artigo original - saúde coletiva breve análise do número de casos

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Anais do I Congresso de Saúde DeVry | UNIFAVIP - "Saúde Humanizada: sujeitos, práticas e perspectivas
em busca de uma qualidade de vida em sociedade" - ISBN: 978-85-5722-008-9
ARTIGO ORIGINAL - SAÚDE COLETIVA
BREVE ANÁLISE DO NÚMERO DE CASOS DE MICROCEFALIA NO
INTERIOR DE PERNAMBUCO
IRIS APARECIDA DE ALMEIDA, ALLYSON PEREIRA BARBOSA, ANYELLE
JOYCE COSTA DE SOUZA, ANDREZZA DE LEMOS BEZERRA, EMÍLIA
NATALI CRUZ DUARTE
Responsável pela transmissão da dengue no Brasil, o mosquito Aedes aegypti,
tem sido motivo de preocupação dado não somente devido a elevação da
incidência da Dengue, mas também devido sua associação na cadeia
de
transmissão epidemiológica com a chikungunya e o zika vírus. Essas duas
últimas patologias tem características emergentes no Brasil já que apresentam
aparecimento recente. Casos autóctones de chikungunya no país foram
notificados a partir de 2013, mas que já ocorriam de modo endêmico de outras
regiões tropicais e subtropicais do mundo, causando poliartrite e, em casos
mais graves, acometendo o sistema nervoso (encefalites, comprometimento de
nervos periféricos) e cardiovascular (miocardite). Da mesma forma, a partir de
2015, o Aedes aegypti ganhou ainda mais destaque por ser vetor de mais uma
patologia viral, o zika, que foi inicialmente detectado na região nordeste. O zika
vírus causa sintomas similares aos da dengue e chikungunya, como febre, dor
articular e rash cutâneo. Porém, o vírus ganhou destaque por estar associado
ao aumento de casos de nascimentos de bebês com microcefalia após o
período em que houve surto da doença. O estado de Pernambuco teve o maior
número de casos suspeitos de microcefalia. A microcefalia ocorre pela
formação incompleta do cérebro durante a gestação e pode ter vários fatores
etiológicos, inclusive infecção viral da mãe no início da gestação (fase da
organogênese). A primeira descrição da relação entre a infecção materna pelo
zika vírus e o desenvolvimento da microcefalia no feto decorreu de casos
descritos em Pernambuco. Portanto, este trabalho tem como objetivo realizar
um levantamento epidemiológico sobre a microcefalia em 4 cidades de
Pernambuco (Sanharó, Gravatá, Bezerros e Caruaru) e relatar o impacto
social, econômico e estrutural diante da epidemia. Foi realizado um estudo
transversal descritivo, utilizando a base de dados do SINAN - Sistema de
Informação de Agravos de Notificação, no mês de outubro de 2016, em que
foram coletados indicadores epidemiológicos da microcefalia sobre mortalidade
e demográficos, do ano de 2016. De janeiro a outubro deste ano, foi verificado
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que houve investigação de 193 casos suspeitos nas 4 cidades, com
confirmação de 26 casos de microcefalia (1 em Sanharó, 3 em Bezerros, 4 em
Gravatá e 18 em Caruaru). Esses dados mostram que ainda não houve
diminuição da incidência da microcefalia nesses municípios. Assim como
cresceu a quantidade de óbitos relacionados à microcefalia. Essa situação gera
um impacto na gestão de recursos da saúde pública dos municípios. Aqueles
denominados de “pequeno porte”, devem encaminhar seus casos para
hospitais “Polo”, não havendo locais públicos de suporte e acompanhamento
dessas crianças nas cidades de Sanharó, Bezerros e Gravatá. Na região do
Agreste, o Hospital Mestre Vitalino, localizado em Caruaru, é o polo de
recebimento da 4ª e 5ª Região de Saúde, que compreendem 53 municípios.
Além
do
acompanhamento
neurológico,
é
necessária
uma
equipe
multidisciplinar preparada para intervir e minimizar o atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor dessas crianças. Pode ser concluído que, apesar de
campanhas nacionais para diminuição do vetor transmissor das arboviroses, os
casos de microcefalia ainda continuam com incidência crescente em cidades
do interior do estado. Sendo assim necessárias ações de maior alcance para
melhorar a informação, orientação e apoio ao acompanhamento multidisciplinar
de famílias com bebês acometidos de microcefalia, bem como ações
preventivas que visem redução de casos.
Palavras-chaves:
Microcefalia; Zika Vírus; Arboviroses
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