Aula I Introdução á Psicofisiologia Breve histórico: Séc III a. C. - surge a crença de que o sistema nervoso desempenha alguma papel na consciência e na cognição. No Egito, Herophilus inicia estudos anatômicos sobre os ventrículos cerebrais. Séc. II d. C. - Galeno, médico romano, descreve os ventrículos cerebrais, acreditando que neles estariam armazenados os espíritos animais. Associa também ao cérebro a imaginação, o intelecto e a memória. Séc IV d. C. - nasce nesse período o interesse pela localização cerebral das funções mentais, mas ainda associadas aos ventrículos. Sécs. XV/VI - Da Vinci associa a cada um dos ventrículos uma função mental: percepção, associação e memória. Vesalius esbarra nas limitações da época, mas já assinala a regulação cerebral quanto á imaginação, ao raciocínio e á memória. Séc. XVII - Descartes propõe uma visão mais mecanicista dos fenômenos naturais, como sensação e movimento. Como não era anatomista, utiliza-se da mecânica para explicar o funcionamento cerebral. Willis escreve o livro Cerebri Anatomie, reforçando a idéia de que as funções mentais superiores estariam associadas á outras estruturas cerebrais. Séc. XVIII/XIX - Transferência das funções mentais do cérebro dos ventrículos para o córtex cerebral. Surge o localizacionismo cerebral. Gall acredita que o cérebro é uma máquina sofisticada que produz comportamento, pensamento e emoção. Gall propõe 27 faculdades “afetivas e intelectuais”, e mais tarde Spurzheim amplia para 35. Flourens discorda de Gall e tenta provar, através da ablação em diferentes partes do cérebro (lesões experimentais em pombos), que ocorre uma divisão de tarefas no cérebro. A primeira revolução ocorre com a declaração de Broca sobre a localização precisa de uma das áreas da linguagem no córtex. Wernicke localiza a área de compreensão da linguagem no giro temporal superior esquerdo. Aula I Estudos histopatológicos permitem maiores descobertas sobre as células nervosas, principalmente com os estudo de Cajal e Golgi. Wilhelm Wundt cria o primeiro laboratório psicológico, sendo objetos de estudos as sensações e as percepções. Séc XIX/XX - Outra contribuição importante foi o Behaviorismo, principalmente por parte de Pavlov, que estabeleceu as correlações entre funções psíquicas e atividades cerebrais. A neurofisiologia e a neuroanatomia ganham maior notoriedade com o surgimento de instrumentos de imagem cerebral. Desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas de visualização do funcionamento cerebral. Damásio defende a idéia de que a emoção não é uma abstração mental, mas um processo que nasce da interação entre o corpo e o cérebro. A neurociência ganha a contribuição de várias especialidades, que não só a medicina. Conceito: A Psicofisiologia por ser compreendida como o campo da neurociência que estuda as bases fisiológicas do comportamento; a relação entre a atividade fisiológica e os processos psicológicos. São objetos de estudo, por exemplo, os mecanismos das emoções e o processamento de informações. Segundo Kimble (1989), o comportamento humano é produto da interação de 3 fatores: o legado genético dos organismos, produto da sua evolução; suas experiências; e sua percepção da situação atual.