9º Encontro ARTE ISLÂMICA

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9º Encontro
ARTE ISLÂMICA
Como olhamos o Islã? Como ele nos olha?
“O que aconteceu
lá, e agora todos
vocês têm de
reajustar seus
cérebros, é a
maior obra de arte
que já existiu”.
Segundo afirmação do
músico Karlheinz
Stockhausen, referindo-se ao
ataque terrorista às Torres
do World Trade Center em 11
de setembro de 2001
Taj Mahal
A obra foi feita entre 1632 e 1653 com a força de cerca de 20 mil homens, trazidos
de várias cidades do Oriente, para trabalhar no suntuoso monumento de mármore
branco que o imperador Shah Jahan mandou construir em memória de sua esposa
favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A joia do
palácio"). Ela morreu após dar à luz o 14º filho, tendo o Taj Mahal sido construído
sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna.
Islamismo
Uma das grandes religiões monoteístas, baseada nos ensinamentos de
Maomé (570-632 d.C.), chamado “O Profeta”, contidos no livro
sagrado islâmico, o Corão (Alcorão). A palavra islã significa submeter, e
exprime a submissão à lei e à vontade de Alá. Seus seguidores são
chamados de muçulmanos, que significa aquele que se submete a
Deus.
Os cinco pilares do Islã
são cinco deveres básicos
de cada muçulmano:
1 - A recitação e aceitação do credo (Chahada ou
Shahada);
2 - Orar cinco vezes ao longo do dia (Salat ou
Salah);
3 - Pagar dádivas rituais (Zakat ou Zakah);
4 - Observar o jejum no Ramadã (Saum ou Siyam)
5 - Fazer a peregrinação a Meca (Hajj ou Haj)
Alguns grupos Kharijitas existentes na Idade Média
consideravam a jihad como o "sexto pilar do Islã".
Atualmente alguns grupos do Xiismo Ismailita
entendem "A fidelidade ao Imam" como sexto
pilar do Islão.
Mesquita de Hassan, Marrocos
Importância arte islâmica
A importância da tradição islâmica
na história da arte é imensa,
particularmente, na península
ibérica, região que por séculos, em
sucessivas conquistas e
reconquistas, ocuparam povos que
a criaram. Consequentemente, as
áreas colonizadas por Espanha e
Portugal, sofreram forte influência.
Na arquitetura é incontestável a
intervenção árabe, um legado que
se propagou e influenciou os vários
estilos arquitetônicos presentes
nestes países.
Outras influências
Miniatura de Mir Haydar
As religiões desempenharam um
importante papel no desenvolvimento
da arte islâmica. Neste domínio
enquadra-se evidentemente a religião
muçulmana, mas igualmente outras
religiões que os árabes encontraram
aquando das conquistas territoriais.
Apenas no século XIII o mundo islâmico
tornou-se majoritariamente
muçulmano, tendo outras religiões
legado a sua contribuição para a
formação da arte islâmica: o
cristianismo (na região que se estende
do Egito à Turquia), o zoroastrismo
(mundo iraniano), o hinduísmo e o
budismo (na Índia) e o animismo no
Magrebe.
Influência na arquitetura cristã
Claustro do Mosteiro de São
Jerónimo de Cotalba,
em Alfauir (Valência).
Torre da Igreja Assunção Utebo
Influência do estilo Mudéjar
Parroquieta da Seu, em Saragoça.
San Juan de Duero, Soria, Espanha
Antigo mosteiro pertencente à Ordem dos Hospitalários de San Juan de Acre, de que só se conserva a igreja e as
arcadas do claustro do séc. XIII, com elementos góticos e mudéjares.
Igreja da Sagrada Família (início 1883), Barcelona
O uso de arcos
Os arcos tudor, otomano, mourisco e ferradura foram utilizados nos vãos da
arquitetura mourisca (sarracena). O arco ferradura é característico da arquitetura
árabe na Espanha. Os arcos gótico e ogival foram muito empregados nas aberturas
das catedrais góticas (portas e janelas).
Influência na arte moderna
M. C. Escher (1898-1972) foi um artista gráfico holandês, conhecido pelos trabalhos em litogravuras que
representavam várias perspectivas geradoras de ilusões de ótica no receptor. Ele teve grande influência
da arte espanhola, significativamente os mosaicos. Foi na cidade de Alhambra, na Espanha, que
Escher encantou-se com a arte da cidade, que possuía fortes traços árabes. A geometria,
constante na arte de Escher, era caraterística da arte árabe, pois a religião islã proibia o uso do figurativo.
Principais períodos da Arte Islâmica
Arte Omídea (Séc. VII)
Arte Abássida (Séc. VIII)
O período medieval (séculos IX-XV)
Arte Omíada
(Séc. VII)
Durante o período omíada (século VII), ocorre o
desenvolvimento da arquitetura civil e religiosa, tendo se
posto em prática novos conceitos e novos plantas.
Mesquita dos Omíadas em Damasco
A Cúpula da Rocha em Jerusalém
Assim, a planta árabe, com pátio e sala hipostila de
orações, torna-se um modelo a partir da construção da
Mesquita dos Omíadas em Damasco, que servirá como
referência aos construtores posteriores. A Cúpula da
Rocha em Jerusalém é sem dúvida um dos edifícios mais
importantes de toda a arquitetura islâmica, marcada por
um forte influência bizantina (mosaicos, planta centrada
que recorda ao do Santo Sepulcro), embora já se notem
elementos tipicamente islâmicos, como os frisos com
inscrições. Os castelos do deserto da Palestina
proporcionam também variadas informações quanto à
arquitetura civil e religiosa desta época.
Para além da arquitetura, os artistas trabalharam uma
cerâmica ainda primitiva, não vidrada, e o metal. A
distinção entre os objetos que pertencem a esta época e
os da época pré-islâmica é pouco clara.
Mesquita dos Omíadas em Damasco
Cúpula da Rocha, em Jerusalém
A arquitetura religiosa exprime-se, no Islã, em cinco edifícios
principais: a Mesquita, o Minarete, a Madrassa e o Mausoléu.
Planta de uma
mesquita
Minarete: O minarete é uma torre fina e alta,
geralmente localizada num dos cantos do complexo da
mesquita, sendo, geralmente, seu ponto mais alto, não só
da mesquita, mas também o ponto mais alto de toda a
região em que se situa. O minarete mais alto do mundo é
o da Mesquita de Hassan II, em Casablanca, nos
Marrocos. O primeiro minarete foi construído em 665, em
Bassora, durante o califado de Muawiyah I, que estimulou
a construção de minaretes por direta influência das torres
das igrejas cristãs, e têm a mesma finalidade, a de
convocar os crentes para as orações.
Cúpulas: A cúpula é o elemento mais associado às
mesquitas, sendo sempre presente na arquitetura
islâmica desde o século VII. Representam o universo
visto por Deus, normalmente é sobreposta uma lua
crescente com uma estrela, mostrando tratar-se de uma
imagem da terra vista de fora do planeta.
Salão das orações: O salão das orações, ou musalla,
não possui qualquer móvel, como cadeiras ou bancos,
para permitir que o maior número de crentes possam
ocupar o recinto. Devido à oposição do islã da
representação de figuras humanas, o salão possui
nenhum tipo de figura religiosa ou de qualquer outro tipo,
para que o crente possa fixar totalmente sua atenção a
Deus. Ao lado oposto da entrada, fica o muro gibla, que
fica sempre posicionado numa linha perpendicular à
cidade de Meca. Os crentes rezam em filas paralelas à
guibla, virados na direção de Meca.
Quibla: No Islam é definido como a direção da Caaba em
Meca para onde devem ser dirigidas as orações. Em cada
mesquita existe um lugar que indica a direção da quibla
chamado mihrab.
Mesquita
Mesquita Azul, Instambul
A Mesquita Azul é também chamada Mesquita do Sultão Ahmet. Foi construída no início do século XVII, quando a
cidade já estava em poder dos turcos otomanos e é a única mesquita de Istambul que possui seis minaretes.
Minarete (Almenara)
Minarete (Almenara)
Minarete (Almenara)
Madrassa
Madrassa ou madraçal (em
árabe: ;‫ﻣﺩﺭﺳﺔ‬transl.:
madarsâ; em francês:
médersa), também grafada
madraça,[a] é uma palavra
de origem árabe que
originalmente designava
qualquer tipo de escola,
secular ou religiosa (de
qualquer religião), pública
ou privada.
Mausoléu
Arte abássida
Ao contrário do que sucede com os objetos do
período omíada, os da era abássida estão
bastante estudados. Com a deslocação dos
centros de poder para este, entram em cena
duas cidades que funcionaram como capitais
califais, Bagdá e Samarra, situadas no que é
hoje o Iraque.
Palácio abássida – Séc. XIII
Se na cidade de Bagdad não foi possível
realizar escavações, devido a estar hoje repleta
de casas, os motivos dos estuques de Samarra,
que foram bem estudados, permitindo datar os
edifícios desta cidade.
A cerâmica conhece duas importantes
inovações: a invenção da faiança e do lustre
metálico. Estas duas técnicas continuarão a ser
usadas durante muito tempo após a queda da
dinastia abássida.
O período medieval (séculos IX-XV)
A partir do século IX o poder
abássida é contestado nas
províncias que se encontram
mais afastadas do centro do
poder. Surgem vários
califados que afirmam a sua
independência face aos
Abássidas, como os Omíadas
do Al-Andalus (Península
Ibérica) ou dos Fatímidas
xiitas no Norte de África. No
Irã, dinastias que
governadores administram
autonomamente os
territórios.
Mesquita em Córdoba - Espanha
Praça Real de Isfahan - Irã
Grande Mesquita de Isfahan - Irã
A grande Mesquita de Isfahan (Irã). É a mais antiga Mesquita a apresentar um iwan ao
centro de um dos lados do pátio. Aqui, vê-se o iwan do lado Sul, o principal, que dá
acesso à sala do mihrab, coberta com uma grande cúpula. Iniciado na época
Seldjúquida (séculos XI-XII), o conjunto arquitetônico só foi terminado com ricas
ornamentações do século XV. O esquema dos quatro iwan talvez provenha da casa
Persa que antecedeu a invasão Mongol.
Mucarna (ou Muqarna)
Um nicho com a característica decoração de mucarnas (estalactites). Exemplo na Mesquita Shah, Isfahan, Iran
A mucarna (também chamado entrelaçamento ou almocarbe) é um elemento decorativo
arquitetónico baseado prismas justapostos (ao lado de um outro) e que parecem estalactites
penduradas solto ou aglomerado. Normalmente fornecida pelo revestimento das cúpulas ou
no encontro dos dos arcos.
É peculiar da arquitetura islâmica e, embora este tipo de decoração foi criado pelos
Almorávidas, há apenas exemplos encontrados desta vez no norte da África, a Península
Ibérica foi introduzido pelos almóadas, que não está presente nas construções anteriores
século XII e, em vez encontraram-se bons exemplos no Alcazar de Sevilha e de Alhambra em
Granada.
Detalhe do Palácio de Nasrid, Alhambra, Espanha
Túmulo com qubat – Iêmen - Norte
Palácio Real de Kirbat al-Mafgiar
O minarete da grande Mesquita de
Samarra (Iraque), chamado
malwiyya, em espiral. Com mais de
50 metros de altura, foi construído
entre 848 4 852, ao lado da maior
Mesquita do Mundo. O conjunto
representa um dos mais completos
monumentos arquitetônicos do
período Abássida (750-1258). O
desenho põe em evidência a forma
em rampa helicoidal a que
recorreram os primeiros Arquitetos
Islâmicos quando quiseram edificar
um elemento vertical: não uma
construção esguia do tipo das
torres, mas sim uma montanha
maciça de tijolos, com escada
exterior, que lembra os antigos
zigurates babilônicos.
Torre Espiraliforme - Samarra - Iraque
Arcos Grande Mesquista de Cordova
Grande Miranete de Delhi
Miranete, Mesquita Al-Qatai Kairo - 876-879
Túmulo de Ismail, Bukhara, antiga URSS
Túmulo de Ismail, o Sâmanida, em Bukhara, edificado por volta de 943. É aqui evidente o
esquema da sala cúbica coberta por uma cúpula. Os tijolos estão dispostos por forma a
constituírem uma rica ornamentação que faz lembrar o entrançado vime (pode ver-se o
desenho ao lado). A fila superior de nichos é também predominantemente decorativa.
Trata-se de um dos primeiros exemplos da ornamentatividade parietal que virá revestir os
monumentos Persas de cores resplandecentes.
Sepulcro de Tamerlão, Samarcanda, Uzbequistão (antiga URSS)
O Gur-Emir, ou Sepulcro de Tamerlão, em Samarkanda. O conjunto inteiro foi erguido em dois anos (14041405). Dois profundos iwan precedem uma vasta sala de planta cruciforme, com exterior octogonal
sobrepujada por uma bela cúpula sobre um tambor, com uma magnífica em cerâmica; após a queda dos
dois minaretes que a ladeavam, a sua verticalidade ficou ainda mais realçada
Túmulo de Itimad al-Dawla - 1628
Forte Vermelho de Agra, Delhi - Índia
Fonte do Sultão Ahmed II – 1728 - Istambul
ARABESCOS
Um arabesco é uma elaborada
combinação de formas
geométricas frequentemente
semelhantes às formas de
plantas. Os arabescos são
elementos da arte Islâmica,
normalmente usados para
enfeitar as paredes das
mesquitas. A escolha das formas
geométricas e a maneira como
devem ser usadas e formatadas
é fruto da visão Islâmica do
mundo. Para os Muçulmanos,
essas formas em conjunto,
constituem um padrão infinito
que se estende para além do
mundo visível e material. Para
muitos no mundo Islâmico, tais
formas simbolizam o infinito, e
por conseguinte, a natureza
abrangente da criação do Deus
único (Alá). O artista de
Arabescos Islâmicos consegue
então uma forte espiritualidade
sem a iconografia de outras
religiões
Arabesco vegetal
Arabesco caligráfico
Arabesco Geométrico
ESCULTURA
Braseira de cobre – séc XIX
CERÂMICA
A arte Islâmica e
consequentemente os
Muçulmanos utilizam muito a cor
na Arquitetura, as suas obras
arquitetônicas, tanto no exterior
como no interior, são geralmente
de tons brilhantes e de um "jogo"
intenso de formas. Os Azulejos
vidrados são geralmente o recurso
mais utilizado. Esta arte atingiu o
seu apogeu na época de Tamerlão
(1336-1405) e na dos seus
descendentes, nas Cidades da Ásia
Central e do Afeganistão. No
entanto esta Arte "rejuvenesceu"
nos Impérios Safávida (1501-1722)
e Otomano (1299 a 1922).
Cerâmica persa de Sari - Irã
Geometrismo – mural séc XIII
Vaso para óleo – séc. XV-XVI
Prato Isnik
MINIATURAS
Miniatura - Livro de Fábulas
– XIV - estilo ilkhanida
Miniatura - Behzad - Herat –
Irã - 1494
Namorados - escola moghul – séc XVIII
Arcanjo Gabriel inspira Alcorão - Monte Haira
TAPEÇARIA
A Arte de tecer tapetes sempre foi um hábito nómada, no entanto foi "adotada" pelos Povos
sedentários Muçulmanos, como também pelos não Muçulmanos.
A necessidade dos Nómadas fez com que eles "inventassem" artefatos para preencher as suas
necessidades, um bom exemplo é os tapetes...
Esta arte no povo Nómada, sempre foi associada às mulheres: as mulheres fiam e tecem formas de
tapetes em lã dos rebanhos de ovelhas que os homens cuidam, e encontram tintas naturais nas
plantas e insetos e no meio que as rodeiam, o produto final é essencial para quem vive em tendas...
No entanto os tapetes para os Povos Sedentários foram e são utilizados para fins diferentes: cobrir
áreas sagradas dos Santuários e Mesquitas, decoração, exibir as riquezas e no passado para mostrar o
bom gosto dos mercadores e Príncipes.
Tapete - Tabriz - Irã - 1550
Tapete - motivo geométrico
Tapete de Samarcanda - horror ao vazio
Tapete com nicho de oração Kula
Reflexões para próximo encontro
Qual o poder que a imagem exerce sobre nós?
Imagem é informação?
Proposta de atividade
Relacionar alguns símbolos da iconologia cristã.
Próximos encontros
10º Encontro – Arte Paleocristã e Estilo
Bizantino
11º Encontro – Arte na Idade Média – Estilos
Românico e Gótico
12º Encontro – Introdução ao Renascimento e
debate sobre o módulo I
Wladimir Wagner Rodrigues
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