Caso não esteja visualizando este e-mail, clique aqui Ano 1 | Número 13 | Segunda, 1 de junho de 2015 G1 Economia só melhora em 2016 e com mais investimentos, veem analistas Mesmo com dados ruins, economistas veem potencial para recuperação. Fraqueza do consumo exigirá que melhora seja guiada pelos investimentos Gerar Arquivo PDF A retração da economia brasileira só deve ser revertida, na melhor das hipóteses, a partir de 2016. Com a queda de 0,2% no primeiro trimestre, economistas descartam uma recuperação ainda em 2015 e veem os investimentos como salvação possível para o crescimento, assumindo o lugar do consumo – que está em franca decadência. O economista e sócio da Go Associados, Gesner Oliveira, avalia que os investimentos em produção (a chamada formação bruta de capital fixo) podem ser retomados já no próximo ano e são a chave para salvar a economia. “O consumo não vai se recuperar tão cedo. Mas vejo espaço para uma retomada dos investimentos, porque existe um grande apetite para investir em infraestrutura”, diz. Regras mais claras sobre parcerias e concessões podem melhorar o ambiente de negócios e favorecer o investimento industrial para o próximo ano, acredita o economista. As exportações, beneficiadas pela alta do dólar desde o início do ano, também podem fortalecer a indústria e a agropecuária em 2016, acredita Oliveira. Os resultados ruins do segundo semestre de 2014 podem fazer com que a indústria tenha quedas menos acentuadas na comparação anual, o que pode favorecer o PIB no fim do ano, diz o economista da LCA Investimentos Francisco Pessoa. “Não dá para prever quando o país voltará a crescer, mas só será a partir de 2016 e com ajuda dos investimentos”. Para o professor de economia e finanças da Faap, Tharcisio Souza Santos, 2015 será um ano difícil, já que o corte de gastos do governo afetou mais fortemente os investimentos, o que pode gerar cortes de empregos e é o que “dá mais medo”. “O ajuste fiscal ainda é tímido e precisa parar de atrapalhar a economia. Não há um corte na carne do governo, com a redução do número de fundações, reestruturação das estatais e corte de cargos de comissão. O corte [de gastos] é no investimento, o que significa corte de emprego, que é o que dá mais medo.” Crescimento, só em 2017 Para o conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Luiz Alberto Machado, a economia só deve começar a se recuperar no ano que vem, e o crescimento deve voltar a acontecer apenas em 2017. “Quando a indústria passava por dificuldades, o consumo das famílias segurava o índice. Hoje não temos mais isso”, observa. O sócio diretor da consultoria Mesa Corporate Governance, Luiz Marcatti, avalia que o resultado do PIB pode ter um efeito positivo na economia a partir do terceiro trimestre de 2015. “Sabendo que agora não está tão ruim, a expectativa começa a se converter e a melhorar. No entanto, o mercado ainda trabalha com uma retração de 1,5%”, diz. Até o fim do ano, dificilmente o PIB vai subir e a economia vai continuar ruim, diz Marcatti. “O próprio governo não consegue ativar a economia porque enfrenta a crise no mundo da infraestrutura, decorrente da Lava Jato, e está paralisado pelo Congresso”, diz. Por um lado, observa o sócio da Mesa Corporate, dados mostram que a inadimplência está aumentando. Por outro, que os bancos estão cortando crédito. “Ou seja, o próprio banco fomenta a inadimplência”. O início de 2016 também deve ser ruim, estabilizando no segundo semestre do ano que vem, em sua opinião. Para o economista Jason Vieira, a maior taxação de itens vindos do exterior tende a piorar a situação das indústrias que montam produtos no país. “A economia só vai melhorar quando resolvermos problemas estruturais, como reduzir a burocracia e a complexidade dos nossos impostos.” A economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, acredita que só é possível ver algum crescimento a partir do primeiro trimestre de 2016. “Tudo aponta para uma nova queda do PIB no segundo semestre”, diz. Ela acredita que o consumo precisa parar de cair para sustentar um novo crescimento, devido ao peso em torno de 60% para a economia. “O que deve ajudar o país são os investimentos, quando pararem de cair nessa magnitude e apresentarem uma melhora ligeira. Assim podemos ver alguns sinais de recuperação na indústria”, acrescenta a economista. Thiago Biscuola, da RC Consultores, acredita que, sem mudanças estruturais, como na infraestrutura e na tributação, é difícil reconquistar a confiança dos empresários, mas o Brasil tem potencial para se recuperar. “Não vamos cair eternamente. Temos oportunidade de melhorar o ambiente de negócios a partir do ano que vem.” Link original: Clique aqui para ver o link original