INFLUÊNCIA DA MELATONINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO

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INCIDÊNCIA DE SUICÍDIO ENTRE IDOSOS BRASILEIROS
Keywords: Suicide; Depression; Aged; Mortality rate
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INFLUÊNCIA DA MELATONINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO
CORPORAL E ÓSSEO DE RATOS
INFLUENCE OF MELATONIN ON BODY AND BONE DEVELOPMENT OF RATS
KARIME SAAD*, LUIZ CARLOS DOS REIS**
RESUMO
Objetivo: A glândula pineal produz o hormônio melatonina (MLT),
que apresenta efeitos demonstrados sobre diversas células, entre
elas os adipócitos e osteoblastos. Este trabalho objetivou verificar a
influência da MLT no crescimento e desenvolvimento corporal e
ósseo em ratos. Método e Resultados: Ratos Wistar machos foram
submetidos a pinealectomia (PINX) ou cirurgia fictícia (CONTR) aos
5 dias do nascimento e estudados quanto ao peso e comprimento
corporal; comprimento, espessura da tábua óssea e do disco epifisário da tíbia após 10, 20, 30, 60, 90 e 120 dias da operação. O peso
dos animais PINX foi maior que o dos CONTR aos 100 e 120 dias.
Os animais PINX tiveram ainda menor espessura da tábua óssea
aos 60, 90 e 120 dias e menor espessura do disco epifisário aos 90
e 120 dias após o procedimento cirúrgico, comparados aos animais
CONTR. Conclusões: A falta de MLT resultou em aumento do peso
corporal, provavelmente pela maior captação de ácidos graxos
pelos adipócitos e redução da termogênese; menor espessura da
tábua óssea e disco epifisário da tíbia pela redução da atividade de
condrócitos e osteoblastos. Estes efeitos poderiam ser diretos e/ou
indiretos, e seu esclarecimento demanda mais estudos.
Palavras-chave: Melatonina; Glândula pineal / crescimento & desenvolvimento; Desenvolvimento ósseo; Ratos
INTRODUÇÃO
O crescimento pôndero-estatural dos animais depende
do estado nutricional e também da ação de hormônios
228
(GH, somatomedinas, cortisol, hormônios sexuais, insulina), que atuam sobre tecidos em geral, incluindo o tecido
ósseo, o principal responsável pelo crescimento linear1-2.
Apesar de sua aparência estática, os ossos encontram-se
num estado dinâmico de formação (feita pelos osteoblastos) e
reabsorção (feita pelos osteoclastos), que possibilita seu crescimento, renovação, reparação de lesões, ajustes aos estresses
mecânicos e também a participação na manutenção da
homeostase de cálcio plasmático, situação que é influenciada
por hormônios como o paratormônio (PTH)3-5.
A melatonina (MLT) é um hormônio produzido pela
glândula pineal, cujas funções incluem a sincronização de
ritmos endógenos aos ritmos ambientais de claro-escuro,
estímulo da secreção de insulina e da sensibilidade celular
a este hormônio, inibição do eixo hipotálamo-hipófise* Mestre em Patologia Geral (FMTM)
** Doutor em Fisiologia (FMRP)
Departamento de Ciências Biológicas – Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde – Universidade de Uberaba
Endereço para correspondência:
Disciplina de Fisiologia
Departamento de Ciências Biológicas
Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro
Praça Manoel Terra, 200
Uberaba – MG
034- 3318.5421
[email protected]
Rev Med Minas Gerais 2004; 14(4):228-32
Data de Submissão:
01/12/03
Data de Aprovação:
03/08/04
INFLUÊNCIA DA MELATONINA SOBRE O DESENVOLVIMENTO
CORPORAL E ÓSSEO DE RATOS
gônadas e estímulo da secreção de fatores de crescimento
semelhante à insulina (IGF)6-9.
Existem evidências de que a glândula pineal influencia
o tecido ósseo, tendo sido observado o surgimento de
escoliose em aves, após a pinealectomia10. Estudos têm
demonstrado também, ainda que a produção de MLT
declina com o envelhecimento, situação que poderia relacionar-se ao surgimento e agravamento da osteoporose11.
Além disso, a MLT ativa a diferenciação de pré-osteoblastos e osteoblastos e a formação óssea, in vitro12.
Considerando as informações presentes na literatura,
o presente estudo foi realizado para verificar a influência
da melatonina em condições in vivo, analisando o crescimento e o desenvolvimento corporal e ósseo de ratos
pinealectomizados, comparados a ratos normais.
MATERIAL E MÉTODO
Animais e grupos experimentais
Foram utilizados ratos (Rattus norvegiccus) machos, da
linhagem Wistar, desde cinco dias de nascimento até 120
dias de vida, obtidos do biotério da disciplina de
Fisiologia da Faculdade de Medicina do Triângulo
Mineiro (FMTM). Os animais foram distribuídos em
dois grupos experimentais: grupo controle (submetidos à
operação fictícia – CONTR) e grupo pinealectomizado
(submetidos à retirada da pineal – PINX). Após a
operação fictícia ou pinealectomia, os animais foram
acompanhados, sendo pesados a cada dez dias, até 120
dias. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados em
um número de animais suficiente para que, após 10, 20,
30, 60, 90 e 120 dias, tivéssemos cerca de dez animais de
cada grupo experimental.
Procedimentos cirúrgicos
Os animais, com cinco dias de nascimento, foram
submetidos à crioanestesia, que consiste em colocá-los em
ambiente de baixa temperatura (-8 a -10°C) durante cerca
de 15 minutos, até que não se notem mais movimentos e
que a respiração e batimentos cardíacos estejam muito
reduzidos. Este procedimento é aceito pela comunidade
científica como método para anestesia de animais jovens
de pequeno porte, sendo recomendado inclusive pelo
Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos da
América13, pois o uso de anestésicos nestes animais gera
alta mortalidade e, na condição de crioanestesia, eles
mantêm um metabolismo baixo e a sensibilidade dolorosa encontra-se reduzida, o que possibilita a realização do
procedimento cirúrgico.
Imediatamente após a retirada dos animais do ambiente
frio, os mesmos foram pesados, colocados em decúbito ventral, sendo feita incisão em forma de U na calota craniana,
na região da sutura parieto-occipital. Com auxílio de pinças
adequadas, a pele e os tecidos subcutâneo e ósseo foram
levantados, sendo visualizada a glândula pineal logo abaixo,
entre os hemisférios cerebrais e o cerebelo. Através de pinçamento suave, a pineal foi retirada, sendo rebaixados os tecidos seccionados. A sutura foi realizada com o uso de cola
(Super Bonder®), que tem sido utilizada neste tipo de procedimento em razão da fragilidade dos tecidos dificultar um
processo de sutura com fios.
Ainda sob a crioanestesia, os animais receberam marcação com injeção de cerca de 0,05ml de tinta Nanquim
no subcutâneo, em diferentes regiões do corpo para permitir sua identificação futura. Após a operação e a marcação, os animais foram mantidos sob luz incandescente
para receberem calor e obterem recuperação mais rápida.
A operação fictícia foi realizada seguindo as mesmas
etapas da pinealectomia, inclusive o levantamento dos
tecidos subcutâneo e ósseo, visualizando-se assim a pineal,
sem, contudo, proceder a sua retirada. Todos os animais
foram, então, recolocados junto com suas mães, onde permaneceram até o 30º dia de vida.
Acompanhamento e coleta de material
A partir das operações realizadas, os animais foram
acompanhados, sendo sacrificados alguns deles após 10,
20, 30, 60, 90 e 120 dias do procedimento cirúrgico, para
coleta de dados das dimensões corporais (peso, comprimento do corpo, comprimento das patas, comprimento
das tíbias) e coleta de material ósseo para estudo morfométrico macroscópico (comprimento da tíbia) e microscópico (espessura da tábua óssea e do disco epifisário).
Análise estatística
Os resultados referentes aos parâmetros corporais e
histomorfométricos foram organizados em planilha eletrônica (Excel – Microsoft) de acordo com o grupo experimental e o tempo decorrido (10 a 120 dias após a
operação). A partir daí, procedeu-se à análise estatística
descritiva (média, desvio padrão) e comparativa (análise
de variância e teste de comparação de médias). A análise
de variância foi realizada, seguindo-se um pós-teste de
Tukey para determinação dos grupos diferentes entre si.
Os resultados foram considerados diferentes de maneira
estatisticamente significativa para valores de p<0,05.
RESULTADOS
Entre todos os parâmetros analisados, foram detectadas diferenças estatisticamente significativas apenas quanto ao peso corporal, espessura da tábua óssea e do disco
epifisário das tíbias.
Peso corporal
Houve ganho de peso proporcional entre os animais do
grupo controle e experimental até 90 dias após o ato cirúrgico. A partir de 100 dias, os animais pinealectomizados passaram a ter peso maior que os do grupo controle (p<0,05).
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CORPORAL E ÓSSEO DE RATOS
ESPESSURA DO DISCO EPIFISÁRIO
250
Peso corporal (g)
500
400
CONTR
300
PINX
200
100
0
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Espessura do disco epifisário (µm)
PESO CORPORAL
200
150
100
CONTR
PINX
50
Tempo após a operação (dias)
0
10
20
30
60
90
120
Tempo após operação (dias)
Gráfico 1 - Evolução do peso corporal (g) nos animais controle
(CONTR) e pinealectomizados (PINX) (média ± desvio padrão da
média), do dia do procedimento até 120 dias após a operação (*: diferente em relação ao grupo controle; p<0,05).
Gráfico 3 - Evolução da espessura do disco epifisário (mm) nos animais
controle (CONTR) e pinealectomizados (PINX) (média ± desvio padrão
da média), dos 10 aos 120 dias após o procedimento cirúrgico (*: diferente em relação aos animais controle; p<0,05).
Espessura da tábua óssea
DISCUSSÃO
As medidas da espessura da tábua óssea nos animais do
grupo controle e pinealectomizados, em tempos definidos
após a pinealectomia ou operação fictícia, estão apresentadas no Gráfico 2, onde se observa menor espessura nos animais pinealectomizados após 60, 90 e 120 dias do ato
cirúrgico, comparados aos animais do grupo controle.
Os animais obtiveram pequeno aumento de peso entre
o dia da operação (dia zero) e dez dias após. Esta fase é de
crescimento bastante rápido nos animais. Entretanto, o
fato de terem sido submetidos a um procedimento cirúrgico, associado à pequena idade dos animais, pode ter contribuído para um ganho menor do peso. A partir de 20 dias
após a intervenção cirúrgica, até cerca de 90 dias, o peso
aumentou rapidamente, tendendo a estabilizar-se após este
período. Não foram observadas, nestes períodos, diferenças
entre os animais do grupo controle e pinealectomizados.
Após 100 a 120 dias, os animais de ambos os grupos
continuaram ganhando peso, sendo que, neste período,
observou-se que os animais pinealectomizados ganharam
peso com um ritmo maior que os animais do grupo controle. Esse fato pode ser devido à participação da melatonina no controle do peso corporal em animais adultos,
especialmente influenciando o tecido adiposo, conforme
descrito na literatura. A pinealectomia causa intolerância
à glicose e menor resposta de adipócitos à insulina,
podendo estar associado ao ganho de peso em ratos pinealectomizados14. Ratos considerados de meia idade, cuja
secreção de melatonina tende a ser menor, tiveram redução da adiposidade visceral quando tratados com melatonina, que poderia atuar pela influência direta ou indireta
sobre os adipócitos15.
As hipóteses para explicar o efeito da ausência da
melatonina produzindo maior adiposidade poderiam
incluir a perda do efeito termotrófico da melatonina16, ou
ainda a maior atividade da lipoproteína lipase (enzima
necessária à captura de ácidos graxos para o interior dos
adipócitos) quando a temperatura corporal está um
pouco abaixo do normal17.
Foi ainda demonstrado recentemente que a melatonina, juntamente com a insulina e a dexametasona, aumen-
Espessura da tábua óssea (µm)
ESPESSURA DA TÁBUA ÓSSEA
200
150
100
CONTR
PINX
50
0
10
20
30
60
90
120
Tempo após operação (dias)
Gráfico 2 - Evolução da espessura da tábua óssea (mm) nos animais controle (CONTR) e pinealectomizados (PINX) (média ± desvio padrão da
média), dos 10 aos 120 dias após o procedimento cirúrgico (*: diferente
em relação aos animais controle; p<0,05).
Espessura do disco epifisário
As medidas da espessura dos discos epifisários dos animais do grupo controle e pinealectomizados estão apresentadas no Gráfico 3, onde se observa menor espessura
nos discos dos animais pinealectomizados após 90 e 120
dias da intervenção cirúrgica, comparados aos animais do
grupo controle.
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CORPORAL E ÓSSEO DE RATOS
tam a produção de leptina por adipócitos peri-epididimais de ratos in vitro18. Desse modo, seria possível supor
que a ausência da melatonina pudesse reduzir a produção
de leptina, o que produziria uma situação de maior ingestão alimentar e menor gasto, com conseqüente ganho de
peso, visto que a leptina é um hormônio capaz de reduzir
a ingestão alimentar e, ao mesmo tempo, ativar a lipólise7.
Nos animais estudados, não realizamos análise para
diferenciar se o ganho de peso foi em decorrência de
maior quantidade de tecido adiposo ou um ganho de peso
por aumento proporcional dos diversos tecidos. Mas as
informações da literatura permitem supor que o ganho de
peso deve ter ocorrido basicamente pelo aumento
da adiposidade.
As medidas do comprimento do animal, da pata e da
tíbia foram realizadas para verificar a influência da ausência
da melatonina sobre o crescimento ósseo. Caso a influência
da pinealectomia fosse grande o suficiente para afetar a proliferação celular e a formação do material ósseo, poderíamos esperar que houvesse influência sobre o tamanho dos
ossos longos (tíbia e alguns ossos da pata) e curtos (alguns
ossos da pata e da coluna vertebral). Os resultados demonstraram não haver diferença significativa entre os comprimentos corporais dos animais, bem como do comprimento das patas e das tíbias dos animais pinealectomizados,
comparados aos dos animais do grupo controle.
Quanto aos parâmetros estudados pela análise das
lâminas de tíbias, verificamos redução da espessura da
tábua óssea a partir de 60 dias e do disco epifisário a partir de 90 dias nos animais que sofreram a retirada da
pineal, quando comparados aos animais do grupo controle. A menor espessura da tábua óssea nos animais pinealectomizados poderia ser devida a um efeito direto da melatonina sobre as células ósseas, ou ainda à interação da
melatonina com outros hormônios e fatores de crescimento, influenciando indiretamente estas células5,9.
É provável, portanto, que a ausência de melatonina,
gerada pela pinealectomia, possa ter reduzido o estímulo
para a produção de IGFs e PTH, com conseqüente menor
atividade mitogênica de condrócitos, resultando numa
menor espessura do disco de crescimento nos ratos, observáveis a partir de 90 dias após o procedimento cirúrgico.
CONCLUSÕES
Houve maior ganho de peso corporal após 100, 110 e
120 dias da retirada da pineal, que poderia ser devido a
aumento da adiposidade pela maior captação de ácidos graxos por adipócitos e menor atividade termogênica, provocadas pela ausência de melatonina e/ou redução da leptina.
A ausência da melatonina pela pinealectomia reduziu
a espessura do disco epifisário medida após 90 e 120 dias
e a espessura da tábua óssea medida após 60, 90 e 120 da
intervenção cirúrgica. Estes efeitos poderiam ser decorrentes da falta de ação estimuladora da melatonina sobre
os condrócitos e/ou ainda menor ação de fatores estimuladores da mitogênese destas células, como IGFs, leptina
e PTH, cuja secreção seria ativada em situação normal
pela presença da melatonina.
Portanto, podemos concluir que a pineal, por meio da
secreção da melatonina, influencia o desenvolvimento
ósseo de ratos, afetando provavelmente condrócitos e
osteoblastos de maneira direta e/ou indireta. Entretanto,
maiores estudos devem ser realizados para esclarecer os
mecanismos pelos quais esta influência se faz e suas possíveis implicações fisiológicas e patológicas.
ABSTRACT
Five days old Wistar male rats were either pinealectomized
or submitted to a sham operation. The animals were followed up to 120 days after surgery, being weighed and measured every 10 days. Groups of animals were then sacrificed at 10, 20, 30, 60, 90, and 120 days after the surgery.
Thicknesses of the bone board and the epiphyseal plate of
the tibia were measured. Results: (1) The average weight
of the pinealectomized animals was greater than that of
the control animals between 100 and 120 days after surgery; (2) There was no difference between the groups in
the lengths of the body and of the back paw of the animals; (3) The length of the tibia was the same in both
groups but the thickness of bone board after 60, 90, and
120 days of the surgery and the thickness of the epiphysial
plate after 90 and 120 days of the surgery were smaller in
the pinealectomized animals when compared with the
control groups. Conclusion: the pineal gland, through the
secretion of melatonin, participates in the bone development in rats by unknown mechanisms.
Keywords: Melatonin; Pineal gland / growth & deve-
lopment; Bone development; Rats
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FESBE. Salvador, BA; 2002.
A PERCEPÇÃO DA CLIENTELA SOBRE AS CONDIÇÕES DA SALA PEDIÁTRICA DE
PRONTO ATENDIMENTO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS, BELO HORIZONTE
THE CLIENTELE’S PERCEPTION ON THE CONDITIONS OF THE PEDIATRICS EMERGENCY
ROOM OF THE HOSPITAL DAS CLÍNICAS, BELO HORIZONTE
FLÁVIA ALVES CAMPOS*, ROSA MARIA QUADROS NEHMY**, JOAQUIM ANTÔNIO CÉSAR MOTA***, GUSTAVO BRUNO PIRES BASTOS****
GUILHERME RAFAEL SANT’ANNA ATHAYDE****, GUILHERME DA CUNHA MESSIAS DOS SANTOS****
RESUMO
INTRODUÇÃO
Objetivo: Procurou-se captar a percepção das crianças e de seus
acompanhantes quanto a situações causadoras de estresse, provocadas pelo ambiente físico e social do Pronto Atendimento do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Métodos: Empregou-se metodologia de caráter qualitativo, utilizando as técnicas de entrevista e de observação. Os informantes
foram crianças que se encontravam internadas no Pronto
Atendimento e seus acompanhantes. Resultados: Os resultados
mostraram que crianças e acompanhantes percebem a estadia no
Pronto Atendimento como algo penoso, sem conforto, onde não há
nada o que fazer para desviar a atenção da doença. A ausência de
mecanismos de desvio da tensão estimula a angústia dos acompanhantes, no convívio com o ambiente estressante de doença e
morte, próprio da sala de emergência. Os acompanhantes seguem
a evolução de casos de doenças semelhantes às de seus filhos,
criando a expectativa do mesmo desfecho para eles. Conclusões:
Escutar a perspectiva da clientela constitui um elemento a mais na
direção da humanização da assistência hospitalar. As sugestões
feitas pela clientela apontam mudanças que podem ser atendidas
com recursos criativos e pouco onerosos.
Este artigo apresenta os resultados da pesquisa realizada pela equipe do subprojeto “ABRAÇARTE: pesquisa e
atividades lúdicas no ambiente hospitalar pediátrico” que
faz parte de projeto mais amplo, denominado
“Humanização do atendimento ao paciente internado:
paciente pediátrico e paciente terminal”. O projeto está
sendo desenvolvido em Belo Horizonte, na Universidade
Federal de Minas Gerais – UFMG, numa parceria entre
os departamentos de Medicina Preventiva e Social, de
Pediatria e de Clínica Médica da Faculdade de Medicina,
Palavras-chave: Criança / hospitalizada / psicologia;
Percepção; Ambiente de instituições de saúde; Serviços
médicos de urgência; Humanismo; Estresse psicológico;
Família
Endereço para correspondência:
Profª Rosa Maria Quadros Nehmy
Av. Alfredo Balena, 190, sala 10038
Belo Horizonte, MG CEP 30130-100
Fone: (31) 3248.9813 Fax: (31) 3248.9802
E-mail: [email protected]
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* Aluna de graduação, Bolsista de Iniciação Científica, PIBIC
** Professora Adjunta, Doutora, Departamento de Medicina Preventiva e Social, Faculdade de
Medicina da UFMG
*** Professor Adjunto, Doutor, Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina da UFMG
**** Alunos de graduação, Bolsistas pelo Programa de Aprimoramento Discente, PAD/2002
Faculdade de Medicina – Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Rev Med Minas Gerais 2004; 14(4):232-8
Data de Submissão:
18/12/03
Data de Aprovação:
23/08/04
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