II CONGRESSO BRASILEIRO DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM CARTA DE ARACAJU A Enfermagem hoje no Brasil representa o maior contingente de profissionais nos serviços de saúde. A mesma é uma profissão cujo cotidiano de trabalho é dividido tecnicamente, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares. A divisão social do trabalho em Enfermagem é fato dado, sendo que esta distancia o trabalhador das reflexões acerca de suas ações (atos de enfermagem), torna o trabalho ainda mais tecnicista, fragmenta o cuidado e mercantiliza o ser humano e a saúde, tendo como conseqüência o distanciamento do trabalhador das questões políticas e filosóficas. É importante observar de que forma isso reflete na sociedade e de que forma o atual modelo de sociedade reflete na profissão. O atual modelo de sociedade produz desigualdades, e isso não é defeito desse modelo, antes, é a maneira pela qual o mesmo se estabelece e se sustenta. As bases da sociedade capitalista neoliberal estão firmadas sobre a exploração do homem pelo homem, alienação do trabalho e do trabalhador. Diante do atual modelo de sociedade e da atual situação da Enfermagem é preciso que o Movimento Estudantil se entenda e se reafirme enquanto movimento social e que pontue sua opção frente a este modo de organizar a sociedade vigente. Por isso afirmamos que disputamos hoje uma sociedade na qual o homem não seja alienado e explorado, onde seu trabalho seja sua maior riqueza no sentido de torná-lo sujeito da sua própria historia e capaz de mantê-lo dignamente, uma sociedade onde o homem seja o objetivo e não o lucro supremo. O Movimento Estudantil de Enfermagem historicamente, através de seus espaços de inserção e em seus debates vem acumulando em torno dessa discussão, ao lado das estudantes e dos estudantes de diversas partes do país e dos movimentos sociais, que são parceiros na luta por uma outra sociedade, acreditando que um outro mundo é possível. Todo movimento social, toda entidade de classe deve nortear, basear suas reflexões, ações e participações naquilo em que acredita, nas suas bandeiras de luta. Assim, a gestão 2006/2007 da ENEEnf afirma como suas bandeiras de luta: Sociedade: luta pela superação da sociedade de classes, superação da exploração do homem pelo homem e da alienação do trabalho, apontando para uma sociedade justa, igualitária e equânime; Educação: luta por uma Universidade pública, gratuita, laica, referenciada socialmente; Saúde: defesa dos princípios do SUS e da conquista popular da saúde; Enfermagem: como prática social e construção de uma organização política da profissão, não coorporativa, e em função da conquista da emancipação do sujeito em seu processo de saúde; Formação: luta por um processo pedagógico libertador que promova o estudante para uma prática comprometida socialmente. Aracaju - SE, 04 de fevereiro de 2007. Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem - ENEEnf Gestão 2006/2007