O PENSAR FILOSÓFICO E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA COMO PROMOTORA DA AUTONOMIA DO PENSAMENTO: algumas possibilidades Dayanne Vitória Lopes 1, João Roberto Ferreira Resende 2, Andréa Kochhann 3, Naiara Gomes da Silva 4, Elenaice de Paula Silva 5, Acadêmica de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás Câmpus São Luís de Montes Belos. Acadêmica PVIC de pesquisa. Componente do GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade. [email protected] Docente da Universidade Estadual de Goiás/Câmpus Anápolis e Orientador do Projeto de Pesquisa, 2 Docente da Universidade Estadual de Goiás/ Câmpus de São Luís de Montes Belos e Jussara e Orientadora do Projeto de Pesquisa. 3 Colaboradora do Projeto de Pesquisa4 Colaboradora do Projeto de Pesquisa5 INTRODUÇÃO O presente trabalho compõe um projeto de pesquisa maior intitulado “APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E A FILOSOFIA COMO CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA”, vinculado ao GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade, registrado na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, da Universidade Estadual de Goiás, pelo Câmpus São Luís de Montes Belos. Em tempos atuais discutir a produção do conhecimento e a autonomia do pensamento passa pelas bases da filosofia e do processo de pesquisa em que o sujeito embrenha seus caminhos. Demo (2009) assevera que é essencial o “conhecimento com as próprias mãos” a partir de um pensamento crítico-reflexivo e os cursos de formação devem propiciar essa formação. Por isso também é preciso analisar o paradigma que sustenta as práticas pedagógicas dos professores. O paradigma cartesiano favorece a cópia e a reprodução de ideias. O paradigma holístico ou da complexidade favorece o pensar, a crítica, a elaboração e, portanto, a autonomia. O paradigma holístico valoriza a pesquisa. Demo (2009, p.49) afirma que “somente tem algo a ensinar quem pesquisa” e por isso os professores dos cursos de formação precisam pesquisar e despertar em seus alunos o gosto pela pesquisa. Segundo o autor, somente pelos caminhos da pesquisa é que se aprende a elaborar com as próprias mãos. As análises de textos filosóficos e as pesquisas na área da filosofia também contribuem para as reflexões e a construção da autonomia do pensamento. Assim como o uso da metodologia da aprendizagem significativa, na linha de David Ausubel. Para esse teórico a aprendizagem significativa necessita da pesquisa, o trabalho ativo do aluno, da produção do aluno, da Pirenópolis – Goiás – Brasil 20 a 22 de outubro de 2015 compreensão dos conteúdos pelo aluno. Isso se dará com os processos didático-metodológicos que o professor utilizar em suas aulas. A teoria da aprendizagem significativa precisa ser melhor compreendida no campo educacional e por esse motivo se justifica nosso problema de investigação: “Quais as contribuições da aprendizagem significativa e a filosofia para a construção da autonomia?”. A temática é nova no Brasil na área da educação. Conforme um estado da arte realizado pelo grupo de pesquisa, a área de humanas trabalha pouco com essa teoria. Isso reforça a relevância da nossa investigação. Afirma-se que o estudo da Filosofia e suas contribuições enriquecem a práxis educativa e faz com que o pensar reflexivo se aguce gradativamente. Isso possibilita ao professor um desvincular de certas ações conteudistas e repensar novas e melhores formas de realizar sua prática pedagógica. Assim, proporciona caminhos para um ensino crítico que insere o estudante na sociedade e o faz participante da mesma, não somente como um sujeito observador, mas como alguém que participa interage com os demais. Portanto, a Filosofia é fundamental para um pensar crítico-reflexivo da realidade em que vive, e relacionar os fatos cotidianos a conteúdos estudados. Nessa concepção é importante entender o papel do professor para desenvolver aulas que possibilite crianças, adolescentes e jovens a se desenvolverem como cidadãos e como trabalhar com uma das principais exigências da educação que é a de - ensinar a pensar. Na intenção de explicar como o professor pode trabalhar em sala de aula, é necessário discutir sobre a Aprendizagem Significativa, apresentamos o conceito, qual o principal teórico e os pontos que facilitam e os que dificultam a aprendizagem (ensinagem). Apresentamos que o professor é o responsável pela aprendizagem dos estudantes, portanto, sua postura didático-metodológica necessita ser de acordo com a turma que trabalha. Isto é, o professor ao conhecer sua turma e as particularidades da mesma, saberá utilizar as metodologias corretas e assim, a aprendizagem será significativa. Assim, como os filósofos gregos explicavam os fatos que aconteciam na época, na sociedade e no avanço da ciência, por meio de mitos e elementos naturais, hoje não é diferente esse buscar respostas para os acontecimentos. Porém, o difere é que as perguntas que temos no mundo contemporâneo são outras e requerem respostas rápidas. Nesse trabalho, foi discutido sobre a importância da Filosofia para Crianças usando a metodologia da Aprendizagem Significativa pode favorecer a Autonomia. Nesse viés se estabelece um questionamento, queríamos uma resposta e para obtê-la tivemos que ler, pesquisar e elaborá-la com fundamentação teórica o que obtivemos por meio das leituras. De fato, esse processo é árduo e requer compromisso, e essa é a essência do nosso trabalho, para que o indivíduo se torne um ser autônomo é necessário que ele seja corresponsável desse processo. Ou seja, professores e estudantes precisam trabalhar em sintonia, pois um depende do outro, uma vez que, como dizia Paulo Freire - não há docência sem discência. Pode-se dizer que a educação proposta por Lipman para trabalhar Filosofia com Crianças, encontra-se repleta de novas perspectivas de ensino de filosofia nas escolas, mostrando que é possível desenvolver consciência crítica nos professores para trabalhar filosofia na educação primária. Formando desde o início, alunos capazes de serem críticos e atuantes na sociedade e não meramente espectadores do conhecimento. Defende-se que essa temática é fundamental na formação inicial e ou continuada dos professores. Como a aprendizagem significativa do estudante pauta-se na postura didática e escolhas metodológicas do docente, este precisa receber uma formação que possibilite sua atuação nessa concepção. Infere-se que o ideal seria que os cursos de licenciatura discutissem os conceitos e princípios metodológicos da aprendizagem significativa e que os estágios supervisionados fossem realizados mediante esta teoria. Essa inquietação pode permear uma nova pesquisa. OBJETIVOS Apresentar as contribuições do trabalho do pedagogo com a filosofia e a aprendizagem significativa para a construção da autonomia do pensamento. Os objetivos específicos são discursar sobre a teoria da filosofia, discursar sobre a teoria da aprendizagem significativa, discursar sobre a formação do pedagogo para trabalhar com a autonomia do pensamento, argumentar como a filosofia e a metodologia da aprendizagem significativa favorecem a autonomia do pensamento. METODOLOGIA Pesquisa qualitativa se alicerça pelos caminhos do materialismo histórico-dialético, de caráter bibliográfico. RESULTADOS E DISCUSSÃO A filosofia para crianças tem suas bases na filosofia dos clássicos mediante o conceito de Pirenópolis – Goiás – Brasil 20 a 22 de outubro de 2015 filosofar ser a arte do pensar sobre o pensar. Na concepção de Lipman (2001) a criança tem em si a natureza do filósofo. Esta natureza precisa ser mantida e instigada. Dessa forma, o papel do professor se torna relevante. Pois, ao compreender a importância da filosofia para crianças em seu processo de aprender significativamente, propicia a construção da autonomia do pensamento. Essa discussão torna-se importante porque objetiva a busca da compreensão de como a criança questiona a si própria e as coisas à sua volta. É através dos “porquês” que as crianças se descobrem, raciocinam e entendem as partes e o todo, as causas e os efeitos. A todo instante as crianças se deparam com acontecimentos cotidianos e rotineiros que são confusos e enigmáticos. Fazem perguntas que para os adultos podem ser sem relevância, mas para elas fazem todo sentido. Essas perguntas como considera Lipman, Oscanyan e Sharp (2001), surgem porque as crianças têm curiosidade sobre o mundo e essa curiosidade se satisfaz parcialmente com informações factuais e explicações que lhes dêem as causas ou propósitos das coisas. Mas às vezes elas querem mais, buscam significados que não sejam nem literais (como as explicações científicas) nem simbólicas (como os contos de fadas), mas que possam ser chamados de filosóficos, que são de caráter metafísico, lógico ou ético. É na escola que o processo de formação busca superar as contradições evidenciadas de uma valoração unívoca, é onde procura ramificar no ato de pensar os valores vigentes e recriá-los num processo dinâmico de reflexão. Já que segundo Furtado (2005, p. 31), “a Filosofia não se impõe como saber pronto, mas abre possibilidades de contestação do saber imposto, sobretudo da ideologia a ela inerente”. Dessa forma, a utilização de uma discussão filosófica por parte dos educadores desde a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, auxiliará as crianças na superação de um dogmatismo imposto pela sociedade despertando nelas a consciência crítica pela epistemè associada ao conhecimento cotidiano. Sendo assim, a presente pesquisa busca compreender de que forma o professor deve ensinar a pensar prazerosamente para que os alunos adquiram o que é chamado por Lipman Oscanyan e Sharp, (2001) de “pensamento de ordem superior”, sendo a fusão dos pensamentos crítico e reflexivo o que leva inevitavelmente a construção da autonomia do pensamento. Demo (2006) discorre sobre a importância de se libertar daquilo que te prende, isto é, não ficar preso ao discurso de outros e sim ter a sua própria elaboração baseada no dialogo e na reflexão de determinado assunto. E a filosofia permite esse emancipar, uma vez que oferece possibilidades de tomar decisões livres através da reflexão e do repensar da prática que ela proporciona. Nesse sentido, Teles (1999) escreve que a filosofia para crianças é capaz de estimular o pensamento, desenvolver habilidades intelectuais e com isso, a criança, o adolescente e o jovem são capazes de dar respostas às questões variadas que os cercam. Pois, é com o exercício de pensar, de descobrir, de vislumbrar, de refletir – e isso é filosofia – que os indivíduos se tornam aptos para desenredar os enigmas da vida. Todavia, a filosofia auxilia no processo de transformação e desenvolvimento do pensamento, possibilitando assim que crianças, adolescentes e jovens se tornem seres emancipados, isto é, têm liberdade para pensar, agir e refletir sobre suas ações. No entanto, a filosofia tem o papel de libertar aqueles que pensam através dos outros, ou seja, aqueles que ainda não têm opinião própria. Daí, a importância de se trabalhar a filosofia nos anos iniciais do Ensino Fundamental, uma vez que as crianças já serão formadas com essa autonomia de pensamento. Portanto, como afirma Teles (1999, p.12) É papel das instituições educativas, pois, e principalmente da escola, ensinar nossos educandos a pensar e a refletir. Seu principal objetivo dever ser o de oferecer a oportunidade para que o novo ser possa se tornar uma consciência autônoma, frente a si próprio, aos outros, ao mundo em que vive. Aí entra o papel da filosofia. Isto posto, infere-se que as escolas precisam dar oportunidades e promover ações que permitam as crianças esse exercício do pensar, se tornando autônomas do seu pensamento. Todavia, a autonomia do pensamento pode acontecer por meio da Filosofia para Crianças, por isso se torna importante que os docentes que atuam com crianças, compreendam a importância da filosofia. E a filosofia na sala de aula, sem dúvida, pode oferecer essa liberdade, ou seja, Filosofia para Crianças pode formar crianças que sejam autônomas em seus pensamentos, isto é, através da reflexão crítica que terão sobre os temas que estudarem, ouvirem, lerem, saberão emitir sua própria opinião. Nesse sentido, segundo Teles (1999, p. 13) “A filosofia leva à discussão reflexiva, lógica e analógica das ideias. Na verdade, é a única disciplina cujo objetivo é apenas o aprimoramento do pensar. Por isso é importantíssimo que a filosofia entre nos primeiros anos do currículo escolar”. Aqui, Teles (1999) afirma que a Filosofia para Crianças deve ser introduzida nas séries primárias, uma vez que, quanto mais cedo for o contato das crianças com o pensar, mais rápido tornarão autônomas de seus próprios pensamentos e serão cidadãos reflexivos. É importante ressaltar que se deve trabalhar a Filosofia para Crianças respeitando sempre o tempo de cada uma, isto é, não se podem privar as crianças de fazer coisas de crianças, tais como, Pirenópolis – Goiás – Brasil 20 a 22 de outubro de 2015 brincar, correr, pular, etc. Assim, o docente tem que ser sábio ao trabalhar com a filosofia. A defesa que se faz é que as crianças não precisam ter uma matéria específica denomina “filosofia” pois através das matérias básicas, elas já vão aprendendo a questionar e pensar sobre os fatos e circunstâncias. Em contrapartida, Lipman, Oscanyan e Sharp (2001, p. 71 e 72) discorrem que A prática filosófica das crianças pode ter várias formas: o jogo de idéias, as vezes, é casual e espontâneo, e outras vezes estudado e arquitetado. Mas, qualquer que seja a forma específica que sua atividade filosófica possa ter, não incentivá-las a trabalhar com idéias a apreciá-las em si mesmas é ser educacionalmente irresponsável. […] A filosofia só será admitida no currículo, nas condições atuais, se puder demonstrar aos dirigentes escolares que ela é capaz de introduzir diferenças significativas no desempenho global da criança. […] Quando as crianças são incentivadas a pensar filosoficamente, a sala de aula se transforma numa comunidade de investigação, a qual possui um compromisso com os procedimentos de investigação, com busca responsável das técnicas que pressupõe uma abertura para a evidência e para a razão. Pressupõe-se que esses procedimentos da comunidade. Quando internalizados, transformam-se em hábitos reflexivos do indivíduo. Infere-se que a prática da Filosofia para Crianças tem os pros e os contra, mas consideramos que através da Filosofia, crianças, adolescentes, jovens e adultos são capazes de elaborarem seus próprios pensamentos com mais facilidade. Os autores que concordam em trabalhar Filosofia para crianças, não defendem a ideia de discutir assuntos complexos para a faixa etária, mas de explorar a reflexão e as variadas metodologias apropriadas para desfrutar das instigações filosóficas e auxiliar a criança a possuir e construir pensamento autônomo, já que elas por natureza são curiosas e se questionam das coisas a sua volta. Não se pode bloquear esse interesse de saber mais as coisas. É necessário orientá-las para construção de uma aprendizagem reflexiva e significativa para construção da autonomia. Isso acontece porque a Filosofia considera as formas e particularidades de cada indivíduo aprender. O professor em sala de aula tem enorme influência nesse processo se ele utilizar de conteúdos apropriados e métodos que propicie uma relação com a realidade existente, e a realidade dos alunos, e criem a partir das hipóteses, alternativas e formulem possíveis mudanças. E é nesse aspecto que entra o papel do professor em ser competente o suficiente para orientar a formação de seres críticos. Se para trabalhar filosofia com criança é necessário se ater á métodos e dinâmicas que construam um ambiente mais favorável à educação do pensar, a formação continuada e o exercício da reflexão devem ser parte inerente do dia a dia desse profissional. A partir do momento que o professor saiba conduzir discussões em sala de aula, consequentemente, as crianças irão internalizar o hábito reflexivo auxiliando-as a elaborar estratégias saudáveis de conduta humana, e também de pesquisadores. Pois, terão a capacidade de racionalizar uma possível pergunta que não há resposta e a partir dessa habilidade de repensar, organizar ideias, reunir hipóteses e buscar métodos para o alcance do resultado. E para que as crianças internalizem a prática constante de investigação, é necessário que o professor saiba como preparar conteúdos e dinâmicas para o momento certo e as aplique de forma significativa. Lorieri (2002, p. 51) afirma que Os conteúdos de Filosofia são temáticas que se apresentam na forma de certas perguntas e para as quais há diversas respostas, algumas das quais presentes com mais força no cultural de cada época histórica. Essas temáticas precisam estar sempre sendo examinadas, avaliadas e, eventualmente, reelaboradas ou mesmo substituídas. Os conteúdos e dinâmicas não devem ser feitos aleatoriamente sem qualquer orientação por aquilo que já estão estudando em cada disciplina. Essas discussões filosóficas não são, necessariamente “obrigadas” a serem feitas somente na disciplina de Filosofia, mas também nas outras disciplinas. Splitter e Sharp (1999, p. 120) confirmam isso quando dizem que A disciplina da filosofia é, tradicionalmente, a casa para o ensino do pensamento, pois está intimamente ligada, em termos de processo e conteúdo, ao pensamento em si. Mais ainda, a filosofia oferece uma entrada para outras disciplinas, porque mexe com as fundações conceituais e epistemológicas dessas disciplinas. Teles (1999, p. 17), também concorda que essa prática deve fazer parte de outras disciplinas que não sejam só a de Filosofia, pois, “A filosofia deve interpenetrar todas as outras disciplinas, o pensamento filosófico deverá estar presente no ensino de todas as matérias”. Ainda de acordo com a mesma autora, é fundamental que o professor de Filosofia e os de outras disciplinas caminhem juntos no sentido de compartilhar saberes e a forma de trabalhar o pensamento filosófico. Nesse contexto, é importante que o professor trabalhe com diferentes metodologias num mesmo conteúdo. Isso porque as pessoas apresentam modalidades diferentes de aprendizagem. Kochhann e Moraes (2014, p. 49) afirmam que “as modalidades de aprendizagem são visual, que valoriza a aprendizagem pela visão; auditiva, que valoriza a aprendizagem cinestésica, que valoriza a aprendizagem pelo fazer e interagir”. E para que o docente conheça sua turma, no que diz respeito à modalidade de aprendizagem de cada aluno, Kochhann e Moraes (2014, p. 51) ainda ressaltam que “o professor pode aplicar testes para verificar qual a predominância de modalidade de aprendizagem, em sala de aula, para então planejar didática e metodologicamente suas ações”. Pirenópolis – Goiás – Brasil 20 a 22 de outubro de 2015 É necessário atentar para cada tipo de estilo de aprendizagem. Planejar e envolver todos os alunos na discussão é primordial para que todos sejam capazes de alcançar o pensamento autônomo. Deve privilegiar numa mesma discussão, o uso da fala, de imagens, e de atividades que exijam movimento e interação. Dessa forma, todos terão a oportunidade de aprenderem significativamente. O uso de filmes e desenhos como metodologia para filosofar em sala de aula compõe a discussão da aprendizagem significativa. A aprendizagem significativa deve ser uma discussão nos cursos de formação de professores, para que assim, possam exercer uma prática reflexiva e filosófica no sentido de qualificar a ação docente e favorecer o processo de ensino-aprendizagem, evitando que as inquietudes, os questionamentos e as curiosidades que são típicas das crianças, não sejam abafadas pela prática pedagógica do docente. A teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel apresenta como principais pontos de discussão os subsunçores, os mapas conceituais, a aula introdutória, as modalidades de aprendizagem, a relação coaching, as dificuldades e as possibilidades de aplicabilidade da teoria. Ausubel (1982) enquanto um psicólogo cognitivista apresenta que a aprendizagem precisa ter sentido para o estudante e valoriza a formação de conceitos partindo de generalizações de interesses específicos. A aplicabilidade da teoria da aprendizagem significativa depende do planejamento do professor e de suas escolhas metodológicas. Para tal é importante que o professor conheça os tipos ou modalidades de aprendizagem de seus alunos. Na visão de Santos (2009) existem três tipos de aprendizagem: a modalidade visual, valorizando a visão; a auditiva, valorizando a audição e a cinestésica, valorizando o fazer e interagir. Na visão de Santos (2009) o professor precisa conhecer a modalidade de aprendizagem de seus alunos e escolher as metodologias que favoreçam a aprendizagem significativa. É importante uma variação metodológica a cada aula, para que viabilize a ensinagem. As metodologias para os alunos auditivos são aquelas que valorizam a audição, como músicas, leitura em voz alta, palestras, poemas, grupos de discussões e outras. Já as metodologias para os alunos cinestésicos são aquelas que valorizam as experiências concretas, como teatralização, jogos, resoluções de problemas, excursões, dança e outros. As metodologias para os alunos da modalidade visual, segundo Santos (2009) são aquelas que valorizam o visual, como diagramas, fotografias, gráficos e mapas, filmes, vídeos, mapas mentais, ideias destacadas em textos e outras. Nesse contexto apresenta-se que o uso de filmes ou desenhos infantis podem ser uma metodologia que favorece a aprendizagem significativa. Aqui se relaciona a aprendizagem significativa com o ato de filosofar ou pensar sobre o pensar e, consequentemente possibilitar ao aluno ou criança uma visão crítica da realidade e autonomia do pensamento. Para tal o professor precisa planejar o uso de filmes ou desenhos infantis de forma que possa favorecer o crescimento com discussão ou atividades avaliativas que relacionem as cenas ou os temas dos filmes ou desenhos infantis com a realidade das crianças. As aulas dialogadas e com metodologias variadas devem prevalecer para que o aluno se sinta parte integrante do processo. Dessa forma, existem possibilidades reais de uma aprendizagem significativa. Momento em que o aluno ao dialogar, efetiva o processo de pensar sobre o seu pensar, ou seja, promove à maiêutica ou a arte de filosofar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a apreciação e análise dos dados bibliográficos dessa pesquisa, pode-se ater que o ensino de filosofia para crianças apresenta contribuições importantes para o processo de emancipação do indivíduo. Os teóricos, David Ausubel (1982); Freire (2011); Furtado (2005); Lipman (2001) e outros apontam em seus escritos que ato de filosofar juntamente com uma boa postura didático-metodológica do professor, contribui e enriquece a práxis educativa e faz com que o pensar reflexivo se aguce gradativamente nas crianças favorecendo sua criticidade. Como o foco maior dessa pesquisa constituiu em apresentar as contribuições do trabalho do pedagogo para a construção da autonomia do pensamento fica evidenciado que o pedagogo que trabalha com as metodologias que possibilitam o pensar sobre o pensar, com a reflexão, com as análises, com os questionamentos, com o debate, com a voz e a vez dos alunos, com a elaboração própria favorece a autonomia do pensamento e a aprendizagem significativa. Para tal o pedagogo precisa ser formado na perspectiva que possibilite perceber a importância de atuar nesse contexto. Isso viabiliza ao professor um desvincular de certas ações conteudistas e repensar novas e melhores formas de realizar sua prática pedagógica. Assim, proporciona caminhos para um ensino crítico que insere o estudante na sociedade e o faz participante da mesma, não somente como um sujeito observador, mas como alguém que participa e interage com os demais. Portanto, a Filosofia é fundamental para um pensar crítico-reflexivo da realidade em que vive, e relacionar os fatos cotidianos a conteúdos estudados. Quiçá de fato desenvolver um cidadão consciente de si. Apresentamos o nosso trabalho como comunicação oral no IX Encontro do GEFOPI, em Pirenópolis – Goiás – Brasil 20 a 22 de outubro de 2015 São Luis de Montes Belos, no dia 26 de setembro de 2014. Apresentamos o projeto na III Semana de Pesquisa e Extensão e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no dia 21 de outubro de 2014, no Câmpus de São Luis de Montes Belos. Publicamos um resumo expandido no slideshare, intitulado “O uso de filmes em sala de aula como metodologia da aprendizagem significativa para a criança filosofar” que se encontra no link http://pt.slideshare.net/AndraKochhann. Participamos do evento IV Semana de Integração da UEG Câmpus Inhumas, nos dias 08 a 12 de junho de 2015, como comunicação oral e publicamos um artigo intitulado “FILOSOFIA PARA CRIANÇA E SUAS METODOLOGIAS: uma possibilidade de autonomia do pensamento”. Foi elaborada uma monografia escrita para fins de trabalho de curso que as colaboradoras do projeto de pesquisa realizaram. AGRADECIMENTOS À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Goiás pelo apoio Institucional e Financeiro. Ao GEFOPI – Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade, da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus de São Luís de Montes Belos que auxiliou na construção desse trabalho. REFERÊNCIAS AUSUBEL, D.P. A Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982. CHAUÍ, M. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. DEMO, P. Pesquisa: princípio participativo e educativo. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2009. FURTADO, R.M. Filosofia para crianças. Goiânia: UFG, 2005. KOCHHANN, Andréa, MORAES, Ândrea Carla. Aprendizagem significativa na perspectiva de David Ausubel. Anápolis: UEG, 2014. LIPMAN, M; OSCANYAN, F, S; SHARP, A, M. Filosofia na sala de aula. São Paulo: Nova Alexandria, 2001.