Atividade da acetilcolinesterase no cérebro de ratos intoxicados com metilcarbamato Isabella Calvo Bramatti¹, Tailla Francine Bonfim¹, Fernanda Coleraus Silva¹, Fabiana Sari Ferreira¹, Ana Maria Itinose², Carla Brugin Marek¹ ¹ Laboratório de Toxicologia Celular, UNIOESTE; ²Centro de Assistência em Toxicologia (CEATOX), HUOP *[email protected] Palavras chaves: agrotóxicos; carbamato; sistema colinérgico Materiais e Métodos Para o estudo, ratos saudáveis machos e fêmeas foram divididos em 4 grupos, tratados com metilcarbamato. Os ratos machos com um grupo tratado com 5.000 mg.Kg-1 [EM5] e um com 8.000 mg.Kg-1 [EM8]. As ratas fêmeas em um grupo tratado com 2.500 mg.Kg-1 [EF2] e um com 5.000 mg.Kg-1 [EF5]. Grupos Controles para machos e fêmeas foram adicionados, [CM] e [CF]. Os ratos foram tratados por via oral e observados diariamente durante 15 dias. Após o período de observação ou óbito anterior a esse período, os animais foram eutanasiados e cérebro coletado para realização de homogenatos e determinação da atividade enzimática da acetilcolinesterase. Os resultados foram considerados estatisticamente significantes quando p<0,05. Resultados e discussão A determinação da atividade enzimática dos grupos está expressa na Figura 1. Os ratos machos não apresentaram nenhuma alteração significativa quando comparados ao controle. Uma possível explicação é o fato de que os carbamatos não atravessam a barreira hematoencefálica, não exercendo seu efeito inibitório. O mesmo é observado nas ratas fêmeas do grupo [EF2] e [EF5] que não apresentaram uma inibição enzimática e sim um aumento da atividade, sendo que as ratas do grupo [EF5] foram a óbito após 2 dias da administração. Esse aumento da atividade possivelmente se deve à diferença na produção de hormônios entre os sexos, já que foi comprovado que o estrogênio interfere na ação das colinesterases. Atividade enzimática AChE (nmol.min-1.mg ptna-1) Introdução A intoxicação exógena aguda por agrotóxicos tem sido um problema de saúde pública. O metilcarbamato é um agrotóxico comumente utilizado em casas, jardins e na agricultura. Seu mecanismo de ação geralmente está relacionado à inibição da acetilcolinesterase (AChE) (Roberts & Reigart, 2013). Esta inibição leva ao acúmulo de acetilcolina tendo como consequência a crise colinérgica, quadro característico da intoxicação, pela constante estimulação dos receptores colinérgicos. Os carbamatos são eliminados, em sua maior parte, dentro de 24 horas e não se acumula nos tecidos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil da atividade enzimática da acetilcolinesterase no cérebro de ratos intoxicados com metilcarbamato. GRUPOS TRATADOS MACHOS GRUPOS TRATADOS FÊMEAS Figura 1. Perfil da atividade da enzima acetilcolinesterase no cérebro de ratos intoxicados com metilcarbamato. *Representa os valores de p<0,05 em relação ao grupo controle. Conclusão Considerando que o metilcarbamato não possui a habilidade de cruzar a barreira hematoencefálica, ele apresenta quadros neurológicos menos severos. Além disso, devido à rápida eliminação do xenobiótico e efeito inibitório reversível, se mostra necessário um estudo com um tempo de observação menor. Agradecimentos Ao CEATOX e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). _____________________________________________ Referências Roberts JR & Reigart R. (2013) Recognition and Management of Pesticide Poisonings 6th Edition.