas na medicina popular. Melissa officinalis, também conhecida como erva-cidreira, é uma planta usada como aromatizante de alimentos e para fins medicinais. As suas folhas e inflorescências são empregadas na forma de chá como calmante nos casos de ansiedade e insônia e também como medicação contra cefaléias, enxaqueca, problemas digestivos, dores de origem reumática e para normalizar as funções gastrintestinais (Simões et al., 1998; Lorenzi e Matos, 2002). Na sua composição química é registrada a presença de óleo essencial e taninos, além de ácidos triterpenóides e flavonóides. Os taninos são derivados dos ácidos rosmarínico e cafeico (Simões et al., 1998; Lorenzi e Matos, 2002). Seu óleo essencial submetido a ensaios farmacológicos demonstrou ser um bom agente antibacteriano e antifúngico (Mimica-Dukic et al., 2004) e é também, o responsável pela propriedade ansiolítica atribuída a esta planta (Pereira et al., 2005). Alguns trabalhos da literatura têm sugerido propriedades antioxidantes e antitumorais da melissa, trabalhos estes também relacionados aos seus componentes principais e não a extratos ou infusões (De Souza et al., 2004; Pereira et al., 2005). A respeito das propriedades antigenotóxicas desta planta, até o presente momento nenhum dado foi publicado na literatura. Somente Pereira e colaboradores (2005) trabalhando com o ácido rosmarínico demonstraram que em baixas doses este composto não foi capaz de causar danos no DNA de cérebro de ratos expostos. Avaliar o papel antigenotóxico de extratos de plantas, de infusões e dos principais componentes fitoquímicos é de suma importância, visto que substâncias antimutagênicas presentes em algumas plantas já mostraram ajudar na prevenção de câncer e outras doenças (Nishino, 1998; Berhow et al., 2000, Patel et al., 2007). Sendo assim, podemos observar uma escassez acerca dos estudos em nível genético com esta planta medicinal bem utilizada na nossa medicina popular. Vale ressaltar ainda que muitos estudos consideram apenas os efeitos de fitoquímicos isoladamente e de misturas totais em testes in vitro. Na maioria dos casos a ação antimutagênica atribuída a algumas plantas deve-se na verdade a alguns compostos presentes nelas, principalmente flavonóides (Czeczot & Kusztelak, 1993; Hernandez-Ceruelos et al., 2002; Gomes-Carneiro et al., 2005). Contudo, existem poucos dados referentes à ação de misturas complexas como infusões ou sucos de vegetais e frutas. É de grande importância considerar as misturas complexas, uma vez que, é a forma predominante de ingestão em seres humanos. Estes estudos controversos de genotoxicidade e ação anticarcinogênica de flavonóides e de extratos de plantas compostos por muitos químicos justificam o presente estudo, onde se pretende elucidar os mecanismos e as condições que mediam os efeitos biológicos dos extratos de plantas antes de considerá-los agentes terapêuticos. Os testes citogenéticos in vitro e in vivo, juntamente com os testes de mutação gênica em bactérias (teste de Ames) e em células de mamíferos têm fornecido informações primárias fundamentais para o estabelecimento do potencial mutagênico de agentes químicos e físicos, bem como, do potencial antimutagênico de muitos compostos naturais. O estudo de danos no DNA em nível cromossômico é uma parte essencial da Genética Toxicológica, uma vez que a mutação cromossômica é um evento importante na carcinogênese (Albertini et al., 2000). O Ensaio Cometa vem sendo proposto para estudos de toxicogenética devido a suas peculiaridades e vantagens quando comparado a outros testes para detecção de substâncias genotóxicas. Ele combina a simplicidade da técnica bioquímica de detecção de quebras no DNA com a utilização de poucas células e corresponde a um ensaio citogenético. As vantagens dessa técnica incluem a sensibilidade na detecção de dano no DNA; a coleta de dados em nível de célula individual; o uso de um número pequeno de células para a análise e a possibilidade de aplicação em qualquer população de células eucarióticas; e principalmente a rapidez de resultados (importante para diagnósticos clínicos) (Burlinson et al., 2007). O Ensaio Cometa não é utilizado para detectar mutações, mas sim lesões genômicas que, após serem processadas, podem resultar em mutação. Diferente das mutações, as lesões detectadas pelo Ensaio Cometa são passíveis de correção. Assim sendo, o Ensaio Cometa pode ser também utilizado para estudos de reparo do DNA, trazendo informações importantes sobre a cinética e o tipo de lesão reparada, embora não possibilite inferir a fidedignidade do processo de reparo (Albertini et al., 2000). A técnica do Ensaio Cometa consiste em obter, a partir de células individualizadas, colocadas em agarose, lisadas, submetidas à eletroforese e coradas, uma matriz com um halo fluorescente, formado por DNA não danificado e que não migrou. Células com DNA danificado formam um cometa, consistindo de uma cabeça (matriz nuclear) e uma cauda (DNA quebrado). A extensão do DNA que migrou está correlacionado com o dano ocorrido (Tice et al., 2000). Dessa forma, considerando o forte uso terapêutico da Melissa (Melissa officinalis) no trato das mais diversas afecções, principalmente no sul do Brasil, o presente trabalho tem como objetivo verificar o comportamento em nível de danos de DNA do extrato hidroalcoólico e infusão de Melissa officinalis, utilizando o Ensaio Cometa. E ainda, analisar se estes mesmos extratos e/ou infusões podem modular a ação de agentes mutagênicos como a ciclofosfamida (CP) e o metil metanosulfonato (MMS) em células de camundongos através do Ensaio Cometa, buscando dessa forma, fornecer informações quanto à segurança e efetividade das infusões e/ou extratos desta planta medicinal. 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL Avaliar in vivo a capacidade genotóxica e antigenotóxica do extrato e infuso de Melissa officinalis através dos danos causados pelos agentes alquilantes ciclofosfamida (CP) e/ou metil metanosulfonato (MMS) usando o Ensaio Cometa. 2.2 ESPECÍFICOS Determinar o nível basal de danos de Melissa officinalis em camundongos. Investigar a capacidade antigenotóxica de 2 concentrações diferentes do extrato hidroalcoólico de Melissa officinalis, bem como da infusão desta mesma planta para determinação da melhor forma de ingestão deste chá. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Animais e Comitê de Ética em Pesquisa Serão utilizados camundongos CF1 machos provenientes do biotério da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Os animais serão mantidos a temperatura ambiente controlada (23±1 ºC) com ciclo claro-escuro de 12 horas, água e comida serão oferecidas ad libitum. Este estudo será encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNESC e os experimentos serão conduzidos de acordo com os princípios éticos do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal – COBEA. 3.2 Coleta e Preparo da Amostra A planta da espécie a ser estudada será adquirida no Município de GrãoPará e atestada quanto a sua espécie pela Prof. Dra. Vanilde Zanette do Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz da Universidade do Extremo Sul Catarinense de Criciúma, Santa Catarina, Brasil. Os espécimes serão secos com ar seco em circulação (40°C) por três dias. 3.3 Preparo do Extrato e Infusão Depois de secas as folhas desta espécie serão moídas (maceradas) e colocadas em um recipiente contendo uma solução hidroalcoólica (etanol 45%) por um período de 21 dias, em temperatura ambiente, protegido da luz, com agitação ocasional (uma vez ao dia) e sem renovação do líquido extrator. Este solvente é suficientemente polar de forma a permitir a extração da maior parte das substâncias presentes na planta (Simões, 2003). Após os 21 dias, o extrato fluido será seco em rota vapor. Este extrato será diluído para que tenhamos 2 concentrações diferentes a serem testadas (250 e 500mg/kg). No caso das infusões, após a secagem do material será feito uma infusão, usando 10g do farmacógeno adicionando-se 100mL água fervente e posterior abafamento por 1h. 3.4 Ensaio Cometa in vivo O Ensaio Cometa seguirá os protocolos internacionais já estabelecidos para a sua realização (Tice et al., 2000) com adaptações de Silva et al. (2000). Os animais inicialmente serão divididos em 7 grupos com 5 animais cada, totalizando 35 animais. Os grupos de tratamento serão os seguintes: grupo 1 (controle negativo), os animais receberão água via oral durante um período de 14 dias, no 15° dia receberão injeção de solução salina; grupo 2 (controle positivo), os animais receberão água via oral durante um período de 14 dias, no 15° dia receberão injeção de ciclofosfamida 25 mg/kg por via intraperitoneal; grupo 3 ao grupo 7 receberão 2 diferentes concentrações do extrato e a infusão por via oral durante 14 dias e no 15° dia será administrado o agente alquilante em estudo. Para o presente estudo, o sangue será coletado da veia caudal de cada animal e serão feitas lâminas em duplicata. 3.5 Análises Estatísticas A normalidade das variáveis será avaliada pelo teste KolmogorovSmirnov. As análises estatísticas para Índice de Dano e Frequência de Dano serão feitas através de análise de variância de uma via (ANOVA) e quando o teste apresentar diferença entre os grupos será aplicado o teste post-hoc de Tukey. Em caso de dados não-paramétricos será utilizado o teste Kruskal-Wallis usando o teste Dunn como post hoc. Uma diferença de P < 0.05 será considerada estatisticamente significante. O pacote estatístico utilizado será o BioEstat 5.0. P re asro do sn xe tirn ao tosd sd pd la T e sáp tle d e a te g xd icaiE a entasom XXX ltâ o eta X A n e E sd ta íirsm co acssto R e ã tig e td ífo in cssoaioC P ud lsiiscçã a ço ã o ln a X R e vbia o B ie bd lio osg rR áe ficiu a XXXX XX XX 4 CRONOGRAMA Jun Jul Ago Set Out Nov 5 ORÇAMENTO Discriminação 1. Material de Consumo Ponteira amarela cap 1-200uL . Pcte c/1000 um Ponteira azul cap 100uL . Pcte c/1000 um Ponteira nat cap 10uL . Pcte c/1000 um –0 Tubo de Reação (Eppendorf) com 500un – Lâmina lapidada p/ microscopia ponta fosca 26x76mm Ácido Acético Glacial- Nuclear Ácido clorídrico -Merck Ácido Tricloroacético 500g- Nuclear Ácido Tungstosilicico 50g -Sigma Aldrich Carbonato de Sódio 1kg –Quimex Cloreto de Potássio 1kg- Nuclear Cloreto de Sódio 1kg – Quimex Dimetilsulfoxido 1L – Nuclear EDTA Sal Dissodico 1L – Nuclear Etanol 1L – Nuclear Formaldeído 1L – Quimex Fosfato de Sódio Dibásico 1kg- Nuclear Fosfato de Sódio Monobásico 1kg- Nuclear Glicerina Bidestilada (Glicerol) 1L - Nuclear Hidróxido de Sódio 500g – Quimex Metil Metano sulfonato (MMS) Sigma Nitrato de Amônia 1kg – Quimex Nitrato de Prata 100g – Quimex Sulfato de Zinco – heptaidratado 1kg – Invitrogen Tris Hidroximetil 1kg – Invitrogen Triton X-100 1L – Nuclear Total Quantidade 1 1 1 4 20 1 1 1 1 2 2 4 3 4 1 2 2 1 2 6 1 2 1 2 2 2 Valor Unitário R$ 60,00 74,00 68,00 38,00 5,80 13,00 248,70 75,00 407,00 15,50 14,00 8,30 34,00 43,70 9,50 11,97 16,60 32,00 22,00 8,30 554,00 44,50 261,40 23,04 280,00 108,50 Valor Total R$ 60,00 74,00 68,00 38,00 116,00 26,00 248,70 75,00 407,00 31,00 28,00 33,20 102,00 174,80 9,50 23,74 33,20 32,00 44,00 49,80 554,00 89,00 261,40 46,08 560,00 217,00 3.401,42 6 REFERÊNCIAS ALBERTINI, R.J.; ANDERSON, D.; DOUGLAS, G.R.; HAGMAR, L.; HEMMINKI, K.; MERLO, F.; NATARAJAN, A.T.; NORPPA, H.; SHUKER, D.E.G.; TICE, R.; WATERS, M.D.; AITIO, A. 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Incluem também ensaios teóricos (críticas e formulação de conhecimentos teóricos relevantes) e artigos dedicados à apresentação e discussão de aspectos metodológicos e técnicas utilizadas na pesquisa em saúde pública. Neste caso, o texto deve ser organizado em tópicos para guiar os leitores quanto aos elementos essenciais do argumento desenvolvido. Informações complementares: Devem ter até 3.500 palavras, excluindo resumos, tabelas, figuras e referências. As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos em tabelas. As referências bibliográficas, limitadas a cerca de 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com até 300 palavras, contendo os itens: Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras. A estrutura dos artigos originais de pesquisa é a convencional: Introdução, Métodos, Resultados e Discussão, embora outros formatos possam ser aceitos. A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. As fontes de dados, a população estudada, amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de Resultados deve se limitar a descrever os resultados encontrados sem incluir interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir a apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e sobre suas principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. Trabalhos de pesquisa qualitativa podem juntar as partes Resultados e Discussão, ou mesmo ter diferenças na nomeação das partes, mas respeitando a lógica da estrutura de artigos científicos. Autoria O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. A contribuição de cada um dos autores deve ser explicitada em declaração para esta finalidade. Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima. A indicação dos nomes dos autores logo abaixo do título do artigo é limitada a 12; acima deste número, os autores são listados no rodapé da página. Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista, vedada tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos impressos. Resumos ou resenhas de artigos publicados poderão ser divulgados em outros periódicos com a indicação de links para o texto completo, sob consulta à Editoria da RSP. A tradução para outro idioma, em periódicos estrangeiros, em ambos os formatos, impresso ou eletrônico, somente poderá ser publicada com autorização do Editor Científico e desde que sejam fornecidos os respectivos créditos. Preparo dos manuscritos Devem ser digitados em extensão .doc, .txt ou .rtf, com letras arial, corpo 12, página em tamanho A-4, incluindo resumos, agradecimentos, referências e tabelas. Deve-se evitar no texto o uso indiscriminado de siglas, excetuando as já conhecidas. Os critérios éticos da pesquisa devem ser respeitados. Para tanto os autores devem explicitar em Métodos que a pesquisa foi conduzida dentro dos padrões exigidos pela Declaração de Helsinque e aprovada pela comissão de ética da instituição onde a pesquisa foi realizada. Idioma Aceitam-se manuscritos nos idiomas português, espanhol e inglês. Para aqueles submetidos em português oferece-se a opção de tradução do texto completo para o inglês e a publicação adicional da versão em inglês em meio eletrônico. Independentemente do idioma empregado, todos manuscritos devem apresentar dois resumos, sendo um em português e outro em inglês. Quando o manuscrito for escrito em espanhol, deve ser acrescentado um terceiro resumo nesse idioma. Dados de identificação a) Título do artigo - deve ser conciso e completo, limitando-se a 93 caracteres, incluindo espaços. Deve ser apresentada a versão do título em inglês. b) Nome e sobrenome de cada autor, seguindo formato pelo qual é indexado. c) Instituição a que cada autor está afiliado, acompanhado do respectivo endereço (uma instituição por autor). d) Nome e endereço do autor responsável para troca de correspondência. e) Se foi subvencionado, indicar o tipo de auxílio, o nome da agência financiadora e o respectivo número do processo. f) Se foi baseado em tese, indicar o nome do autor, título, ano e instituição onde foi apresentada. g) Se foi apresentado em reunião científica, indicar o nome do evento, local e data da realização. Descritores - Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do vocabulário "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os resumos em português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos em inglês. Se não forem encontrados descritores disponíveis para cobrirem a temática do manuscrito, poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido. Agradecimentos - Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para participar da autoria. Deve haver permissão expressa dos nomeados (ver documento Responsabilidade pelos Agradecimentos). Também podem constar desta parte agradecimentos a instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico. Referências As referências devem ser ordenadas alfabeticamente, numeradas e normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com o Index Medicus, e grafados no formato itálico. No caso de publicações com até 6 autores, citam-se todos; acima de 6, citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina “et al”. Exemplos: Fernandes LS, Peres MA. Associação entre atenção básica em saúde bucal e indicadores socioeconômicos municipais. Rev Saude Publica. 2005;39(6):930-6. Forattini OP. Conceitos básicos de epidemiologia molecular. São Paulo: Edusp; 2005. Karlsen S, Nazroo JY. Measuring and analyzing "race", racism, and racial discrimination. In: Oakes JM, Kaufman JS, editores. Methods in social epidemiology. San Francisco: Jossey-Bass; 2006. p. 86-111. Yevich R, Logan J. An assessment of biofuel use and burning of agricultural waste in the developing world. Global Biogeochem Cycles. 2003;17(4):1095, DOI:10.1029/2002GB001952. 42p. Zinn-Souza LC, Nagai R, Teixeira LR, Latorre MRDO, Roberts R, Cooper SP, et al . Fatores associados a sintomas depressivos em estudantes do ensino médio de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica. 2008; 42(1):34-40. Para outros exemplos recomendamos consultar o documento "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Medical Publication" (http://www.icmje.org). Comunicação pessoal, não é considerada referência bibliográfica. Quando essencial, pode ser citada no texto, explicitando em rodapé os dados necessários. Devem ser evitadas citações de documentos não indexados na literatura científica mundial e de difícil acesso aos leitores, em geral de divulgação circunscrita a uma instituição ou a um evento; quando relevantes, devem figurar no rodapé das páginas que as citam. Da mesma forma, informações citadas no texto, extraídas de documentos eletrônicos, não mantidas permanentemente em sites, não devem fazer parte da lista de referências, mas podem ser citadas no rodapé das páginas que as citam. Citação no texto: Deve ser indicado em expoente o número correspondente à referência listada. Deve ser colocado após a pontuação, nos casos em que se aplique. Não devem ser utilizados parênteses, colchetes e similares. O número da citação pode ser acompanhado ou não do(s) nome(s) do(s) autor(es) e ano de publicação. Se forem citados dois autores, ambos são ligados pela conjunção "e"; se forem mais de dois, cita-se o primeiro autor seguido da expressão "et al". Exemplos: Segundo Lima et al9 (2006), a prevalência se transtornos mentais em estudantes de medicina é maior do que na população em geral. Parece evidente o fracasso do movimento de saúde comunitária, artificial e distanciado do sistema de saúde predominante.12,15 A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do manuscrito. Tabelas Devem ser apresentadas separadas do texto, numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. A cada uma deve-se atribuir um título breve, não se utilizando traços internos horizontais ou verticais. As notas explicativas devem ser colocadas no rodapé das tabelas e não no cabeçalho ou título. Se houver tabela extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização da revista que a publicou, por escrito, para sua reprodução. Esta autorização deve acompanhar o manuscrito submetido à publicação. Quadros são identificados como Tabelas, seguindo uma única numeração em todo o texto. Figuras As ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos, etc.), devem ser citadas como figuras. Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto; devem ser identificadas fora do texto, por número e título abreviado do trabalho; as legendas devem ser apresentadas ao final da figura; as ilustrações devem ser suficientemente claras para permitir sua reprodução, com resolução mínima de 300 dpi.. Não se permite que figuras representem os mesmos dados de Tabela. Não se aceitam gráficos apresentados com as linhas de grade, e os elementos (barras, círculos) não podem apresentar volume (3-D). Figuras coloridas são publicadas excepcionalmente.. Nas legendas das figuras, os símbolos, flechas, números, letras e outros sinais devem ser identificados e seu significado esclarecido. Se houver figura extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização, por escrito, para sua reprodução. Estas autorizações devem acompanhar os manuscritos submetidos à publicação. UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE FARMÁCIA NATÁLIA CASSETTARI DE CARVALHO AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO E ANTIGENOTÓXICO DE Melissa officinalis CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009. NATÁLIA CASSETTARI DE CARVALHO AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO E ANTIGENOTÓXICO DE Melissa officinalis Trabalho de conclusão de curso apresentado para a obtenção do grau de Farmacêutico no curso de Farmácia da Universidade do Extremo Catarinense - UNESC. Orientador (a): Profª. Dra. Vanessa Moraes de Andrade. CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009. Sul Avaliação do Potencial Genotóxico e Antigenotóxico de Melissa officinalis (Melissa) Genotoxic and Antigenotoxic evaluation of Melissa officinalis Natália Cassettari de Carvalho1, Ângela Erna Rossatto2, Patrícia de Aguiar Amaral3, Jeverson Moreira3, Vanessa Nicolau3, Vanessa de Andrade1 1 Laboratório de Imunologia e Mutagênese - LABIM, Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) – Criciúma, SC – Brasil. 2 Professora do Curso de Farmácia da Unesc- UNA de Ciências da Saúde. 3 Laboratório de Estudos Etnofarmacológicos - G-FITO, Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) – Criciúma, SC – Brasil. Autor Correspondente: Prof. Vanessa Moraes de Andrade, M.Sc., Ph.D. Laboratório de Imunologia e Mutagênese– PPGCS - UNASAU Universidade do Extremo Sul Catarinense 88806-000, Criciúma, SC, Brazil Phone: + 55 48 3431 2758 E-mail: [email protected] A ser enviado para a Revista de Saúde Pública Resumo Objetivos: Avaliar in vivo a capacidade genotóxica e antigenotóxica do extrato e infuso de Melissa officinalis através dos danos causados pelo agente alquilante metilmetanosulsfonato (MMS) usando o Ensaio Cometa. Metodologia: Os animais foram divididos em 7 grupos com 5 animais cada, totalizando 35 animais. Os grupos de tratamento foram os seguintes: grupo 1 (controle negativo), os animais receberam água por via oral durante um período de 14 dias, no 15° dia receberam injeção de solução salina por via intraperitoneal (IP); grupo 2 (controle positivo), os animais receberam água por via oral durante um período de 14 dias, no 15° dia receberam injeção de metilmetanosulsfonato (MMS) 40 mg/kg (IP); grupo 3 ao grupo 7 receberam 2 diferentes concentrações do extrato e o infuso por via oral durante 14 dias e no 15° dia foi administrado o agente alquilante em estudo. Após o período de tratamento, sangue foi coletado da veia caudal dos animais para a execução do Ensaio Cometa. Resultados: Em relação à análise da genotoxicidade baixos níveis de danos foram observados, sendo este semelhante aos danos dos grupos tratados com água, e com um valor significativamente baixo em comparação com o grupo tratado com MMS, ou seja, nas condições deste estudo, a Melissa officinalis não mostrou atividade genotóxica. Os resultados referentes à antigenotoxicidade demonstram que o pré-tratamento efetivado com extrato de Melissa officinalis reduziu significativamente, cerca de 53,39%, os induzidos pelo MMS. Conclusão: Estes resultados mostraram que o extrato e o infuso de Melissa officinalis não tiveram ação genotóxica e que o uso do extrato na concentração de 500mg/kg teve efeito protetor parcial em relação aos danos causados pelo agente mutagênico MMS. Palavras-chave: Melissa officinalis; Melissa; Plantas medicinais; Ensaio cometa. Abstract Objectives: To evaluate the in vivo genotoxic and antigenotoxic of the Melissa officinalis extract and infusion through the DNA damage caused by alkylating agent Methyl Methanesulfonate (MMS) using Comet assay. Methodology: The animals were divided into 7 groups with 5 animals each, totaling 35 animals. The treatment groups were as follows: group 1 (negative control) animals received water orally over a period of 14 days, on day 15 received injection of saline intraperitoneally (IP), group 2 (positive control), the animals received water orally over a period of 14 days, on day 15 injected with metilmetanosulsfonato (MMS) 40 mg / kg (IP), group 3 to group 7 received 2 different concentrations of the extract and infused orally for 14 days and on day 15 was administered alkylating agent under study. After treatment period, blood was collected from the tail vein of animals for implementation of the Comet Assay. Results: For the analysis of genotoxicity low levels of damage were observed, which is similar to the damage of groups treated with water, and with a relatively low value compared with the group treated with MMS, or the conditions of this study, Melissa officinalis showed no genotoxic activity. The results concerning antigenotoxicidade show that pre-treatment effected with extract Melissa officinalis significantly reduced, about 53.39%, the induced MMS. Conclusion: These results showed that the extract and Melissa officinalis infused had no genotoxicity and the use of the extract at a concentration of 500mg/kg was a protective factor in relation to damage caused by mutagen MMS. Key words: Melissa officinalis; Melissa; Medicinal plants; Comet Assay. 1 INTRODUÇÃO O uso de plantas na arte de curar é uma forma de tratamento com raízes muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina. A utilização das plantas é o resultado do acúmulo secular de conhecimentos empíricos sobre a ação dos vegetais por diversos grupos étnicos através de sucessivas gerações.7,33 No Brasil, a utilização de plantas medicinais teve origem na cultura dos diversos grupos indígenas, como por exemplo, o jaborandi (Pilocarpus spp) e o guaraná (Paullinia cupana). Muitas outras plantas foram trazidas pelos europeus, como a camomila (Matricaria chamomila) a malva (Malva sylvestris) e a melissa (Melissa officinalis); ou ainda aproveitadas de culturas de outros países sulamericanos, como o boldo (Peumus boldus).33 As plantas medicinais e suas formas derivadas (extratos, xaropes, etc.) constituíram durante séculos a base da medicina terapêutica. O emprego correto de plantas para estes fins pela população em geral, requer o uso de plantas medicinais selecionadas por sua eficácia e segurança terapêutica, baseadas na tradição popular ou cientificamente validadas como medicinais. 22 Recentemente interesses em compostos terapêuticos planta-específicos têm sido reforçados devido aos conhecimentos de que químicos como proteases e antioxidantes podem prevenir ou reduzir o desenvolvimento de câncer por bloquearem o dano genético. 2,17,10. Sabe-se que no Brasil as preparações usuais de plantas medicinais são os chás ou infusões.22 No entanto, pouco se sabe a respeito do possível papel antigenotóxico destas plantas ingeridas desta forma. Deste modo, estudos de genotoxicidade e antigenotoxicidade podem ajudar a avaliar a segurança e a efetividade de muitas plantas utilizadas na medicina popular. Melissa officinalis, também conhecida como erva-cidreira, é uma planta usada como aromatizante de alimentos e para fins medicinais.32,22 Esta planta é conhecida por seus múltiplos usos populares, entre as afecções tratadas têm-se: dores de cabeça, enxaqueca, dores de dente, dores de ouvido, flatulência, indigestão, cólica, náuseas, nervosismo, anemia, vertigens, síncope, asma, bronquite, amenorréia, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, arritmias, insônia, epilepsia, depressão, psicose, histeria, desordens estomacais, úlceras, feridas, reumatismos e torcicolos. 6,18,30,9 Na sua composição química é registrada a presença de óleo essencial e taninos, além de ácidos triterpenóides e flavonóides. Os taninos são derivados dos ácidos rosmarínico e cafeico. 32,22 Seu óleo essencial submetido a ensaios farmacológicos demonstrou ser um bom agente antibacteriano e antifúngico 23 propriedade ansiolítica atribuída a esta planta. e é também, o responsável pela 28 Alguns trabalhos da literatura têm sugerido propriedades antioxidantes e antitumorais da melissa, trabalhos estes também relacionados aos seus componentes principais e não a extratos ou infusões. 10,28 A respeito das propriedades antigenotóxicas desta planta, até o presente momento nenhum dado foi publicado na literatura. Somente Pereira e colaboradores 28 (2005) trabalhando com o ácido rosmarínico demonstraram que em baixas doses este composto não foi capaz de causar danos no DNA de cérebro de ratos expostos. Sendo assim, podemos observar uma escassez acerca dos estudos em nível genético com esta planta medicinal bem utilizada na nossa medicina popular. 8,17,15 Contudo, existem poucos dados referentes à ação de misturas complexas como infusões ou sucos de vegetais e frutas. É de grande importância considerar as misturas complexas, uma vez que, é a forma predominante de ingestão em seres humanos. Dessa forma, considerando o forte uso terapêutico da Melissa (Melissa officinalis) no trato das mais diversas afecções, principalmente no sul do Brasil, o presente trabalho tem como objetivo verificar o comportamento em nível de danos de DNA do extrato hidroalcoólico e infusão de Melissa officinalis, utilizando o Ensaio Cometa. E ainda, analisar se estes mesmos extratos e/ou infusões podem modular a ação de agente mutagênico como o metil metanosulfonato (MMS) em células de camundongos através do Ensaio Cometa, buscando dessa forma, fornecer informações quanto à segurança e efetividade das infusões e/ou extratos desta planta medicinal. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Animais e Comitê de Ética em Pesquisa Foram utilizados camundongos CF1 machos provenientes do biotério da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Os animais foram mantidos a temperatura ambiente controlada (23±1 ºC) com ciclo claro-escuro de 12 horas, água e comida foram oferecidas ad libitum. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNESC sob o protocolo 043/2008 e os experimentos foram conduzidos de acordo com os princípios éticos do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal – COBEA. 2.2 Coleta e Preparo da Amostra A planta da espécie estudada foi adquirida no Município de Grão-Pará e atestada quanto a sua espécie pela Prof. Dra. Vanilde Zanette do Herbário Pe. Dr. Raulino Reitz da Universidade do Extremo Sul Catarinense de Criciúma, Santa Catarina, Brasil, sob o número CRI 7379. Os espécimes foram secos com ar seco em circulação (40°C) por três dias. 2.3 Preparação do Extrato e Infusão Foram utilizados 200g de farmacógeno seco e moído em moinho de facas, solubilizados em 1000mL de solvente (solução hidroalcoólica de etanol 45%) e deixou-se em contato por aproximadamente 15 dias em temperatura ambiente, protegido da luz, com agitação ocasional (uma vez ao dia) e sem renovação do líquido extrator. Logo após o líquido foi coado por expressão com auxílio de compressas de gaze, depois filtrou-se em papel filtro, e completou-se o volume para chegar a 1000mL com o mesmo solvente. Em seguida o solvente foi evaporado em rota vapor e o extrato seco foi dissolvido posteriormente em água destilada. 12 Este extrato foi então diluído para que tivéssemos duas doses diferentes para serem testadas (500 e 250mg/kg). 24 No caso da infusão foram utilizados 0,6g do farmacógeno seco em 20mL de água destilada fervente. Verteu-se a água fervente sobre o farmacógeno, agitou-se a mistura com bastão de vidro, fechou-se o recipiente com vidro relógio deixando em contado a água e o farmacógeno por aproximadamente por 1h. Em seguida esta mistura foi coada por expressão e filtrada. 12 A dose do infuso foi baseada no cálculo dos sólidos totais, onde obteve-se 100mg/kg.35 2.4 Triagem Fitoquímica A triagem fitoquímica preliminar de Melissa officinalis foi realizada seguindo os procedimentos padrões descritos pela Farmacopéia Brasileira. 12 2.5 Desenho Experimental Os animais foram inicialmente divididos em 7 grupos com 5 animais cada, totalizando 35 animais. Os grupos de tratamento foram os seguintes (Figura 1): Grupo 1 (controle negativo): os animais receberam água por via oral (volume de 0,1mL/10g peso corporal) durante um período de 14 dias, no 15° dia receberam por via intraperitoneal (IP) uma injeção de solução salina (NaCl 0,9%); Grupo 2 (controle positivo): os animais receberam água por via oral durante um período de 14 dias, no 15° dia receberam injeção (IP) de metil metanosulfonato (MMS – de ação direta) 40mg/kg; Grupo 3 e 4: os animais receberam durante um período de 14 dias as diferentes concentrações do extrato de M. officinalis (250mg/kg e 500mg/kg) por via oral e no 15° dia receberam injeção (IP) de MMS (40mg/kg); Grupo 5: os animais receberam durante um período de 14 dias a maior concentração do extrato, ou seja, 500mg/kg e no 15° receberam injeção (IP) de solução salina (NaCl 0,9%); Grupo 6: os animais receberam durante um período de 14 dias a infusão (100mg/kg) e no 15° dia receberam injeção (IP) de solução salina (NaCl 0,9%); Grupo 7: os animais receberam durante um período de 14 dias a infusão (100mg/kg) e no 15° dia receberam injeção (IP) de MMS (40mg/kg); Após a administração do agente genotóxico e da solução salina, foram coletadas amostras de sangue na região caudal de todos os animais para a realização do Ensaio Cometa e prepararam-se as lâminas em duplicata. 2.6 Ensaio Cometa O Ensaio Cometa seguiu os protocolos internacionais já estabelecidos para a sua realização. 34 com adaptações de Silva et al.31 (2000). As lâminas foram preparadas através da mistura de 5µL de sangue periférico total com 95µL de agarose de baixo ponto de fusão (0,75%), onde essa mistura (células+agarose) foi depositada sobre uma lâmina de microscopia previamente coberta por uma película de 500µL de agarose de ponto de fusão normal (1,5%) e adicionado uma lamínula sobre a mistura e colocadas em geladeira por 5 a 10 minutos para solidificação da amostra. Após a solidificação, as lamínulas foram suavemente removidas e as lâminas submersas em solução de lise (2.5 M NaCl, 100 mM EDTA e 10 mM Tris, pH 10.0-10.5), para exposição do núcleo celular, por tempo mínimo de 1 hora e máximo de 1 semana. Sequencialmente, as lâminas foram incubadas em molho de tampão alcalino (pH > 13) por 20 minutos, com temperatura aproximada de 4ºC. Após isso, as lâminas passaram por uma eletroforese durante 15 minutos a 25 volts (0.90 V/cm) e 300mA, e então neutralizadas com 0,4M Tris (pH 7,5). Após a neutralização, as lâminas foram colocadas na estufa à 37ºC para posterior secagem durante 1 hora e 30 minutos para iniciar-se a coloração com nitrato de prata. Após a secagem, as lâminas foram distribuídas em cubetas com solução fixadora (ácido tricloroacético 15% p/v, sulfato de zinco 5% p/v, glicerol 5% v/v) por 10 minutos e então, colocadas novamente em estufa à 37ºC por 1 hora e 30 minutos. As lâminas foram hidratadas durante 5 minutos com água destilada, e em seguida coradas com a solução de coloração (carbonato de sódio 5% p/v, nitrato de amônio 0,1% p/v, nitrato de prata 0,1% p/v, ácido tungstosílico 0,25% p/v, formaldeído 0,15% v/v, preparada no escuro), onde as cubetas foram mantidas em banho-maria à 37ºC por 15 minutos. As lâminas foram lavadas 3 vezes com água destiladas e depois foram submersas em solução stop (ácido acético 1% v/v) durante 5 minutos, e então lavadas novamente por 3 vezes com água destilada e colocadas novamente na estufa à 37ºC por 1 hora e 30 minutos para posterior análise. Imagens de 100 células selecionadas ao acaso foram analisadas de cada indivíduo usando-se microscópio óptico em aumento de 100x ou 400x. O dano apresentado foi avaliado classificando-se cada célula de acordo com as cinco classes de dano existentes, que inicia em dano 0 (= ausência de dano) e vai até dano 4 (= máximo de dano) identificados através do tamanho e forma da cauda. Então, os valores obtidos para cada indivíduo foram agrupados em escala de 0 (0x100) a 400 (4x100). Embora o dano identificado seja subjetivo, ele é altamente fiel quando comparado com imagens em computador. A Frequência de dano (FD) foi calculada para cada indivíduo baseada no número de células com dano. 2.7 Análises Estatísticas A normalidade das variáveis foi avaliada pelo teste Kolmogorov-Smirnov. As análises estatísticas para Índice de Dano e Frequência de Dano foram feitas através do teste t-Student para se fazer a comparação dos parâmetros com distribuição normal em relação às comparações de tratamento. Uma diferença de P < 0.05 foi considerada estatisticamente significante. O pacote estatístico utilizado foi o BioEstat 5.0. O percentual da redução de dano ao DNA induzidos pelo agente alquilante em estudo (MMS) foi calculado através de fórmula padrão (Figura 2). 3 RESULTADOS O conteúdo dos principais constituintes químicos presentes na Melissa officinalis estão apresentados na tabela 1. A análise fitoquímica preliminar de Melissa officinalis revela principalmente a presença de compostos fenólicos, taninos, alcalóides, antraquinonas, cumarinas e saponinas. A presença e o teor de flavonóides também foram analisados, e os resultados estão apresentados na Tabela 1. Em relação à análise da genotoxicidade de Melissa officinalis, neste trabalho foram avaliados danos causados em DNA das células do sangue periférico de camundongos, submetidos à exposição à água, ao agente mutagênico (MMS), ao extrato hidroalcoólico de Melissa officinalis na concentração de 500mg/kg e ao infuso. A Figura 3 apresenta a detecção da genotoxicidade do extrato hidroalcoólico de Melissa officinalis. A avaliação demonstrou baixos índices e frequência de dano (ID e FD) nas células sanguíneas dos animais tratados com água, extrato de Melissa officinalis (500mg/kg) e infuso (100mg/kg) e danos significativamente elevados no controle positivo, onde foram tratados com o MMS. A média dos índices de danos no DNA foi de 14,8 para o grupo tratado com a infusão e 13,8 para o grupo tratado com extrato de melissa, enquanto que para o agente alquilante MMS foi de 134,4. Em relação à análise da antigenotoxicidade do extrato hidroalcoólico de Melissa officinalis, pode ser observada uma diminuição de dano em DNA estatisticamente significativa quando comparados os valores dos animais que receberam pré-tratamento com o extrato nas doses de 250mg/kg e 500mg/kg e uma administração do agente mutagênico (MMS) em relação aos que receberam prétratamento com salina e a mesma administração de MMS (P <0,05; P <0,001 Teste t-Student). Quando feito a comparação com o infuso, nenhuma redução estatisticamente significativa foi observada. 4 DISCUSSÃO As plantas têm sido utilizadas com eficácia em toda a história para tratar uma variedade de doenças, uma prática que tem favorecido a síntese de compostos terapêuticos plantas específicos. 2 A Melissa officinalis é conhecida na literatura por possui óleos essenciais, compostos fenólicos, ácido caféico e ácido rosmarínico.1, sendo estes utilizados como antioxidantes29, 18 antiespasmódicos e contra os distúrbios gastrintestinais e do sono6. Outros estudos mostram que entre os inúmeros compostos que foram isolados a partir do extrato de Melissa officinalis, os mais importantes são os compostos polifenólicos (ácido rosmarínico e ácido cafeico), óleos essenciais (citral), aldeídos monoterpenóides, sesquiterpenos, flavonóides (luteolina) e taninos. 6,16,20,30,9 Neste estudo, a triagem fitoquímica da Melissa officinalis foi avaliada e forneceu o indicativo da presença de compostos fenólicos, taninos, alcalóides e cumarinas, respectivamente, comprovando a existência dos costituíntes químicos relatados anteriormente, ou seja, estão de acordo com a literatura. Avaliar o papel antigenotóxico de extratos de plantas, de infusões e dos principais componentes fitoquímicos é de suma importância, visto que substâncias antimutagênicas presentes em algumas plantas já mostraram ajudar na prevenção de câncer e outras doenças. 25,2,27 Neste trabalho a atividade genotóxica de Melissa officinalis, avaliada pelo Ensaio Cometa, apresentou baixos níveis de danos nas células sanguíneas dos camundongos tratados com diferentes concentrações de extrato, bem como o infuso desta planta. O nível de dano foi semelhante aos grupos tratados com água, e com um valor significativamente baixo em comparação com o grupo tratado com MMS (Gráfico 1). Dessa forma é possível demonstrar que Melissa officinalis não é genotóxica para células na dose utilizada. Resultados semelhantes foram encontrados por Parra et al.26 (2000), que não detectaram, in vitro e in vivo, aumento significativo de dano em DNA de ratos submetidos ao tratamento com extratos desta planta, utilizando o teste de micronúcleos. A atividade antigenotóxica de Melissa officinalis foi avaliada frente à sua capacidade de prevenir os danos causados pelo agente alquilante MMS. O MMS é um agente mutagênico de ação direta que metila regiões nucleofílicas do DNA. A genotoxicidade deste agente é mediada por modificações de base, as quais enfraquecem as ligações N-glicosídicas, levando a depurinação/depirimidinação das fitas de DNA e favorecendo o surgimento de sítios AP. A remoção destes sítios AP pelas AP endonucleases cliva DNA adjacentes a esses sítios e gera quebras na molécula de DNA.19,3 Os resultados demonstram que o pré-tratamento efetivado com extrato hidroalcoólico de Melissa officinalis reduziu significativamente o índice e a frequência de danos induzidos pelo MMS (tabela 2), apontando o efeito preventivo parcial da planta contra eventuais danos genotóxicos. O extrato da planta numa concentração de 500mg/kg apresentou uma redução significativa de 53,39% do dano em DNA, enquanto a dose de 250mg/kg reduziu o dano em apenas 19,29%, confirmando que a atividade antigenotóxica de Melissa officinalis depende diretamente da dose em que será utilizada. O provável efeito antigenotóxico da Melissa officinalis parece estar relacionado a alguns dos seus constituintes químicos. Relatos prévios apontam os flavonóides como possíveis agentes protetores contra tumores, através do mecanismo que envolve a liberação do fator de necrose tumoral alfa (TNF- ), ou a citotoxidade contra células tumorais humanas.33 A atividade antioxidante dos flavonóides que compõe a Melissa officinalis também já foi relatada, conforme estudo realizado por Canadanovic-Brunet et al.5 (2008). Além dos flavonóides, os taninos presentes na Melissa officinalis possuem a capacidade de proteger a célula contra o estresse oxidativo e suprimir a mutagenicidade e a clastogenicidade de agentes alquilantes, como o MMS, atuando na captura e neutralização de espécies oxidantes como o ânion superóxido, radicais hidroxila ou radicais peróxido, atuando ainda em sinergismo com outros antioxidantes como as vitaminas C e E, ou pelo fato de serem capazes de ligarem-se a íons metálicos, impedindo-os de atuarem como catalisadores na produção de radicais livres. 33 Compostos fenólicos, de forma geral, podem estimular o sistema de reparo de DNA, através da regulação transcricional ou estabilização do mRNA. alcalóides também apresentam atividade antioxidante, especialmente eficientes contra o radical hidroxila. 14 sendo Cumarinas e os últimos 21,13 Já o infuso não apresentou atividade antigenotóxica estatisticamente significativa, permitindo a expressão de danos basais semelhante aos do controle negativo. Concluindo, a administração do extrato hidroalcoólico e do infuso de Melissa officinalis não apresenta atividade genotóxica. Já o extrato desta planta administrado em diferentes concentrações evidencia a capacidade da melissa de proteger células sanguíneas de camundongos contra danos induzidos por agentes alquilantes. Estes resultados demonstram também a habilidade do ensaio cometa em detectar a modulação in vivo da genotoxicidade do MMS pelo extrato hidrolacoólico de Melissa officinalis. Com isso demonstra-se a necessidade de prosseguir com os estudos sobre a ação genotóxica e antigenotóxica da planta no que diz respeito à ação farmacológica e principalmente sobre os danos no DNA causados por outros agentes mutagêncios no sentido de se entender o verdadeiro mecanismo de ação desta planta. 5 AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi financiado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Universidade do Extremo Sul Catarinense (PPGCS-UNESC). 6 TABELAS E GRÁFICOS Tabela 1. Triagem fitoquímica Teste Compostos fenólicos W-Ext + KOH 3% W-Ext + FeCl3 1% Taninos W-Ext + gelatina W-Ext + FeCl3 3% Flavonóides (qualitativa) W-Ext + MgO/HCl Flavonóides (quantitativa UV 425 nm) CH3OH-Ext Alcalóides W-Ext + Reagente de Mayer´s W-Ext + Reagente de Bertrand’s W-Ext + Reagente de Dragendorff’s W-Ext + Reagente de Bouchard’s Antraquinonas W-Ext + KOH 3% Cumarinas CH3CH2OH-Ext + KOH/UV 365 nm Saponinas W-Ext + HCl (persistent foam) Melissa officinalis + + + + 0.572 + + - W-Ext – extrato água/ CH3OH-Ext – extrato metanólico/ CH3CH2OH-Ext – extrato etanólico/ (-) negativo / (+) positivo. Tabela 2. Detecção de lesões no DNA (média ± D.P.) pelo ensaio cometa (FD e ID) em células do sangue periférico de camundongos expostos ao metil metanosulfonato (MMS) e diferentes doses de Melissa officinalis (EMO). Ensaio Cometa Tratamento Número de animais FD % redução ID % redução Controle negativo 5 10,2 ± 2,58 − 10,2 ± 2,58 − Controle positivo 5 83,8 ± 9,44 − 134,4 ± 29,03 − a 91,2 ± 13,84 34,78 c b EMO 250mg + MMS 5 69,6 ± 6,84 19,29 EMO 500mg + MMS 5 44,5 ± 15,41 53,39 77 ± 36,09 46,21 EMO 500mg + salina 5 10 ± 2,54 − 13,8 ± 2,68 − Infuso + salina 5 12,4 ± 2,7 − 14,8 ± 3,42 − Infuso + MMS 5 a − − 172 ± 101,36 68,4 ± 20,5 a DP= Desvio Padrão; ID = Índice de Dano; FD = Frequência de Dano; EMO= Extrato de Melissa officinalis. Valores b c significativos em relação ao controle positivo, P <0,05 (Teste t-Student); P <0,01; P <0,001. Figura 1. Desenho experimental C= Ensaio Cometa; Figura 2. Fórmula para calcular o percentual da redução de dano A= grupo controle positivo tratado com MMS; B= grupo tratado com diferentes concentrações do extrato e infuso de melissa + MMS; C= grupo controle negativo. 180 * 160 140 120 Índice de dano Frequência de dano * 100 80 60 40 20 0 água MMS 500mg + salina infuso + salina Figura 3: Índice e frequência de dano em DNA induzidos por água, pelo MMS, pelo extrato e infuso de Melissa officinalis (melissa) avaliados através do Ensaio Cometa. * Valores significativos em relação aos demais grupos de tratamento (P <0,05 Teste t-Student). 7 REFERÊNCIAS 1. Barnes, J; Anderson, LA; Phillipson, JD. Plantas medicinales: guía para los profesionales de la salud. Barcelona 1ª ed. 2005: Pharma editors, 568. P 2. Berhow, M; Wagner, E; Vaughn, S; Plewa M. Characterization and antimutagenic activity of soybean saponins. Mutat Res. 2000;448:11-22. 3. Boiteux, S; Guillet, M; Abasic sites in DNA: Repair and biological consequences in Saccharomyces cerevisae. 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