Resumo Caroline Cunha - TEDE

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RESUMO
ESPÍRITO SANTO, Caroline Cunha. Efeito do treinamento
locomotor em esteira sobre o trofismo muscular em ratos com lesão
medular incompleta. 2014. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia –
área fisioterapia neurofuncional: mecanismos neurobiológicos, avaliação
e intervenção em adultos/idosos) – Universidade do Estado de Santa
Catarina. Programa de Pós-graduação em Fisioterapia, Florianópolis,
2014.
A proteína mTOR está envolvida no crescimento, proliferação e
metabolismo celular. No músculo esquelético a mTOR é considerada a
maior reguladora do tamanho da fibra muscular, modulando a síntese de
proteínas. Em células neuronais, o aumento da síntese proteica está
relacionado com a ativação da proteína mTOR e seu substrato p70S6K
via BDNF. Sabe-se que treinamento locomotor em esteira (TLE) é capaz
de modular a expressão de BDNF, o que poderia interferir na via
mTOR/p70S6K nos tecidos neuronal e muscular. Contudo, o
mecanismo regulatório da síntese proteica muscular mediado pelo TLE,
ainda não foi descrito na literatura. Assim o objetivo do estudo foi
investigar os efeitos do TLE sobre o trofismo muscular e sua via de
sinalização proteica, em ratos com lesão medular espinal (LME)
incompleta. Trinta e três ratas foram randomicamente divididas em 3
grupos: controle (sem LME e sem treinamento, n=11), LME treinado
(n=11) e LME não treinado (n=11). Os animais foram primeiramente
anestesiados e uma laminectomia torácica foi realizada (T8-T9) para
exposição dorsal da medula espinal. Os animais dos grupos com LME
receberam uma compressão medular latero-lateral realizada por um clipe
neurovascular por 1 minuto. Todos os animais foram submetidos à
avaliação semanal da recuperação locomotora utilizando à escala BBB.
Sete dias após a lesão, iniciou-se o TLE com suporte parcial de peso
com duração de 30 minutos, realizado 1x/dia, 5x/semana por 4 semanas.
Após a última sessão, os animais receberam uma overdose anestésica,
tiveram os músculos sóleos dissecados e pesados para o calculo do
trofismo muscular, mensurado pela relação do peso do músculo/peso do
animal. Amostras da porção central do músculo sóleo direito foram
retiradas e congeladas para quantificação da expressão das proteínas
mTOR, p-p70S6K, TrKB e BDNF utilizando as técnicas bioquímicas
Western Blot e ELISA. Os escores da escala BBB, foram analisados
usando ANOVA para medidas repetidas. Enquanto a analise do trofismo
muscular e da quantificação da expressão proteica foram realizadas
utilizando ANOVA one way. Todos os animais com LME recuperaram
a atividade locomotora, com evolução similar para ambos o grupos
treinados e não treinados. Contudo, o TLE se mostrou eficaz para o
aumento do trofismo muscular em ratos com LME (p<0,05) sendo que
esta mudança morfológica foi acompanhada do aumento da expressão
da proteína mTOR (p<0,05) e de seu substrato p-p70S6K (p<0,05) para
o grupo treinado. Além disso, o TLE aumentou a expressão do receptor
TrKB e reduziu a quantidade de BDNF (p<0,05). Estes resultados
sugerem que o TLE aumentou a sensibilidade do músculo em capturar
BNDF, via um aumento da expressão dos receptores TrKB, provocando
a redução desta neurotrofina no músculo estudado. Dessa forma, este
estudo evidencia que o trofismo muscular induzido pelo TLE envolve a
ativação da cascata mTOR/p70S6K, possivelmente regulada pelo
BDNF.
Palavras-chave: Lesão Medular Espinal. Treinamento Locomotor.
Trofismo Muscular.
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