UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO COLEGIADO DE ENFERMAGEM MÓDULO DE SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ESTUDO DE CASO Petrolina-PE 2009 JACQUELINE KRIS SANTOS MOURA MARIA DA PENHA SILVA DE BRITO ESTUDO DE CASO: Broncopneumonia Bronquiolite Estudo de caso solicitado pelos professores Luciana Dutra e Venâncio Tavares, como requisito de avaliação do estágio no Hospital Dom MalamIMIP, no PSI do módulo Saúde da Criança e do Adolescente do 6º período de Enfermagem. Petrolina-PE 2009 Sumário I. Identificação do paciente .................................................................................. 03 II. História clínica ................................................................................................... 03 III. Estudo de diagnóstico .................................................................................... 04 IV. Evolução do paciente ....................................................................................... 07 V. Exames realizados .............................................................................................. 08 VI.Estudo das medicações....................................................................................... 09 VII.Sistematização da assistência de enfermagem ................................................. 14 VIII. Prognóstico ..................................................................................................... 17 IX. Orientações para alta ......................................................................................... 18 X. Considerações finais ........................................................................................... 18 Referências .............................................................................................................. 19 I. Identificação do paciente Nome: F.L.S.S Enf/Leito: PSI Idade: 2 meses e 16 dias Sexo: Feminino Naturalidade: Exu- PE Procedência: Da sua residência em Petrolina-PE II. História clínica História da Doença Atual Lactente, DN: 01/02/2009, Peso: 6.600 kg. Oriunda de sua residência, no dia 16/04/2009, pela genitora M.P.S apresentando queixa de gripe, febre, tosse, cansaço, diarréia com fezes esverdeadas e abdome distendido. Após consulta realizada com a enfermeira da triagem do PSI Hospital Dom Malam –IMIP, foi encaminhada para admissão no setor. Antecedentes Patológicos Pessoais História da gravidez: G6P6A0, realizado 05 consultas pré-natal, sem intercorrências durante a gravidez, parto normal sem complicações e internações anteriores da lactente ausentes. Antecedentes Patológicos Familiares Filha da genitora, que tem contato com a lactente, apresentou sintomas de gripe. Alergias 3 11º dia de vida, realizou consulta de puericultura no PSF, relatando que a lactente encontrava-se com sinais de alergia em todo o corpo, não esclarecendo o motivo. Estado Vacinal Ausência de administração de vacinas: Anti-pólio, Rotavírus e DTP+HIB. III. Estudo de diagnóstico Broquiolite A bronquiolite, infecção das vias aéreas inferiores, é uma doença respiratória aguda de crianças pequenas em que o vírus sincicial respiratório (RSV) representa o principal agente, porém outros vírus, como o parainfluenza, adenovirus, influenza, rinovirus, estão associados à doença. As crianças geralmente adquirem a infecção quando expostas a familiares que têm tipicamente sintomas de infecção do trato respiratório superior ou a crianças infectadas, em uma creche. O vírus torna-se epidêmico nas comunidades durante o final do outono e nos meses de inverno, sendo facilmente disseminado pela transmissão nariz-mão e mão-olho. Cerca de 50% das crianças a contraem nos dois primeiros anos de vida, e 95% das crianças apresentam evidencias sorológicas de infecção prévia com três anos de idade. A fisiopatologia acontece da seguinte forma: a mucosa dos bronquíolos mostra-se edemaciada, e o lúmen este cheio de muco e exsudato; as paredes dos brônquios e bronquíolos estão infiltradas por células inflamatórias e a pneumonite intersticial peribronquiolar está usualmente presente. Os graus variáveis de obstrução, produzidos nas pequenas passagens aéreas por estas alterações, levam a hiperinsuflação, enfisema obstrutivo, resultado da obstrução parcial, e áreas de atelectasia em placa. O lactente afetado costuma apresentar rinórreia, espirros, tosse e febre baixa, seguidos, após vários dias, do aparecimento de taquipnéia e sibilância, a criança pode alimentar-se mal. O exame físico revela sinais de dificuldade respiratória aguda, incluindo batimento e asas de nariz, taquipnéia, cianose intermitente, retrações, fase expiratória prolongada e sibilos e estertores crepitantes no tórax. As radiografias do tórax revelam aprisionamento de ar e 4 podem mostrar espessamento peribrônquico, atelectasia e infiltrados. A hipoxemia não é universal, mas é secundária à desigualdade de ventilação e perfusão. A hipercapnia não costuma ocorrer, mas pode surgir no lactente gravemente afetado com obstrução significativa das vias aéreas ou em lactentes que se tornam fatigados. Os sintomas agudos duram 5-6 dias e a recuperação é completa em 10-14 dias. O diagnóstico de broquiolite baseia-se nos achados clínicos e no conhecimento da epidemiologia das doenças virais prevalentes na comunidade. O RSV pode ser identificado em secreções nasofaríngeas através de PCR, cultura ou determinação de antígenos. Muitos outros diagnósticos devem ser considerados na criança pequena que manifesta um doença respiratória aguda associada a sibilância. O tratamento dos casos leves pode ser realizado no domicílio e consiste de hidratação oral, desobstrução nasal com soluções à base de soro fisiológico, administração de antitérmicos e fisioterapia respiratória quando houver secreção pulmonar. As principais etapas da estratégia terapêutica para os casos que necessitam de internação (a criança que estiver taquipnéica, inquieta ou que apresenta história de ingesta hídrica deficiente) incluem: suplementação com oxigênio, hidratação endovenosa, suporte ventilatório e fisioterapia respiratória. As avaliações clinicas, a monitorização não-invasiva do oxigênio e valores gasométricos orientam a terapia. Alguns pacientes podem se beneficiar da nebulização com broncodilatadores e em casos selecionados e mais graves pode ser utilizado corticosteróide por via oral ou parenteral. A administração de ribavirina em aerossol, um agente antiviral especifico, mostrou-se levemente eficaz em ensaios clínicos, devendo ser considerada em lactentes intensamente afetados e naqueles sob alto risco de doença severa (portadores de doença pulmonar crônica e cardiopatia congênita). Antibioticoterapia está indicada caso haja evidencia de infecção bacteriana concomitante. São necessária intubação e ventilação mecânica para tratar insuficiência respiratória ou apnéia grave. As complicações incluem apnéia, insuficiência respiratória, atelectasia, otite média, infecção bacteriana secundaria e pneumotórax. Contudo, o prognóstico imediato d maioria das crianças com bronquiolite é excelente, com os sintomas remetindo em 7-10 dias. O recente desenvolvimento e uso de uma imunoglobulina para VSR em combinação com o ribarivin apresenta o potencial para significativa da morbidade e da nortalidade por bronquiolite. 5 Pneumonia/ Broncopneumonia Pneumonia refere-se a inflamação do parênquima pulmonar, sendo comum durante toda a infância, mas ocorre com maior freqüência no período da lactância e no inicio da infância. Clinicamente, a pneumonia pode acontecer como uma doença primaria ou como uma complicação de alguma outra doença. Pneumonite é uma inflamação aguda localizada no pulmão sem a toxemia associada à pneumonia lobar (totalidade ou grande parte de um ou mais dos lobos pulmonares atingidos). Diferentemente da lobar, na penumonia intersticial o processo inflamatório fica mais ou menos confiado dentro das paredes alveolares (interstício) e dos tecidos peribrônquicos e interlobulares. Broncopneumonia é a inflamação do pulmão que começa nos bronquíolos terminais, ocorrendo produção de exsudato mucopurulento que obstrui algumas dessas pequenas vias aéreas e causa consolidação irregular de lóbulos adjacentes. A broncopneumonia geralmente envolve múltiplos lobos pulmonares. Vários agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos, riquétsias e parasitos), processos infamatórios (LES, sarcoidose), substancias tóxicas (hidrocarbonetos, fumaça, mofo, poeira, substancias químicas, gases e conteúdo gástrico) que são inaladas ou aspiradas, causam pneumonia. Os microrganismos ganham acesso ao pulmão por disseminação hematogênica ou por extensão local descendente ao longo da árvore brônquica respiratória. As pneumonias são classificadas, de acordo com a morfologia, forma clínica e o agente etiológico: viral, atípica (por micoplasma), bacteriana ou por aspiração de substâncias estranhas. A infecção viral, podendo ser originada por CMV, herpesvírus, enterovírus, vírus influenza, adenovírus, varicela, representa a causa mais comum em crianças e as bacterianas (Streptococus pneumoniae, Staphylococus aureus, H.influenzae) são responsáveis por 10-30% de todas as pneumonias pediátricas. Os padrões clínicos típicos das pneumonias viral e bacteriana diferem entre si, embora a distinção nem sempre seja clara em determinado paciente. Taquipnéia, tosse, mal-estar, febre, dor torácica pleurítica e retrações são comuns em ambas. As pneumonias virais são mais frequentemente associadas a tosse, sibilância, ou estridor, e a febre é menos proeminente que na bacteriana. A radiografia de tórax mostra infitrados raiados difusos de broncopneumonia, e a contagem de leucócitos muitas não esta elevada. Pneumonias bacterianas são tipicamente acompanhadas de tosse, febre alta, calafrios, 6 dispnéia e achados auscultatórios de consolidação pulmonar (murmúrio respiratório diminuído ou tubular, macicez à percussão). A radiografia do tórax mostra consolidação lobar e derrame pleural, com contagem de leucócitos periféricos elevados. Exames de imagem (raios-X de tórax ou, até mesmo, tomografia computadorizada de tórax) e hemograma completo auxiliam para o diagnóstico. O diagnóstico definitivo de pneumonia requer identificação do microorganismo implicado. Certos agentes virais ( influenza, parainfluenza, adenovirus) podem ser identificados por cultura, PCR, ou imunofluorescência de células epiteliais infectadas da nasofaringe. O tratamento da pneumonia depende da idade do paciente e da apresentação clínica (se for mais compatível com pneumonia viral ou bacteriana). Os lactentes com menos de dois meses devem ser hospitalizados e tratados com antibióticos intravenosos. Em crianças maiores, devem-se empregar drogas eficazes contra o S.pneumoniae (amoxicilina, ceftriaxona, claritromicina, ou trimetoprim- sulfametaxzol por dez dias. O pneumococo resistente à penicilina atualmente é comum em muitas comunidades, sendo resistentes a múltiplos antibióticos e exigem tratamento inicial com ceftriaxona. A maioria das crianças após a lactância inicial pode ser assistida em ambulatório. As indicações para hospitalização incluem: dificuldade respiratória moderada a grave; ausência de resposta a antibióticos orais, consolidação em mais de um lobo; imunossupressão, empiema ou doença cardiopulmonar subjacente. O prognóstico geralmente é bom porque a maioria das crianças recupera-se rápida e completamente e os achados radiográficos devem normalizar-se em 6-8 semanas. Em algumas crianças, a pneumonia persiste por mais de um mês ou torna-se recorrente, tendo que ser bem investigada para doenças subjacentes. IV. Evolução do paciente Admissão Resumo da internação: EGR, cansaço, tosse, febre, diarréia. Exame físico realizado 7 Lactente, 2 meses e 16 dias, 2º DIH por BCP em companhia da genitora. EGR, agitada. Ao exame físico: couro cabeludo integro, FAN, mucosas oculares e oral normocrômicas, hidratada, acianótica, turgor e elasticidade da pele preservados. AC: BNF, AR: MV+ com presença de sibilos e estertores crepitantes em base HTD e em ápice HTE. Presença de tosse produtiva. Abdome distendido e timpânico à percussão com presença de ruídos hidroaéreos. Genitália sem anormalidades a inspeção. Boa mobilidade MMSS e MMII. Mantido cateter MIE intravenoso para medicação. Eliminação urinária presente e evacuação pastosas esverdeadas, aceita a dieta por AM (SIC). SSVV: FC=124, T°=36,6°C. Não foi possível observar FR devido ao abdome distendido. Orientado a genitora quanto aos cuidados: higiene, aleitamento materno, vacinação e decúbito elevado. Conduta: solicitado prescrição médica de Dimeticona e administrado posteriormente. Relação com diagnóstico Presença de sibilos e estertores crepitantes em base HTD e em ápice HTE, juntamente com tosse produtiva relacionam-se ao diagnóstico de BCP. V. Exames realizados Radiografia do tórax É um exame baseado na impressão de um filme com radiações-X emitidas pelo aparelho depois de atravessar o tórax do individuo. A realização da radiografia exige que seja obtida nas posições de frente e de perfil. A radiografia de tórax indica a distribuição estrutura, por exemplo, lobar ou brônquica; pode também revelar múltiplo abscesso/infiltrado, empiema (Staphylococcus); infiltração disseminada ou localizada (bacteriana); ou infiltrados nodulares difusos/extensivos (mais freqüentes virais). Na radiografia da paciente em estudo foi percebido presença de infiltração localizada na base em HTD e bilateralmente em HTE, evidenciando a broncopneumonia. 8 VI. Estudo das medicações Dipirona sódica (Analgésico e antitérmico): 1amp+10 ml AD IV 8/8h. Mecanismo de ação: atua no centro termorregulador hipotalâmico nos pacientes com hipertermia, provocando redução da temperatura corporal. A dipirona pode atuar diretamente no tálamo diminuindo a passagem de impulsos dolorosos (potencial de ação), e, através dessas estruturas, reduzir a chegada de impulsos dolorosos a nível do córtex sensitivo. Reação adversa: SNC: Choque e discrasias sanguíneas, tais como agranulocitose, leucopenia e trombocitopenia. Outros: Reações de hipersensibilidade que afetam a pele (urticária), a conjuntiva e a mucosa nasofaríngea, reações cutâneas bolhosas, Síndrome de Stevens Johnson, Síndrome de Lyell. Cuidados de enfermagem: Monitorizar a função respiratória, pois podem ser observados ataques de asma em pacientes predispostos a tal condição e hipotensão em caso de aplicação IV muito rápida; Não administrar a droga com outros medicamentos na mesma seringa; Comunicar ao médico se houver hipotermia, pois a droga deve ser suspensa. Omeprazol (antiemético): 40mg EV 1x ao dia. Mecanismo de ação: produz inibição de enzimas nas células parietais. Essa ação farmacológica inibe a etapa final da formação de acido no estômago. Reação adversa: SNC: Cefaléia, tontura, astenia, insônia, apatia, parestesia. SGI: Diarréia, náusea, vômito, constipação, atrofia da língua. 9 S. Respiratório: Sintomas de insificiencia respiratória, tosse, epistaxe. Pele: Rash, inflamação, urticária, prurido, alopecia. Outros: Febre, dor nas costas. Cuidados de enfermagem Administrar a droga antes das refeições; Comunicar ao médico caso ocorra diarréia. Metoclopramida (antiemético): 1amp+10ml AD IV 8/8h. Mecanismo de ação: estimula a motilidade do TGI superior sem estimular a secreção gástrica, biliar e pancreática; relaxa o esfíncter pilórico. Reação adversa: SNC: Inquietação, sonolência, distonia, tontura. SCV: Hipertensão transitória. SGI: Náusea, diarréia. Cuidados de enfermagem Monitorizar e comunicar ao medico reação extrapiramidal; IV: infundir lentamente acima de 2 a 3 minutos. Dormonid (indutor do sono): 15mg+ AD EAV ACM. Mecanismo de ação: agente indutor do sono caracterizado pelo rápido inicio de ação, breve permanência no organismo, eficácia constante e facilidade posológica. Também possui propriedades anticonvulsivantes, ansiolítica e miorrelaxante. Reação adversa: 10 SNC: Tontura, cefaléia, ataxia, movimentos involuntarios. SCV: Alterações na pressão sanguinea, FC e FR . Pele: Reações cutâneas.. Cuidados de enfermagem Administrar lentamente por via IV, a eliminação é pela via renal e 30% a 50%; IV: infundir lentamente acima de 2 a 3 minutos. Ampicilina/penicilina (antimicrobiano) Mecanismo de ação: ampicilina (uma aminopeniciliana) inibe a síntese durante a multiplicação bacteriana. Reação adversa: SGI: Náusea, vômito, diarréia, estomatite. S. Hematológico: Anemia, trombocitopenia, eosinofilia, leucopenia. Outros: Eritema maculo papular, urtiária e choque anafilático. Cuidados de enfermagem: Por precaução pergunte se o paciente é alérgico a penicilina; Oriente a genitora sobre os sinais e sintomas de hash, febre diarréia e comunique-os ao médico; Monitorize sinais de flebite; Não misture com outra droga; Caso a infecção não ceda em 72 horas avise o médico. Hidrocortisona (corticosteróide) 11 Mecanismo de ação: causa reações complexas que são responsáveis por ação antiinflamatória, imunossupressora (glicocorticóide), retenção de sal. Reação adversa: SNC: Cefaléia, parestesia, insônia, convulão e psicose. SCV: Hipotensão, hipertensão, choque, ICC com retenção de líquido, tromboembolismo, arritmia e distúrbio hidroeletrolítico. SGI: Úlcera peptídica e isofágica, pancreatite, distensão abdominal, vômito aumento de apetite e peso. S. Hematológico: Retençao de sódio e água, hipocalemia, aumento de glicose e colesterol. S. Endócrino: Amenorréia, ciclo menstrual irregular, retardo no crescimento e diabetes mellitus. Pele: Petéquias, equimose, púrpura e estrias. Outros: Fraqueza muscular, perda de massa muscular, hosteoporose, fratura espontânea, imunossupressão, infecção, distúrbio no processo de cicatrização. Cuidados de enfermagem Administre antes das 9 horas para diminuir o nível de corticosteróide durante a noite, diminuindo a toxicidade e obtendo melhores resultados; Não administre pela via I.M. se o paciente tiver púrpura troboembolítica; Para evitar atrofia muscular mude o local da injeção; Para evitar desconforto GI administre às refeições; Monitorize a resposta clínica da droga e comunique-a ao médico, para saber se é necessário reajustar a droga; A droga pode mascarar sinais de infecção; Utilize anti-ácidos V.O. ou outro bloqueador da acidez gástrica ao usar corticosteróide, visando prevenir ulcera peptídica; Oriente a genitora para sinais de insuficiência adrenal, tais como fadiga, fraqueza muscular, febre, anorexia, dispnéia. 12 Salbutamol (Broncodilatador) Mecanismo de ação: Potente agonista beta-2-adrenérgico seletivo. É um estimulante beteadrenérgico de ação seletiva sobre a musculatura brônquica e destituído de efeitos significativos sobre o sistema cardiovascular. Reação adversa: SCV: Arritmias cardíacas, incluindo fibrilação arterial e taquicardia supraventricular. S. Hematológico: Hipocalemia grave. Outros: reações de hipersensibilidade, incluindo angiodema, urticária, hipotenção, choque, câimbras musculares transitórias. Cuidados de enfermagem: Monitorize o nível de potássio, porque a droga pode provocar hipocalemia grave; Luftal (Antigases) Mecanismo de ação: Atua no intestino diminuindo a tensão superficial do líquidos digestivos, levando ao rompimento as bolhas que retêm os gases. Uma vez livres os gases são facilmente eliminados por eructações ou flatos. Reação adversa: Fisiologicamente inerte e desprovido de toxicidade. Após administração oral é eliminado de forma inalterada pelas fezes. Cuidados de enfermagem: Avaliar distensão abdominal, através do exame físico, para posterior administração conforme prescrição médica S/N. Medicação relacionada com a patologia, sinal e/ou sintoma 13 Dipirona sódica: utilizada no tratamento de febre alta, por apresentar rápido efeito antitérmico. Ampicilina/Penicilina: Utilizada em caso de Infecções do trato respiratório superior e inferior, causadas por bactérias, infecções por pneumococos e estreptococos. Hidrocortisona: Indicada devido o processo inflamatório e na prevenção da insuficiência adrenal. Salbutamol: São medicamentos (broncodilatadores), que promovem o relaxamento da musculatura lisa dos brônquios, melhorando a condição respiratória do paciente. Atuam a nível de Sistema Nervoso Autonômo (SNA). Luftal: atua no estômago e no intestino, diminuindo a tensão superficial dos líquidos digestivos, rompendo as bolhas que retêm os gases e que provocam flatulências e dores. Assim, os gases são eliminados mais facilmente, diminuindo o desconforto causado por eles. Soro fisiológico 0,9%: Utilizado na preparação da nebolização, para umidificação das vias aéreas. VII. Sistematização da assistência de enfermagem Diagnóstico 1. Troca gasosa prejudicada relacionado à alterações na membrana alvéolo-capilar, dispnéia, taquicardia e inquietação; Prescrição Avaliar freqüência, profundidade e facilidade da respiração; Observar cor da pele, membranas mucosas e leitos ungueais, observando a presença de cianose periférica (leitos ungueais) ou cianose central; 14 Monitorizar freqüência/o ritmo cardíaco; Monitorizar temperatura corporal ajudar com as medidas de conforto para a redução da febre e calafrios, por exemplo, acrescentar/retirar cobertas; Elevar cabeceira; Observar quanto a deterioração quanto a condição, observando a hipotensão, as quantidades copiosas de escarro róseo/sanguinolento, palidez, cianose, dispnéia grave e inquietação. Diagnóstico 2. Desobstrução ineficaz de vias aéreas relacionado à dor, ao aumento das secreções traqueobrônquicas e a fadiga; Prescrição Avaliar freqüência/profundidade das respirações e do movimento torácico; Auscutar campos pulmonares, observando áreas de fluxo aéreo, diminuído/ausente e sons respiratórios adventícios, por exemplo, estertores e sibilos; Elevar cabeceira do leito, orientar genitora que mude a lactente de posição frequentemente; Aspirar, conforme indicado. Diagnóstico 3. Conforto prejudicado relacionado à hipertermia e ao mal-estar; Prescrição Monitorizar temperatura; Orientar genitora que coloque a lactente em decúbito elevado; Proporcionar ambiente silencioso e limitar os visitantes durante a fase aguda, conforme indicado; 15 Ajudar a genitora com as atividades de autocuidado conforme necessário. Diagnóstico 4. Risco de hipertermia relacionado ao processo infeccioso; Prescrição Monitorizar temperatura; Administrar antitérmico conforme prescrito S/N. Diagnóstico 5. Dor relacionada a inflamação do parênquima pulmonar e inquietação. Prescrição Monitorizar os sinais vitais, proporcionar medidas de conforto, por exemplo, massagem nas costas e mudança de decúbito; Realizar higiene oral freqüente; Administrar analgésicos e antitussígenos, conforme indicado. Diagnóstico 6. Risco de volume de líquidos deficiente relacionado ao aumento na perda excessiva de líquidos, secundário a febre, a hiperventilação e respiração pela boca. Prescrição Avaliar as mucosas nos sinais vitais, por exemplo, temperatura aumentada/febre prolongada, taquicardia; Avaliar o turgor cutâneo, a umidade das membranas mucosas (lábios, língua); Observar os relatos de náusea/vômito. 16 Diagnóstico 7. Risco de nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais relacionado, à dispnéia e a distensão abdominal, secundárias a deglutição de ar; Prescrição Indicar os fatores que são contribuintes para náusea/vômito, por exemplo, presença de secreção copiosa ao tossir, tratamento de nebulização, dispnéia grave e dor; Auscultar os sons intestinais. Observar/palpar quanto a distensão abdominal; Orientar a genitora que amamente com freqüência; Avaliar o estado nutricional geral, obter um peso de parâmetro. Diagnóstico 8. Risco de transmissão de infecção relacionado à natureza contagiosa da doença; Prescrição Monitorar os sinais vitais continuadamente, especialmente no início da terapia; Orientar a genitora quanto aos cuidados de higienização da lactente; Limitar os visitantes, conforme indicado; Monitorizar a eficácia da terapia antimicrobiana. VIII. Prognóstico Lactente apresentando uma possível melhora devido a normalidade da temperatura, diminuição da dispnéia e ausência de diarréia. Ficou evidenciado através do prontuário que a lactente recebeu as medições apropriadas para o diagnóstico de broncopneumonia e bronquiolite. No caso da paciente, apesar de ter sido administrado todos os medicamentos (broncodilatadores, antimicrobiano, antiinflamatório e antitérmico), os profissionais de enfermagem não entenderam o que estava escrito no prontuário e nem prestaram nenhum 17 cuidado essencial para uma boa evolução como: elevação de decúbito, higienização e orientação quanto ao aleitamento materno frequentemente. Dessa forma, o prognóstico para o diagnóstico citado a cima geralmente é bom, porém, outro ponto que dificultaria o prognóstico seria a falta de continuação do tratamento medicamentoso domiciliar, incluindo os devidos cuidados com a lactente. IX. Orientações para alta Orientar a genitora quanto: Deixar a lactente em decúbito elevado para varorecer a respiração e evitar broncoaspiração após amamentação através do posicionamento de eructação; Aleitamento materno exclusivo e freqüente; A importância da administração da medicação no horário correto, dose, via adequada e duração do tratamento prescrito; A uma boa higienização da lactente, prevenindo infecções; Promover um ambiente tranqüilo; Estar atenta a possíveis sinais de recidiva, tais como: tosse, cansaço e febre; Evitar que a lactente esteja em contato com poeira, fumaça de cigarro e poluição ambiental. X. Considerações finais As patologias apresentadas pela paciente, broncopneumonia e bronquiolite, são mais freqüentes durante o outono e inverno, acometendo um grande número de crianças. A atenção básica desempenha um papel importante na orientação no sentido da prevenir problemas respiratórios, bem como identificar o diagnóstico precoce e posterior tratamento adequado. Esse estudo de caso contribuiu não apenas para percebermos a importância da atenção básica, mas também aumentar nossos conhecimentos relacionados a patologia, medicamentos utilizados, diagnósticos comuns e principalmente o papel do enfermeiro na prestação de cuidados. 18 Referências GOLDENZWAIG, N.R.S.C. Administração de Medicamentos na Enfermagem. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. CARPENITO-MOYET, L.J. Manual de Diagnósticos de Enfermagem. 11ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. DOENGES, M.E. et al. Planos de Cuidado de Enfermagem. 5º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. KLIEGMAN, R.M. et al. Nelson Princípios de Pediatria. 4° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. WONG, D. L. Enfermagem Pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 19