1 «Os heróis dos primeiros tempos»

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Escola Secundária de Manuel Teixeira Gomes - Portimão - 2011/2012
Aluno: Ariana Nobre | e-mail: [email protected] | Nº: 3
Latim A | Curso Científico-Humanístico de Línguas e Humanidades
11.º ano de escolaridade | Turma: N
«Os heróis dos primeiros tempos»
- Tarpeia
- Horácio Cocles
Ilustração 1. Tarpeia
Ilustração 2. Horácio Cocles
Um mito é um conto que um povo considera verdadeiro num determinado local
e numa certa época.
Os relatos históricos referem-se a feitos que aconteceram realmente no
passado e os seus protagonistas são homens e mulheres. Os mitos narram feitos
ainda mais antigos que não foram testemunhados por ninguém e cujos heróis são
deuses e outros homens extraordinários.
Os homens transmitiram de geração em geração, os mitos em que
acreditavam. Aliás, a palavra «mito» vem do grego «mythos», que significa «história
que se conta».
A verdade é que foi possível conhecermos os mitos de uma civilização
desaparecida
desde
há
centenas
ou
milhares
de
anos.
Certas
histórias
desapareceram com a memória dos contadores que as transmitiam oralmente.
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Na luta entre Romanos e Sabinos, destaca-se, por exemplo, uma figura
feminina cuja história atravessa os tempos: Tarpeia.
Espúrio Tarpeio comandava a cidadela de Roma. Tácio corrompeu por meio de
ouro a filha virgem deste, a fim de que recebesse na cidadela homens armados; tinha
ido esta casualmente buscar água fora das muralhas, para as cerimónias sagradas.
Assim que entraram, mataram-na debaixo das armas, ou a fim de a fortaleza dar antes
a impressão de ter sido tomada pela força, ou por dar um exemplo de que jamais um
traidor pode contar com a palavra dela.
A história acrescenta que os Sabinos costumavam ter braceletes de ouro muito
pesados no braço esquerdo e anéis de pedrarias de grande beleza e que Tarpeia
acordara com eles que lhe dessem o que traziam na mão esquerda, por isso atiraram
com os escudos para cima dela, em vez dos presentes de ouro, há outros que dizem
que Tarpeia solicitou expressamente as armas, quando fez o pacto de lhe darem o
que traziam na mão esquerda e, parecendo-lhes que premeditava uma fraude, a
mataram com o seu próprio salário.
Outro exemplo de um feito extraordinário romano refere-se a Horácio Cocles.
Horácio Cocles aparece na tradição romana, na guerra que opôs o rei etrusco
Porsena à República romana que nascia, dirigida por dois magistrados. Porsena
decidiu marchar sobre Roma para restabelecer Tarquínio, o Soberbo, no trono, e
restaurar a monarquia.
Em 508 a.C., os etruscos de Porsena tomaram de assalto o Janículo, onde o
cônsul Públio Valério Publícola instalara setecentos colonos para deter o rei etrusco
que ameaçara Roma diretamente. O cônsul saiu com o seu exército para socorrer os
colonos e teve de enfrentar tropas mais numerosas. Como Publícola e o outro cônsul
foram feridos, a maioria dos soldados romanos fugiu e refugiou-se na cidade.
Horácio Cocles conseguiu deter o avanço dos etruscos enquanto os seus
companheiros demoliam a ponte Sublício para impedir que o inimigo atravessasse o
rio Tibre. Ao seu lado combateram dois futuros cônsules, Espúrio Lárcio Flávio e Tito
Hermínio Aquilino.
Quando faltava destruir apenas uma pequena parte da ponte, ordenou que
estes se pusessem a salvo na cidade, enquanto ele permaneceu combatendo sozinho
na outra margem do rio porém, ao ver que a demolição estava quase no fim, ordenou
que derrubassem a ponte, atirou-se ao Tibre com a sua armadura e afogou-se,
segundo Políbio. Mas, segundo Tito Lívio, conseguiu atravessar o rio a nado e juntouse aos seus companheiros, sem sofrer dano algum.
O Estado recompensou o seu ato de bravura erguindo a sua estátua
no Comitium.
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Os habitantes de Roma manifestaram-lhe o seu reconhecimento e
associaram-se às honras oficiais.
Ainda de acordo com a lenda romana, o ato de heroísmo de Horácio Cocles,
seguido por outros, impressionou tanto Porsena que este desistiu do seu plano para
invadir Roma.
Estes dois mitos acerca de Tarpeia e Horácio Cocles chegaram até nós
através de autores dos séculos I a.C. e d.C.. A visão antiga, comum a gregos e
romanos, do que era a história e de como ela deveria ser escrita não nos deixa claros
sobre a verosimilhança do que se terá passado, pois os "mitos" estão preservados em
textos que são produto de refinadíssimas técnicas literárias conscientes. Os autores
sentiam-se livres para moldar e mesmo fazer acréscimos às histórias tradicionais.
Referências Bibliográficas:
1. Horácio Cocles [em linha]. 01h 42m do dia 14 de Novembro de 2011. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hor%C3%A1cio_Cocles. [Acedido em: 15h 40m do dia 20 de Outubro de 2011].
2. MARQUESANI, Denny. In Destimentis Ouium Intrinsecus Autem Sunt Iupi Rapaces [em linha]. Disponível em:
http://dennymarquesani.sites.uol.com.br/semana/mitosrom.htm. [Acedido em: 12h 43m do dia 20 de Outubro de 2011].
3. GUERBER, HA. As donzelas levado [em linha]. Disponível em:
http://www.mainlesson.com/display.php?author=guerber&book=romans&story=maidens. [Acedido em: 17h 23m do dia
25 de Novembro de 2011].
4. El maestro Quirón [em linha]. 23 de Janeiro de 2011. Disponível em:
http://inlingualatina.blogspot.com/2011/01/ciudadanos-romanos-para-la-historia-iii.html. [Acedido em: 15h 43m do dia 4
de Dezembro de 2011].
5. Martins, Isaltina e Maria Teresa Freire (2004). Noua Itinera. Porto: Edições Asa.
6. A Mitologia. França, Paris: Éditions Fleurus, 2001. ISBN 2-215-06489-7.