Seja bem Vindo! Curso Saúde Bucal CursosOnlineSP.com.br Carga horária: 55hs Conteúdo programático: Boca, língua e dente A saúde bucal das gestantes Prevenção e fatores de doenças bucais Os micro-organismos presentes na boca e a Halitose O perigo das cáries Câncer de boca Doença periodontal Educação em saúde bucal A prática educativa A prática da odontologia - Biossegurança Processo higienização, produtos e utilitários Bibliografia Boca, língua e dente. Neste tópico você vai conhecer a anatomia da boca, que inclui língua e dente. Boca Boca ou cavidade oral é o orifício por onde o alimento entra com o objetivo de atingir o estômago. É dentro da boca, portanto, que estão os dentes e a língua, ambos com a função de preparar o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Na mastigação, os dentes trituram os alimentos em pequenos pedaços que, com o auxílio da saliva, facilitará a futura ação das enzimas. A boca é revestida por uma membrana mucosa que protege órgãos ocos, como o tubo digestivo. O palato é uma membrana que separa a cavidade bucal das fossas nasais e é formado pelos palatos duro e mole. O palato duro, também conhecido como abóbada palatina, tem uma forma arqueada e é constituído pela união dos ossos maxilar superior e palatino. O palato mole, também denominado véu palatino é uma estrutura suave e parcialmente móvel, que separa a cavidade bucal da faringe num estreitamento denominado istmo das fauces. Enquanto que o palato duro serve para oferecer alguma resistência à língua durante a mastigação e a deglutição, o palato mole encarrega-se de bloquear a passagem dos alimentos para as fossas nasais no momento de engoli-los. Segundo Thibodeau & Patton, “a úvula e o palato mole impedem que qualquer alimento ou líquido entre nas cavidades nasais situados superiormente à boca”. As glândulas salivares são um conjunto de glândulas responsáveis pela produção de saliva. A saliva, por sua vez, é um líquido alcalino, claro e viscoso, composto basicamente por água, sais minerais, mucina, glóbulos brancos e enzimas. Embora existam inúmeras glândulas produtoras de saliva dentro da cavidade bucal, as principais são: a) as glândulas parótidas, situadas em ambos os lados do rosto, abaixo e em frente dos ouvidos; b) as glândulas submaxilares, localizadas posterior do pavimento bucal, abaixo da maxila; na parte c) e as glândulas sublinguais, situadas na parte anterior do pavimento bucal, debaixo da língua. Segundo o portal Medipédia Beta, entre as patologias mais comuns das glândulas salivares, destacam-se os processos inflamatórios e infecciosos, como o produzido pelo vírus da parotidite ou papeira. “Por vezes, formam-se uma concreção sólida (ou cálculo) que obstrui o canal excretor, impedindo a saída da saliva e provocando um inchaço doloroso da glândula. Raramente aparecem tumores nas glândulas salivares, sendo por norma de natureza benigna”. Chamam-se lábios as dobras carnudas compostas por fibras musculares, cobertas por pele na parte exterior e por mucosa na parte interior. A cor avermelhada é em virtude da grande vascularização da mucosa, que dispõe também de numerosas terminações nervosas responsáveis pela sua grande sensibilidade. Entre as diversas funções assumidas pelos lábios, podemos destacar: - participação na alimentação e na emissão dos sons; - cumprem um destacado papel sensorial e erótico nas relações humanas. Língua A língua é um músculo largo, em forma de cone e com um leve achatamento na ponta, conforme Thibodeau & Patton, “a língua se compõe de músculo esquelético coberto por membrana mucosa”. Os autores ainda afirmam que a língua está firmemente fixada aos ossos no crânio e ao osso hioide do pescoço. Estas características, somadas à espessura da língua, que é formada por diversos músculos, determina a capacidade desse músculo em se movimentar para todas as direções. A membrana mucosa que cobre a língua é rica em vasos sanguíneos e terminações nervosas. Na parte de baixo, encontram-se milhares de pequenas estruturas responsáveis pela percepção do gosto, que acontece com maior ou menor grau dependendo da reação aos diferentes sabores. O frênulo da língua, ou freio lingual, é uma pequena tira de tecido que atua como uma prega de pele ou membrana mucosa, que restringe o alcance de movimento da língua. A glândula submandibular é uma glândula salivar localizada abaixo da mandíbula. Produz a maior parte da saliva liberada na boca. As glândulas sublinguais são glândulas salivares que têm forma de uma pequena amêndoa, situada entre o assoalho da boca e o músculo milo- hioideo. Dente Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e à mandíbula. Além de ser o principal elemento na mastigação, os dentes estão ligados diretamente na articulação da fala. Cada unidade de dente possui, em seu centro, nervos sensitivos e vasos sanguíneos que são protegidos por várias camadas de tecido. A camada mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Abaixo do esmalte, que circunda a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. Segundo Thibodeau Patton, “a dentina representa a maior parte externa do dente”. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Cemento é um tecido duro que separa a raiz do ligamento periodontal que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. Saúde bucal: da infância à terceira idade Neste tópico, você vai aprender as características da saúde bucal desde a infância até a terceira idade. Infância De um modo geral, atribuem-se os cuidados precoces à saúde bucal graças ao trabalho da Odontologia, que difundiu uma nova visão sobre a abordagem das doenças bucais, fundamentado da promoção à prevenção. Desta forma, o desenvolvimento da Cariologia, ciência que estuda os processos que levam à cárie, espalhou a ideia do tratamento da cárie enquanto doença infecciosa que deve ser combatida o mais cedo possível. A cárie pode ser evitada por meio de uma dieta controlada, e deve ser praticada desde a vida intrauterina, especificamente a partir do quarto mês de gestação, conforme orienta o Dr. Rafael Amado Silva, mestre em dentística, “período em que se inicia o desenvolvimento do paladar do bebê”. Dessa forma, os hábitos alimentares da mãe proporcionam uma melhor condição de saúde bucal para o bebê. O Caderno de Atenção Básica - Saúde Bucal, do Ministério da Saúde, afirma que “as ações de cuidado no primeiro ano de vida devem ser realizadas no contexto do trabalho multidisciplinar da equipe de saúde como um todo”, evitando a criação de programas de saúde bucal específicos e isolados da área médico-enfermagem. No período de surgimento dos dentes, é comum o aparecimento de alguns sintomas como salivação abundante, diarreia, aumento da temperatura corporal (febre) e sono agitado, no entanto, tais situações nem sempre são decorrentes deste processo, portanto deve ser realizada uma investigação para se descobrir outras causas que podem ser decorrentes de tais sintomas. O uso excessivo de creme dental, principalmente os com flúor, pode causar fluorose dentária. Já nos primeiros meses de vida, o bebê deve ser induzido a uma rotina adequada, isso quer dizer evitar amamentação noturna com ausência de higiene bucal e estimulação para o uso de chupetas. Conforme o módulo de Saúde Bucal por Ciclos de Vida, produzido pela UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, “Os hábitos da família, particularmente da mãe, determinam o comportamento que os filhos adotarão”. A amamentação natural durante o primeiro ano de vida é fundamental para a saúde do bebê. Os benefícios para a criança são: - Correto padrão de respiração; - Correto posicionamento da língua sobre as arcadas dentárias, estimulando o vedamento labial, crescimento das arcadas e a posição correta dos dentes sobre a arcada; - Obtenção de um adequado tônus muscular orofacial, crescimento das funções de mastigação, deglutição e fonação; - Perfeita estimulação sensória, motora e oral dos órgãos fono-articulatórios, propiciando o bom desenvolvimento da fala; - Deglutição correta. O aleitamento materno deve ser feito com exclusividade até os 06 meses de idade. A partir disso, deve-se incentivar o uso progressivo de alimentos em colheres e copos. Um hábito inadequado dos adultos, muito comum, como, por exemplo, beijar o bebê na boca pode contaminar precocemente a criança. Além disso, talheres devem ser bem lavados e uma chupeta nunca pode ser utilizada por outra pessoa, ainda mais se for adulto. O Caderno de Atenção Básica - Saúde Bucal, do Ministério da Saúde orienta para um adequado hábito em relação à sucção de chupeta ou mamadeira: • Em situações adversas, nas quais necessite dar mamadeira ao bebê, não aumentar o furo do bico do mamilo artificial, que serve para o bebê fazer a sucção e aprender a deglutir. • Quando a necessidade de sucção não for satisfeita com o aleitamento materno, a chupeta deve ser usada racionalmente, não sendo oferecida a qualquer sinal de desconforto. Utilizar exclusivamente como complemento à sucção na fase em que o bebê necessita deste exercício funcional. Não é recomendável que o bebê durma todo o tempo com a chupeta. A sucção do seio é um exercício importante para o desenvolvimento da boca (arcos dentários) e para criar hábitos corretos de deglutição (engolir). No primeiro semestre de vida do bebê, o leite é essencial e o volume ideal é produzido pela mãe, pois contém tudo o que o bebê e seus dentes precisam, na medida e temperatura exatas, inclusive anticorpos responsáveis pela defesa do organismo. A amamentação ainda significa para a criança motivo de satisfação, prazer e segurança, importantes para um bom equilíbrio emocional no futuro. Dos 2 aos 9 anos, é a idade ideal para desenvolver os hábitos adequados à saúde bucal da criança, como escovar os dentes, por exemplo. O comportamento familiar é importante, uma vez que o aprendizado ocorre, também, por meio da observação e da cultura que se vai criando dentro do lar. No que diz respeito ao trabalho multiprofissional – médicos e enfermeiros – o exame da cavidade bucal das crianças deve ser uma atividade de rotina. O objetivo é localizar a presença de lesões nos dentes ou tecidos moles bucais, durante os exames, e consequentemente fazer o encaminhamento formal para o serviço odontológico. Deve-se evitar a extração precoce dos dentes decíduos, o dente de leite, pois este procedimento pode alterar o tempo de erupção do dente permanente, podendo provocar má oclusão. O adolescente A saúde bucal dos adolescentes tem uma grande importância porque é nesse período que a cárie mais aparece. Por ser uma fase marcante no processo do desenvolvimento humano, médicos, enfermeiros, dentistas e a família devem levar em consideração os principais problemas que afetam os adolescentes, tais como: violência, problemas familiares, depressão, drogas , álcool, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e outros, para atuar de forma multiprofissional e fazer os encaminhamentos necessários. É muito comum o jovem não se importar com o autocuidado, segundo o Manual técnico de educação em saúde bucal, do SESI, “é frequente, principalmente no início da adolescência, que os bons hábitos de higiene sejam colocados de lado”, por se tratar de um período de descobertas e outras urgências que consideram prioritárias. É nessa fase, portanto, que o jovem começa a tomar algumas decisões sem a interferência de um adulto, como, por exemplo, ser responsável pela tarefa dos cuidados com a própria boca. Se por um lado o início da adolescência é um período de poucos cuidados com a escovação dentária, por outro é uma fase fundamental para se adquirir hábitos adequados de higiene bucal. É nessa fase que se estabelece um aprendizado ligado à saúde, estilo de vida e comportamento em sociedade. Além da cárie, a gengivite é outra enfermidade muito comum aos adolescentes. A gengivite é uma inflamação da gengiva que provoca vermelhidão, sangramento e mau hálito. A gengivite é uma infecção causada por bactérias quando não ocorre um controle adequado através da escovação e do fio dental. De um modo geral, a gengivite está associada à presença de tártaro. Tártaro é a placa bacteriana que endurece na superfície dos dentes, ele pode se formar sob a gengiva e irritar os tecidos gengivais, provocando além de cárie, mau hálito também. Uma gengivite mal cuidada pode agravar a situação e transformar-se em uma doença mais grave: a Periodontite Juvenil. A doença periodontal ataca os tecidos em torno dos dentes (gengiva, osso e ligamentos) sem que a pessoa, muitas vezes, sinta qualquer manifestação de dor. As principais características das periodontites são: - Formas localizadas e generalizadas; - Na maioria dos casos, o paciente tem um aspecto periodontal saudável; - A quantidade de placa bacteriana é incompatível com a severa destruição periodontal; - Podem ser caracterizadas por uma tendência familiar; - Possuem progressão rápida. O adulto Na vida adulta, a atenção maior em relação à saúde bucal se refere à identificação precoce de determinadas patologias como o diabetes, a hipertensão e o câncer bucal, sendo importante que a educação em saúde envolva ações voltadas para a instrumentalização, prevenção, tratamento e controle dos fatores de risco que levam a tais doenças. O diabete O Diabetes Mellitus é uma doença que normalmente se manifesta em pessoas acima dos 45 anos. Trata-se de uma insuficiência absoluta ou relativa de insulina, causada pelas alterações metabólicas dos carboidratos, lipídios e das proteínas. Essa insuficiência de insulina é provocada pelo pâncreas, conforme o Manual técnico de educação em saúde bucal, do SESI, “as pessoas portadoras de diabetes frequentemente apresentam secura na boca pela diminuição na saliva, sensibilidade dolorosa na língua e distúrbios de gustação”. Devido aos altos níveis de glicose (açúcar) no sangue, o indivíduo diabético tem maior chance de desenvolver doença gengival avançada, além de contribuir para a perda de dentes. A hipertensão A Hipertensão Arterial Sistêmica é o mais comum e importante fator de risco para a doença cardiovascular e tem, com esta, uma relação contínua e progressiva. O tratamento farmacológico pode acarretar efeitos colaterais no meio bucal. Além disso, a terapia diversificada usada no tratamento dessa doença pode interferir direta ou indiretamente nos procedimentos odontológicos, devido a interações medicamentosas, a indução da hipotensão postural e a alteração de humor. Tanto no caso do diabetes quanto no caso da hipertensão arterial, é importante que as pessoas sejam informadas sobre os serviços públicos de referência para tratamento dessas patologias. O câncer bucal O Câncer Bucal é um termo que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca). O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento adequado, pois, na fase inicial, a expectativa de cura é de 80 a 100%. No entanto, a proporção de diagnóstico em fase inicial é de apenas 10% dos casos e nos cânceres de língua esta taxa cai para 5%. Daí a importância de que a programação de educação em saúde bucal contemple ações que instrumentalizem as pessoas para realizarem o autoexame da boca, a fim de identificar os sinais primários do câncer. A forma adequada de fazer este autoexame será explicada com maiores detalhes no próximo capítulo. O câncer de boca tem seu desenvolvimento estimulado por fatores ambientais e fatores próprios do indivíduo: - Idade superior a 40 anos; - Sexo masculino; - Tabagismo; - Alcoolismo; - Má higiene bucal; - Desnutrição e imunodepressão; - Uso de próteses mal ajustadas; - Irritação crônica da mucosa bucal; - Consumo excessivo e prolongado de chimarrão. Esta doença pode ser detectada após o aparecimento de feridas na boca que demoram a cicatrizar. Outros sintomas são ulcerações superficiais com menos de 2 cm de diâmetro e indolores, podendo sangrar, e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. O idoso De acordo com o Manual técnico de educação em saúde bucal, do SESI, “estudos sugerem que 70% dos idosos necessitam de algum tipo de tratamento odontológico”. Apesar disso, atitude diante dos cuidados com a boca segue de maneira lenta, estima-se que desse número apenas 20% a 35% dos idosos procuram algum tratamento. Entre os maiores argumentos para justificar a falta de cuidados com a saúde bucal estão: condição socioeconômica, dependência funcional ou estado de saúde extremamente debilitado. Ao atender o idoso, é preciso considerar os fatores e características próprias desta faixa etária, tais como: - consumo de medicação contínua; - estado físico e emocional; - insegurança; - estilo de vida; - maior risco a algumas patologias bucais, como o câncer bucal. O melhor tratamento médico ou odontológico, no caso do idoso, terá que basear seu prognóstico levando em conta o forte caráter psicológico e emocional da pessoa de mais idade. A equipe de saúde bucal deve procurar prestar um atendimento educado e atencioso, mas chamar o idoso pelo nome (evitando as expressões “vovô” ou “titio”). Se caso o idoso estiver com um acompanhante, as informações devem ser passadas para o próprio paciente e não seu acompanhante, a não ser em casos especiais. No que diz respeito à saúde bucal, as pessoas idosas costumam apresentar “edentulismo” (ausência de dentes), “doença periodonta”, “cárie de raiz”, “xerostomia” (diminuição de produção da saliva/secura na boca), atrição/abrasão e lesões da mucosa bucal. O envelhecimento ao longo da vida é o responsável natural dos agravos que ocorrem na boca. A saliva tem a função de limpar, e proteger toda boca. Como o idoso tem menos capacidade de produzir saliva, a limpeza da língua se torna uma grande preocupação dos dentistas na orientação quanto à higienização. Essa é uma fase em que os familiares devem ter preparo para cuidar do idoso. Pesquisas apontam que as alterações salivares, na maioria das vezes, estão associadas principalmente ao uso de medicamentos para tratamento de doenças sistêmicas, ou seja, aquelas que atacam todo o organismo como hipertensão e diabetes, por exemplo. Estima-se que cerca de 70% dos remédios ingeridos pelos idosos têm efeitos colaterais na cavidade bucal e interferem no equilíbrio das bactérias presentes na boca. Esse é um aspecto importante a ser considerado na condução do tratamento, não só no sentido de evitar a sobreposição de medicação, mas também no que diz respeito a uma compreensão mais integral das dificuldades pelas quais passa a pessoa idosa, procurando auxiliá-la no seu quadro geral de saúde. A constatação de que as doenças bucais podem ocasionar complicações sistêmicas e diminuição da qualidade de vida determina decisões relativas ao encaminhamento do atendimento integral à saúde do idoso. Explicar ao idoso e a seus familiares os fatores que favorecem as condições de bem-estar, como a alimentação, por exemplo, é fundamental na condução do tratamento. Ações educativas que elabore cardápios balanceados, atraentes e adequados aos idosos são essenciais para superar problemas como: - perda do paladar; - rejeição ao consumo de nutrientes. O resultado é o favorecimento da ingestão de menos medicamentos e, consequentemente, a diminuição dos efeitos colaterais que tanto prejudica o funcionamento das próteses totais, por exemplo. Chama-se Anamnese a entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que tem a objetivo de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Desta forma, deve haver uma preocupação maior na elaboração de uma anamnese do idoso, pois geralmente com o avanço da idade há também um maior uso de remédios em comparação com a população adulta. De acordo com o Manual técnico de educação em saúde bucal, do SESI, “para auxiliar no quadro geral de saúde do idoso o programa deve incluir orientações e apoios voltados para o estímulo e a viabilidade da prática de atividade física, considerando os benefícios do exercício físico para melhora da capacidade fisiológica em portadores de doenças crônicas, redução do número de medicamentos prescritos, prevenção do declínio cognitivo, manutenção do status funcional mais elevado, redução da frequência de quedas e incidência de fraturas e benefícios psicológicos, como melhora na autoestima”. A higienização das próteses evita odores desagradáveis e manchas nas peças, além de prevenir a colonização de bactérias, que podem injuriar a mucosa e provocar doenças sistêmicas. Hábitos incorretos, como a utilização das próteses totais durante a noite e a higiene inadequada, têm sido associados à prevalência de estomatite relacionada ao uso de próteses totais. Discutindo os pontos positivos e as dificuldades encontradas na adaptação à prótese de acompanhamento devem incluir instruções sobre ajustes iniciais e cuidados, orientação com relação aos procedimentos de reembasamento e explicação quanto à necessidade de um novo par de próteses totais após cinco anos de uso, ou conforme se faça necessário em função de episódios intercorrentes, como perda excessiva de peso, por exemplo. Atenção especial deve ser dada ao aparecimento de lesões. Com o passar do tempo, os tecidos se modificam e esses aparelhos não acompanham essas alterações. A tendência é que eles se tornem instáveis e soltos. A movimentação dessas próteses sobre a mucosa bucal leva à lesões e crescimentos teciduais que são potencialmente cancerígenos. É importante a visita ao dentista pelo menos uma vez ao ano para, se necessário, fazer os ajustes ou troca das próteses. Estética, harmonia facial, desgaste dos dentes, envelhecimento precoce, falta de retenção, reabsorção óssea, dores em algumas áreas são alguns itens importantes para indicação ou não de uma nova dentadura. A dentadura inferior leva quatro vezes mais tempo para se acostumar do que a superior. Quanto mais tempo a pessoa empregar na mastigação, melhor será a adaptação. Para tal, orienta-se não comer porções grandes alimentos a princípio, dividindo-os em pequenas porções. de É natural sentir dor e desconforto no começo, e se aparecerem pontos dolorosos ou calos, deve-se procurar o dentista para que sejam tomadas as providências indicadas. Nos primeiros dias, deve-se comer alimentos macios e cremosos e, à medida que for progredindo, pode-se passar aos alimentos sólidos, mastigando vagarosamente e por igual, a fim de controlar a dentadura e a pressão das gengivas ao morder. A saúde bucal das gestantes Cada mulher se relaciona com a gestação de maneira diferente. A característica particular de cada gestação interfere no seu desenvolvimento, bem como na relação que a mulher estabelece com a família e com a criança, desde as primeiras horas no ventre. Influencia, também, no processo de amamentação e nos cuidados com a criança e com a mulher. É possível aprender detalhes sobre questões relacionadas à saúde bucal da gestante, no entanto, nossa função é apresentar os conceitos para fins de conhecimento. Somente um profissional de saúde é capacitado para compreender os múltiplos significados da gestação. Uma gestante sente a necessidade de ser ouvida. Poder expressar seus medos e suas inseguranças fortalece a gestante no seu caminho até o parto. É o momento em que a grávida passa a construir um conceito de si mesma, contribuindo para um parto tranquilo e saudável. Conforme o Manual técnico de educação em saúde bucal, do SESI, “o estado de saúde bucal apresentado durante a gestação tem íntima relação com a saúde geral da gestante, podendo influenciar diretamente na saúde geral e bucal do bebê.” Durante o período de gestação pode ocorrer uma série de alterações no organismo da gestante que facilitam o surgimento de problemas bucais: - Aumento da acidez bucal: existem relatos de alterações no pH da saliva (tornando-a mais ácida) como sendo um dos fatores que predispõem e podem levar ao surgimento de cárie dentária nas gestantes. Esta hiperacidez pode ser controlada com a escovação após as refeições. - Alterações hormonais e aumento da vascularização gengival: a gengiva também passa por alterações durante a gestação, onde pode existir uma resposta exagerada dos tecidos moles gengivais aos fatores locais, que se deve ao aumento da vascularização da gengiva durante a gravidez. Além disso, pode ocorrer aumento da mobilidade dentária, que pode estar associada a alterações dos hormônios estrógeno e progesterona. - Náuseas, vômitos, aumento na produção de saliva ou sialorreia: existem hipóteses de hipersecreção das glândulas salivares no início da gravidez, que costuma cessar por volta do terceiro mês e coincide com o desaparecimento da emese gravídica, ou seja, dos enjoos, regurgitações e ânsias de vômito, frequentes na gestação. Cada tipo de gestação é que determina o período de enjoo, pode ser três ou mais meses, mas é possível adotar alguns cuidados para não se desnutrir: – Comer várias vezes por dia, um pouco por vez; – Dar preferência aos alimentos com os quais se sentir bem; – Logo cedo, antes de se levantar, comer três a quatro bolachas tipo cream cracker, em jejum. Depois de um tempinho, tomar o café da manhã normalmente; – Os vômitos da gestante, embora incômodos, não a impedem de comer novamente, tão logo se sinta bem; – Caso os enjoos e vômitos persistam, tornando-se um empecilho para a mulher, ela deve conversar com o obstetra se há necessidade de receber alguma medicação. Mudanças nos hábitos alimentares: no terceiro trimestre, a gestante apresenta uma diminuição na capacidade fisiológica do estômago e pode ingerir menos quantidade de alimentos, porém com maior frequência. Associada à falta de cuidados com sua higiene bucal, pode haver um aumento no risco de cárie dentária devido à tendência que há de se fazer pequenas e numerosas refeições. Diminuição dos cuidados com a higiene bucal: pesquisas demonstram que ocorrem alterações nos hábitos de higiene bucal durante a gestação, existindo ainda o enjoo ao creme dental, o que compromete a escovação. Embora ocorram alterações na frequência de alimentação, estas não refletem na escovação, ou seja, aumenta-se o número de refeições, o que não é acompanhado pelo aumento no número de escovações. Além disso, depois do nascimento do bebê existe a tendência da mãe esquecer-se de si mesma, o que pode prejudicar os devidos cuidados com a sua saúde bucal, não vista nesse momento como prioridade. A gravidez não é responsável pelo aparecimento de cárie e nem pela perda de minerais (como o cálcio) dos dentes da mãe para formar as estruturas calcificadas (ossos) dos bebês. O aumento da atividade cariogênica está relacionado com alterações da dieta e presença de placa bacteriana devido à higiene inadequada dos dentes. Também se observa a diminuição do pH bucal, tornando-se mais ácido, o que requer uma melhor e maior frequência na higienização bucal para neutralizar esse pH. A melhor maneira de se evitar as cáries durante a gravidez é evitar o consumo frequente de alimentos açucarados (mantendo-se uma alimentação saudável, em horários regulares, de forma a também facilitar o controle do peso na gravidez), exercer uma adequada higiene bucal com o uso correto de escova, fio dental e creme dental com flúor, pois este elemento é o principal fator responsável pela prevenção das cáries. Sangramento na gravidez não é normal, pois significa que a gengiva está inflamada (gengivite) devido à placa bacteriana que não foi removida completamente. Os hormônios associados à gravidez promovem uma maior vascularização do periodonto (tecido que envolve o dente), afetando as áreas já inflamadas. Se houver sangramento da gengiva, deverá haver maior higienização desse local e, persistindo o problema, a gestante deverá procurar um profissional para avaliação, orientação e tratamento. O sangramento gengival durante a gravidez pode ser um indicador de risco a problemas de parto prematuro e bebês de baixo peso. Para a gestante receber tratamento odontológico, ela deve procurar pela equipe de saúde bucal para participar das atividades de educação em saúde e atendimento clínico programado. Ao longo da gestação, realiza-se o acompanhamento quanto aos cuidados com a saúde, controle de dieta e cuidados especiais com a higiene bucal, além de avaliação sobre a continuidade dos cuidados no período puerperal (pós-parto). É possível a utilização de anestesia local em gestantes, porém é necessária a avaliação do médico responsável, somente ele poderá informar ao dentista o tipo de anestésico mais indicado, principalmente quando houver elevações da pressão arterial. Não é preciso evitar a radiografia odontológica durante a gravidez, trata-se de um instrumento muito importante para auxiliar o dentista a detectar cáries e outros problemas que não estejam visíveis. O dentista poderá decidir juntamente com a gestante quando as radiografias são indispensáveis e a melhor época para realizálas. Alguns fatores garantem a segurança da gestante e do bebê: – A quantidade e o tempo de radiação são pequenos; – O raio-X está normalmente dirigido à boca, distante da barriga; – Sempre deverá ser utilizado um avental de chumbo para proteger a gestante e o bebê. Existem alguns fortificantes que promovem uma boa dentição para o bebê, eles podem ser encontrados numa alimentação balanceada, constituída por diferentes grupos de alimentos (carnes, peixes, frutas, legumes e verduras, cereais, leite e derivados). As carências de vitaminas podem comprometer o desenvolvimento normal dos dentes. Durante o pré-natal, o médico poderá avaliar a necessidade de complementação vitamínica. Nos bebês, os dentes decíduos (dente de leite) começam a se formar a partir da sexta semana de gestação, já os dentes permanentes a partir do quinto mês de vida. Por isso que condições desfavoráveis durante a gestação, como o uso de medicamentos, infecções, deficiências nutricionais, entre outros, podem acarretar problemas. Os alimentos que a grávida consome afetam os dentes do bebê. A ingestão de uma dieta balanceada nutre a mãe e o bebê, assegurando uma boa estrutura dental à criança. Não é possível afirmar com segurança que o uso de medicamentos durante a gestação pode prejudicar os dentes do bebê. No entanto, aconselha-se evitar o uso de medicamentos, principalmente no primeiro trimestre da gestação. No período da formação dos dentes, alguns cuidados devem ser tomados no que diz respeito a um grupo específico de substâncias químicas, como as tetraciclinas, que são depositadas com cálcio nos ossos e dentes, durante sua calcificação, provocando manchas permanentes nos dentes (outros antibióticos como as penicilinas, cefalosporinas, eritromicinas e espiramicinas podem ser administradas em qualquer período da gestação sem danos aos dentes do bebê). Até pouco tempo era comum acreditar que o uso do flúor pelas gestantes teria uma grande importância na saúde dos dentes dos bebês. Atualmente, sabe-se que o principal efeito preventivo do flúor ocorre localmente nos dentes que estão sofrendo o ataque carioso. Assim sendo, o flúor ingerido pela gestante tem pouca importância. Para a criança, apenas o flúor contido na água é, em geral, suficiente para ser utilizada. O melhor que a gestante pode fazer pelo seu bebê é cuidar da sua própria saúde. O nível de saúde bucal da mãe tem relação com a saúde bucal do bebê. Hábitos familiares saudáveis serão assimilados pelas crianças e as consequências serão mais favoráveis a uma saúde bucal desejável. Alimentação saudável, higiene adequada, amamentação natural, evitando o uso de chupetas e, em casos onde isso não seja possível, o uso de mamadeiras e chupetas com bicos ortodônticos, que poderão amenizar os problemas de má oclusão dentária. Prevenção e fatores de doenças bucais Os micro-organismos presentes na boca e a Halitose Neste tópico, você vai conhecer as características dos micro-organismos presentes na boca e como eles influenciam na formação e desenvolvimento da halitose. Os micro-organismos da cavidade bucal A boca é composta por um sistema de alta complexidade e contém milhares de micro-organismos, ou seja, minúsculos seres vivos. O primeiro a fazer esta afirmação foi o holandês Antony Van Leeuwenhoek, no século XVII, segundo Dr. Dráuzio Varella, “um dono de armarinho, hoje considerado o pai da bacteriologia – cuja distração principal era explorar os recursos de uma engenhoca recém-descoberta: o microscópio”. Os cientistas da época passaram a usar o microscópio para estudar asas de inseto e grãos de pólen, mas Antony Leeuwenhoek foi mais longe: utilizou o aparelho para estudar a água da chuva, observando pequenos seres vivos, 10 mil vezes menor do que uma pulga. Empolgado com as diversas possibilidades, em 1683 Leeuwenhoek examinou sua própria boca, só nos dentes da frente encontrou milhares de micro-organismos que desapareciam quando o exame era feito depois de tomar café bem quente. Na década de 1960, pesquisadores americanos verificaram que, nas placas dentárias, havia populações distintas de bactérias, conforme Dr. Dráuzio Varella, foi quando confirmaram que a mucosa da boca e a superfície dos dentes eram revestidas por micro-organismos dispostos em camadas finas, denominadas biofilmes. Atualmente, após a evolução das pesquisas microscópicas, já foram detectadas mais de 700 espécies diferentes de germes vivendo na cavidade oral humana. Os micro-organismos que vão viver na boca mostram preferência por determinadas regiões: alguns preferem a superfície da língua, uns as gengivas e outros os dentes. Em seu site oficial, o Dr. Dráuzio Varella explica que a bactéria Streptococcus mutans que se alimenta de açúcar, destrói o esmalte dos dentes e provoca as cáries, vivendo exclusivamente na superfície dentária. Na língua é possível encontrar mais de 92 espécies de micro-organismos, alguns dos quais responsáveis pelo mau hálito. Quando estes são eliminados por raspagem ou gargarejos com soluções bactericidas, a halitose diminui de intensidade ou desaparece. Denominam-se biofilmes as comunidades biológicas com um elevado grau de organização, onde as bactérias formam comunidades estruturadas, coordenadas e funcionais. Na região da boca, existe uma cooperação entre as bactérias contidas nos biofilmes, como, por exemplo, a bactéria Streptococcus gordonii, que possui proteínas em sua superfície e atraem outras bactérias, como a Porphiromonas gingivalis, que envolve e infecciona a gengiva. A bactéria Streptococcus gordonii produz cerca de 220 proteínas Desde 2004, o Instituto de Pesquisas Dentárias e Craniofaciais, de Rockville, Estados Unidos, vem procurando catalogar todos os genes, ou seja, a definição genética, dos germes existentes na cavidade oral. O objetivo é identificar mais de 40 mil genes característicos das populações de saprófitas, simbiontes e parasitas que se instalam e convivem nas diversas regiões da boca. Os estudos do Instituto permitem identificar as fragilidades dos germes que causam doenças e aqueles que oferecem proteção à mucosa oral e aos dentes. A halitose De acordo com Nelson Passarelli e Silvio Gurfinkel, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “a halitose pode ser definida como odor desagradável, eventualmente repulsivo, emitido pela cavidade bucal, seja durante a fala, seja quando da respiração”. Este “odor desagradável” da cavidade bucal é popularmente conhecido como mau hálito e relatos históricos apontam que sua ocorrência existe desde a antiguidade. Segundo Passarelli e Gurfinkel, “em relatos pré-bíblicos, as consequências sociais do problema eram já reconhecidas como nos dias atuais”. Conta a história que o filósofo Hipócrates reconhecia no hálito uma importante fonte para se detectar possíveis doenças. O filósofo considerava o nariz uma ferramenta eficaz para o diagnóstico de doenças. Uma pessoa que carrega intensa halitose encontra-se em uma situação social delicada, pois todos a evitam e, por mais sensível ou educado que sejam as pessoas ao redor, o mau hálito sempre incomoda. No entanto, a maioria dos portadores de halitose não consegue perceber o problema sozinho, normalmente o alerta sobre a questão surge da família ou de alguns verdadeiros amigos. A pessoa que desenvolve mau hálito acaba desenvolvendo também ansiedade e comportamentos antissociais. De um modo geral, todos se preocupam com a halitose, é só observar a enorme quantidade de produtos purificadores do hálito disponíveis no mercado. Testar o próprio hálito expirando contra a palma da mão é uma técnica muito conhecida, porém insuficiente para avaliar o odor de forma efetiva. Os odores da boca variam em intensidade e qualidade. A intensidade dos odores bucais pode ser detectada por aparelhos denominados osmoscepios. A qualidade do hálito determina o grau de aceitação social, no entanto a exata descrição da qualidade do hálito não é tarefa fácil, sendo, geralmente, imprecisa e vaga. Termos como pútrido, azedo ou doce admitem uma ampla margem de variações e superposições e não definem de maneira efetiva a qualidade do hálito. O hálito tem origem tanto na boca como nos pulmões. Os odores bucais formam-se no interior da cavidade oral, enquanto que os pulmonares geralmente têm origem sistêmica. Além destes aspectos, é fundamental considerar que o ar expelido pelos pulmões deve passar ainda através da nasofaringe, nariz e seios paranasais, recebendo substâncias odoríferas que vão sendo produzidas. Desta forma, o hálito resulta na verdade, da interação de todas estas estruturas. Nem todo mau hálito é anormal ou indicativo de doença. O hálito humano varia consideravelmente com a hora do dia, fome ou idade, as crianças, por exemplo, geralmente têm um hálito adocicado e agradável. É na adolescência que o hálito vai progressivamente ficando mais pesado e intenso, na meia-idade torna-se menos suportável e na velhice costuma ser definitivamente desagradável. O hálito sofre também alterações conforme o período do dia. De um modo geral, todas as pessoas, logo após o despertar, tem um hálito desagradável. O mau hálito matinal é provavelmente resultante da putrefação de restos alimentares, epiteliais e saliva estagnada, acumulados durante o sono. Se por um lado, a inatividade bucal impede a ingestão de açúcar durante o sono e determina a proliferação das bactérias, por outro lado, a redução do fluxo de saliva facilita a multiplicação de germes e valoriza as substâncias produzidas a partir de restos alimentares. Diversos trabalhos experimentais têm demonstrado uma relação direta entre a intensidade do hálito e as substâncias adquiridas através do ar, no ato da expiração, principalmente ácido sulfídrico e metilmercaptan. O mau hálito matinal é especialmente mais intenso em indivíduos desidratados, de maus hábitos higiênicos, doença crônica nos dentes, e nas pessoas que respiram pela boca. A halitose patológica A halitose patológica pode ter várias origens: a) Bucal; b) Nasofaringe; c) Pulmões e brônquios; d)Tubo digestivo; e) Sistêmica. Odores de origem bucal: A importância relativa da cavidade bucal na produção de halitose patológica ainda é incerta. Diversos trabalhos com resultados contraditórios têm surgido na ciência. O mais prudente é admitir que tanto a boca quanto as alterações sistêmicas participam objetivamente na produção da halitose patológica. Podemos ter como causas bucais: - Retenção de restos alimentares; - Putrefação da saliva; - Paradentose, gengivite e cáries; - Papel da língua; - Respiração bucal; - Halitose do fumante. - Retenção de restos alimentares: Restos alimentares retidos em áreas intermediárias, dentárias, nas próteses, na língua e sob a gengiva dos dentes em erupção, por tempo suficientemente longo podem sofrer putrefação e originar odor desagradável. A observação de que escovar os dentes com o uso de antissépticos reduz de 30 a 70% o mau hálito de diversos indivíduos reforça o papel da boca na formação da halitose patológica. A putrefação da saliva é a segunda causa bucal: A saliva recém-produzida é normalmente inodora ou discretamente adocicada. Sua estagnação por cerca de uma hora determina, entretanto, o aparecimento de forte e característico odor. As paradentoses, gengivites e cáries são mecanismos bucais fontes de halitose. Na paradentose a saliva se putrefaz mais rapidamente. A gengivite de Vincent apresenta intenso e desagradável odor. A gengivite crônica apresenta também aroma ruim, provavelmente oriundo da putrefação de restos de sangue acumulados, pelo sangramento fácil destas lesões. O papel da língua: Em grande número de indivíduos portadores de mau hálito, a fonte, ou uma das fontes parece ser a região posterior da língua. Neste local, possivelmente em função do mau uso pelo homem moderno do aparelho mastigador, acumulam-se restos alimentares e células descamadas. Em sua higiene, fica evidente que o simples escovar de sua superfície, sem o uso de qualquer antisséptico é o melhor meio isolado de controle do mau hálito matinal. A respiração bucal: O hábito de respirar pela boca está frequentemente associado ao aparecimento de halitose, provavelmente por determinar ressecamento da boca e, consequentemente, facilitar a proliferação de bactérias. A halitose do fumante: O mau hálito dos fumantes é uma entidade perfeitamente estabelecida no mundo moderno. O desagradável odor é particularmente mais intenso com o uso de charutos. A fonte parece ser tanto bucal quanto respiratória. Odores originários da região da nasofaringe: As sinusites e rinites crônicas determinam a intensidade e desagradável mau hálito. Provavelmente secundário a proliferação bacteriana e consequente produção de metabólicos aromatizantes. As amigdalites crônicas possibilitam o acúmulo de alimentos nas criptas, constituindo uma causa comum de halitose. Odores originários dos pulmões e brônquios: Bronquites crônicas, abscessos pulmonares, gangrena de pulmão tuberculose e epidemias pulmonares são fontes de intensa halitose. Odores originários do tubo digestivo: Doenças esofagianas que permitam o acúmulo e consequente putrefação de alimentos são fontes de mau hálito. Dentre estas, vale citar os divertículos, as estenoses e os megaesôfagos. O estômago não parece ter qualquer participação, exceto quando houver refluxo ou vômitos. Em condições normais as substâncias presentes no órgão não atingem a boca. A constipação foi considerada por muito tempo, por leigos e médicos, como causa de halitose. Não há, entretanto, qualquer evidência experimental que suporte tal afirmativa. Odores de origem sistêmica (excretados pelos pulmões): Uma halitose de origem sistêmica decorre do fato de que substâncias aromáticas, resultantes dos alimentos, produtos da digestão ou do metabolismo celular, são eliminados do sangue pelos pulmões. Exemplo é o hálito alcoólico ou com odor de alho, devido a problemas renais ou de fundo hepático. Os odores de origem sistêmica tendem a ter uma qualidade característica e uma intensidade maior que os de origem bucal. Ao se estudar os odores sistêmicos, deve-se considerar a relação entre a halitose e os alimentos odoríficos. O exemplo mais usual é o que resulta do uso do alho. Embora parte do odor se deva a fixação da substância às estruturas da boca, a principal fonte é o ar oriundo do pulmão. Isto fica claro quando se observa o aroma característico do vegetal, após sua ingestão. Nestas condições, não só o odor tinge fortemente o hálito, como permanece por um tempo muito maior do que quando apenas mastigado e não deglutido, chegando a atingir setenta e duas horas. A comprovação definitiva do mecanismo em questão é a presença do aroma do alho no hálito do recém-nascido, cuja mãe fez uso do condimento antes do parto. Também como odores sistêmicos temos halitose da fome e do jejum. A eliminação de substâncias voláteis pelos pulmões, de modo a determinar hálitos característicos, e de determinados processos patológicos metabólicos como os ácidos oriundo da diabetes e a insuficiência renal. Sobre o tratamento: A boca e os pulmões devem ser testados separadamente. O pulmão pode ser investigado através da expiração forçada pelas narinas, com os lábios cerrados. O ar assim obtido poderá estar contaminado por substâncias provenientes da nasofaringe e nariz, mas não da boca. Já o hálito de origem exclusivamente bucal, recomendase ao paciente que encha a cavidade oral de ar, adie um pouco respiração e, finalmente, o libere lentamente pela boca. A comparação dos aromas obtidos separadamente pelas duas técnicas permite identificar a origem da halitose. Entretanto, de modo muito frequente, ambas as fontes participam em um mesmo paciente. Se a origem for detectada que é claramente oral, um exame cuidadoso deverá ser feito das gengivas, dentes, língua e orofaringe. Deve-se colher amostras de materiais localizados nestas estruturas, bem como de saliva, e compará-los com o hálito do paciente para estabelecer a sua semelhança e assim localizar a fonte real do odor. Finalmente, o material colhido poderá ser examinado ao microscópio, visando determinar alterações de flora bacteriana, presença de pus, sangue, entre outros. No tratamento da halitose de origem bucal, sabemos que o tratamento das diversas doenças orais é indispensável para a profilaxia da afecção. Paralelamente, os odores de origem bucal podem ser rapidamente eliminados, por um período médio de duas horas, pelo uso correto de escovas, dentifrícios e antissépticos. Da mesma forma deve-se sempre tentar paciente a abandonar o hábito de fumar. No tratamento de origem em outros órgãos temos que a halitose orofaríngea, pulmonar ou esofagiana, deverá receber especializado. induzir o da halitose de origem tratamento No tratamento da halitose de origem sistêmica consideraremos em primeiro lugar, os hábitos alimentares. Os hábitos alimentares do paciente deverão ser cuidadosamente estudados por um período mínimo de uma semana. Alimentos de alto teor odorífico, tais como o alho e cebola serão abolidos. Alguns médicos defendem ainda a restrição de lipídios. Quanto à halitose da fome, diremos que os pacientes portadores de halitose de fome muito intensa serão orientados no sentido de fazer frequentes e pequenas refeições. O perigo das cáries Neste tópico, você vai aprender o que é cárie dentária e como ela prejudica a saúde bucal. Além disso, terá dicas de como evitar tal enfermidade. De um modo geral, define-se cárie dentária como uma destruição localizada dos tecidos dentais causada pela ação de bactérias. Segundo alguns estudos, a cárie é uma descalcificação de uma parte do dente provocada por ácidos orgânicos. A perda dos tecidos dentais, ou seja, do esmalte, dentina ou cemento, é causada por ácidos que são produzidos pela fermentação bacteriana dos carboidratos, principalmente da sacarose, mais conhecido como açúcar. Ao ingerir a comida, principalmente doces, uma bactéria bucal chamada Streptococcus se alimenta dos restos de comida que ficam na boca. A consequência disso é a produção de uma substância chamada Glucan que funciona como um adesivo fixando a bactéria aos dentes formando a tão famosa placa bacteriana. Os doces possuem grandes quantidades de carboidrato e são os principais alimentos que contribuem para o aumento da cárie. Quando a placa bacteriana não é eliminada mediante uma rotina de cuidados orais constantes, que inclui a limpeza com uma escova adequada e a utilização diária do fio dental, os dentes ficam mais vulneráveis ao desenvolvimento de cáries dentárias. Nem todas as cáries são iguais, somente um dentista poderá classificar qual o tipo de cárie que está se desenvolvendo em uma boca mal cuidada. O reconhecimento desses tipos de cáries só é possível mediante exames específicos com a ajuda de instrumentos dentários e uma radiografia dos dentes para confirmar as zonas cariadas. Os três tipos de cáries que existem são os seguintes: - Cáries radiculares Este tipo de cárie é o mais comum entre os idosos, que são mais susceptíveis a sofrer de recessão das gengivas. Esta cárie desenvolve-se sobre a superfície das raízes dos dentes. Cáries recorrentes. Este tipo de cárie desenvolve-se sobre as superfícies de mastigação dos dentes de trás. Uma limpeza com uma escova adequada pode evitar este tipo de cárie; contudo, se não tiver uma higiene oral regular, este tipo de cárie pode agravar-se rapidamente. Cáries coronárias. Este tipo de cárie desenvolve-se sobre a face exterior plana dos dentes, quando as bactérias não são eliminadas e a placa bacteriana se acumula. Este tipo de cárie é o menos grave e pode, em determinados casos, ser tratado com flúor. É conveniente também saber que a utilização correta e regular do fio dentário pode ter uma influência positiva na eliminação desse tipo de cárie. A cárie é uma doença transmissível e infecciosa. Agora observe a evolução da cárie dentária, resultado da falta de cuidados com a higiene bucal. Em sua estrutura, o dente é formado por três camadas: esmalte, dentina e polpa. ESMALTE É o tecido dental mais resistente sendo o mais próximo da cavidade bucal, aproximadamente 96% do esmalte é composto de minerais, o restante é composto de água e materiais orgânicos. A coloração usual do esmalte dentário varia de amarelo claro ao branco acinzentado. Nas bordas dentárias, onde não há dentina subjacente ao esmalte, a cor às vezes pode ser levemente azulada. O esmalte é um tecido transparente e a cor da dentina reparadora afeta significativamente sua aparência. Sua espessura varia ao longo da superfície dentária e frequentemente é mais espessa entre o dente a gengiva. O esmalte não contém colágeno em sua composição. DENTINA A dentina é um tecido conjuntivo avascular, mineralizado, especializado, que forma o corpo do dente, suportando e compensando a fragilidade do esmalte. A dentina é recoberta pelo esmalte na sua porção coronária e pelo cemento na porção radicular. Sua superfície interna delimita a cavidade pulpar onde se aloja a polpa dentária. Por ser um tecido vivo, contém prolongamentos de células especializadas e substância intercelular. Dentina e polpa formam um complexo em íntima relação topográfica, embriológica e funcional, por isso têm características biológicas comuns. POLPA Constitui a parte viva do dente, onde estão localizados os nervos e os vasos sanguíneos. A Cárie se inicia quando os restos de alimentos que ingerimos se depositam na superfície dos dentes, devido à falta de escovação. Esses restos servem de alimento para as bactérias que existem no meio bucal, e como consequência, produzem ácidos. Esses ácidos em contato com o Esmalte o danifica, gerando o inicio da cárie. Conforme a mancha branca indicada na figura abaixo. Com o tempo, este dano vai avançando cada vez mais, atingindo a dentina, gerando sensibilidade e dor. Se não for tratada, a cárie vai progredindo cada vez mais e atinge a polpa, gerando uma inflamação que pode levar até a morte do dente. Neste caso faz-se necessário o tratamento Endodôntico, que é o tratamento dos Canais do dente. A pulpite é a inflamação da polpa dentária, o tecido ricamente vascularizado e inervado que está situado no interior dos dentes. A causa mais comum da pulpite é a cárie dentária extensa que fica próxima à polpa ou que atinge e contamina diretamente os dentes. Os acidentes com pancadas e fraturas nos dentes também podem causar pulpite e necrose da polpa. Observe agora, algumas dicas fundamentais para combater a cárie: - Após a ingestão de qualquer alimento ou líquido, faça bochechos com água durante trinta segundos; - Escove os dentes pelo menos duas vezes ao dia após as refeições; - Escovar a língua é tão importante quando escovar os dentes; - Se não puder escovar os dentes após o almoço, faça uma escovação caprichada à noite; - Passe o fio dental entre os dentes logo após a escovação pelo menos uma vez ao dia preferencialmente à noite; - Após escovar os dentes e passar o fio dental, enxágue a boca duas ou três vezes com água para remover o resto de resíduos de comida e pasta de dentes; - Após o enxágue com água, repita o procedimento com antisséptico bucal; - Troque sua escova dental de dois em dois meses; - Embora não se encontre mais pastas de dente sem flúor, lembre-se de verificar na hora da compra se o creme dental que está comprando tem flúor; - Evite comer doces e refrigerantes entre as refeições e principalmente antes de dormir; - Uma dieta alimentar rica em fibras encontradas em legumes, frutas e verduras diminui a acidez da boca e ajuda a combater as cáries; - Visite seu dentista regularmente, de seis em seis meses. Câncer de Boca Neste tópico você aprenderá sobre o câncer de boca, como surge tal doença e como adquirir hábitos de prevenção. Conforme definição do INCA – Instituto Nacional do Câncer – “câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca)”. De um modo geral, estudos apontam que o câncer de lábio é mais frequente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação ao superior. A exposição excessiva ao sol, como o trabalho dos agricultores, por exemplo, é um fator que pode levar ao desenvolvimento do câncer na região dos lábios. A falta de higiene bucal e a alimentação pobre em Vitaminas e Minerais, principalmente em vitamina C, também favorecem o surgimento dessa doença. Este tipo de câncer inicialmente se manifesta como uma simples lesão ou ferida que não cicatriza após 15 dias. Para evitar o câncer labial, é preciso tomar alguns cuidados: - Usar um chapéu de bordas largas quando em exposição ao sol; - Usar protetor solar e labial que protegem contra a luz ultravioleta; - Não fumar e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas. O câncer de boca atinge normalmente pessoas com idade superior a 40 anos de idade e o uso inadequado de próteses dentárias mal ajustadas também favorecem o surgimento e o desenvolvimento da doença. Os principais sintomas deste tipo de câncer são: - O aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam no período de uma semana; - Feridas superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores, podendo sangrar ou não; - Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal; - Dificuldade para falar, mastigar e engolir; - Emagrecimento acentuado, dor e presença de caroço no pescoço, que podem significar estágio avançado de câncer de boca. Para prevenir este tipo de doença é fundamental um diagnóstico precoce, por meio de consultas periódicas ao dentista, principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade, ainda mais aqueles que possuem dentes fraturados, com próteses mal ajustadas e que tenha o hábito de fumar e consumir bebida alcoólica. Além disso, é recomendada uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas. O autoexame da boca é simples, qualquer pessoa pode fazer para identificar possíveis anormalidades, como mudanças na aparência dos lábios e da parte interna da boca, endurecimentos, caroços, feridas e inchaços. Esse exame não substitui o exame profissional de saúde treinado. clínico realizado por Para a realização do autoexame são necessários um espelho e um ambiente bem iluminado. Observe a sequência abaixo: De maneira geral, a cirurgia e a radioterapia, juntas ou separadas, são os métodos terapêuticos mais utilizados para o tratamento do câncer de boca. Para lesões iniciais, que normalmente ocorrem na língua ou no assoalho da boca, tanto a cirurgia quanto a radioterapia apresentam bons resultados e sua indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais provocadas pelo tratamento, com chance de cura em 80% dos casos. A cirurgia radical do câncer de boca evoluiu com a incorporação de técnicas de reconstrução imediata, que permitiu largas excisões, ou seja, a extração de uma parte enferma do corpo e uma melhor recuperação do paciente. A quimioterapia associada à radioterapia é utilizada nos casos mais avançados, quando a cirurgia não é possível. Doença periodontal Neste tópico você aprenderá com um pouco mais de detalhe o que é doença periodontal. Conforme Newman Carranza, em seu livro Periodontia Clínica, a periodontite é uma doença inflamatória dos tecidos de suporte dos dentes, causada por micro-organismo específico ou grupos deles, resultando em uma destruição progressiva do ligamento periodontal e osso alveolar, com formação de bolsa, retração, ou ambas. É muito comum confundir a periodontite com a gengivite, pois as duas doenças atingem o mesmo local. No entanto a gengivite é uma inflamação apenas da gengiva, enquanto a periodontite também afeta os tecidos dos dentes e leva à reabsorção do osso alveolar, ou seja, a camada que circunda os dentes, o que pode resultar na perda dentária. Em nosso curso, doenças periodontais: vamos apresentar a) A gengivite; b) A periodontite crônica; c) A periodontite agressiva; d) A periodontite agressiva localizada; e) A periodontite agressiva generalizada. alguns tipos de Gengivite Conforme o Dr. Eduardo Geraldo Rubio, a Gengivite tem como aspecto clínico de doença: gengiva vermelha e inchada, sangramento espontâneo ou provocado ao leve toque, gengiva brilhante e contorno gengival irregular. Quando detectada a tempo, é reversível. Paciente com gengiva clinicamente normal: Paciente com gengiva doente: Gengiva com pigmentação melânica: Periodontite crônica A periodontite crônica manifesta-se em pacientes adultos com mais de 35 anos de idade. É uma doença que tem influência direta de diversos fatores: - Indivíduos com distúrbios psicossomáticos e estresse; - Indivíduos com distúrbios sistêmicos como diabetes mellitus, leucemia, infecções por HIV, deficiências nutricionais e/ou disfunções metabólicas, reações a medicamentos e indivíduos fumantes são mais suscetíveis à doença. De acordo com o Dr. Dalton J.B. Nercolini, “recentes investigações renovaram interesse na associação entre a doença periodontal e certas doenças sistêmicas. Esta associação baseiase no fato de que certas bactérias bem como seus produtos podem entrar na corrente sanguínea.” A bacteremia bucal é decorrente de atos de higiene bucal (escovação, fio dental, palitos e irrigadores gengivais), mastigação, e de procedimentos odontológicos. Várias condições cardíacas e vasculares podem ser afetadas pela bacteremia de origem bucal, dentre elas estão a endocardite bacteriana, arteriosclerose e infarto agudo do miocárdio. Periodontite agressiva Trata-se de uma alteração inflamatória do periodonto, considerada rara e que se instala durante ou imediatamente após a erupção dos dentes decíduos, conhecidos como dentes de leite, entretanto essa inflamação pode se estender até o periodonto dos dentes permanentes. Levando em consideração diferenças metodológicas que podem influenciar nos achados obtidos, estudos diversos relataram que a prevalência da periodontite agressiva oscila entre 0,84% a 26,9% na faixa etária entre 5 a 11 anos de idade Outro achado importante é que a alteração é consideravelmente mais comum entre meninas do que entre meninos. A periodontite agressiva possui duas variantes, a forma localizada e a forma generalizada, que se distinguem principalmente pelo grau de inflamação, pela velocidade de destruição gengival e pela quantidade de elementos dentais afetados. Periodontite Agressiva Localizada Estudos realizados nos Estados Unidos em crianças com idade entre 5 e 17 anos de idade demonstrou uma prevalência de 0,53% para a forma localizada e 0,13% para a forma generalizada. A periodontite agressiva localizada tem seu início caracteristicamente por volta dos 12 anos de idade e possui uma forte tendência familiar. A Academia Americana de Periodontia determinou certas características à periodontite agressiva localizada. Essa se caracteriza por afetar alguns dentes, normalmente primeiros molares e incisivos, com envolvimento de não mais do que dois dentes. Além disso, ela acarreta uma inflamação menor ou até mesmo inexistente e uma perda óssea mais lenta quando comparada com a variante generalizada. Tipicamente, observa-se quantidade mínima de placa e cálculo, no entanto placa subgengival está presente em todas as raízes afetadas. A forma localizada afeta apenas os tecidos periodontais em um ou mais dos dentes decíduos, mostrando, por vezes, apenas sinais clínicos moderados de inflamação, mas em associação com bolsas profundas e perda óssea localizada. O Actinobacillus actinomycetemcomitans parece ser o patógeno mais comumente encontrado na periodontite agressiva localizada, pois se encontra em mais de 90% dos casos. Radiograficamente, a região dos primeiros molares revela reabsorção óssea vertical que frequentemente é bilateral e simétrica. Nos casos clássicos, uma zona radiolúcida em forma de arco é observada desde a face distal do segundo pré-molar até a face mesial do segundo molar. É comum que se ocorra mobilidade e migração de dentes. Caso o tratamento não seja adequado, o processo inflamatório progride até a perda do dente e, em cerca de um terço dos casos, ocorre progressão para a doença mais generalizada. Periodontite Agressiva Generalizada Essa alteração pode representar não somente uma entidade distinta, mas também uma coleção de adultos jovens com doença periodontal avançada. Além disso, ela pode ser resultado da evolução de uma forma localizada que se tornou mais generalizada com o tempo, assim como pode ser considerada como uma doença inicial. A maioria dos pacientes afetados se encontra na faixa etária que vai de 12 a 32 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. Ao contrário da variante localizada, pode ser observada grande quantidade de placa e cálculo, e considerável inflamação gengival, proliferação de tecido gengival, retração gengival ou formação de fendas e destruição difusa e seguida do osso alveolar. A destruição óssea é rápida, não é restrita aos maxilares e é acompanhada por reabsorção patológica das raízes. No caso de periodontite agressiva generalizada, os pacientes possuem alterações do sistema imune caracterizados por intensos defeitos dos neutrófilos e monócitos na circulação periférica e ausência de neutrófilos nos tecidos gengivais. Além disso, uma característica comum a todos os casos é o acometimento de no mínimo três dentes, além dos primeiros molares e incisivos. Embora a forma localizada se caracterize por predominância da bactéria Actinobacillus actinomycetemcomitans, a variante generalizada possui patógenos ativos com caráter mais complexos, associados mais intimamente com a periodontite crônica, também envolvendo micro-organismos como P. forsythus, F. nucleatum e Campylobacter rectus. É importante abordar o fato de que a forma localizada que progrediu para a generalizada possui patógenos cada vez mais diversificados com a idade do paciente e a doença torna-se mais disseminada. Entre as inúmeras formas de enfermidade periodontal, encontra-se a gengivite ulcerativa necrosante (GUN), um tipo de doença periodontal necrosante. Embora não seja tão frequente, quando comparada a outras morbidades do periodonto suas condições periodontais não deixam de ser clinicamente significativas, haja vista que sua agressividade, aguda, rápida e deliberante, torna-a uma das doenças mais graves provocadas pela placa bacteriana. Referências a essa patologia na história humana são bastante antigas, e ela pode ser identificada por meio das seguintes sinonímias: Doença de Vincent’s, gengivite fusoespiroqueta, boca de trincheira, gengivite ulcerativa aguda, gengivite necrosante e gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA). Tal enfermidade apresenta como principais características clínicas: dor, necrose gengival limitada em sua margem e/ou nas papilas interdentais e sangramento da gengiva. Pode-se encontrar ainda mau odor, febre, linfoadenopatia e mal estar e uma pseudomembrana de cor branco-amarelada ou cinza cobrindo as úlceras gengivais. Tem uma apresentação clínica aguda, com características inconfundíveis. Contudo apresenta diagnóstico diferencial com a gengivoestomatite herpética primária (GHP), gengivite descamativa, pênfigo benigno das membranas mucosas, eritema multiforme exsudativo, gengivite estreptocócica, gengivite gonocócica e leucemia aguda. Os estudos epidemiológicos demonstram que essa doença é rara, ocorre em adultos jovens, numa faixa etária entre 15 e 35 anos, nos países desenvolvidos e em crianças nos países pobres. Em muitos estudos, essa enfermidade vem sendo relacionada com indivíduos portadores do vírus HIV. Ocorre, provavelmente, de forma mais frequente nesses pacientes especiais, embora com prevalência também baixa. Sua etiologia bacteriana foi proposta inicialmente por Plaut no ano de 1894 e Vincent em 1896. Sabe-se hoje, por intermédio de amostras microbianas, que a flora bacteriana dessa patologia pode ser constante ou variável. A flora constante contém Treponema sp., Selenomonas sp., Fusobacterium sp., Prevotela intermedia. Já a flora variável consiste num conjunto heterogêneo de tipos bacteriano. Assim, os microrganismos ocupam um papel determinante no surgimento da doença, mas ela está condicionada à presença de outros fatores como estresse psicológico, má nutrição, entre outros. Doença Periodontal em Diabéticos É estimado que cerca de 170 milhões de pessoas sejam portadoras de Diabetes Mellitus, das quais, aproximadamente 10 milhões de pessoas estejam no Brasil. Destes, mais de 50% desconhecem que tem a doença que pode levá-los à morte. O paciente diabético apresenta falta de insulina ou incapacidade desta de exercer suas funções, caracterizada por hiperglicemia crônica (altas taxas de açúcar no sangue) e distúrbios de metabolismos dos carboidratos, lipídios e proteínas (ocorre o espessamento da parede dos vasos sanguíneos, dificultando a ação das células de defesa do organismo). O pâncreas quando deixada de produzir insulina, hormônio responsável por controlar o açúcar no sangue, prejudica os rins e aumenta a pressão arterial. - Tipo l (insulino-dependente): deve-se à destruição das células do pâncreas, produtoras de insulina, o que predispõe o indivíduo à cetoacidose metabólica. - Tipo ll (não insulino-dependente): resulta de uma combinação de resistência à insulina e deficiência na secreção desta. Manifestações na boca A doença periodontal no paciente diabético não controlado, ou seja, que não controla o nível de açúcar no sangue é mais agressiva e ocorre uma maior dificuldade no tratamento, na cicatrização e resposta para a cura. O aspecto de boca seca (xerostomia) é muito importante sendo desconfortável e pode aumentar o número de cáries e inflamações gengivais. Algumas considerações são importantes aos pacientes diabéticos: a) Controle da sua glicemia; b) Consultar seu periodontista regularmente de 3 em 3 meses; c) Reduzir fumo, álcool e alimentos muito ácidos; d) Redobrar sua higiene oral. Exemplos de dentes prejudicados pela diabetes: A prática educativa Neste tópico, você aprenderá sobre a prática educativa em saúde bucal, desde seu conceito à ação política. Ao se abordar o tema saúde, normalmente as pessoas logo pensam em ausência de doença. O senso comum entende que para uma condição saudável é preciso que o corpo esteja funcionando perfeitamente, ou seja, cuidar da saúde é tão somente uma forma de manter o corpo humano como uma máquina em boa condição de funcionamento. Embora este conceito não esteja totalmente errado, não basta somente acreditar que o corpo é uma máquina em que as pessoas devam desenvolver habilidades mecânicas para que mantenham o controle da boa saúde. Se assim fosse, caberia apenas aos técnicos e aos serviços de saúde a reparação da máquina corporal, não cabendo, portanto, à clientela outro lugar que o de “pacientes” neste processo. No entanto, a definição do corpo como máquina passa a ser questionada a partir do momento em que se considera a dimensão complexa do agir e pensar que compõe cada ser humano. Psicossomática é a ciência que integra medicina e psicologia para estudar os efeitos de fatores sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas. Estudos dessa ciência comprovam uma relação entre o que se passa na cabeça das pessoas e o funcionamento de seus corpos. Desta forma, é possível afirmar que existem doenças que são desencadeadas por uma situação afetiva difícil, por uma espécie de impacto psíquico. Um exemplo disso, é a relação do estresse e da ansiedade no progresso da doença periodontal, na determinação das disfunções como a halitose, que é o mau hálito, por exemplo. A partir desse ponto de vista, ao abordar o tema saúde, fundamental reconhecer que existem formas diferentes de lidar com as opções e valores que se referem à saúde e que os cuidados partem de decisões pessoais, alterando sua intensidade e frequência na dependência de tantos outros fatores bons e ruins, próprios da dinâmica da vida. Um exemplo disso é a relação que as pessoas têm com a saúde bucal, pois normalmente não se prioriza as condutas de autocuidado, além daquelas tradicionais que se adota como hábito. Um comportamento bucal saudável como dinâmica das escolhas pessoais não segue uma lógica constante e linear. Portanto, é acertivo considerar o termo saúde muito mais do que cuidar do corpo como se fizesse a manutenção de uma máquina. A complexidade humana leva a formulação de questões fundamentais para a prática educativa em saúde bucal. Questões estas que procuram desenvolver motivação para as pessoas cuidarem da saúde da própria boca. O desafio da educação em saúde bucal é encontrar um motivo-padrão, ou seja, uma razão comum a todos para que cuide da própria boca, uma vez que um indivíduo é diferente do outro. As recomendações para uma saúde bucal adequada deve considerar os diferentes fatores que envolvem a vida das pessoas como sua histórias de vida, composição familiar e demais aspectos de sua trajetória humana. De acordo com Cláudia Márcia Santos, em o Manual Técnico de Educação em Saúde Bucal “trata-se de escutar a si próprio, mas também aos outros: a possibilidade de compartilhar informações e conhecimentos com outros ( que podem ser dentistas, técnicos de higiene dental, enfermeiros, médicos, mas também outras pessoas que têm o mesmo problema, vizinhos, familiares, outros etc. ) E, mais que informações, trata-se de partilhar sentidos: partilhar um contexto comum, uma cultura, uma história, uma experiência, entre outros” Diante da complexidade humana, os cuidados com a saúde da boca passam a ter fundamental importância na vida cotidiana da sociedade. Por esse motivo, ações que contribuam para a educação passam a ser foco principal na gestão da área de educação na saúde pública. Pensando nisso, o Ministério da Saúde elaborou um documento que procura orientar a gestão em educação na área da saúde. A Série Pacto pela Saúde, preparado pelo Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES), da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde, aborda as responsabilidades das três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), relativas à gestão da Educação na Saúde. O objetivo do documento é orientar a construção e o acompanhamento dos Termos de Compromisso de Gestão dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. De acordo com o documento, a proposta “não é avaliar a ação das esferas de gestão na área da Educação na Saúde, nem impor processos, mecanismos e estratégias para o seu desenvolvimento. Não pretende ser prescritiva, nem oferecer um modelo para a gestão da educação na saúde nas demais esferas de gestão do SUS”. Assim, a série Pacto pela Saúde pretende ser uma cooperação técnica para os gestores do SUS na execução da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Com o objetivo de ser um instrumento orientador do trabalho dos Estados, Distrito Federal e Municípios na construção e acompanhamento dos seus termos de compromisso de gestão e planos de saúde. Para Maria Cristina Davini, uma das consultoras que compõem o documento, o primeiro problema em saúde pública é a capacitação profissional, “a capacitação é uma das estratégias mais usadas para enfrentar os problemas de desenvolvimento dos serviços de saúde. Grande parte do esforço para alcançar a aprendizagem ocorre por meio da capacitação, isto é, de ações intencionais e planejadas que têm como missão fortalecer conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas que a dinâmica das organizações não oferece por outros meios, pelo menos em escala suficiente”. Tal capacitação desenvolve-se sob a influência de uma grande variedade de condições institucionais, políticas ideológicas e culturais, que antecipam e determinam o espaço dentro do qual a capacitação pode operar seus limites e possibilidades. A Série Pacto pela Saúde apresenta um estudo recente que mostra como se operacionalizam estas condições. Segundo o documento é a primeira condição para evitar desvios frequentes, tais como: • a simplificação, que reduz o problema da educação de pessoal a uma questão de aplicação de métodos e técnicas pedagógicas, sem a compreensão substancial de seus enfoques e sem estratégica do contexto político institucional de realização; • a visão instrumental da educação, que pensa os processos educativos apenas enquanto meio de alcançar um objetivo pontual e não como parte substancial de uma estratégia de mudança institucional; • o imediatismo, que acredita na possibilidade de grandes efeitos de um programa educativo de aplicação rápida, quase como em passe de mágica; • a baixa discriminação de problemas a superar, cuja solução não depende de capacitação e sim de outros fatores; • a tendência em atuar por meio de programas e projetos, cuja lógica é de começo e fim, além de sua dependência de fontes específicas de financiamento, ao invés de fortalecer a sustentabilidade e a permanência das estratégias educativas ao longo do tempo. Reconhecendo estes problemas, outro trabalho recentemente publicado, agrega novas questões, tais como: • a formação de grupos para a gestão de projetos que entram frequentemente em colisão com as linhas de estrutura do setor, desafiando o poder ou as lógicas distributivas; • programas de capacitação acordados com instituições intermediárias alheias às necessidades reais dos serviços locais, particularmente sob a forma de “produtos enlatados”; • a inexistência de avaliações e memórias institucionais que permitam absorver a experiência, analisar os obstáculos e os resultados, servindo de base para futuras experiências. Além da ação educacional propriamente dita, portanto, espera-se que os componentes da capacitação sejam parte essencial da estratégia de mudança institucional. Entretanto, poucas vezes se instala uma estratégia global e sustentável que dê lugar à conquista progressiva e sistemática desses propósitos. A partir de alguns estudos e análises, o documento levanta três questões principais, associadas à capacitação e à educação permanente do pessoal de saúde, neste primeiro esboço do problema: • nem toda ação de capacitação implica um processo de educação permanente. Embora toda capacitação vise à melhoria do desempenho do pessoal, nem todas estas ações representam parte substantiva de uma estratégia de mudança institucional, orientação essencial nos processos de educação permanente; • a educação permanente, como estratégia sistemática e global, pode abranger em seu processo diversas ações específicas de capacitação e não o inverso. No âmbito de uma estratégia sustentável maior, podem ter um começo e um serem dirigidas a grupos específicos de trabalhadores, desde que estejam articuladas à estratégia geral de mudança institucional; • finalmente, todo processo de educação permanente requer elaboração, desenho e execução a partir de uma análise estratégica e da cultura institucional dos serviços de saúde em que se insere. Vários novos programas de capacitação significaram um importante avanço em seus enfoques e experiências, considerando estas questões. A maioria, entretanto, mantém um atraso significativo nos estilos e práticas de capacitação, repetindo sempre a mesma fórmula. O objetivo da série Pacto pela Saúde é revisar os vários enfoques de capacitação e educação permanente do pessoal da saúde, analisar os conceito para seu desenvolvimento e recuperar lições de experiências recentes, expondo-lhe as fortalezas e obstáculos nos processos de transformação do setor da Saúde. Além disso, o documento pretende-se contribuir para o desenvolvimento de uma estratégia educativa integral orientada para a transformação dos serviços de saúde e comprometida com o desenvolvimento permanente de seus recursos humanos. A prática da odontologia - Biossegurança Neste tópico, você vai aprender alguns conceitos fundamentais para se entender a prática odontológica, principalmente aquelas sugeridas pela Biossegurança. Na prática odontológica, alguns fatores importantes devem ser considerados no que se refere ao tratamento de pacientes que fazem uso de medicamentos específicos. Cada alteração médica deve ser descrita de acordo com os possíveis problemas relacionados com o tratamento odontológico, complicações sobre o planejamento do tratamento: Sistema cardiovascular - Angina do peito; - Arritmia; - Aterosclerose; - Acidente Vascular Cerebral – AVC; - Bradicardia; - Hipertensão arterial sistêmica – HAS; - Infarto do miocárdio; - Endocardite bacteriana. Sistema hematológico - Distúrbios hemorrágicos; - Anemia. Sistema endócrino - Diabete; - Hepatite. Sistema respiratório - Tuberculose. Condições específicas: - Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST; - Artrite; - Gestantes (lactantes). Para melhor compreensão da relação entre a alteração fisiológica, atendimento e procedimento odontológicos a serem realizados, o módulo de Saúde Bucal por Ciclos de Vida, produzido pela UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, apresenta uma classificação dos tratamentos quanto ao tipo de procedimentos, assim como as sugestões para sedação medicamentosa a pacientes ansiosos, como forma de preparação prévia ao atendimento clínico. Classificação dos tratamentos: Tipo Procedimentos I Exame/radiografia, instruçõessobre higiene bucal, modelos de estudo II Restauraçõessimples, profilaxia (supragengjval), ortodontia III Restauraçõesmais complexas, raspageme polimentoradicular subgengival), endodontia IV Exodontiassimples, curetagem (gengivoplastia) V Exodontìas múltiplas, cirurgia comretalhoou gengivoplastia,exodontiade elemento incluso, apicetomia, colocação de implantes simples VI Exodontia de toda uma arcada ou da boca inteira, ou ctrurgia com retalho, extração de dentesincluso, mültiplos, cirurgia crtognátka, colocaçãode implantes mültìplo São atendidas no programa todas as pessoas com necessidades especiais, física ou mental, sindrômicos em geral, pacientes de risco (hipertensos, cardiopatas, que tiveram acidente vascular cerebral - AVC, hemofílicos e outros). A equipe de saúde bucal é responsável pelo acolhimento do paciente com necessidades especiais. As unidades de saúde com ESF fazem também a busca ativa em domicílios. Realiza educação em responsáveis, cuidadores (mantenedoras e escolas ambulatorial normal dos odontológica. saúde bucal aos familiares e/ou e professores das instituições especiais). Faz o atendimento pacientes colaboradores na clínica A manutenção clínica desses pacientes colaboradores é realizada pelas equipes que fizeram tratamento clínico na unidade de saúde. Se o paciente não for colaborador, a equipe de saúde bucal da unidade de saúde faz o encaminhamento para setor de pacientes especiais do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). O paciente que não permite o atendimento clínico ambulatorial convencional é chamado de paciente não colaborador, por apresentar movimentos involuntários que coloquem em risco a sua integridade física, ou então aquele cuja história médica e condições físicas complexas exigem uma atenção especializada e conhecimento específico para atuar com segurança nestes casos: - Paciente que necessite de contenção física e/ou química; - Paciente com definição mental moderada e/ou profunda; - Paciente que necessite de anestesia geral; - Referenciar para o CEO – Centro de Especialidades Odontológico. Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) são estabelecimentos de saúde, participantes do Cadastro nacional de Estabelecimento de Saúde – CNE, classificadas como Clínica Especializada ou Ambulatório de Especialidade. É esperado que os Centros de Especialidades Odontológicas estejam preparados para oferecer à população os seguintes serviços: - Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca; - Periodontia especializada; - Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; - Endodontia; - Atendimento a portadores de necessidades especiais. Os centros são uma das frentes de atuação do Brasil Sorridente. O tratamento oferecido nos Centros de Especialidades Odontológicas é uma continuidade do trabalho realizado pela rede de atenção básica e no caso dos municípios que estão na Estratégia Saúde da Família, pelas equipes de saúde bucal. O Brasil Sorridente é um programa do governo federal que busca ampliar o atendimento e melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira. É o primeiro projeto que o governo federal desenvolve visando uma política nacional de saúde bucal. Em relação ao atendimento ambulatorial, o módulo de Saúde Bucal por Ciclos de Vida aponta as seguintes orientações: - Inicia-se com procedimentos mais simples para os de maior complexidade, fazendo adequação do meio bucal e controle da atividade das doenças antes de iniciar o tratamento clínico restaurador, com a colaboração da família. - O atendimento à urgência deve ser realizado o mais breve possível, dentro das medidas de segurança. Para alguns pacientes pode ser utilizado o equipamento de contenção mecânica ou física. - A definição do modelo de atenção – ambulatorial ou hospitalar - é feita pelo cirurgião-dentista responsável pelo paciente do CEO. - Ao terminar o tratamento, o cirurgião-dentista reavalia se a manutenção da saúde bucal deve ser feita no CEO ou se pode ser realizada na unidade básica de saúde. Em qualquer dos casos, deve ser enviada a contra referência para a unidade de saúde de origem. - A periodicidade da manutenção também é definida pelo cirurgiãodentista ao terminar o tratamento. Em relação ao atendimento hospitalar sob anestesia geral, o módulo de Saúde Bucal por Ciclos de Vida aponta as seguintes orientações: - Realizado em paciente com risco de acidentes durante os procedimentos, mesmo com a contenção, ou quando há complexidade dos procedimentos a serem realizados. - A educação em saúde bucal para a família e/ou responsável é muito importante nesses casos, pois o objetivo da equipe é fazer a manutenção desse pacientes no CEO, ambulatorialmente, evitando ou protelando, o mais possível, uma nova intervenção sob anestesia geral. - No retorno para avaliação após a cirurgia, no CEO, o cirurgião-dentista reforça as orientações de dieta e higiene bucal em domicílio e informa a família ou responsáveis sobre o retorno para manutenção no ambulatório do CEO. Biossegurança Com objetivo de manter os Consultórios Dentários dentro das normas universais de Biossegurança, o Conselho Federal de Odontologia é responsável por divulgar tais normas por todo Brasil. Estas regras estão resumidas a seguir: Sobre os procedimentos Todo instrumental reutilizável empregado nos serviços de saúde deve ser rigorosamente limpo e desinfetado ou esterilizado antes do uso em cada paciente. O processamento dos artigos e superfícies deve seguir uma sequencia de passos visando o seu pleno aproveitamento, dependendo da natureza do material e da maneira como é utilizado, garantindo-se a qualidade para o reuso e a segurança dos trabalhadores envolvidos. A escolha do processamento a ser realizado depende da avaliação do risco potencial de infecção no reuso, conforme se trate de artigo crítico, semi-crítico ou não crítico. Na escolha do processo de Desinfecção e Esterilização devem ser considerados, além da eficácia do processo, a resistência e adequação do artigo ao método. Só podem ser utilizados processos químicos de Esterilização ou Desinfecção quando se puder garantir a concentração e atividade apropriada do produto químico e somente devem ser utilizados para artigos que não tenham resistência ao calor. Soluções de Hipoclorito de Sódio, Peróxido de Hidrogênio e Polivinilpirrolidona iodada (PVP) são contraindicados para artigos metálicos devido à sua ação corrosiva sobre os mesmos. A sequencia de passos no reprocessamento deve ser a descontaminação (opcional), limpeza (opcional), enxágue (após a limpeza e/ou descontaminação), secagem (para evitar a umidade), armazenagem (de acordo com a natureza do produto), esterilização (artigos críticos) ou desinfecção (artigos semicríticos) e armazenagem (produtos submetidos à desinfecção ou esterilização). Sobre a descontaminação A descontaminação dos artigos é opcional e deve ser realizada nos artigos que apresentem restos de matéria orgânica ou sujidade, através de uma das seguintes alternativas, conforme a natureza do artigo em processamento: I - fricção mecânica com esponja, pano ou escova embebido com produto adequado para esta etapa; II - imersão completa do artigo em solução desinfetante acompanhada ou não de fricção com escova ou esponja; II - pressão de jatos d'água com temperatura entre 60 e 90 graus centígrados, durante 15 minutos (máquinas lavadoras sanitizadoras, esterilizadoras de alta pressão, termodesinfetadoras e similares); IV - imersão do artigo em água em ebulição por 30 minutos; V - autoclavagem prévia do artigo ainda contaminado, sem o ciclo de secagem. Sobre a Limpeza A limpeza, que é opcional, de acordo com a natureza do artigo, deve ser rigorosa e realizada através de uma das seguintes alternativas: I - fricção mecânica, com água e sabão, auxiliada por esponja, pano ou escova; II - máquina de limpeza com jatos de água quente ou detergente; III - máquinas de ultrassom com detergentes e desencrostantes. Sobre o enxague e secagem O enxague, posterior à limpeza e/ou descontaminação, deve ser feito com água potável e corrente. A secagem dos artigos tem por objetivo aumentar a eficácia do processo, e deve ser feita após a lavagem, através de uma das seguintes alternativas: I - pano limpo e seco; II - secadora de ar quente/frio; III - estufa, corretamente regulada; IV - ar comprimido medicinal. Sobre a estocagem A estocagem pode ser feita após a realização dos passos descritos acima, de acordo com a natureza do artigo (se nãocríticos) ou então após a realização das outras etapas do processamento. Deve-se utilizar área separada, limpa, livre de poeiras, em armários fechados. Os artigos esterilizados por meio físico podem ser estocados até uma semana em prateleira aberta ou até um mês se colocados sob cobertura plástica ou bolsa selada. Sobre a esterilização Todo artigo crítico deve ser submetido à esterilização ou substituído por artigo de uso único, ou seja, descartável. A esterilização de artigos por meio físico deve ser realizada mediante utilização de calor úmido (autoclave), conforme as orientações do fabricante, cujo equipamento deve ser registrado no Ministério da Saúde, ou mediante o uso de calor seco, através de estufa a 170º C por duas horas. A embalagem dos artigos deve ser realizada de acordo com o tamanho, forma, meio de esterilização e utilização do material. Podem ser usadas embalagens de algodão cru duplo, papel grau cirúrgico e caixas metálicas. O tamanho dos pacotes não deve ultrapassar 50 x 30 x 30 cm e o peso máximo de 5 kg. Os pacotes devem ser identificados com o nome do material, data de esterilização, validade, número do lote e nome de quem preparou o material. A esterilização por meio químico deve ser realizada mediante imersão do artigo em solução de Glutaraldeído a 2% por 10 horas ou em Formaldeído por 18 horas na concentração de 10% para a solução aquosa e 8% para solução alcoólica. Após a esterilização o instrumental deve ser submetido a rigoroso enxágue com água estéril, de acordo com a técnica adequada. Sobre a desinfecção Todo artigo semicrítico deve ser submetido à desinfecção ou substituído por artigo de uso único. A desinfecção de artigos por meio físico deve ser realizada mediante fervura (água em ebulição) por 20 minutos. A desinfecção de artigos por meio químico deve ser realizada por uma das seguintes formas: I - Glutaraldeído a 2% em solução, mantendo-se o instrumental em imersão por 30 minutos; II - Formaldeído a 4%; III - Peróxido de Hidrogênio a 6%; IV - Hipoclorito de Sódio a 0,5%; V - Álcool Etílico a 70%, fazendo-se fricção através de técnica adequada, durante 10 minutos. Após a desinfecção por meio químico, deve ser feito rigoroso enxague com água tratada, de acordo com a técnica adequada, com exceção dos instrumentais que tiverem sido desinfetados com álcool. Sobre o armazenamento Pode ser feito o armazenamento de um artigo, dependendo do tipo de processamento ao qual este foi submetido, respeitando-se o prazo de validade do processo e as condições de estocagem. A área destinada à guarda do material esterilizado deve ser fechada e possuir sistema de renovação de ar. A temperatura ambiente deve ser mantida abaixo de 25º C. e a umidade relativa entre 30 e 60%. Não deve haver cruzamento de material estéril com material contaminado. Biossegurança Toda pessoa envolvida nestes procedimentos deverá utilizar Equipamentos de Proteção Individual - EPI, conforme a técnica utilizada para o processamento e de acordo com o estabelecido pela legislação vigente. Controle de qualidade Os serviços de saúde devem garantir a eficácia do processo adotado em todas as suas etapas, de descontaminação e/ou limpeza, desinfecção ou esterilização até o armazenamento, mediante o controle de qualidade e monitoramento dos procedimentos, equipamentos e produtos utilizados, a fim de evitar riscos à saúde de seus pacientes, agentes e circunstantes. Todos os equipamentos produtores de calor seco ou úmido utilizados na Esterilização e Desinfecção de artigos devem ser mantidos em condições adequadas de funcionamento, submetidos à aferição e manutenção preventiva regularmente, assim como à manutenção corretiva sempre que necessário. Os equipamentos produtores de calor seco para Esterilização devem dispor de termômetros, devidamente aferidos, para o monitoramento diário da temperatura da estufa. Processo de higienização, produtos e utilitários Neste tópico você vai aprender as técnicas para uso do fio dental, escova de dente e antisséptico bucal. Técnicas para uso da escova de dente Para manter um hálito puro e sorriso saudável é fundamental uma higiene bucal adequada. O resultado são dentes limpos e livres de resíduos alimentares. A gengiva não sangra nem dói durante a escovação e o uso do fio dental. Caso as gengivas apresentem dor ou sangramento, um dentista deve ser consultado, principalmente se estiver com um problema de mau hálito. Essas manifestações podem ser a indicação da existência de um problema mais grave. Dentes saudáveis contribuem para uma boa aparência, além de proporcionar uma mastigação correta dos alimentos. Manter uma boca saudável é importante para o bem-estar geral das pessoas. Os cuidados diários preventivos, tais como uma boa escovação e o uso correto do fio dental, ajudam a evitar que os problemas dentários se tornem mais graves. A prevenção é a maneira mais econômica e menos dolorida, além de evitar o tratamento de problemas que se tornariam graves. Existem algumas medidas simples que nós podemos tomar para diminuir significativamente o risco do desenvolvimento de cáries, gengivite e outros problemas bucais. Técnicas corretas de escovação: - Coloque a escova em um ângulo de 45 graus em relação à gengiva. Movimente a escova, afastando-a da gengiva. - Escove delicadamente as partes internas, externas de mastigação de cada dente com movimentos curtos de trás para frente. - Com cuidado, escove a língua para remover bactérias e purificar o hálito. Posicione a escova em um ângulo da linha da gengiva. Faça movimentos vibratórios. Repita o movimento para cada dente. Escove a superfície interna de cada dente, usando o movimento descrito na etapa anterior. Escove a superfície de mastigação de cada dente. Use a ponta das cerdas para escovar a parte detrás de cada dente. A língua deve ser escovada também. Técnicas de uso do fio dental O fio dental remove a placa bacteriana e os resíduos de alimentos das áreas onde a escova dental não tem acesso fácil, no entanto é preciso usá-lo corretamente: - Enrole aproximadamente 40 centímetros do fio ao redor de cada dedo médio, deixando uns dez centímetros entre os dedos. - Segurando o fio dental entre o polegar e indicador das duas mãos, deslize-o levemente para cima e para baixo entre os dentes. - Passe cuidadosamente o fio ao redor da base de cada dente, ultrapassando a linha de junção do dente com a gengiva. Nunca force o fio contra a gengiva, pois ele pode cortar ou machucar o frágil tecido gengival. - Utilize uma parte nova do pedaço de fio dental para cada dente a ser limpo. - Para remover o fio, use movimentos de trás para frente, retirando-o do meio dos dentes. Há dois tipos de fio dental: - Fio de nylon (ou multifilamento) - Fio PTFE (monofilamento) Existem no mercado fios dentais de nylon, encerados ou não, com uma grande variedade de sabores. Como esse tipo de fio é composto de muitas fibras de nylon, ele pode, às vezes, rasgar-se ou desfiar, especialmente se os dentes estiverem muito juntos. Embora mais caro, o fio de filamento único (PTFE) desliza facilmente entre os dentes, mesmo com pouco espaço, e não se rompe. Usados de maneira adequada os dois tipos de fio removem a placa bacteriana e os resíduos de alimentos. Use aproximadamente 40 centímetros de fio, deixando um pedaço livre dos dedos. Siga, com cuidado, as curvas dos dentes. Assegure-se de limpar além da linha da gengiva, mas não force demasiado o fio contra a gengiva. Os benefícios da utilização dos Enxaguatórios Bucais Complementando a escovação dentária dental, o enxaguatório bucal com flúor é principalmente à noite, pois é nesse período atacam a superfícies dos dentes causando problemas gengivais. e o uso do fio muito importante, que as bactérias cárie dentária e Os benefícios dos enxaguatórios são muitos: - evita a gengivite; - impede a formação da placa bacteriana; - combate o mau hálito; - previne o surgimento da cárie dentária; - atua onde a escova dentária e o fio dental não alcançam; - permanece por mais tempo na boca. Existem diversos enxaguatórios bucais no mercado com diversas formulações e diversos sabores, mas é importante que o mesmo contenha flúor para ajudar a reduzir o risco de cárie dentária. Em caso de dúvidas, um dentista deve ser consultado. O enxaguatório bucal é um complemento importante na escovação dentária, devendo ser utilizado pelo menos uma vez ao dia. Acompanhe agora uma matéria interessante sobre enxaguatório bucal publicada em 2009 em um jornal de grande circulação. Enxaguante bucal favorece câncer de boca O uso de enxaguatórios bucais no Brasil cresceu 2.277% de 1992 a 2007, mostra um levantamento realizado pelo cirurgião-dentista Marco Antônio Manfredini, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), baseado em informações da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. De 2002 a 2007, o aumento foi de 190%. Para Manfredini, o incentivo ao consumo indiscriminado de enxaguatórios deve ser criticado. "Observamos um grande investimento na indução ao uso do produto. E é importante dizer que, ao contrário da pasta, da escova e do fio dental, o colutório não tem indicação universal. É preciso concentrar a utilização para casos específicos." Além de não ser essencial à saúde oral, o uso frequente de enxaguatórios bucais com álcool aumenta os riscos de câncer de boca e da faringe. Não essencial à higiene oral, enxaguante é indicado para pessoas com muitas cáries e doenças de gengiva e após cirurgias na boca. Uma revisão científica publicada no fim de 2008 na revista da Academia Dental Australiana compilou estudos do mundo todo que encontraram essa relação. De acordo com os pesquisadores, há evidências suficientes para aceitar a ideia de que enxaguatórios bucais com álcool contribuem para aumentar a taxa de câncer oral. Grande parte dos produtos comercializados no Brasil contém álcool. Um estudo brasileiro realizado com 309 pacientes e publicado no ano passado na "Revista de Saúde Pública" também encontrou a mesma associação. "Algumas marcas chegam a ter 26% de álcool, e há pessoas que usam todos os dias. Hoje existem produtos no mercado sem álcool, que devem ser os escolhidos", diz o oncologista Luiz Paulo Kowalski, diretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital A. C. Camargo e um dos autores do trabalho. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), fabricantes são obrigados a informar na embalagem a presença de álcool na composição. O álcool presente nos enxaguantes contribui para o aumento das taxas de câncer oral de forma similar às bebidas alcoólicas -- e sabe-se que o álcool é o segundo fator de risco para a doença, depois do tabagismo, aumentando de cinco a nove vezes os riscos. "Brinco que a pessoa bebe sem usufruir da parte boa da bebida. O produto tem álcool não porque é um antisséptico, mas porque é um veículo muito eficiente, industrialmente conveniente e muito barato. Por isso as versões sem álcool tendem a ser mais caras", explica o dentista Alberto Consolaro, professor de patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP. O álcool não é um agente causador de câncer isoladamente, mas uma enzima do organismo o transforma em acetaldeído, substância que pode alterar as células da boca e causar tumores na região. "O problema é usar diariamente o produto, pois o dano constante não dá tempo de as células se repararem. O uso de enxaguatórios bucais [com álcool] precisa ser mais estudado, mas é algo parecido com o que ocorre com o cigarro: quanto mais exposição, maior o risco", diz Kowalski. Por isso, dentistas recomendam o uso do produto sem álcool, seja manipulado, seja de marca. "O produto é um bom auxiliar na limpeza da boca, mas não deve conter álcool. As pessoas acham que um enxágue que queima a boca é melhor, mas produto bom não precisa dar essa sensação. A substância antisséptica não é o álcool", diz Consolaro. Indicações Dentistas recomendam o uso de enxaguatórios após cirurgias, raspagem de dente, casos de alta incidência de cárie, doenças da gengiva e para pessoas que não têm coordenação motora para realizar uma boa escovação. Para o restante da população, o uso é opcional, apesar de boa parte da publicidade desse tipo de produto sugerir que ele combate mau hálito. "Do ponto de vista da higiene bucal, não é necessário. Quem tem boa higiene bucal geralmente não tem halitose -- e, se tiver, não será o enxaguatório que vai resolver o problema", afirma Manfredini. Especialistas ouvidos pela Folha tipo de produto por parte enxaguatórios são registrados fabricantes de produtos que não antisséptica não são obrigados a à agência. criticam a falta de controle desse da vigilância sanitária. Os como cosméticos na Anvisa, e contêm flúor, ação antiplaca nem registrá-los -- somente notificá-los Modelos de escovas de dente Escolher uma boa escova de dente é fundamental para uma higiene bucal efetiva e com sucesso. Limpadores de língua A maioria está nas costas da cabeça da escova. Serve para remover a sujeira depositada na língua, responsável 90% das queixas de mau hálito. Limpar a língua é tão importante quanto escovar os dentes e passar o fio dental. Rugoso emborrachado Evita que o polegar escorregue e facilita a pegada. Pode ser considerado grosso demais para mãos pequenas. Arco emborrachado O arco dá segurança à escovação. É o tipo de cabo mais comum entre as escovas à venda no mercado. Perfurado e rugoso É uma forma criativa de mobilizar o polegar. É pouco comum entre as escovas, mas é tão eficiente quanto as demais. Pontos de borracha Eles são suaves e confortáveis. Mas é preciso outra escova para limpá-las. Arcos plásticos São um pouco mais agressivos ao toque, mas dão a sensação de que a limpeza foi melhor. Bolsa em fila O formato é anatômico, mas em algumas pessoas pode causar náusea e até vômito. Tipos de escovas Versáteis São escovas de cerdas planas. Elas podem remover a placa e lustrar os dentes, vai depender da escovação. A cabeça pode ter forma retangular, a mais comum, em forma de cone ou até pontiaguda, de tamanho pequeno, médio e grande. A cabeça perfeita é aquela que se ajusta ao tamanho da arcada e ao gosto do usuário. Johnson Reach Eco Feita de material que seria descartado é uma das mais baratas. Curaprox ultra solft A escova suíça ultramacia tem 5.460 cerdas, o dobro das nacionais. Penetrantes Colgate deep clean Elas são ultrafinas e penetram entre os dentes sem ferir a gengiva. Oral B indicador interdental As cerdas da borda facilitam o trabalho do fio dental Johnson Professional extreme A cabeça afundida (engolida) e as cerdas extra macias limpam de forma eficiente. Antiplaca Colgate 360º Actiflex As cerdas estão presas a uma base flexível que se movimenta Oral B Pró-saúde antibacteriana O tufo alcança os dentes do fundo. As cerdas do meio são mais duras. Johnson reach one Cerdas afuniladas e polidas em desnível removem a placa bacteriana. Bibliografia CARRANZA, Newmam T. K. Periodontia Clínica. 10º ed. São Paulo. Elsevier. Editora Ltda. 2007. THIBODEAU & PATTON. Estrutura e Funções do corpo humano. 11ª Ed. São Paulo. Editora Manole. 2002. COEB – Centro Ortodôntico e Estética Bucal. Dúvidas Frequentes. Disponível em http://www.coeb.odo.br/perguntas_resp008.html INCA – Instituto Nacional do Câncer – Ministério da Saúde. Câncer de boca. Disponível em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=324 Jornal Folha de São Paulo. Paulo. Enxaguante bucal favorece câncer de boca. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/volume http://www.colgateprofissional.com.br Revista Época edição 623. A Limpeza Tecnológica. Disponível em http://epoca.globo.com/infograficos/623_escova_perfeita/623_escov a_perfeita.html. RUBIO, Eduardo, G. Periodontite. em:http://www.eduardorubioodo.br/periodontite.asp Disponível