Conjuntos Enumeráveis e Não-enumeráveis Para quem não esteve na última aula, 25/07, seria bom verificar com os colegas a demonstração do seguinte teorema. Teorema 1 Todo conjunto X ⊂ N é enumerável, isto é, dado X ⊂ N, teremos X finito ou existe uma função f : N → X bijetora. Observação 2 Já vimos, em aula, que o conjunto dos números primos é infinito e, pelo teorema acima, é enumerável. Fixado número primo p indiquemos por Γp o subconjunto de N definido por Γp = {pn ; n ∈ N}. Como Γp é um subconjunto de N, teremos Γp enumerável. Daı́, teremos ∪ ∪ ∪ N= Γp (N \ Γp ). p primo p primo Escrevemos então o conjunto dos números naturais como uma união de uma quantidade infinita enumerável de conjuntos infinitos enumeráveis dois a dois disjuntos. Admitiremos, sem demonstração, o teorema abaixo. Teorema 3 Todo conjunto infinito X possui um subconjunto enumerável infinito. É interessante observar que o teorema acima nos mostra que, sendo X um conjunto infinito, existe f ; N → X injetiva, isto é, card(N) ≤ card(X). Logo card(N) é a menor cardinalidade possı́vel para um conjunto infinito e, portanto, um conjunto X é enumerável se, e somente se, card(N) < card(X). Lembremos que conhecemos conjuntos enmeráveis, por exemplo, P (N). Sendo X um conjunto infinito, como temos sempre card(N) ≤ card(X), para concluı́rmos que X enumerável basta mostrar que card(X) ≤ card(N), isto é, basta mostrarmos que existe uma função f : X → N injetora. Temos, então, o teorema Teorema 4 Um conjunto X é enumerável se, e somente se, existe f : X → N injetora. Proposição 5 O conjunto N × N é enumerável. Prova. Já exibimos uma função f : N × N → N injetora e, daı́, o resultado segue. Em alguns momentos uma versão um pouco mais geral do teorema anterior pode ser útil, qual seja: 1 Teorema 6 Um conjunto X é enumerável se, e somente se, existem um conjunto Y enumerável e uma função f : X → Y injetora. Ou ainda, um conjunto X é enumerável se, e somente se, existem um conjunto Y enumerável tal que card(X) ≤ card(Y ). Prova. Será deixada como exercı́cio! Observação 7 Obervamos que sendo X e Y conjuntos enumeráveis sempre existe uma função f : X → Y bijetora.(Prove!) Teorema 8 Sejam X e Y conjuntos enumeráveis. Então: 1) Qualquer subconjunto de X é enumerável 2) X \ Y é enumerável ∩ 3) X Y é enumerável ∪ 4) X Y é enumerável 5) X × Y é enumerável Prova. Será discutida em sala! Terminamos estas considerações sobre conjuntos enumeráveis com o seguinte teorema. Teorema 9 Uma união enumerável de conjuntos enumeráveis é ainda um conjunto enumerável. Exercı́cio 10 1) Sejam A e B conjuntos, f : A → B e g : B → A funções tais que (g◦f )(x) = x para todo x ∈ A. Mostre que g é sobrejetora e f é injetora. 2) Sejam A, B e C conjuntos tais que card(A) < card(B) e card(B) < card(C). Mostre que card(A) < card(C). 3) Sejam X um conjunto enumerável e Y um conjunto não-enumerável tais que X ⊂ Y . Mostre Y \ X é um conjunto não-enumerável. 4) Exibir, justificando, uma função sobrejetora f : N → N tal que f −1 ({n}) seja um conjunto infinito para todo número natural n. 5) Prove que a função f : N × N → N dada por f (1, n) = 2n − 1 e f (m + 1, n) = 2m .(2n − 1) é bijetora. 6) Escreva o conjunto N como união de cinco conjuntos infinitos dois a dois disjuntos. 7) Determine, justificando, um conjunto X tal que card(P (N)) < card(X). 2