tratamemento da dispepsia pelo uso de plantas medicinais

III SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
21 a 23 de maio de 2015.
TRATAMEMENTO DA DISPEPSIA PELO USO DE PLANTAS MEDICINAIS
1
1
1
BERNARDO, Carolina. ; SILVA, Letícia C. ; CANOVA, Lucas. ; Silva, Alexsandro.
1
1
Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP.
Palavras-chave: Dispepsia. Cynarascolymus. Baccharis.
INTRODUÇÃO
A Dispepsia é uma doença relacionada ao trato digestório e frequentemente causada por
hábitos alimentares inadequados, como o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura ou por
mastigação incorreta, sendo que tais fatores podem interferir diretamente no trato hepático e
digestão.
O tratamento da Dispepsia por meio das plantas medicinais carqueja e alcachofra ameniza os
sintomas atuando sob o hepatócito e estimulando a produção de bile. A terapia por meio de plantas
medicinais é uma prática cultural antiga, que apesar de oferecer riscos, é de fácil execução e pode
ser empregado pelo SUS.
OBJETIVO
Estudar o uso das plantas medicinais carqueja e alcachofra no tratamento da Dispepsia e que
possa ser aplicado pelo SUS.
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa sobre as plantas que têm ação sob os sintomas da Dispepsia. A
alcachofra e a carqueja foram escolhidas, pois atendiam aos critérios de seleção: estão na
Farmacopeia Brasileira, atuam principalmente sobre o fígado, auxiliando na Dispepsia e são de fácil
acesso para o SUS, uma vez que se adaptam ao solo brasileiro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Dispepsia é um distúrbio do sistema digestório que pode ser associada ao consumo
desequilibrado de alimentos gordurosos que resultará na sobrecarga do fígado: órgão responsável
pela produção de bile para emulsificação de gorduras. Quando se trata de falhas na mastigação, o
processamento dos alimentos é afetado e consequentemente, a digestão também é comprometida.
As manifestações da doença são dores persistentes na região do abdômen, flatulência,
náuseas, sensação de saciedade precoce e azia, que costumam se acentuar no período pósprandial.
A alcachofra, Cynara scolymus, tem boa adaptação em temperaturas amenas e solos
irrigados e arejados. O princípio ativo da planta é a Cinarina e ela tem efeito hepatoprotetor, regulador
de lipídeos, hepatoestimulante, responsável pelo aumento da secreção biliar; e colagoga, que
estimula o fluxo de bile para o duodeno e facilita a digestão de gorduras. Além disso, há estudos que
comprovam a eficiência da planta para flatulência, dores abdominais e náuseas. Até o momento, não
foi identificado o seu risco toxicológico para o ser humano, porém nenhuma planta deve ser
consumida em excesso. Não é indicado para indivíduos com históricos de alergia à planta, com
obstrução no ducto biliar e no período de lactação.Utiliza-se as folhas secas por meio de infusão:
ingerir 1 xícara antes de cada refeição
A carqueja, Baccharis trimera, é um arbusto de pequeno porte de regiões montanhosas com
clima ameno e solo seco.A carqueja tem atividade hepática com destaque na ação hepatoprotetora e
colagoga, devido à presença de flavonóides, em especial a hispidulina. Também não há registro de
nenhuma reação adversa à planta até o momento, porém é contraindicada no período de gestão por
apresentar efeito abortivo, para pacientes com pressão baixa por efeito hipotensor e também deve
ser utilizada com cautela por indivíduos com hipoglicemia. A carqueja apresenta casos de interação
com anti-hipertensivos e da síntese de proteína (tetraciclina, cloranfenicol e netilmicim), causando
Realização
III SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
21 a 23 de maio de 2015.
efeito aditivo. É orientado que as folhas secas sejam preparadas em infusão, com doses diárias (1
xícara) de até três vezes ao dia.
O uso de uma dessas plantas pode ser sugerido, geralmente, para os indivíduos com hábito
de ingerir alimentos gordurosos em excesso ou com falhas na mastigação, junto com uma orientação
específica ao paciente como medida corretiva. O paciente deve ter acompanhamento durante o uso
das plantas medicinais para garantir o seu uso racional e o sucesso do tratamento.
CONCLUSÃO
O tratamento com plantas medicinais pode promover a cura de diversas doenças com
agressão mínima ao organismo humano, por se tratar de uma prática integrativa. A Dispepsia é uma
doença que pode ser tratada com o uso de plantas medicinais como a Alcachofra e a Carqueja,
embora seja uma doença cujas causas são devidas a diversos fatores, que atuam em conjunto ou
isoladamente. Pela facilidade de cultivo e suas características farmacognóstica, essas plantas
medicinais poderiam ser usada como Práticas Integrativas Completares do SUS.
O uso das plantas estudadas apresenta certa segurança ao seu uso por não ter registro na
literatura de efeitos tóxicos e reações adversas. Porém, o seguimento do tratamento é importante
para garantir a adesão do paciente ao uso correto das plantas medicinais e avaliar qualquer risco à
sua saúde, garantindo o sucesso da terapia proposta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira, volume 1. ed.
5. Brasilia, 2010.
ESTUDMED.COM, Equipe. Fisiologia hepática, sais biliares e secreção biliar (3ª parte).
Disponível em: <http://estudmed.com.sapo.pt/fisiologia/fisiologia_hepatica_3.htm>. Acesso em: 13
abr. 2015
FINTELMANN, Volker; WEISS, Rudolf. Manual de fitoterapia. ed. 11. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2011.
GRUNWALD, Jorg; JANICKE, Christof. A farmácia verde. ed. 2. Portugal: Editora Everest, 2006.
KARAM, T.K.I; DALPOSSO, L.M.I; FREITAS, G.B.L. Carqueja (Baccharistrimera): utilização
terapêutica e biossíntese. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 15. p.280-286,
2013.
NICOLETTI, Maria Aparecida. Principais interações no uso de medicamentos fitoterapicos. Infarma,
São Paulo, v. 19, n. 1/2, p.32-40, jun. 2007.
RUIZ, Ana Lúcia T. G. et al. Farmacologia e toxicologia de Peumus boldus e Baccharis genistelloides.
Revista Brasileira de Farmacognosia, São Paulo, v. 18, n. 2, p.295-300, maio 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v18n2/25.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2015.
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE. Dicas para uma alimentação saudável. Disponível em:
<http://www.saude.curitiba.pr.gov.br/index.php/orientacao-e-prevencao/dicas-para-uma-alimentacaosaudavel>. Acesso em: 23 mar. 2015.
Realização