Pirenópolis – Goiás – Brasil 20 a 22 de outubro de 2015 O PENSAR

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O PENSAR FILOSÓFICO E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA COMO PROMOTORA
DA AUTONOMIA DO PENSAMENTO: algumas possibilidades
Dayanne Vitória Lopes 1, João Roberto Ferreira Resende 2, Andréa Kochhann 3, Naiara Gomes da Silva 4, Elenaice de
Paula Silva 5,
Acadêmica de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás Câmpus São Luís de Montes Belos. Acadêmica PVIC de
pesquisa. Componente do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade.
[email protected]
Docente da Universidade Estadual de Goiás/Câmpus Anápolis e Orientador do Projeto de Pesquisa, 2
Docente da Universidade Estadual de Goiás/ Câmpus de São Luís de Montes Belos e Jussara e Orientadora do Projeto
de Pesquisa. 3
Colaboradora do Projeto de Pesquisa4
Colaboradora do Projeto de Pesquisa5
INTRODUÇÃO
O presente trabalho compõe um projeto de pesquisa maior intitulado “APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA E A FILOSOFIA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA
AUTONOMIA”, vinculado ao GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e
Interdisciplinaridade, registrado na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, da Universidade
Estadual de Goiás, pelo Câmpus São Luís de Montes Belos.
Em tempos atuais discutir a produção do conhecimento e a autonomia do pensamento passa
pelas bases da filosofia e do processo de pesquisa em que o sujeito embrenha seus caminhos. Demo
(2009) assevera que é essencial o “conhecimento com as próprias mãos” a partir de um pensamento
crítico-reflexivo e os cursos de formação devem propiciar essa formação. Por isso também é
preciso analisar o paradigma que sustenta as práticas pedagógicas dos professores.
O paradigma cartesiano favorece a cópia e a reprodução de ideias. O paradigma holístico ou
da complexidade favorece o pensar, a crítica, a elaboração e, portanto, a autonomia. O paradigma
holístico valoriza a pesquisa. Demo (2009, p.49) afirma que “somente tem algo a ensinar quem
pesquisa” e por isso os professores dos cursos de formação precisam pesquisar e despertar em seus
alunos o gosto pela pesquisa. Segundo o autor, somente pelos caminhos da pesquisa é que se
aprende a elaborar com as próprias mãos.
As análises de textos filosóficos e as pesquisas na área da filosofia também contribuem para
as reflexões e a construção da autonomia do pensamento. Assim como o uso da metodologia da
aprendizagem significativa, na linha de David Ausubel. Para esse teórico a aprendizagem
significativa necessita da pesquisa, o trabalho ativo do aluno, da produção do aluno, da
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compreensão dos conteúdos pelo aluno. Isso se dará com os processos didático-metodológicos que
o professor utilizar em suas aulas.
A teoria da aprendizagem significativa precisa ser melhor compreendida no campo
educacional e por esse motivo se justifica nosso problema de investigação: “Quais as contribuições
da aprendizagem significativa e a filosofia para a construção da autonomia?”. A temática é nova no
Brasil na área da educação. Conforme um estado da arte realizado pelo grupo de pesquisa, a área de
humanas trabalha pouco com essa teoria. Isso reforça a relevância da nossa investigação.
Afirma-se que o estudo da Filosofia e suas contribuições enriquecem a práxis educativa e
faz com que o pensar reflexivo se aguce gradativamente. Isso possibilita ao professor um
desvincular de certas ações conteudistas e repensar novas e melhores formas de realizar sua prática
pedagógica. Assim, proporciona caminhos para um ensino crítico que insere o estudante na
sociedade e o faz participante da mesma, não somente como um sujeito observador, mas como
alguém que participa interage com os demais. Portanto, a Filosofia é fundamental para um pensar
crítico-reflexivo da realidade em que vive, e relacionar os fatos cotidianos a conteúdos estudados.
Nessa concepção é importante entender o papel do professor para desenvolver aulas que
possibilite crianças, adolescentes e jovens a se desenvolverem como cidadãos e como trabalhar com
uma das principais exigências da educação que é a de - ensinar a pensar. Na intenção de explicar
como o professor pode trabalhar em sala de aula, é necessário discutir sobre a Aprendizagem
Significativa, apresentamos o conceito, qual o principal teórico e os pontos que facilitam e os que
dificultam a aprendizagem (ensinagem). Apresentamos que o professor é o responsável pela
aprendizagem dos estudantes, portanto, sua postura didático-metodológica necessita ser de acordo
com a turma que trabalha. Isto é, o professor ao conhecer sua turma e as particularidades da mesma,
saberá utilizar as metodologias corretas e assim, a aprendizagem será significativa.
Assim, como os filósofos gregos explicavam os fatos que aconteciam na época, na sociedade
e no avanço da ciência, por meio de mitos e elementos naturais, hoje não é diferente esse buscar
respostas para os acontecimentos. Porém, o difere é que as perguntas que temos no mundo
contemporâneo são outras e requerem respostas rápidas. Nesse trabalho, foi discutido sobre a
importância da Filosofia para Crianças usando a metodologia da Aprendizagem Significativa pode
favorecer a Autonomia.
Nesse viés se estabelece um questionamento, queríamos uma resposta e para obtê-la tivemos
que ler, pesquisar e elaborá-la com fundamentação teórica o que obtivemos por meio das leituras.
De fato, esse processo é árduo e requer compromisso, e essa é a essência do nosso trabalho, para
que o indivíduo se torne um ser autônomo é necessário que ele seja corresponsável desse processo.
Ou seja, professores e estudantes precisam trabalhar em sintonia, pois um depende do outro, uma
vez que, como dizia Paulo Freire - não há docência sem discência.
Pode-se dizer que a educação proposta por Lipman para trabalhar Filosofia com Crianças,
encontra-se repleta de novas perspectivas de ensino de filosofia nas escolas, mostrando que é
possível desenvolver consciência crítica nos professores para trabalhar filosofia na educação
primária. Formando desde o início, alunos capazes de serem críticos e atuantes na sociedade e não
meramente espectadores do conhecimento.
Defende-se que essa temática é fundamental na formação inicial e ou continuada dos
professores. Como a aprendizagem significativa do estudante pauta-se na postura didática e
escolhas metodológicas do docente, este precisa receber uma formação que possibilite sua atuação
nessa concepção. Infere-se que o ideal seria que os cursos de licenciatura discutissem os conceitos e
princípios metodológicos da aprendizagem significativa e que os estágios supervisionados fossem
realizados mediante esta teoria. Essa inquietação pode permear uma nova pesquisa.
OBJETIVOS
Apresentar as contribuições do trabalho do pedagogo com a filosofia e a aprendizagem
significativa para a construção da autonomia do pensamento. Os objetivos específicos são discursar
sobre a teoria da filosofia, discursar sobre a teoria da aprendizagem significativa, discursar sobre a
formação do pedagogo para trabalhar com a autonomia do pensamento, argumentar como a filosofia
e a metodologia da aprendizagem significativa favorecem a autonomia do pensamento.
METODOLOGIA
Pesquisa qualitativa se alicerça pelos caminhos do materialismo histórico-dialético, de
caráter bibliográfico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A filosofia para crianças tem suas bases na filosofia dos clássicos mediante o conceito de
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filosofar ser a arte do pensar sobre o pensar. Na concepção de Lipman (2001) a criança tem em si a
natureza do filósofo. Esta natureza precisa ser mantida e instigada. Dessa forma, o papel do
professor se torna relevante. Pois, ao compreender a importância da filosofia para crianças em seu
processo de aprender significativamente, propicia a construção da autonomia do pensamento. Essa
discussão torna-se importante porque objetiva a busca da compreensão de como a criança questiona
a si própria e as coisas à sua volta. É através dos “porquês” que as crianças se descobrem,
raciocinam e entendem as partes e o todo, as causas e os efeitos.
A todo instante as crianças se deparam com acontecimentos cotidianos e rotineiros que são
confusos e enigmáticos. Fazem perguntas que para os adultos podem ser sem relevância, mas para
elas fazem todo sentido. Essas perguntas como considera Lipman, Oscanyan e Sharp (2001),
surgem porque as crianças têm curiosidade sobre o mundo e essa curiosidade se satisfaz
parcialmente com informações factuais e explicações que lhes dêem as causas ou propósitos das
coisas. Mas às vezes elas querem mais, buscam significados que não sejam nem literais (como as
explicações científicas) nem simbólicas (como os contos de fadas), mas que possam ser chamados
de filosóficos, que são de caráter metafísico, lógico ou ético.
É na escola que o processo de formação busca superar as contradições evidenciadas de uma
valoração unívoca, é onde procura ramificar no ato de pensar os valores vigentes e recriá-los num
processo dinâmico de reflexão. Já que segundo Furtado (2005, p. 31), “a Filosofia não se impõe
como saber pronto, mas abre possibilidades de contestação do saber imposto, sobretudo da
ideologia a ela inerente”.
Dessa forma, a utilização de uma discussão filosófica por parte dos educadores desde a
Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, auxiliará as crianças na superação de
um dogmatismo imposto pela sociedade despertando nelas a consciência crítica pela epistemè
associada ao conhecimento cotidiano. Sendo assim, a presente pesquisa busca compreender de que
forma o professor deve ensinar a pensar prazerosamente para que os alunos adquiram o que é
chamado por Lipman Oscanyan e Sharp, (2001) de “pensamento de ordem superior”, sendo a fusão
dos pensamentos crítico e reflexivo o que leva inevitavelmente a construção da autonomia do
pensamento.
Demo (2006) discorre sobre a importância de se libertar daquilo que te prende, isto é, não
ficar preso ao discurso de outros e sim ter a sua própria elaboração baseada no dialogo e na reflexão
de determinado assunto. E a filosofia permite esse emancipar, uma vez que oferece possibilidades
de tomar decisões livres através da reflexão e do repensar da prática que ela proporciona.
Nesse sentido, Teles (1999) escreve que a filosofia para crianças é capaz de estimular o
pensamento, desenvolver habilidades intelectuais e com isso, a criança, o adolescente e o jovem são
capazes de dar respostas às questões variadas que os cercam. Pois, é com o exercício de pensar, de
descobrir, de vislumbrar, de refletir – e isso é filosofia – que os indivíduos se tornam aptos para
desenredar os enigmas da vida.
Todavia, a filosofia auxilia no processo de transformação e desenvolvimento do
pensamento, possibilitando assim que crianças, adolescentes e jovens se tornem seres emancipados,
isto é, têm liberdade para pensar, agir e refletir sobre suas ações. No entanto, a filosofia tem o papel
de libertar aqueles que pensam através dos outros, ou seja, aqueles que ainda não têm opinião
própria. Daí, a importância de se trabalhar a filosofia nos anos iniciais do Ensino Fundamental, uma
vez que as crianças já serão formadas com essa autonomia de pensamento. Portanto, como afirma
Teles (1999, p.12)
É papel das instituições educativas, pois, e principalmente da escola, ensinar nossos
educandos a pensar e a refletir. Seu principal objetivo dever ser o de oferecer a
oportunidade para que o novo ser possa se tornar uma consciência autônoma, frente a si
próprio, aos outros, ao mundo em que vive. Aí entra o papel da filosofia.
Isto posto, infere-se que as escolas precisam dar oportunidades e promover ações que
permitam as crianças esse exercício do pensar, se tornando autônomas do seu pensamento. Todavia,
a autonomia do pensamento pode acontecer por meio da Filosofia para Crianças, por isso se torna
importante que os docentes que atuam com crianças, compreendam a importância da filosofia. E a
filosofia na sala de aula, sem dúvida, pode oferecer essa liberdade, ou seja, Filosofia para Crianças
pode formar crianças que sejam autônomas em seus pensamentos, isto é, através da reflexão crítica
que terão sobre os temas que estudarem, ouvirem, lerem, saberão emitir sua própria opinião.
Nesse sentido, segundo Teles (1999, p. 13) “A filosofia leva à discussão reflexiva, lógica e
analógica das ideias. Na verdade, é a única disciplina cujo objetivo é apenas o aprimoramento do
pensar. Por isso é importantíssimo que a filosofia entre nos primeiros anos do currículo escolar”.
Aqui, Teles (1999) afirma que a Filosofia para Crianças deve ser introduzida nas séries primárias,
uma vez que, quanto mais cedo for o contato das crianças com o pensar, mais rápido tornarão
autônomas de seus próprios pensamentos e serão cidadãos reflexivos.
É importante ressaltar que se deve trabalhar a Filosofia para Crianças respeitando sempre o
tempo de cada uma, isto é, não se podem privar as crianças de fazer coisas de crianças, tais como,
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brincar, correr, pular, etc. Assim, o docente tem que ser sábio ao trabalhar com a filosofia. A defesa
que se faz é que as crianças não precisam ter uma matéria específica denomina “filosofia” pois
através das matérias básicas, elas já vão aprendendo a questionar e pensar sobre os fatos e
circunstâncias. Em contrapartida, Lipman, Oscanyan e Sharp (2001, p. 71 e 72) discorrem que
A prática filosófica das crianças pode ter várias formas: o jogo de idéias, as vezes, é casual
e espontâneo, e outras vezes estudado e arquitetado. Mas, qualquer que seja a forma
específica que sua atividade filosófica possa ter, não incentivá-las a trabalhar com idéias a
apreciá-las em si mesmas é ser educacionalmente irresponsável. […] A filosofia só será
admitida no currículo, nas condições atuais, se puder demonstrar aos dirigentes escolares
que ela é capaz de introduzir diferenças significativas no desempenho global da criança.
[…] Quando as crianças são incentivadas a pensar filosoficamente, a sala de aula se
transforma numa comunidade de investigação, a qual possui um compromisso com os
procedimentos de investigação, com busca responsável das técnicas que pressupõe uma
abertura para a evidência e para a razão. Pressupõe-se que esses procedimentos da
comunidade. Quando internalizados, transformam-se em hábitos reflexivos do indivíduo.
Infere-se que a prática da Filosofia para Crianças tem os pros e os contra, mas consideramos
que através da Filosofia, crianças, adolescentes, jovens e adultos são capazes de elaborarem seus
próprios pensamentos com mais facilidade.
Os autores que concordam em trabalhar Filosofia para crianças, não defendem a ideia de
discutir assuntos complexos para a faixa etária, mas de explorar a reflexão e as variadas
metodologias apropriadas para desfrutar das instigações filosóficas e auxiliar a criança a possuir e
construir pensamento autônomo, já que elas por natureza são curiosas e se questionam das coisas a
sua volta. Não se pode bloquear esse interesse de saber mais as coisas. É necessário orientá-las para
construção de uma aprendizagem reflexiva e significativa para construção da autonomia. Isso
acontece porque a Filosofia considera as formas e particularidades de cada indivíduo aprender.
O professor em sala de aula tem enorme influência nesse processo se ele utilizar de
conteúdos apropriados e métodos que propicie uma relação com a realidade existente, e a realidade
dos alunos, e criem a partir das hipóteses, alternativas e formulem possíveis mudanças.
E é nesse
aspecto que entra o papel do professor em ser competente o suficiente para orientar a formação de
seres críticos. Se para trabalhar filosofia com criança é necessário se ater á métodos e dinâmicas que
construam um ambiente mais favorável à educação do pensar, a formação continuada e o exercício
da reflexão devem ser parte inerente do dia a dia desse profissional.
A partir do momento que o professor saiba conduzir discussões em sala de aula,
consequentemente, as crianças irão internalizar o hábito reflexivo auxiliando-as a elaborar
estratégias saudáveis de conduta humana, e também de pesquisadores. Pois, terão a capacidade de
racionalizar uma possível pergunta que não há resposta e a partir dessa habilidade de repensar,
organizar ideias, reunir hipóteses e buscar métodos para o alcance do resultado.
E para que as crianças internalizem a prática constante de investigação, é necessário que o
professor saiba como preparar conteúdos e dinâmicas para o momento certo e as aplique de forma
significativa. Lorieri (2002, p. 51) afirma que
Os conteúdos de Filosofia são temáticas que se apresentam na forma de certas perguntas e
para as quais há diversas respostas, algumas das quais presentes com mais força no cultural
de cada época histórica. Essas temáticas precisam estar sempre sendo examinadas,
avaliadas e, eventualmente, reelaboradas ou mesmo substituídas.
Os conteúdos e dinâmicas não devem ser feitos aleatoriamente sem qualquer orientação por
aquilo que já estão estudando em cada disciplina. Essas discussões filosóficas não são,
necessariamente “obrigadas” a serem feitas somente na disciplina de Filosofia, mas também nas
outras disciplinas. Splitter e Sharp (1999, p. 120) confirmam isso quando dizem que
A disciplina da filosofia é, tradicionalmente, a casa para o ensino do pensamento, pois está
intimamente ligada, em termos de processo e conteúdo, ao pensamento em si. Mais ainda, a
filosofia oferece uma entrada para outras disciplinas, porque mexe com as fundações
conceituais e epistemológicas dessas disciplinas.
Teles (1999, p. 17), também concorda que essa prática deve fazer parte de outras disciplinas
que não sejam só a de Filosofia, pois, “A filosofia deve interpenetrar todas as outras disciplinas, o
pensamento filosófico deverá estar presente no ensino de todas as matérias”. Ainda de acordo com
a mesma autora, é fundamental que o professor de Filosofia e os de outras disciplinas caminhem
juntos no sentido de compartilhar saberes e a forma de trabalhar o pensamento filosófico.
Nesse contexto, é importante que o professor trabalhe com diferentes metodologias num
mesmo conteúdo. Isso porque as pessoas apresentam modalidades diferentes de aprendizagem.
Kochhann e Moraes (2014, p. 49) afirmam que “as modalidades de aprendizagem são visual, que
valoriza a aprendizagem pela visão; auditiva, que valoriza a aprendizagem cinestésica, que valoriza
a aprendizagem pelo fazer e interagir”.
E para que o docente conheça sua turma, no que diz respeito à modalidade de aprendizagem
de cada aluno, Kochhann e Moraes (2014, p. 51) ainda ressaltam que “o professor pode aplicar
testes para verificar qual a predominância de modalidade de aprendizagem, em sala de aula, para
então planejar didática e metodologicamente suas ações”.
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É necessário atentar para cada tipo de estilo de aprendizagem. Planejar e envolver todos os
alunos na discussão é primordial para que todos sejam capazes de alcançar o pensamento autônomo.
Deve privilegiar numa mesma discussão, o uso da fala, de imagens, e de atividades que exijam
movimento e interação. Dessa forma, todos terão a oportunidade de aprenderem significativamente.
O uso de filmes e desenhos como metodologia para filosofar em sala de aula compõe a
discussão da aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa deve ser uma discussão nos
cursos de formação de professores, para que assim, possam exercer uma prática reflexiva e
filosófica no sentido de qualificar a ação docente e favorecer o processo de ensino-aprendizagem,
evitando que as inquietudes, os questionamentos e as curiosidades que são típicas das crianças, não
sejam abafadas pela prática pedagógica do docente.
A teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel apresenta como principais pontos
de discussão os subsunçores, os mapas conceituais, a aula introdutória, as modalidades de
aprendizagem, a relação coaching, as dificuldades e as possibilidades de aplicabilidade da teoria.
Ausubel (1982) enquanto um psicólogo cognitivista apresenta que a aprendizagem precisa ter
sentido para o estudante e valoriza a formação de conceitos partindo de generalizações de interesses
específicos.
A aplicabilidade da teoria da aprendizagem significativa depende do planejamento do
professor e de suas escolhas metodológicas. Para tal é importante que o professor conheça os tipos
ou modalidades de aprendizagem de seus alunos. Na visão de Santos (2009) existem três tipos de
aprendizagem: a modalidade visual, valorizando a visão; a auditiva, valorizando a audição e a
cinestésica, valorizando o fazer e interagir.
Na visão de Santos (2009) o professor precisa conhecer a modalidade de aprendizagem de
seus alunos e escolher as metodologias que favoreçam a aprendizagem significativa. É importante
uma variação metodológica a cada aula, para que viabilize a ensinagem. As metodologias para os
alunos auditivos são aquelas que valorizam a audição, como músicas, leitura em voz alta, palestras,
poemas, grupos de discussões e outras. Já as metodologias para os alunos cinestésicos são aquelas
que valorizam as experiências concretas, como teatralização, jogos, resoluções de problemas,
excursões, dança e outros.
As metodologias para os alunos da modalidade visual, segundo Santos (2009) são aquelas
que valorizam o visual, como diagramas, fotografias, gráficos e mapas, filmes, vídeos, mapas
mentais, ideias destacadas em textos e outras. Nesse contexto apresenta-se que o uso de filmes ou
desenhos infantis podem ser uma metodologia que favorece a aprendizagem significativa.
Aqui se relaciona a aprendizagem significativa com o ato de filosofar ou pensar sobre o
pensar e, consequentemente possibilitar ao aluno ou criança uma visão crítica da realidade e
autonomia do pensamento. Para tal o professor precisa planejar o uso de filmes ou desenhos
infantis de forma que possa favorecer o crescimento com discussão ou atividades avaliativas que
relacionem as cenas ou os temas dos filmes ou desenhos infantis com a realidade das crianças.
As aulas dialogadas e com metodologias variadas devem prevalecer para que o aluno se
sinta parte integrante do processo. Dessa forma, existem possibilidades reais de uma aprendizagem
significativa. Momento em que o aluno ao dialogar, efetiva o processo de pensar sobre o seu
pensar, ou seja, promove à maiêutica ou a arte de filosofar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a apreciação e análise dos dados bibliográficos dessa pesquisa, pode-se ater que o
ensino de filosofia para crianças apresenta contribuições importantes para o processo de
emancipação do indivíduo. Os teóricos, David Ausubel (1982); Freire (2011); Furtado (2005);
Lipman (2001) e outros apontam em seus escritos que ato de filosofar juntamente com uma boa
postura didático-metodológica do professor, contribui e enriquece a práxis educativa e faz com que
o pensar reflexivo se aguce gradativamente nas crianças favorecendo sua criticidade.
Como o foco maior dessa pesquisa constituiu em apresentar as contribuições do trabalho do
pedagogo para a construção da autonomia do pensamento fica evidenciado que o pedagogo que
trabalha com as metodologias que possibilitam o pensar sobre o pensar, com a reflexão, com as
análises, com os questionamentos, com o debate, com a voz e a vez dos alunos, com a elaboração
própria favorece a autonomia do pensamento e a aprendizagem significativa. Para tal o pedagogo
precisa ser formado na perspectiva que possibilite perceber a importância de atuar nesse contexto.
Isso viabiliza ao professor um desvincular de certas ações conteudistas e repensar novas e
melhores formas de realizar sua prática pedagógica. Assim, proporciona caminhos para um ensino
crítico que insere o estudante na sociedade e o faz participante da mesma, não somente como um
sujeito observador, mas como alguém que participa e interage com os demais. Portanto, a Filosofia
é fundamental para um pensar crítico-reflexivo da realidade em que vive, e relacionar os fatos
cotidianos a conteúdos estudados. Quiçá de fato desenvolver um cidadão consciente de si.
Apresentamos o nosso trabalho como comunicação oral no IX Encontro do GEFOPI, em
Pirenópolis – Goiás – Brasil
20 a 22 de outubro de 2015
São Luis de Montes Belos, no dia 26 de setembro de 2014. Apresentamos o projeto na III Semana
de Pesquisa e Extensão e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no dia 21 de outubro de 2014,
no Câmpus de São Luis de Montes Belos.
Publicamos um resumo expandido no slideshare, intitulado “O uso de filmes em sala de aula
como metodologia da aprendizagem significativa para a criança filosofar” que se encontra no link
http://pt.slideshare.net/AndraKochhann. Participamos do evento IV Semana de Integração da UEG
Câmpus Inhumas, nos dias 08 a 12 de junho de 2015, como comunicação oral e publicamos um
artigo intitulado “FILOSOFIA PARA CRIANÇA E SUAS METODOLOGIAS: uma possibilidade
de autonomia do pensamento”. Foi elaborada uma monografia escrita para fins de trabalho de curso
que as colaboradoras do projeto de pesquisa realizaram.
AGRADECIMENTOS
À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Goiás pelo apoio
Institucional e Financeiro. Ao GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e
Interdisciplinaridade, da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus de São Luís de Montes Belos
que auxiliou na construção desse trabalho.
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D.P. A Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes,
1982.
CHAUÍ, M. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
DEMO, P. Pesquisa: princípio participativo e educativo. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2009.
FURTADO, R.M. Filosofia para crianças. Goiânia: UFG, 2005.
KOCHHANN, Andréa, MORAES, Ândrea Carla. Aprendizagem significativa na perspectiva de
David Ausubel. Anápolis: UEG, 2014.
LIPMAN, M; OSCANYAN, F, S; SHARP, A, M. Filosofia na sala de aula. São Paulo: Nova
Alexandria, 2001.
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