Exemplo de Monografia - AVM Faculdade Integrada

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING AMBIENTAL
ESTUDO DE CASO – GOÓC
Por: Telma Soares de Abreu
2
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2009
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING AMBIENTAL
ESTUDO DE CASO - GOÓC
3
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito
parcial
para
obtenção
do
especialista em Comunicação Empresarial.
Por: Telma Soares de Abreu
grau
de
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus a que é a minha fortaleza e a quem confio.
Ao meu namorado Jorge Fernandes que sempre esteve ao meu lado e
acreditou, motivou e ajudou a tornar meu sonho realidade.
A meus pais, que cuidaram do meu filho para que eu pudesse me
dedicar aos estudos.
Ao Luiz Gustavo, meu filho, que mesmo tão criança sempre me apoiou a
estudar.
As minhas amigas que tanto me ajudaram especialmente: Patrícia
Bruzzi e Monique Oliveira.
A todos os professores com quem eu tive aula e que foram importantes
para a minha formação, especialmente a professora Ângela Lopes que teve
muita didática e a professora Isabel.
5
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha amiga Patrícia Bruzzi que acompanhou minha
trajetória e que tanto admiro.
6
RESUMO
A questão central desta monografia é avaliar importância e o espaço que o
Marketing ambiental vem ganhando no mercado. Impacto ambiental,
aquecimento global e meio ambiente se transformaram em uma preocupação
mundial. E a cobrança dos consumidores aumenta, tornando-os mais
simpáticos às empresas que demonstrem responsabilidade ambiental.
Para fazer esta análise, foi abordado inicialmente o histórico do Marketing
ambiental, pontuando momentos de maior destaque durantes as últimas cinco
décadas.
Em seguida, exemplos de casos bem sucedidos serão abordados, com ênfase,
na empresa Goóc que já nasceu com o conceito de responsabilidade
ambiental. Mas, também serão citados casos de outras grandes empresas que
tiveram que aderir uma nova estratégia de marketing, por conta das questões
ambientais que tomaram força e cada vez mais ênfase no dia-a-dia de toda a
sociedade.
7
METODOLOGIA
A Consciência ambiental chegou aos poucos e hoje invadiu a rotina das
pessoas, seja através da mídia que chega todos os dias através de telejornais,
novelas e comerciais, ou da escola dos filhos que abordam cada vez mais
temas ambientais
ou do convívio com pessoas ligadas a movimentos
ambientais. Quero dizer que, a pesquisa de campo começou antes de definir o
tema do projeto. Uma observação diária que mostra a mudança de hábitos e a
preocupação global com a situação ambiental do planeta.
Para realizar o projeto primeiramente foi uma pesquisa de campo. Uma visita a
algumas lojas para observar os produtos e o local, coletar algumas
informações básicas sobre os produtos vendidos, como exemplo empresas
como a Goóc e a O Boticário. Como fonte foram utilizados livros de marketing,
sites relacionados, artigos publicados em revistas e material didático do curso.
8
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
10
CAPÍTULO I -Marketing Ambiental
11
CAPÍTULO II - Goóc Empresa
22
CONCLUSÃO
28
BIBLIOGRAFIA
29
ÍNDICE
30
FOLHA DE AVALIAÇÃO
32
10
INTRODUÇÃO
Parece óbvio dizer que toda empresa dedica-se à produção de bens e
serviços que satisfazem necessidades humanas, visando o lucro. Na década
de 70, também parecia obvio dizer que seguir as ideologias ambientalistas era
sinônimo
de
prejuízo.
Mas
o
impacto
ambiental
causado
pelo
descompromissado desenvolvimento industrial trouxe à tona a preocupação
em se produzir sem causar danos ecológicos. No início dos anos 90
experimentou um espetacular crescimento do segmento dos consumidores que
se preocupam com a proteção e preservação do meio ambiente.
Hoje, algumas empresas provaram que é possível produzir bens e
serviços agregados ao compromisso ambiental, e o melhor, lucrando mais que
antes.
O presente estudo pretende mostrar que o marketing ambiental é uma
tendência mundial altamente lucrativa.
A empresa Goóc será usada como objeto de pesquisa por ter como
base de produção produtos reciclados.
CAPÍTULO I – MARKETING AMBIENTAL
11
Para iniciar o estudo sobre Marketing Ambiental é fundamental saber
quando ele surgiu, quais são suas funções e como as empresas se adaptaram
a esse novo conceito e como aconteceu sua evolução. Por tanto, neste
primeiro capítulo será tratado os seguintes itens: Definição de Marketing
Ambiental , Histórico e Marketing Verde.
1.1 DEFINIÇÃO DE MARKETING AMBIENTAL
Segundo Wikipédia MARKETING AMBIENTAL: é a estratégia voltada direto
para ações ligadas ao meio ambiente. Tem como principal objetivo passar uma
imagem positiva para seu público alvo, afim de que possa insentivá-los a
compra de um bem , produto ou serviço.
Trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a imagem
da empresa, difundindo-a com uma visão de mercado, tendo diferenciação
ecologicamente correta junto à sociedade, fornecedores, funcionários e ao
mercado.
Para tanto, a empresa tem de conhecer o ciclo de vida de um produto
integralmente, ou seja: sua criação, passando pelo planejamento, produção,
distribuição,
consumo,
até
o
seu
descarte.
Segundo Roberto Conti (2000) “o respeito pela natureza começa pela
fábrica, passa pelos escritórios e vai além dos limites externos da
empresa”. Essa afirmação é um alerta que mostra a necessidade de
conscientização do consumidor, que detêm o poder de compra e que, se o
fizer de forma responsável estará direcionando o desenvolvimento do mercado
12
e determinando mudanças em todo o ciclo produtivo, somando a qualidade
ambiental à qualidade dos produtos que vão sendo lançados no mercado.
Para conquistar este consumir consciente é preciso investir em
campanhas que demonstre a preocupação que a empresa tem a respeito do
meio ambiente. As embalagens dos produtos são usadas freqüentemente para
isso.
O
consumidor que
percorrer atentamente
pelas gôndolas dos
supermercados facilmente percebera um aumento de embalagens que
mostram
vantagens
de
se
utilizar produtos
ecologicamente
corretos,
informando o processo produtivo segundo os impactos que provocam ao
ambiente, aos recursos naturais e ao ser humano. Uma empresa que vem se
destacando neste sentido é a Natura, que vinculou sua imagem à natureza. A
empresa usa sacolas recicladas, produtos com refil e no próprio encarte de
venda seguem com explicações de etapas da produção ecologicamente
correta.
Moura (1998)chama a atenção para o fato de que o setor de
mineração é altamente visado pelos ambientalistas, principalmente no caso da
Vale do Rio Doce, que tem sua principa mina em uma região de florestas
troipicais da Amazônia, a mina de Carajás, que é a única no mundo que
apresenta um teor de ferro na ordem de 68 por cento Isso tudo ocasiona
enorme pressões internacionais, e até mesmo tentativas de boicote por parte
dos concorrentes internacionais.
Em função do que foi exposto a empresa investiu pesadamente na
estruturação de um setor ambiental o que levou Carajás a ser reconhecida
como um modelo de referência e respeito e cuidado com o meio ambiente. A
Vale investe na reabilitação de espécies nativas dos ecossistemas da Mata
13
Atlântica, do Serrado e da Amazônia. Utiliza também alta tecnologia de
reflorestamento e renovação do ciclo florestal e atua em cinco dos sete biomas
brasileiros.
A empresa de cosméticos O Boticário também é citada como uma
empresa ecologicamente correta. Moura (1998) afirma que seguindo uma
tendência internacional das empresas de cosméticos, o Boticário tem
promovido programas relacionados a causa do meio ambiente. Criou a
fundação – O Boticário de Proteção à Natureza - que entre outras atividades,
mantém a reserva de proteção à natureza de Salto Morato, no Paraná, que
demanda 4 milhões de reais por ano. Cohen (1999) complementa dizendo que
esta reserva tem 1700 hectares e estimula os 1600 franqueados da empresa a
adotar medidas ambientalmente corretas. A empresa troca sobras de papel,
plástico e vidro com empresas de reciclagem, que em troca, produzem
cadernos para crianças carentes.
Outro exemplo ocorreu em março de 2009, para comemorar o
aniversário da empresa, a rede de franqueados fez parte de uma ação que
atingiu escolas de todo o Brasil
Educação
promovendo a semana “O Boticário de
Ambiental”.
Como parte da iniciativa, cada franqueado recebeu kits com materiais para
ações de Educação Ambiental, com a missão de ajudar a distribuí-los a
escolas estaduais e municipais, em conjunto com Secretarias de Educação.
O Mac Donald’s também entrou na onda do marketing verde.
A empresa costumava comprar o xarope da
coca-cola em sacos plásticos embalados em caixas
14
de papelão, mas agora ele é entregue do mesmo
modo que a gasolina: bombeado de caminhões
tanque diretamente para os barris de armazenagens
dos restaurantes. Essa mudança economizou 31
milhões de quilogramas de embalagens por ano.
Todos os guardanapos, sacolas e toalhas de
bandejas dos restaurantes do Mac Donald’s são
fabricados
com
papel
reciclado,
o
mesmo
acontecendo com as bandejas para carregar copos
de bebida e até mesmo a papelaria usada na sede.
Para uma empresa o porte do Mac Donald’s mesmo
pequenas mudanças podem fazer uma grande
diferença. Por exemplo: com a redução de apenas 20
por cento no peso dos canudinhos, a empresa
economiza 500 mil quilogramas de resíduos por ano.
Além de transformar seus próprios produtos em
“verdes”, o Mac Donald’s compra materiais reciclados
para construir ou remodelar seus restaurantes e
desafia
seus
fornecedores
a
utilizar
reciclados. (KOTLER, 2004, p.546)
produtos
---
Esses exemplos mostram que a preocupação com o meio ambiente se torna
cada vez mais uma tendência mundial.
Certamente, a questão ambiental
nunca foi tão debatida como nos dias de hoje. A sociedade possui diversas
formas de se informar sobre os problemas ambientais. O tema é fortemente
mostrado na mídia jornalística e cada vez mais, inseridos em planos de
governos, sejam eles federal, estadual ou municipal.
15
1.2 - HISTÓRICO
Para Schiffman (2000 pg 442.) desde que Rachel Carson escreveu
The Silent Spring, em 1962, cresce nos Estados Unidos
e países
industrializados , a consciência quanto a fragilidade do meio ambiente e a
necessidade de preservar os recursos naturais como: ar puro, água limpa e
um ecossistema que se auto renove.
Segundo Kotler (2004 pg 546) A primeira comemoração da Terra no
dia 22 de Abril de 1970 surgiu um movimento ambientalista que fez seu
primeiro esforço para conscientizar a população sobre os perigos da poluição.
A partir desta data as pessoas começaram a entender os conceitos de
“degradável”, “reciclável”, ”reutilizável” e “favorável ao meio ambiente” Foi uma
tarefa difícil pois na época a maioria do povo não tinha interesse nos
problemas ambientais.
Após esse lento início de duas décadas nos anos 1990 houve um
novo boom sobre as questões do aquecimento global como: a destruição da
camada de ozônio, poluição da água e do ar, descarte de resíduos perigosos,
acúmulo de resíduos sólidos. Foi o ponto de partida onde os consumidores
desse segmento criaram forças, e adotaram práticas mais seguras quanto ao
meio ambiente.
16
“O homem passou a usar cada vez mais os recursos naturais do
planeta, degradando o meio ambiente. A questão ambiental deixou de ser
idealismo
dos
ecologistas,
sendo
preocupação
de
governos,
organizações e sociedade” ( Saber Acadêmico, 2007.)
Foi também na década de 90, que aconteceu no Rio de Janeiro um
importante evento em prol do meio ambiente, a Eco 92. Essa conferência
contou com a participação de 170 países, e demonstrou a mudança de
mentalidade que estava ocorrendo, e a partir daí, passou a ser entendida a
mutua dependência entre o desenvolvimento e o equilíbrio do meio ambiente,
com a conservação de recursos para gerações futuras.
A Conferência do Rio consagrou o conceito de
desenvolvimento sustentável e contribuiu para a mais
ampla conscientização de que os danos ao meio
ambiente eram majoritariamente de responsabilidade
dos países desenvolvidos. Reconheceu-se, ao mesmo
tempo,
a
necessidade
desenvolvimento
tecnológico
de
receberem
para
os
apoio
avançarem
na
países
em
financeiro
e
direção
do
desenvolvimento sustentável. Naquele momento, a
posição dos países em desenvolvimento tornou-se
mais
bem
estruturada
e
o
ambiente
político
internacional favoreceu a aceitação pelos países
desenvolvidos
de
responsabilidades
princípios
comuns,
mas
como
o
diferenciadas.
das
A
mudança de percepção com relação à complexidade
do tema deu-se de forma muito clara nas negociações
diplomáticas, apesar de seu impacto ter sido menor do
ponto
de
vista
da
opinião
pública.
17
(http://pt.wikipedia.org/wiki/ECO-92,
acessado
em
01/04/09)
Essa conferência deu início a um novo modelo de pensamento nos
consumidores. Não se tratava mais de anúncio apenas atrativos, agora o
público que saber se as empresas estão incorporando valores ambientais aos
seus processos de fabricação. A partir daí, o marketing verde veio se
fortalecendo e ganhando espaço no mercado.
1.2.1 O MARKETING VERDE NAS EMPRESAS.
Schiffman (2000) fala que os profissionais do Marketing e as empresas
perceberam o interesse do consumidor em relação ao meio ambiente e
aproveitaram a oportunidade para conquistar os consumidores preocupados
com o meio ambiente que em conseqüência acabaram ficando mais exigentes
com estas questões. As empresas foram impulsionadas a lançarem produtos e
embalagens politicamente corretos com a natureza e trataram logo de
anunciarem nos rótulos e propagandas a mudança de comportamento.
“ Empresas que não responderem às questões ambientais com produtos
mais seguros e ambientalmente mais saudáveis estão se arriscando a
perder a sintonia com o consumidor”. (VALÉRIA, Adriana, resumonline
25/03/09).
18
Essa mudança de comportamento foi nomeada de “Movimento Verde” e os
consumidores passaram a ser chamados de “consumidores verdes”. Segundo
Schiffman, nos Estados Unidos, por exemplo, muitas organizações sem fins
lucrativos buscaram instituir programas de certificação de produtos com
aprovação ambiental. No Brasil, algumas ações desse tipo também estão
sendo implantadas. No Rio de Janeiro, em outubro de 2007, o governador
Sérgio Cabral combinou interesses de desenvolvimento econômico, com a
preservação ambiental criando o primeiro escritório de carbono do país que
visa atender empresas, sindicatos, investidores e prefeituras, entre outros, que
queiram adotar ações que resultem em benefícios climáticos.
Essas ações demonstram uma difusão de ações voltadas para questões
ambientais.
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1.2.2 – CONSUMIDOR VERDE
Layrargues (2000) define consumidor verde como aquele cujo escolha do
protudo se baseia não somente na questão qualidade/preço, mas também no
quanto esse produto é ambientalmente correto, ou seja, não prejudicial ao
meio ambiente em nenhuma etapa do seu ciclo de vida. O autor diz ainda que
até o simples ato da compra determina um ato de preservação do meio
ambiente, ou seja, o ônus
da responsabilidade ambiental passa dos
fabricantes para a sociedade. O consumidor verde tem o efeito regulador,
funcionando através da lei da oferta e da procura.
20
O autor citado aponta o consumidor verde como um dos elementos mais
importantes no processo da ISSO 14000, apesar de ser também o mais frágil.
O problema maior é que em países em desenvolvimento, como o Brasil, esse
tipo de consumidor é ainda muito inespressivo no conjunto dos cidadãos
consumidores, Para que funcionem como estímulo as empresas para se
tornarem ecologicamente corretas. Dados de 1992, período em que muito se
falou na questão ambiental no país, por conta da Eco 92, indicam que apenas
18 por cento dos brasileiros deixariam de consumir produtos que agredissem o
meio ambiente, contra um percentual de 50 por cento da Alemanha.
Layrargues (2000) afirma que a baixa porcentagem de consumidores
verdes na sociedade brasileira reflete-se no perfil empresarial que se manifesta
favorável e toma atitudes a favor da causa ambiental.
O ator cita uma pesquisa realizada (Gutberlet e Segura, 1996/7), que
constatou que apenas as empresas exportadoras encontravam motivos para
se preocupar com a certificação ambiental, uma vez que o mercado interno
ainda carecia da pressão do consumidor verde.
Porém, Layrargues (2000) diz que, o mercado sozinho é insuficiente
para alterar o comportamento das empresas com relação ao meio ambiente.
Sendo assim, uma política pública de controle da questão é fundamental.
Por outro lado Ottman (1994) afirma que os valores ambientais
passaram a ocupar lugar de destaque na vida das pessoas, que estão
21
preocupadas em proteger suas vidas e suas subsistências. Estas pessoas
resolveram eleger produtos nas prateleiras dos supermercados e distinguir
aqueles ambientalmente corretos dos que não são. Isso é o que ela chama de
consumeirismo ambiental. A tendência ambiental do consumidor está se
movendo rapidamente, e as empresas já respondem com consistência.
Um fator crucial para esta mudança de mentalidade por parte das pessoas é o
fato de os problemas ambientais deixaram de ser um problema distante e
começaram a atingir os lares. Começaram a tornar poluídas as praias, os rios,
o que trouxe o problema para muito perto.
Isto pode ser constatado nos noticiários de TV com enorme freqüência, e
estatísticas assustadoras sobre destruição de florestas, o excesso de lixo
gerado pelas grandes cidades, doenças como câncer de pele, defeitos
congênitos, alergias e outras doenças causadas por água contaminada. Com
isso, este problema passou a afetar diretamente a saúde e o bolso da
população.
22
CAPÍTULO II – ESTUDO DE CASO EMPRESA GOÓC
2.1 – Goóc Empresa
A Empresa Goóc foi escolhida para ser objeto de pesquisa do presente projeto
por sua filosofia empresarial estar voltada inteiramente à consciência
ambiental.
O nascimento da marca Goóc teve início em 1978, quando o seu
fundador o vietnamita Thai Quang Nghia, foi encontrado num barco de pesca
em alto mar, no sul asiático, por um navio petroleiro da Petrobrás. Thai e os
demais tripulantes foram trazidos para o rio de Janeiro.
Com o primeiro dinheiro que conseguiu juntar, Thai investiu em aprender
a língua portuguesa comprando um dicionário. Mas, foi através de seu primeiro
emprego, tirando fotocópias, que conseguiu aprendê-la.
Depois de três anos, ingressou na Faculdade de Matemática da USP
(Universidade Federal de São Paulo). Na época teve que conciliar o trabalho
com os estudos.
Em 1986, por conta de um empréstimo feito a um amigo, acabou
recebendo o pagamento em bolsas e se viu obrigado a vendê-las para
23
recuperar o dinheiro. Percebendo a lucratividade do “novo negócio”, Thai
largou o trabalho em um primeiro momento e, logo depois a faculdade, para se
dedicar à venda das bolsas e montar seu próprio negócio.
Dessa forma, surgiu o grupo Domini - primeira atividade empreendedora
de Thai e principal fornecedor de bolsas para a Avon Brasil. A passagem do
foco em produção de bolsas para a produção de calçados levou 15 anos.
O novo empreendedor costumava visitar familiares em diversos países.
Mas foi numa viagem a Paris (França), que tele se inspirou e decidiu fazer algo
que retratasse a sua cultura. Ao olhar um tambor exposto em um museu, Thai
percebeu toda a simbologia existente por trás do instrumento, existia ali uma
longa história de origem. Além disso, uma concepção artística muito forte. A
partir daí Thai resolveu divulgar a sua cultura. No Vietnã as pessoas usam
chinelo da época da guerra com solado de pneu. Neste momento ele percebeu
que poderia pesquisar formas de produzir os “chinelos vietnamitas” no Brasil. E
foi dessa forma que ele trouxe a idéia para o mercado brasileiro.
Em 2004, a linha de produtos da empresa, era composta por sandálias,
papetes e outros calçados com solado de borracha feitos a partir de pneus
reciclados inspirados na cultura vietnamita.
Houve certa resistência ao produto feito de pneus reciclados por parte
dos lojistas. Mas, o público jovem se identificou com o produto e recebeu a
novidade de forma positiva, a “mensagem” que os produtos de Thay levaram
para o mercado era atual e moderna, o mercado percebeu que consciência
24
ambiental começava a fazer a diferença, e o resultado é o sucesso que
consolidou a marca.
Atualmente, a empresa possui cinco mil pontos de vendas em todo o
território nacional e 10 Espaços Goóc. Emprega 960 pessoas, direta e
indiretamente em duas unidades industriais - em São Mateus, na cidade de
São Paulo e outra em Feira de Santana, na Bahia. Esta última é responsável
pela produção de toda linha de calçados e acessórios desenvolvidos com
borracha reciclada de pneu. Agora, o próximo desafio é expandir a produção
no Nordeste, pois a região é responsável por 75 por cento do consumo de
calçados em borracha.
A idéia inovadora ultrapassou as fronteiras nacionais. A Goóc já chegou
aos pés de estrelas de Hollywood, celebridades como Cameron Diaz, Al Gore,
Gwen Stefani, Leonardo di Caprio e Drew Barrymore e, também, na Galeria
Lafayette, em Paris.
2.2 – PLANO DE MARKETING GOÓC
Apesar da idéia ter partido de divulgar a cultura Vietnamita a empresa GOÓC
conquistou a simpatia do seu público alvo ( jovens ) pelo apelo do Marketing
Ambiental, pois foi fundada em uma época ( 2004) em que a questão
ambiental estava no seu auge, devido as questões do aquecimento global. A
empresa conquistou a simpatia dos consumidores e colaboradores por estar
politicamente correta, e o resultado é o sucesso não só no Brasil como
25
internacionalmente por que além da sua matéria prima ser reciclada junto com
a filosofia da empresa onde é vivenciada no conceito de sustentabilidade.
A empresa sempre teve a preocupação de reutilizar matéria prima para a
preservação do meio ambiente.
Hoje, a linha de produtos da Goóc compreende, além dos chinelos e papetes,
bolsas e artigos de vestuário como calças, camisetas, cintos, pulseiras e shorts
que são fabricados a partir de fibras de PET e de bambu.
Toda a sua estrutura ( design ) é em cima de materiais reciclados, a estratégia
de marketing é através da divulgação da história da empresa no ato da compra
por seus vendedores.
A Goóc também inovou ao firmar parceria com a distribuidora de pneus
DPaschoal em 2007, com o intuito de promover ação
a sustentabilidade
ambiental. Também sempre está presente em eventos de responsabilidade
ambiental ou desenvolvimento sustentável.
Vale lembrar que foi como a participação na Francal em agosto de 2008, no
Ceará, onde tem uma área de preservação ambiental e o Projeto LER GOÓC
que a empresa conquistou a simpatia e o interesse de países como: França,
Itália, Espanha, Portugal, Japão, Estados Unidos, Caribe, Austrália,Arábia
Saudita.
Ações como estas demonstram a importância da responsabilidade
ambiental e o desenvolvimento sustentável já incorporados na marca Goóc
como empresa corretamente responsável.
Anualmente, o Brasil consome 30 milhões de pneus, que são
despejados no meio ambiente. Desde a sua fundação, a Goóc já cresceu
26
500% e reciclou mais de 2 milhões de pneus, o que corresponde a 500 km de
pneus enfileirados. Sua missão é eliminar todos os pneus inutilizáveis do país.
Em 2007, a empresa produziu 5 milhões de pares e deste número, 5%
foram comercializados em território internacional. Até 2014, a Goóc tem o
objetivo de produzir 210 milhões de pares de sandálias – um para cada
brasileiro.
A empresa apresenta uma estatística interessante em seu website que
informa que, em cinco anos, uma pessoa utiliza em média um jogo de pneus e
depois, simplesmente, o descarta. A Goóc transforma o pneu inservível em 5
pares de sandálias de pneu reciclado.
A Goóc provou que responsabilidade ambiental é um bom negócio.
Após observar a trajetória de algumas empresas, é possível destacar alguns
motivos para que uma empresa incorpore um programa de marketing
ambiental:
•
Funcionários e Acionistas sentem-se melhor por estarem associados a
uma empresa ambientalmente responsável, e essa satisfação pode até
mesmo resultar em aumento de produtividade da empresa.
•
Redução de Custos - A maior parte da poluição resulta de processos
ineficientes, que não aproveita completamente os materiais utilizados.
Além disso, a simples auditoria ambiental pode identificar custos
desnecessários que a empresa pode eliminar.
27
•
Facilidades na Obtenção de Recursos - Bancos e, principalmente,
organizações de desenvolvimento (como o BNDES e o BID) oferecem
linhas de crédito específicas para projetos ligados ao meio ambiente
com melhores condições, tais como maior prazo de carência e menores
taxas de juros. Além disso, a maior parte dos bancos analisa a
performance ambiental das empresas no momento de conceder
financiamentos. Dessa forma, empresas mais agressivas ao meio
ambiente podem precisar pagar juros mais altos ou até mesmo ver
negado seu pedido de financiamento.
•
Pressão Governamental - Os diversos Governos no mundo, através de
legislação, vêm buscando punir através de multas e proibições, práticas
das empresas que tenham impactos ambientais significativos. A
legislação vem sendo cada vez mais rigorosa na busca pelo "Impacto
Ambiental Zero". O Governo ainda pode atuar através de suas compras,
ou seja, proibindo a aquisição, por parte de suas empresas e órgãos, de
produtos que afetem significativamente o ambiente físico e estimulando
o consumo de produtos "ecologicamente corretos".
•
Pressão das ONGs - As diversas ONGs pressionam empresas através
de campanhas veiculadas na imprensa e lobby junto a legisladores.
Empresa sob a mira de uma das principais ONGs será bombardeada na
imprensa e provavelmente passará a ser percebida pela população
como ambientalmente irresponsável, o que representa forte publicidade
negativa.
28
Além das vantagens, como já foi dito antes, é uma tendência de mercado. Fora
isso, há uma série de pressões governamentais e de ONG`s para que as
empresas adotem uma postura ecológica.
29
CONCLUSÂO
Está
claro
que
a
atividade
econômica,
apoiada
pelo
princípio
da
responsabilidade ambiental (produtos verdes), pode gerar novas oportunidades
de vendas para mercados saturados e com concorrentes fortes. Porém,
depende-se de uma série de fatores como mercado, empenho da empresa e
investimentos em imagem para que este tipo de planejamento prospere.
Porém, tendo uma visão ampla e visando o futuro, este tipo de estratégia vem
se mostrando muito eficaz, pois é uma ferramenta que auxilia a empresa a
entregar ao cliente um produto com um valor agregado superior a um
convencional, adicionando ao conjunto de valores do produto ecologicamente
correto, a contribuição do consumidor para a desaceleração dos impactos
ambientais, causados por produtos tradicionais que não se preocupam com o
meio ambiente. Lembrando aqui de um conceito de Kotler, que o valor real do
produto é diferente do valor que ele tem pra o consumidor.
No entanto, esse produto ainda não é economicamente viável para toda a
população.
Os produtos ecologicamente corretos ainda são muito caros para a maioria
da
população,
o
que
os
tornam
pouco
competitivos
e
acessíveis.
Com a série de problemas que o nosso planeta vem enfrentando (efeito
estufa, desmatamento, poluição de rios, buraco na camada de ozônio e
outros), é preciso que haja a conscientização das empresas e de toda a
sociedade para preservar e oferecer um ambiente limpo e com melhor
qualidade
de
vida
para
as
futuras
gerações..
30
BIBLIOGRAFIA
COHEN, David .A nova ordem na relação das empresas com a sociedade e
com o meio ambiente. Encarte especial – A empresa do novo milênio. Revista
Exame,São Paulo, Março de 2000.25p.
LAYRARGUES,
Philippe
Pomier.
Sistemas
de
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ambiental,tecnologia limpa e consumidor verde: a delicada relação empresa
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São Paulo,Abril/Junho 2000.P. 80-88.
MOURA, Luiz Antônio Abdalla de . Qualidade e Gestão Ambiental:Sugestão
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Editora Oliveira Mendes, 1998.228 p.
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Nova Era do Marketing. São Paulo : Makron Books, 1994
KOTLER, Philip. “Princípios de Marketing”. A Nova Defesa Ambiental e o
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SCHIFFMAN, G Leon, Marketing Ambiental: Uma industria de Causa em
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31
WEBGRAFIA
www.gooc.com.br , Empresa. Acessado em 29/03/09.
www.resumonline.com.br VALÉRIO, Adriana .Marketing Ambiental Agrega
Valor ao produto. acessado em 25/03/09.
www.saberacademico.com.br
Gestão ambiental no setor calçadista: estudo
desenvolvido nas indústrias de calçados de grande porte de Birigui – SPl,
acessado em 27/03/09.
www.wikpedia.org .marketing ambiental.acessado em 30/04/09
www.wikipedia.org , ECO-92, acessado em 01/04/09
32
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
4
DEDICATÓRIA
5
RESUMO
6
METODOLOGIA
7
SUMÁRIO
9
INTRODUÇÃO
10
CAPÍTULO I
(MARKETING AMBIENTAL)
11
1.1 – Definição de Marketing Ambiental
12
1.2 – Histórico
15
1.2.1 – O Marketing Verde nas Empresas
17
1.2.2 – O Consumidor Verde
19
CAPÍTULO II
(Estudo de caso Empresa GOÒC)
2.1- GOÓC Empresa
22
2.2-Plano de Marketing GOÓC
24
33
CONCLUSÃO
28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
29
WEBGRAFIA
ÍNDICE
FOLHA DE AVALIAÇÃO
30
31
33
34
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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