MÉTODO REDUZ em até 50% a APLICAÇÃO de AGROTÓXICO

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CITRICULTURA
MÉTODO REDUZ em até 50% a
APLICAÇÃO de AGROTÓXICO
écnicas consideradas simples
podem ajudar o produtor rural
a reduzir os custos de produção
de suas lavouras, mas até mesmo os
grandes produtores, muitas vezes, não
utilizam importantes tecnologias já disponíveis devido à falta de informação.
É o que acontece com o uso de adjuvantes — substâncias que melhoram a
eficácia de uma determinada formulação de agrotóxicos — na citricultura. A
utilização do produto, aliada à tecno-
T
logia de regulagem de pulverizadores,
desenvolvida pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, permite que o
produtor reduza em até 50% a necessidade de agrotóxico e água na pulverização, diminuindo os custos do tratamento fitossanitário dos pomares e
elevando a segurança ambiental, alimentar e do trabalhador através da
redução dos desperdícios.
O citros é uma cultura perene. Uma
mesma planta pode produzir por até 15
anos. Com o passar dos anos, as copas das árvores vão ficando maiores,
aumentando a área de cobertura da
calda de agrotóxico. Tradicionalmente,
o produtor rural calcula a quantidade de
defensivos agrícolas que deve aplicar
em sua propriedade por meio do volume de calda — mistura de agrotóxico
com água — por planta ou hectare, não
levando em consideração o tamanho
das árvores. “Essa não é a melhor estratégia, uma vez que falhas na defi-
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ARQUIVO IAC
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está acima ou abaixo do ponto de
escorrimento da calda, que é o menor
volume possível sem que haja a necessidade de alteração na dose do produto, normalmente recomendada em concentração. Segundo Ramos, para o cálculo do volume aplicado, é considerada a cobertura da pulverização. A dose
necessária do produto é encontrada
através do volume de aplicação necessário para atingir o ponto de
escorrimento no volume de copa considerado.
”Recomendamos que se utilize 40
ml de calda por m³ de copa para pulverização externa, ou planta sem fruto, e até 100 ml por m³ para plantas
com frutos e extremamente produtivas na definição do ponto de
escorrimento. Essa diferença acontece
porque a fruta acaba agindo como
uma barreira para a penetração do defensivo nas folhas. Os produtores que
adotaram essa metodologia, desenvolvida pelo IAC, conseguiram reduzir de
30% a 50% o volume de água utilizada, o que garante economia na aplicação e diminuição do tempo de trabalho dos pulverizadores”, explica o
diretor-geral do IAC.
Técnica mais econômica
ARQUIVO IAC
nição do volume podem resultar em
sérios prejuízos ao citricultor, quer pelo
cálculo errado da dose a ser aplicada,
quer pelo escorrimento do produto da
planta”, explica Hamilton Humberto
Ramos, diretor-geral do IAC.
Atualmente, para aplicar agrotóxico
em maior concentração de plantas por
hectare, técnica adotada em função da
ocorrência do huanglongbing (greening),
os citricultores têm aumentado o volume de água, com o objetivo de espa-
lhar melhor o agrotóxico. Segundo Ramos, essa medida, apesar de ser a mais
utilizada pelos produtores, é a mais
antieconômica, pois diminui o rendimento operacional dos pulverizadores.
“Quanto mais água por planta ou por
área se utiliza, mais vezes será necessário o reabastecimento do pulverizador em um mesmo espaço de tempo.
Um tanque com dois mil litros trabalha,
por exemplo, 30 minutos na aplicação
de defensivos na laranja e precisa se reabastecer para continuar o trabalho. Ao
diminuir a quantidade de água, o tempo que a máquina trabalha sem a necessidade de reabastecer pode dobrar,
o que reduz as horas de aplicação e também os custos operacionais do equipamento”, afirma.
Para evitar a necessidade do aumento do volume, a solução é aumentar o espalhamento das gotas de pulverização, por meio dos adjuvantes. O
produto, considerado de baixo custo,
age como um ajudante, reduzindo a tensão superficial da água e espalhando
melhor a calda de agrotóxico. A área
coberta por uma gota quando se utiliza um adjuvante adequado pode ser
até 70 vezes maior, reduzindo a necessidade de água para uma mesma cobertura.
O produtor, porém, deve se atentar ao fato de não deixar as gotas muito
pequenas, o que pode acarretar na evaporação e escorrimento do produto.
Outro cuidado é na utilização de gotas
grossas com a finalidade de controlar
Aplicação correta
A proposta do IAC é fazer o cálculo
através do volume por metro cúbico de
árvore citrícola. Após regular o pulverizador, segundo as técnicas desenvolvidas pelo IAC, o produtor deve medir
o comprimento, largura e altura da
planta para poder analisar se o volume
Treinamento
do programa
“Aplique bem”
do IAC
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CITRICULTURA
NOVIDADE:
“Avanços na pesquisa em
nutrição e manejo dos
pomares”
A preparação do solo é uma etapa
fundamental para o bom desenvolvimento das variedades cultivadas. O
Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, é pioneiro em pesquisas sobre
adubação com micronutrientes visando aumentar a produtividade das culturas, destacando os estudos com
gramíneas, café, citros e cana-de-açúcar. Desde 2007, o Centro de Solos do
IAC, em parceria com pesquisadores do
Centro de Citricultura, dá continuidade aos estudos sobre os efeitos do fósforo no crescimento e nutrição dos
citros. A pesquisa analisou as
consequências da deficiência do fósforo
sobre o crescimento e metabolismo das
plantas, além dos mecanismos de adaptação dos citros a esta condição de
estresse nutricional.
Os pesquisadores observaram
que o porta-enxerto tangerina
Cleópatra necessita de aplicação de
maiores quantidade de fósforo em
comparação ao limão Cravo, devido
à sua menor capacidade de absorção
do fósforo. O pesquisador do IAC,
Fernando César Bachiega Zambrosi,
explica que o fósforo é um elemento
que apresenta elevadas taxas de
redistribuição nos citros. “O nutriente armazenado no interior da planta
é a principal fonte para atendimento
das exigências por fósforo dos novos
fluxos de crescimento, como flores e
frutos”, esclarece.
Em relação às inovações no uso de
micronutrientes em citros, o pesquisador do IAC, Rodrigo Marcelli Boaretto
explica que as novas estratégias para
o uso de micronutrientes em pomares
cítricos podem potencializar os efeitos dos fertilizantes e melhorar a eficiência produtiva. “São importantes
as formas de fornecimento dos micronutrientes (via folha, solo ou fertirrigação), além das características das
principais fontes de fertilizantes e o
manejo diferenciado dos micronutrientes em função do porta-enxerto. A
aplicação de Boro (B) na citricultura,
por exemplo, deve ser feita, preferencialmente, via solo, pela dissolução de
ácido bórico na calda de herbicidas de
contato, como o glifosato, a qual constitui a forma mais prática e eficiente
de fornecimento dos nutrientes para
a cultura”, afirma o pesquisador.
A adubação foliar com Boro (B) tem
sido recomendada em plantios novos
para complementar a adubação via solo.
Para Boaretto, “os resultados da pesquisa, desenvolvida pelo Grupo de Nutrição dos Citros do IAC, demonstraram
que a aplicação do elemento no solo é a
melhor estratégia de manejo do
micronutriente no pomar”, ressalta.
O grupo de nutrição do citros do
IAC vem concentrando esforços em
ampliar e intensificar suas pesquisas
sobre o manejo nutricional da cultura,
visando às novas estratégias de adubação, tendo como meta o aumento de
produtividade nos novos sistemas de
produção, nos diferentes ambientes
agrícolas. Os resultados dessas pesquisas vêm sendo consolidados e contribuem para a revisão das recomendações atuais de adubação dos citros. “A
atual recomendação do grupo de nutrição de citros do IAC é a aplicação de
Boro via solo e a demanda diferenciada do porta-enxerto citronela swingle,
que é a que mais exige Boro”, finaliza
Boaretto.
MÔNICA GALDINO – ASSESSORA DE IMPRENSA - IAC E
FERNANDA DOMICIANO – ESTAGIÁRIA
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tangerina
e o pedido é um suco, o sabor quase sempre é laranja. Rica em vitamina C, é figura carimbada em qualquer
dieta balanceada. A novidade agora são
as variedades de laranja que possuem
a polpa com coloração vermelha. Isto
ocorre devido à presença do carotenoide chamado licopeno, o mesmo presente nos tomates, um dos mais potentes
agentes antioxidantes naturais. São
essas as características da variedade de
laranja Sanguínea de Mambuca, do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas.
Apesar do nome, a Sanguínea de
Mambuca não faz parte da família das
laranjas sanguíneas. Ela compõe o grupo das laranjas de polpa vermelha. Enquanto as laranjas sanguíneas apresentam polpa e suco com coloração parecida com a da beterraba, devido à presença da antocianina, as laranjas de
polpa vermelha apresentam coloração
intensa devido à presença do licopeno
e de maiores teores de betacaroteno.
“A variedade apresenta de 275% a
675% mais licopeno que a laranja Pera,
que tem 0,1 mg deste carotenoide por
litro de suco”, afirma o pesquisador do
IAC, Rodrigo Rocha Latado.
Segundo Latado, quanto mais
intensa a coloração do suco, maior
valor é agregado à fruta e ao suco.
“O custo de produção é o mesmo,
assim como a receita, mas o consumidor prefere o suco de cor intensa. É possível agregar valor à
produção das laranjas e de suco
produzido no Brasil com o uso de laranjas de polpa vermelha”, diz o
pesquisador da Secretaria de Agri-
S
ARQUIVO IAC
a evaporação e a deriva, o que pode
prejudicar a penetração destas na copa
das plantas, fazendo com que a maior
parte do produto pare na parte externa da planta e apenas uma pequena
proporção tenha capacidade de atingir
os alvos internos. “O produtor deve
sempre lembrar que o sucesso na aplicação de agrotóxico depende da
interação entre a doença, produto,
máquina, momento da aplicação e
meio ambiente. O uso de adjuvantes
é uma ótima opção, mas deve ser feito com abordagem operacional mais
técnica”, afirma Ramos.
O método desenvolvido pelo IAC já
está sendo considerado padrão de aplicação no Estado de São Paulo. Ele começa a ser utilizado pelos produtores
rurais, principalmente depois da parceria com o Fundo de Defesa da
Citricultura (Fundecitrus) na área de
treinamento de agricultores.
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