56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 287 Variação da atividade do elemento transponível mariner em diferentes estágios do desenvolvimento de Drosophila simulans Santos, MD ¹; Wallau, GL²; Loreto, ELS³ ¹ Curso de Ciências Biológicas, Laboratório de Biologia Molecular - Universidade Federal de Santa Maria ² Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Animal - UFSM ³ Departamento de Biologia - UFSM [email protected] Palavras-chave: mariner, Drosophila simulans, transposon, estágio de desenvolvimento, temperatura. Introdução: O elemento transponível mariner foi descoberto no genoma de Drosophila mauritiana em uma mutação no gene white, a qual produz uma alteração fenotípica na coloração selvagem do olho. Esta alteração ocorre devido a inserção do elemento mariner no gene white, inativando-o, gerando assim, indivíduos com olhos cor de pêssego (linhagem white-peach). Por cruzamentos interespecíficos entre D. mauritiana e D. simulans foi produzida uma linhagem white-peach da espécie D. simulans. O elemento mariner é instável tanto em células somáticas quanto em células germinativas, sendo que sua mobilização pode ser observada fenotipicamente com a reversão da mutação. A mobilização gera indivíduos com manchas de coloração selvagem em um contexto peach nos olhos. Contudo, o mariner é incapaz de realizar sua própria mobilização, necessitando de uma fonte extrínseca de tranposase. O cruzamento das linhagems white-peach com populações selvagens fornece a fonte de transposase para a mobilização, o que permite utilizar este sistema para análises do nível de atividade de mariner em diferentes populações naturais de D. simulans. Objetivos: Este trabalho tem por objetivo principal detectar qual estágio do desenvolvimento de D. simulans que é mais susceptível a atividade do elemento mariner. Métodos: Foram realizados cruzamentos-teste entre 10 machos de D. simulans da população Campeche – Santa Catarina e 10 fêmeas de D. simulans da linhagem white-peach. Estes são condicionados a mudanças de temperatura, onde os cruzamentos-controle são mantidos sempre a 20°C, enquanto que nos experimentos de elevação de temperatura, os indivíduos são expostos à elevação da temperatura a 28°C durante o estágio de desenvolvimento desejado. Os estágios considerados são: embrião, 1º instar larval, 3º instar e pupa. Resultados: Nos cruzamentos realizados até o momento foram obtidos os seguintes resultados: porcentagem de machos-mosaico (%PPM): Controle 18,18, Embrião 58,82, 1º instar 45,45; média do número de manchas por indivíduo: Controle 2,82, Embrião 9,70, 1º instar 2,00; média da área total de manchas por indivíduo (µm²): Controle 1.680,81, Embrião 10.360,01, 1º instar 1.761,62; média dos maiores manchas por indivíduos (µm²): Controle 1.688,89, Embrião 4.711,12, 1º instar 2.204,45. Conclusões: Nossos resultados, apesar de parciais, sugerem um aumento da atividade do elemento mariner durante o estágio de embrião, sendo que nele encontramos o maior número e as maiores áreas de manchas. Esses resultados indicam que quanto mais cedo no desenvolvimento ocorrer a mobilização do elemento, maior será a mancha resultante no olho do adulto. Além disso, a atividade de mariner pode ocorrer preferencialmente antes da formação do grupo de células disco imaginal que dão origem ao olho composto de Drosophila. Apoio financeiro: SESu/MEC, Fapergs e CNPq