1 levantamento etnobotânico de plantas do bioma cerrado na

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1
LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS DO BIOMA CERRADO NA
COMUNIDADE DE MARTINÉSIA, UBERLÂNDIA, MG.
ADRIANA DE ASSIS DAMASCENO1, ANA ANGÉLICA ALMEIDA BARBOSA2.
RESUMO
Embora o bioma Cerrado apresente uma flora com alta diversidade, o conhecimento do uso
popular de suas espécies ainda é escasso e restrito aos costumes locais. O objetivo deste
trabalho foi investigar as plantas conhecidas e/ou utilizadas por informantes residentes na
zona urbana do distrito de Martinésia, Uberlândia, MG. A avaliação foi feita por meio de
entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, com posterior coleta das plantas indicadas pelos
informantes. Foram entrevistadas 17 pessoas, sendo 64,7% do sexo feminino. A idade média
foi 58,6 anos para os homens e 65,6 para as mulheres. Foram listadas 133 espécies
pertencentes a 54 famílias de Angiospermas. Do total de espécies apenas 29,3% são nativas e
as restantes exóticas. A família predominante foi Asteraceae com 50 registros e a espécie mais
citada foi Ocimum gratissimum L. (alfavaca), com 10 citações. Foram listadas oito categorias
de uso: medicinal, construção/solo, cosmético, alimentar, inseticida, corante, ornamental e
emprego em rituais. A indicação predominante foi para uso medicinal, principalmente para
doenças do aparelho respiratório. A parte da planta mais usada foi a folha e a forma de
preparo predominante o chá. O conhecimento da flora nativa pelos moradores da zona urbana
é muito restrito e a maioria dos informantes utiliza plantas exóticas especialmente na
categoria de plantas medicinais.
Palavras-chave: etnobotânica, plantas medicinais, Cerrado, recursos vegetais.
1
Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Rua Ceará, snº, bloco 2D, Umuarama,
Uberlândia, MG, Brasil. CEP: 38405-240, [email protected] – Bolsista FAPEMIG.
2
Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Rua Ceará, s/nº, bloco 2D, Umuarama,
Uberlândia, MG. CEP: 38405-240.
2
2005; PRANCE, 1987). Além disso, esses
1. INTRODUÇÃO
dados permitem identificar a existência de
A
etnobotânica
analisa,
estuda
e
algum
tipo
de
interpreta a história e a relação das plantas
biodiversidade
nas sociedades antigas e atuais, abordando
ANDRADE, 2002b).
as formas como diferentes grupos humanos
As
impacto
sobre
(ALBUQUERQUE
propostas
e
implicações
a
&
da
interagem com a vegetação (PRANCE,
etnobotânica
1987). Tem grande importância para as
situações de desenvolvimento científico no
populações regionais no que toca à
campo das plantas medicinais, alimentares
exploração e manejo de recursos para
e industriais (ALBUQUERQUE, 2002). A
obtenção
e
grande variedade de substâncias que as
matérias-primas, geralmente relacionados
plantas produzem é importante como fonte
com a sobrevivência (FERRO, 2006). Ela
de novos produtos especialmente no campo
vai além da investigação botânica, uma vez
da fitoquímica e farmacologia (FERRO,
que sua meta se concentra em torno de um
2006). Pesquisas nesta área têm sido cada
ponto fundamental que é a significação ou
vez mais direcionadas para uma dada
o valor cultural dos elementos da flora em
espécie em particular, baseando-se em usos
determinada comunidade humana (PASA
locais juntamente com análises econômicas
et al., 2005; SOUZA & FELFILI, 2006).
e/ou ecológicas, particularmente no tocante
de
remédios,
alimentos
Para Albuquerque & Andrade (2002a),
a
alimentação
possibilitam
e
plantas
múltiplas
medicinais
os estudos etnobotânicos indicam que a
(ARAÚJO, 1998). Entretanto, um dos
estrutura de comunidades vegetais e
aspectos etnobotânicos menos estudados é
paisagens é sempre afetada pelas pessoas,
o conhecimento do povo local e de
tanto
comunidades rurais (ARAÚJO, 1998).
sob
aspectos
negativos
quanto
positivos, como por exemplo, beneficiando
No Brasil, o uso de plantas medicinais
e promovendo os recursos manejados. Nos
está muito ligado à cultura indígena. Mas a
últimos anos tem aumentado o interesse
influência européia é inegável, visto a
por estudos etnobotânicos com abordagem
grande quantidade de plantas introduzidas
mais ampla, em geral multidisciplinar, em
em nossas hortas e largamente utilizadas
relação à valorização dos elementos da
não somente como medicamento, mas
biodiversidade dos ecossistemas naturais
também como ervas aromáticas (GRANDI
(ARAÚJO, 1998; MOUSSA et al., 1998;
et al., 1989).
PADOCH & JONG, 1990; PASA et al.,
3
As investigações etnobotânicas na
últimas décadas (queimada, atividades
região do bioma Cerrado são ainda
agropecuárias, expansão das cidades, etc.)
escassas. Ramos (1997) publicou uma
(DIAS, 1990). Devido a esta riqueza e à
listagem de espécies do Cerrado com uso
ameaça a sua biodiversidade o bioma está
medicinal, porque tem sido a categoria de
listado como um dos 25 “hotspots”
uso mais estudada no bioma (BARROS,
mundiais
1997), embora existam outros estudos
biodiversidade (FELFILI et al., 2004). Este
incluindo outras categorias (ALMEIDA et
fato justifica a necessidade de se proceder
al., 1998; FELFILI et al., 2004).
à amostragem e catalogação de uso de suas
O
Cerrado
é
o
segundo
para
conservação
da
mais
espécies, especialmente daquelas que de
importante bioma do Brasil, com uma área
alguma maneira já são utilizadas pelas
de mais de 2.000.000 km2 com formações
comunidades regionais.
florestais, savânicas e campestres, cada
No município de Uberlândia existem
qual com diferentes tipos fitofisionômicos,
apenas dois levantamentos etnobotânicos e
totalizando 11 tipos principais segundo a
ambos com enfoque no uso de plantas
classificação de Ribeiro & Walter (2001).
medicinais (ZANINI, 1994; BARBOSA,
O Cerrado é reconhecido como a
savana
mais
rica
do
mundo
2004) e há uma carência deste tipo de
em
estudo na região, especialmente se forem
biodiversidade (DIAS, 1990), com o
consideradas as demais categorias de uso
número estimado de 10.000 espécies de
das plantas do ecossistema.
plantas superiores (MENDONÇA et al.,
1998).
Essa
manifesta-se
levantamento etnobotânico de espécies
também na grande quantidade de espécies
vegetais na zona urbana do distrito de
potencialmente econômicas que inclui as
Martinésia, no município de Uberlândia,
alimentícias,
MG, abrangendo várias categorias de uso.
forrageiras,
diversidade
O objetivo geral do estudo foi fazer o
medicinais,
apícolas,
ornamentais,
de
Dessa forma pretendeu-se avaliar como as
madeira, cortiça, fibras, óleo, tanino,
pessoas se relacionam no cotidiano com as
material para artesanato e outros bens,
plantas
evidenciando
investigada.
sua
produtoras
importância
no
desenvolvimento regional (FELFILI et al.,
2004).
A conservação do bioma Cerrado está
encontradas
na
comunidade
Como objetivos específicos foram
propostos:
9 Realizar
a
identificação
sob forte ameaça devido aos vários tipos de
taxonômica das plantas citadas pelos
pressão antrópica a que está sujeito nas
informantes da comunidade;
4
9 Identificar os usos populares das
plantas citadas;
Maria
(Figura
9 Identificar
o
perfil
dos
conhecedores de plantas da comunidade;
do
1).
Miraporanga
A
sede
do
e
Martinésia
distrito
de
Martinésia, onde este estudo foi realizado,
localiza-se a 32 km a noroeste da sede da
9 Avaliar o valor de uso das espécies
cidade de Uberlândia e apresenta uma área
de 562 km2. Trata-se de um distrito rural
citadas no levantamento.
que apresenta uma população de 363
habitantes na zona urbana e 596 nas
2. MATERIAL E MÉTODOS
fazendas e sítios da região (zona rural)
(BDI, Volume 1, 2004).
2.1. Área de estudo
O município de Uberlândia localiza-se
na região sudoeste do Estado de Minas
Gerais,
conhecido
como
Triângulo
Mineiro, entre as coordenadas geográficas
de 18º55’23” de latitude sul e 48º17’19” de
longitude oeste de Greenwich e a uma
altitude de 865m. O clima se caracteriza
pela alternância de invernos secos e frios e
verões chuvosos e quentes (ROSA et. al.,
1991).
Segundo dados do IBGE (2006), a
estimativa da população de Uberlândia
para
o
ano
de
2005
foi
de
aproximadamente 585.262 habitantes.
Além
Uberlândia
da
sede
possui
do
quatro
2.2. Período de Estudo
município,
distritos:
Tapuirama, Cruzeiro dos Peixotos, Santa
O trabalho foi desenvolvido no período
de janeiro de 2006 a janeiro de 2007.
5
Figura 1: Mapa do Município de Uberlândia com a localização dos distritos, Uberlândia, 2003.
Escola Municipal e ao Clube de Mães.
2.3. Procedimentos
Após esta discussão os representantes
Primeiramente a intenção da pesquisa
manifestaram interesse na realização do
foi apresentada junto aos representantes da
trabalho
comunidade em uma reunião previamente
procederam às indicações dos moradores
agendada com o Conselho Comunitário do
conhecedores de plantas.
proposto
e
em
seguida
distrito, realizada em 30/01/2006. A
Após indicação, foi feito o cadastro dos
intenção da pesquisa e o projeto foram
moradores (anexo I) e, posteriormente,
devidamente apresentados pela equipe ao
realizadas entrevistas estruturada e semi-
Conselho. O Conselho colocou para a
estruturada (anexos II e III) com os
equipe alguns pontos sobre o projeto,
informantes indicados, com o objetivo de
inclusive questionando a contrapartida para
identificar o perfil dos entrevistados, quais
a
e
espécies eram utilizadas, sua forma de
coordenadora do projeto explicou quais
utilização e finalidade de uso. Estes
atividades seriam desenvolvidas e quais os
moradores entrevistados assinaram um
resultados esperados ao final de sua
termo de consentimento, conforme anexo
realização. Dentre estes, citou o trabalho
IV, concordando em participar da pesquisa.
de educação ambiental previsto junto à
À medida que as entrevistas foram
comunidade.
A
orientadora
6
realizadas,
os
faziam
H’= -Σpi . lnpi
indicações de novas pessoas que poderiam
onde: pi = ni/N
colaborar
ln = logaritmo na base natural
com
entrevistados
o
trabalho.
Após
a
entrevista com cada informante, foi feita a
ni = nº. de indivíduos da espécie i
coleta das plantas, com o auxílio destes e,
N = nº. total de indivíduos amostrados
em seguida, a herborização conforme
A
metodologia usual. A identificação das
equitabilidade
de
Pielou
foi
calculada pela seguinte fórmula:
espécies coletadas foi feita diretamente no
J’= H’/H max
campo e/ou através de comparação com
onde Hmax é ln (logaritmo na base
espécimes depositados no acervo e na
natural) do número de espécies.
coleção de plantas úteis do Herbarium
O índice de diversidade de Shannon
Uberlandense, da Universidade Federal de
permite que se verifique o quanto da
Uberlândia
de
diversidade local é usada pela população e
literatura
a equitabilidade de Pielou avalia a
especializada (DURIGAN et. al., 2004;
existência ou não de dominância no uso de
LORENZI,
algumas espécies.
identificação,
(HUFU),
consulta
1998;
chaves
à
LORENZI,
2000;
LORENZI & SOUZA, 2001; LORENZI &
O valor de uso estimado para cada
MATOS, 2002; PIO-CORRÊA, 1926-
espécie
1975) e aos especialistas em cada grupo
comunidade foi estimado pela fórmula
taxonômico
Naoki
(abaixo) adaptada de Phillips & Gentry
Nakajima – Asteraceae; Dra. Adriana
(1993), entrevistando-se uma única vez
Assis Arantes – Myrtaceae e Profª. Dra.
cada informante:
(Prof.
Dr.
Jimi
Rosana Romero – Melastomataceae). O
sistema de classificação botânica adotado
foi o de Cronquist (1988).
dados e as análises estatísticas. Para avaliar
a diversidade de uso e de espécies citadas
foram utilizados os índices de diversidade
de Shannon (H’) e de equitabilidade de
Pielou (BEGOSSI, 1996, 1998; ZAR,
cálculos:
empregando-se
pelos
informantes
da
VUs = Σ Usi
n
onde, VUs = Valor de uso da espécie s;
Usi = número de usos mencionados por
Em seguida, foi feito o tabelamento dos
1999),
citada
os
seguintes
cada informante para a espécie s; e n =
número total de informantes.
Neste estudo, foram consideradas duas
categorias de plantas: nativas e exóticas.
As primeiras são as plantas nativas do
bioma Cerrado e as últimas são as plantas
oriundas de outros biomas ou, até mesmo,
7
de outros países, podendo ser invasoras ou
não.
A maior parte dos entrevistados do
sexo masculino se encontrava casada (5), o
restante (1), solteiro. Dentre as mulheres,
cinco eram casadas, quatro viúvas, uma
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
solteira e uma divorciada (Figura 2).
3.1. Perfil dos entrevistados
Foram entrevistadas 17 pessoas, sendo
seis homens e 11 mulheres. Este “n” foi
baixo porque não havia muitos moradores
Número de pessoas
6
5
4
Sexo masculino
3
Sexo feminino
2
1
0
conhecedores de plantas na comunidade
(zona
urbana).
mulheres
A
também
predominância
foi
registrada
Casado
Viúvo
Divorciado
Estado civil
de
em
Solteiro
Figura 2: Estado civil dos entrevistados na comunidade
de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil.
Indianópolis, outro município de Minas
Gerais
(CALÁBRIA
et
al.,
2008).
Entretanto a predominância de mulheres
não
é
necessariamente
uma
regra
(RODRIGUES & CARVALHO, 2001).
A idade dos homens entrevistados
variou de 47 a 78 anos, sendo a idade
média de 58,6 anos, enquanto que dentre as
Dos homens entrevistados, três eram
trabalhadores rurais (lavradores) e os
outros três se dividiam entre vigia,
motorista e trabalhador industrial. Das
mulheres entrevistadas, sete eram “do lar”,
três eram aposentadas e uma era servidora
pública.
mulheres a idade variou de 45 a 83 anos,
sendo a média de 65,6 anos. O predomínio
de pessoas de idade mais avançada no
presente estudo é uma demonstração de
que o conhecimento sobre plantas tem se
perdido com o passar das gerações. Em
estudos similares realizados em outros
biomas, por exemplo, na caatinga, a faixa
etária tem sido superior a 50 anos
(LISBOA et al., 2006) e o conhecimento
não vem se transmitindo para os mais
jovens (BOTREL et al., 2006).
Em relação à autodenominação dos
entrevistados em relação a sua utilização
das
plantas,
foram
seguintes
categorias:
benzedeira
(23,5%),
raizeira,
identificadas
as
benzedor
ou
raizeira
curandeira
simultaneamente
e
(5,9%).
(5,9%),
benzedeira
No
entanto,
prevaleceram aqueles que não informaram
uma autodenominação (64,7%), apenas
diziam que conheciam algumas plantas
(Figura 3). Este dado pode ser associado ao
fato
de
que,
com
exceção
de
um
8
conhecimento para nenhuma finalidade
popular, os demais não utilizam este
específica e nem como fonte de renda.
Número de pessoas (%)
informante que é praticante da medicina
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Benzedor/a
Raizeiro/a
Raizeiro,
benzedeiro e
curandeiro
Nenhum
destes
Auto-denominação
Figura 3: Autodenominação quanto ao uso de plantas citadas por informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia,
MG, Brasil.
Em relação à fonte do aprendizado, a
transferência de conhecimento de pais para
transferência tem sido apontado como
preponderante (LISBOA et al. 2006).
filhos foi a mais importante (57%), sendo
A maioria dos entrevistados (82,3%)
citados também avós (9,5%), amigos
afirmou que conhece ou utiliza plantas
(9,5%), tios (4,8%), irmãos (4,8%), sogra
medicinais desde criança ou adolescente.
(4,8%) e “através do trabalho de lavrador”
Os outros 17,7% passaram a conhecer e/ou
(4,8%). Um dos entrevistados (4,8%)
utilizar essas plantas após o casamento ou
relatou ter aprendido sobre plantas através
após os 30 anos.
da convivência nas casas em que morava
quando solteiro. Similarmente, em outras
regiões, os entrevistados de alguns estudos
3.2.
Levantamento
de
espécies
vegetais e seus usos
também aprenderam com os pais, parentes,
vizinhos ou indígenas, sendo a observação
Foram registradas 133 espécies, das
direta das atividades dos progenitores, a
quais 113 foram identificadas até espécie,
forma mais freqüente de aprendizado
14 até gênero e seis somente até família
(MING & AMARAL JUNIOR, 1995;
(Tabela 1). No total foram registradas 54
RODRIGUES & GUEDES, 2006). Em
famílias botânicas e 106 gêneros de
outros casos, o papel da mãe nessa
Angiospermas. Do total de espécies, 79
9
foram mencionadas por mais de um
citações), Euphorbiaceae (14 citações),
entrevistado.
Zingiberaceae e Poaceae (12 citações
A maioria dos entrevistados (64,7%)
cada), conforme Figura 4. Segundo Brito
citou de uma a vinte espécies de plantas.
& Brito (1993), a maior parte dessas
Os outros 35,3%, na maioria mulheres,
mesmas famílias também apresenta mais
citaram mais de 20 espécies de plantas; um
registros nos levantamentos de plantas
dos entrevistados do sexo feminino chegou
medicinais no Brasil. Isso pode estar
a citar 52 espécies. Na literatura, já foram
relacionado ao fato de serem famílias ricas
relatados casos de até 150 citações por
em
informante (MING & AMARAL JUNIOR,
geralmente utilizados em medicamentos
1995).
(MING & AMARAL JUNIOR, 1995).
As
famílias
mais
comuns
compostos
fitoquímicos
que
são
foram
Asteraceae (50 citações), Lamiaceae (36
Número de espécies
70
60
50
40
30
20
10
Outras
Rosaceae
Liliaceae
Lauraceae
Araceae
Amaranthaceae
Plantaginaceae
Piperaceae
Malvaceae
Rutaceae
Rubiaceae
Cucurbitaceae
Bignoniaceae
Crassulaceae
Verbenaceae
Moraceae
Solanaceae
Apiaceae
Poaceae
Zingiberaceae
Euphorbiaceae
Lamiaceae
Asteraceae
0
Família botânica
Figura 4: Número de citações de espécies, por família botânica, na comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil.
Entre as plantas citadas, verificou-se
que
diversos
nomes
foram
morfologicamente muito semelhantes. O
designados para uma mesma espécie, como
contrário também aconteceu, ou seja,
por
e
plantas de espécies diferentes foram
Baker;
referidas pelo mesmo nome vulgar, por
exemplo:
insulina
-
vulgares
deve ao fato de algumas espécies serem
picão, picão-de-cipó
Bidens
gardneri
terramicina e penicilina - Pfaffia glomerata
diferentes
entrevistados,
(Spreng.) Pedersen; melhoral e boldo –
exemplo:
Plectranthus barbatus Andrews; memora e
Ocimum selloi Benth. – alfavaca; Tagetes
ceno – Memora campicola Pilger. Isso se
patula L. e Tagetes erecta L. – cravo-de-
Ocimum
como
gratissimum
por
L.
e
10
defunto; Cissus verticillata (L.) Nicholson
cidreira),
& C. E. Jarvis e Bidens gardneri Baker –
(funcho), Brosimum gaudichaudii Trécul.
insulina; Vernonia condensata Baker e
(mama-cadela)
Plectranthus barbatus Andrews – boldo.
Roxb (quebra-pedra), com seis citações
De acordo com Cervi et. al. (1989), não
cada; Lippia alba (Mill) N. E. Br. (erva-
raro, um vegetal é usado em lugar de outro
cidreira-de-folha), Artemisia absinthium L.
devido às semelhanças morfológicas ou,
(losna),
então, por ter o mesmo nome vulgar, sendo
(mentrasto), Bidens gardneri Baker (picão)
necessária uma maior conscientização da
e Plantago australis Lam. (tanchagem),
população, quanto aos sérios riscos, pelo
com cinco citações cada (Figura 5).
uso indevido dos vegetais. O uso de
Foeniculum
e
Phyllanthus
Ageratum
Dentre
as
vulgare
Mill.
tenellus
conyzoides
espécies
mais
L.
comuns
plantas deve ser orientado por pessoas que
encontradas neste estudo, arnica e arruda
conhecem a composição química das
foram também importantes na região de
espécies e seus efeitos no organismo, a fim
Indianópolis, MG (CALÁBRIA et al.,
de que sejam administradas em dosagens e
2008), demonstrando que estas espécies já
formas de preparo adequadas.
se incorporaram ao conhecimento popular
As
espécies
mais
citadas
foram
da
região.
Vale
destacar
ainda
a
Ocimum gratissimum L. (alfavaca), com 10
importância de outras espécies como erva-
citações;
Meyen
cidreira-de-folha, picão e tanchagem, que
(arnica), Ruta graveolens L. (arruda),
têm se destacado em outras regiões
Cymbopogon
(RODRIGUES & GUEDES, 2006).
Solidago
citratus
chilensis
Stapf.
(capim-
Plantago australis Lam.
Espécie
Bidens gardneri Baker
Ageratum conyzoides L.
Artemisia absinthium L.
Lippia alba (Mill.) N. E. Br.
Phyllanthus tenellus Roxb.
Brosimum gaudichaudii Trécul
Foeniculum vulgare Mill.
Cymbopogon citratus Stapf.
Ruta graveolens L.
Solidago chilensis Meyen
Ocimum gratissimum L.
0
2
4
6
8
10
12
Número de citações
Figura 5: Espécies vegetais mais citadas pelos informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil.
Do total de 133 espécies identificadas,
Cerrado e o restante, exóticas. Na região de
apenas 39 (29,3%) são nativas do bioma
Indianópolis, MG, foram registradas 173
11
espécies das quais 115 são de origem
nativa
exótica (66,5%), 47 nativas (27,2%) e onze
gaudichaudii Trécul (mama-cadela), com
indefinidas
seis
ou
cosmopolitas
(6,3%)
(CALÁBRIA et al., 2008).
mais
citada
citações,
seguida
foi
Brosimum
de
Vernonia
ferruginea Less., Costus spicatus (Jacq)
A predominância de plantas exóticas
Sw.
e
Rudgea
viburnioides
(Cham.)
nestes estudos pode ser interpretada como
Benth., com quatro citações cada, como
resultante do contato da população com
mostra a Figura 6. Das 39 espécies nativas
culturas diferentes daquelas localidades,
citadas apenas nove delas foram também
dos costumes trazidos pelos antecessores e
citadas em outro estudo na região de Ingaí,
outros migrantes, do aprendizado com
ao sul de Minas Gerais, das quais sete
parentes e vizinhos, do intercâmbio de
foram
plantas e ainda da falta de envolvimento
medicinais, enquanto duas são utilizadas
com a flora do local. Pode ser também
para lenha (BOTREL et al., 2006).
indicadas
também
para
fins
devido à amostragem da população que
Conforme Brandão et al. (2001),
ficou restrita a moradores da zona urbana
espécies nativas de uso consagrado na
do distrito. Observou-se, assim que os
tradição popular foram sendo esquecidas,
elementos
embora
seja pela destruição dos seus habitats, pela
presentes, são pouco utilizados pelos
coleta predatória ou pela falta de interesse
entrevistados e com poucas pessoas de
das
referência na comunidade quanto ao
comprovado no presente estudo e mostra a
conhecimento de plantas do Cerrado.
necessidade urgente do desenvolvimento
da
flora
nativa,
Em Ingaí, localizada ao sul de Minas
novas
gerações.
Este
dado
foi
de atividades de educação ambiental
Gerais, a população ainda detém grande
voltadas
conhecimento das espécies nativas da
elementos
região incluindo a vegetação de cerrado
esclarecendo também suas possibilidades
(BOTREL et al., 2006). Em outros biomas
de uso, principalmente junto à comunidade
este conhecimento também tem sido
escolar. Espera-se que a promoção do
considerado relativamente alto, como é o
conhecimento do potencial econômico da
caso da caatinga (FERRAZ et al., 2006)
flora em nível local possa auxiliar na
Dentre as 39 espécies nativas, a família
mais encontrada foi Asteraceae, com 10
citações,
seguida
de
Bignoniaceae,
Rubiaceae, com sete citações cada e
Moraceae, com seis citações. A espécie
para
da
o
conhecimento
flora
do
dos
Cerrado,
valorização do bioma pela comunidade
como um todo.
12
Espécie
Strychnos pseudoquina A. St. Hil.
Caryocar brasiliense L.
Siparuna guianensis Aubl.
Echinodorus grandiflorus Mitch.
Salacia crassiflora (Mart.) G. Don.
Rudgea viburnioides (Cham.) Benth.
Costus spicatus (Jacq.) Sw.
Vernonia ferruginea Less.
Brosimum gaudichaudii Trécul
0
2
4
6
8
10
Número de citações
Figura 6: Espécies nativas mais citadas pelos informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil.
Dentre as plantas exóticas foram
listadas
oito
categorias
de
uso:
cosmético e 4) construção/solo. Uma
1)
espécie vegetal pode pertencer a várias
medicinal; 2) alimentar 3) cosmético; 4)
categorias,
podendo,
por
exemplo,
construção/solo; 5) inseticida; 6) corante
apresentar uso medicinal e alimentar. O
(têxtil ou alimentar); 7) emprego em rituais
uso medicinal predominou tanto dentre as
e 8) ornamental, enquanto que dentre as
nativas quanto dentre as exóticas (Figura
nativas foram listadas apenas quatro
7).
categorias: 1) medicinal; 2) alimentar; 3)
Categoria de uso
Ornamental
Emprego em rituais
Construção/Solo
Nativas
Inseticida
Exóticas
Corante têxtil ou alimentar
Cosmético
Alimentar
Medicinal
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Percentual de citações
Figura 7: Categorias de uso das plantas nativas e exóticas citadas pelos informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia,
MG, Brasil.
Vale ressaltar que se considerou como
condimento; para fazer doces, geléias e
uso alimentar as plantas citadas como
bebidas; frutos comestíveis e também
13
aquelas
citadas
apenas
porque
são
rituais” apenas duas plantas foram citadas,
“saborosas”. As plantas usadas para pele e
uma para “tirar inveja” e outra “contra
cabelo foram classificadas na categoria
feitiço e mau-olhado”.
“cosméticos”. Plantas usadas para fazer
Entre a categoria medicinal, foram
cercas, cercas vivas e uma usada para
citadas 72 indicações de uso para as
“fixar nitrogênio na terra”, ou seja,
plantas exóticas e 47 indicações para as
utilizada
foram
plantas nativas do bioma Cerrado. As
categoria
principais indicações estão mostradas nas
como
adubo
enquadradas
verde,
na
“construção/solo” e para “emprego em
Figuras 8 e 9.
Gases
Dor de cabeça
Vermes
Indicação de uso
Diabetes
Uso ginecológico
Diarréia
Estômago
Dor
Calmante
Rins
Pressão alta
Feridas
Gripe
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Número de citações
Figura 8: Número de citações das principais indicações de uso das plantas exóticas da categoria “medicinais”, Martinésia,
Uberlândia, MG, Brasil.
Impotência sexual
Febre intermitente
Caroço de galinha
Indicação de uso
Feridas
Enxaqueca
Doenças venéreas
Cicatrizante
Pneumonia
Doenças de recém-nascido
Fígado
Depurativo sangue
Tosse
Rins
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Número de citações
Figura 9: Número de citações das principais indicações de uso das plantas nativas da categoria “medicinais”, Martinésia,
Uberlândia, MG, Brasil.
14
Conforme a Tabela 1, entre as plantas
(3,6%), afecções do sangue e órgãos
usadas como medicinais verificou-se que a
hematopoiéticos
maioria
de
endócrinas, nutricionais e metabólicas
aparelho
(3%); doenças do ouvido e da apófise
respiratório (22,5%), como gripe, tosse,
mastóide (1,8%); doenças do olho e anexos
bronquite, pneumonia e resfriados, seguido
(1,8%); doenças de animais (1,2%) e
pelas doenças do aparelho geniturinário
neoplasias
(12,9%), doenças infecciosas e parasitárias
doenças de acordo com o sistema orgânico
(12,3%); doenças do aparelho digestivo
foi baseada na Classificação Estatística
(11,7%); doenças da pele e do tecido
Internacional de Doenças e Problemas
subcutâneo (9,3%); doenças do sistema
Relacionados
osteomuscular e tecido conjuntivo (6,3%);
Similarmente, no estudo de Ming &
doenças do aparelho circulatório (5,1%);
Amaral Júnior (2005) houve predomínio de
doenças
plantas indicadas para as doenças do
destina-se
problemas
ao
referentes
do
sistema
tratamento
ao
nervoso
(4,5%);
transtornos mentais e comportamentais
(3,3%);
(0,9%).
à
Esta
Saúde
aparelho respiratório.
doenças
divisão
(CID,
das
2006).
15
Tabela 1: Espécies usadas como plantas medicinais e as afecções orgânicas referidas. Martinésia, Uberlândia,
MG, Brasil. Os nomes científicos estão relacionados na Tabela 2.
Categorias
Espécies
Usos
alfavaca,
Doenças do aparelho respiratório
assa-peixe-branco,
assa-peixe-roxo,
erva-cidreira, folha santa, gervão, guaco, hortelã
Gripe, tosse, pneumonia, resfriado
Uso ginecológico, ovários, rins,
Doenças do aparelho geniturinário
Doenças infecciosas e parasitárias
Doenças do aparelho digestivo
algodão, arruda, cana-de-macaco, congonha-de-
diurético, bexiga, infecção de urina,
bugre, "dos rins", panacéia, quebra-pedra
vesícula
capeva, erva-de-santa-maria, erva tustã, goiaba,
Febre, diarréia, vermes, hepatite,
jurubeba, losna, marcela
rubéola, coqueluxe
bálsamo, boldo, dente-de-leão, espinheira-santa,
Intestino, gases, dor de estômago,
losna, mentrasto, rubim
azia, gastrite, úlcera, fígado
algodão, arnica, cainca, confrei, erva-andorinha,
lobeira,
mertiolate,
negramina,
terramicina,
Doenças da pele e do tecido subcutâneo
tiborna
Cicatrizante, feridas, furúnculo
Doenças do sistema osteomuscular e tecido
catinga-de-mulata, cipó-imbé, cravo de defunto,
Dor
conjuntivo
funcho, salsa-de-paredão, tuia
reumatismo
muscular,
espasmo,
alecrim, amora, chuchu, erva-cidreira, gabiroba,
Doenças do aparelho circulatório
rosa-branca
Coração, pressão
Doenças do sistema nervoso
hortelã, mamão, melhoral, quina
Enxaqueca, labirintite
camomila,
cipó-de-são-joão,
Transtornos mentais e comportamentais
jasmim estrela, maracujina
Doenças
carobinha,
do
sangue
e
órgãos
hematopoiéticos
chapéu-de-couro,
erva-cidreira,
Calmante, depressão
ora-pro-nobis,
picão, rosa-branca
Anemia, depurativo do sangue
metabólicas
alecrim, amora, insulina, picão, salsa
Diabetes, conservar hormônios
Doenças do ouvido e da apófise mastóide
bálsamo, bolsa de pastor
Doença dos ouvidos
Doenças do olho e anexos
arruda, mama-cadela
Doença dos olhos
Doenças de animais
carobinha, mama-cadela, são-caetano
Animal pesteado, caroço de galinha
Neoplasias
cancerina, dedin, tiborna
Câncer
Doenças
endócrinas,
nutricionais
e
As partes da planta mais utilizadas
vez que não se destrói sua capacidade
foram folhas (92 espécies), seguidas de
regenerativa. Porém, é importante observar
raízes (26 espécies), flores (11 espécies),
que diferentes partes da mesma espécie
frutos (10 espécies), planta inteira (7
podem ser utilizadas de diferentes modos
espécies), ramo (7 espécies), caule (6
para a mesma afecção ou para diferentes
espécies), entrecasca (3 espécies), semente
afecções (Tabela 2).
(2 espécies), broto, casca do caule e casca
Dentre as formas de preparo, a mais
do fruto, 1 espécie cada. A folha
expressiva é o chá - infusão ou decocção
geralmente tem sido a parte da planta mais
(85 espécies) bem como para outras
utilizada em Mato Grosso (PASA et al.,
localidades (CALÁBRIA et al., 2008;
2005). A utilização desta parte vegetal traz
PASA et al., 2005). Outras formas também
menos risco para a planta explorada, uma
foram relatadas como ao natural (saladas,
16
uso direto), banhos de imersão, garrafadas,
a única forma de obtenção da planta e não
xaropes, alcoolaturas, compressas úmidas,
foi registrado nenhum tipo de cultivo.
sucos, macerado, farinha, tintura, extrato,
Dentre estas, segundo um dos informantes
cataplasma,
que a citou, a mama-cadela é muito
gargarejo
e
escalda-pés
(Tabela 2).
procurada e já é pouco encontrada nas
Em relação à procura das plantas,
proximidades da zona urbana do local
quando foi perguntado se a planta citada
deste estudo. Este informante demonstrou
era muito procurada por outros moradores
inclusive uma preocupação em relação a
da comunidade ou não, 81,3% das plantas
sua
eram muito procuradas ou tinham uma
necessidade de desenvolver atividades de
procura média, enquanto apenas 18,7%
educação ambiental naquela comunidade.
conservação,
o
que
reforça
a
eram pouco procuradas. No caso das
plantas nativas de cerrado, o extrativismo é
Tabela 2: Relação das espécies de plantas coletadas, citadas pelos entrevistados durante o levantamento etnobotânico na
comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil, com seus respectivos nomes populares (ordem alfabética), usos,
parte da planta usada, forma de uso, dosagem e registro no Herbário HUFU. Convenções: espécies nativas estão grifadas
em negrito; * indica espécies não registradas no herbário, por não apresentar material fértil.
Nome
Popular
Família
Nome científico
Zingiberaceae
Curcuma longa L.
Uso
Gripe
Açafrão
Condimento; corante de
comida
Acerola
Alecrim
Malpighiaceae
Lamiaceae
Malpighia
glabra
Gripe
L.
Comestível
Rosmarinus
Coração;
officinalis Roscoe
diabetes
Gripe;
Alfavaca
Lamiaceae
Parte
Forma
usada
uso
Folha
Infusão
2X/dia
Raiz
Ao natural
À vontade
Folha
Infusão
2X/dia
Ao natural
À vontade
doenças
Dosagem
Registro
45833
Fruto
calmante;
de
Folha
Infusão;
garrafada
45818
2X/dia
*
do
Ocimum
pulmão;
tosse,
gratissimum L.
espectorante; rouquidão;
Folha
Infusão
2 a 3X/dia
45812
Folha
Infusão
2 a 3X/dia
*
1X/dia
45872
Infusão
2X/dia
45815
Tintura
À vontade
calmante
Alfavaca
Lamiaceae
Algodão
Malvaceae
Amora
Moraceae
Anil
Fabaceae
Ocimum
selloi
Benth.
Gripe
Gossypium
Feridas;
hirsutum L.
ginecológico
Morus alba Y. B.
Conservar
Wu.
abaixar pressão; rins
Indigofera
Corante
suffruticosa Mill.
Banho
uso
hormônio;
Folha
Folha
Planta
inteira
Banho
de
imersão
45822
Planta
Banho
inteira
imersão
de
1X/dia
17
Nome
Popular
Arnica, Arnicada- horta
Família
Asteraceae
Nome científico
Uso
Solidago chilensis
Feridas
Parte
Forma
usada
uso
Folha;
caule
Meyen
Tirar friagem
Folha
Cerca; construção
Caule
Doença dos olhos
Folha
Tirar friagem
Folha
Myracrodruon
Aroeira
Anacardiaceae
urundeuva
(Allemão) Engl.
Arruda
Rutaceae
Ruta graveolens L.
Uso ginecológico
Folha
de
Dosagem
Registro
Alcoolatura
À vontade
45856
Escalda-pés
1X/dia
Ao
natural
(madeira)
Compressa
À vontade
*
1X/dia
úmida
Infusão
Banho
1X/dia
de
imersão
*
1X/dia
Duguetia
Articumrasteiro
Annonaceae
furfuraceae A. (St.
Comestível;
Hil).
saúde
Benth
&
bom
pra
Fruto
Ao natural
À vontade
45870
2X/dia
*
2X/dia
45855
Hook.
Assa-peixe
Assa-peixebranco
Assa-peixeroxo
Asteraceae
Asteraceae
Asteraceae
Azulinha
Melastomataceae
Babosa
Liliaceae
Bacupari-docampo
Hippocrateaceae
Vernonia sp.
Vernonia
ferruginea Less.
Vernonia
polyanthes Less.
Miconia
albicans
(Sw.) Triana
Aloe
Folha; flor
Tosse; pneumonia
Ramo; raiz
Pneumonia
Ramo
Xarope
2X/dia
45854
Fruto
Ao natural
À vontade
*
Controla o intestino
Folha
Farinha
1X/dia
Cabelo
Folha
Dor muscular
Folha
Cabelo; piolhos
Folha; raiz
Comestível
(para
pássaro)
arborescens
Mill.
Salacia crassiflora
(Mart.) G. Don.
Úlcera; gastrite; dor de
Bálsamo
Crassulaceae
Bálsamo-da-
Crassulaceae
xarope
Decocção;
xarope
Banho
de
imersão
Compressa
de
imersão
*
3X/semana
Suco
2X/dia
Doença dos ouvidos
Folha
Ao natural
1X/dia
Gastrite
Folha
Suco
2X/dia
A.D.C.
Doença dos ouvidos
Folha
Ao natural
1X/dia
Pterocaulon
Doenças
lanatum O. Kuntze
nascido
Vernonia
Fígado;
condensata Baker
cabeça
estômago
*
orbiculata L.
Sedum
*
2X/dia
úmida
Banho
3X/semana
Folha
Cotyledon
Bálsamojaponês/
Infusão;
Tosse; bronquite
praealtum
*
horta
Barbaçu
Asteraceae
Boldo
Asteraceae
Bolsa-depastor
Bignoniaceae
de
azia;
recém-
dor
Doenças
de
Zeyhera montana
nascido;
doença
Mart.
ouvidos
de
Aristolochia
Aristolochiaceae
esperanzae
Kuntze
O.
dos
Compor outros remédios
amargos
Folha
recém-
Estômago
Buta
Ramo
Folha; raiz
Banho
de
imersão
Infusão
Banho
imersão
de
1X/dia
45853
2X/dia
*
1X/dia
45810
Folha; raiz
Decocção
1X/dia
Raiz; folha
Extrato
---
*
18
Nome
Popular
Família
Nome científico
Uso
Rubiaceae
Chiococca
alba
(L.) Hitchc.
Raiz
Planta
Forma
uso
Doenças do pulmão
Folha; flor
Calmante; cabelo; cólica
Verbenaceae
Lantana camara L.
Camomila
Asteraceae
Matricharia
chamomilla L.
Costus
spicatus
(Jacq.) Sw.
Diarréia;
câimbra
de
sangue; rins; diurético
Gripe; hemorróidas
Cancerina/
Tiborna
Euphorbiaceae
Synadenium grantii
Lauraceae
Câncer
Lamiaceae
zeylanicum Breyn.
umbellata
amargoso
Poaceae
Capim-caboco
Poaceae
Capim-cidreira
Poaceae
Bignoniaceae
Folha
Infusão
2X/dia
*
Folha
Infusão
2X/dia
*
Raiz
Decocção
1X/dia
Ao natural
1X/dia
Ao natural
1X/dia
Folha
Casca
caule
Fazer doce
Folha
Ao natural
Digitaria insularis
febre
picada
Raiz
inseto; maleita
Feridas
Folha
sp. 1
Tirar inveja
Raiz; folha
Cymbopogon
Gripe, calmante; abaixar
citratus Stapf.
pressão
(L.) Fedde
Jacaranda sp.
caroço
Folha
venéreas;
de
galinha;
Raiz
depurativo do sangue
Catinga-de-
Controlar
mulata/
derrame
Cheirinho-de-
Lamiaceae
Hyptis sp.
Cavalinha
Equisetaceae
Chá-da-índia
Turneraceae
couro
Equisetum
giganteum L.
Turnera sp.
Echinodorus
Alismataceae
grandiflorus
Mitch.
Cucurbitaceae
Sechium edule Sw.
Depurativo do sangue;
rins
saúde
45841
Xarope;
garrafada
1X/dia
*
Compressa
úmida
2X/dia
45849
Banho
imersão
Infusão
Decocção;
garrafada
de
1X/dia
*
2 a 3X/dia
*
1X/dia
*
Infusão
2X/dia
Folha
Alcoolatura
1X/dia
Decocção
2X/dia
*
Folha
Infusão
2X/dia
45845
Folha
Infusão
2X/dia
*
Folha
Infusão
2X/dia
*
inteira
Tosse
comestível;
À vontade
Folha
Planta
Rins; repõe minerais
Abaixar
Chuchu
45861
45840
Reumatismo
mulata
Chapéu-de-
pressão;
À vontade
Decocção
Infusão
intermitente;
*
Infusão
do
Folha
Doenças
Carobinha
45831
Saboroso
Fígado;
(L.)
Miq.
Capim-
de
Ocimum sp.
Pothomorphe
Piperaceae
Baixa
2X/dia
(leite)
Gripe; tirar friagem
*
Infusão
Folha
Saboroso; comestível
Cinnamomum
doces
Capeva
1X/dia
Registro
(leite)
Hook. f.
Canelinha/
Cheiro-dos-
de
Dosagem
Folha
Feridas; verrugas
Canela
Registro
Alta
Decocção
inteira
usada
Cambará
Costaceae
banho
Parte
Uso
macaco
Decocção
Dosagem
imersão
Nome científico
Cana-de-
de
Decocção;
Cicatrizante
Família
Popular
uso
inteira
Ajuda na gestação
Nome
Forma
usada
Planta
Abortivo
Cainca
Parte
pressão;
bom
para
19
Nome
Popular
Cipó-de-sãojoão
Família
Nome científico
Depressão
(Ker-Gawler)
Confrei
Congonha-debugre
Conta-delagrima
Forma
usada
uso
Folha
de
Dosagem
Registro
Infusão
2X/dia
*
Fruto
Alcoolatura
1X/dia
*
Miers.
Araceae
Reumatismo;
bipinnatifidum
Schott ex Endlicher
Citronela
Parte
Pyrostegia venusta
Bignoniaceae
Philodendron
Cipó-imbé
Uso
Poaceae
Boraginaceae
anti-
inflamatório
Cymbopogon
Inseticida
Folha
Alcoolatura
1X/dia
nardus (L.) Rendle.
Sinusite
Folha
Infusão
2X/dia
*
Feridas
Folha
1X/dia
*
Rins
Folha; raiz
1X/dia
*
Infecção de urina; rins
Folha
Infusão
2X/dia
45860
Gripe; saboroso
Folha
Infusão
2X/dia
45859
Planta
Ao
inteira
(plantar)
Reumatismo
Flor
Alcoolatura
1X/dia
Tagetes erecta L.
Dor; reumatismo
Flor
Alcoolatura
1X/dia
45837
Dahlia
Picada
Folha; flor
Ao natural
2X/dia
45836
Ao natural
2X/dia
*
À vontade
45852
Symphytum
officinale L.
Rudgea
Rubiaceae
viburnioides
(Cham.) Benth.
Poaceae
Coix lacryma-jobi
L.
Banho
de
imersão
Decocção;
garrafada
Syzygium
Cravo
Myrtaceae
aromaticum
(L.)
Merril & Perry
Cravo-dedefunto/ Cravo-
Repelente
Asteraceae
Tagetes patula L.
da-Índia 1
natural
--45838
Cravo-dedefunto/ Cravo-
Asteraceae
da-Índia 2
Dália
Asteraceae
Dedin
Euphorbiaceae
Dente-de-leão
Asteraceae
Dipirona
Amaranthaceae
pinnata
de
inseto;
Cav.
queimadura de taturana
Euphorbia sp.
Câncer
Taraxacum
officinale L.
Folha
(leite)
Ao
natural
Azia
Folha
Dor
Folha
Infusão
2X/dia
45848
Rins
Folha
Infusão
2X/dia
*
Ao natural
2X/dia
45829
Ao natural
2X/dia
45827
Infusão
2 a 3X/dia
45832
(salada)
Alternanthera
brasiliana (L.) O.
Kuntze
“dos rins”
Ervaandorinha 1
Ervaandorinha 2
Erva-cidreirade-folha
Erva-de-santamaria
Vitaceae
Euphorbiaceae
Cissus sp.
Chamaesyce hirta
(L.) Millsp.
Folha
Feridas
(leite)
Chamaesyce
Euphorbiaceae
hyssopifolia
(L.)
Folha
Feridas
(leite)
Small
Verbenaceae
Chenopodiaceae
Lippia alba (Mill.)
N. E. Br.
Gripe; dor de cabeça;
calmante;
abaixar
Chenopodium
Feridas
Folha
ambrosioides L.
Vermes
Fígado;
Erva-tustã
Nyctaginaceae
Folha
pressão; saboroso
Boerhavia
L.
diffusa
intermitente;
inseto;
suspensão
Folha
febre
picada
maleita;
Compressa
úmida
Infusão
2X/dia
45862
2X/dia
Decocção;
Folha; raiz
xarope;
garrafada
1X/dia
*
20
Nome
Popular
Parte
Forma
usada
uso
Família
Nome científico
Uso
Dosagem
Registro
Lamiaceae
Mentha sp.
Azia; dor
Folha; raiz
2X/dia
45842
Rins
Entrecasca
Infusão
2X/dia
*
Pneumonia
Raiz
Decocção
1X/dia
45869
Planta
Ao
inteira
(plantar)
---
45811
Comestível
Fruto
Ao natural
À vontade
45814
Gripe; dor de cabeça
Folha
2X/dia
*
45813
Espinheira/
Espinheirasanta
Esporão
Ulmaceae
Fedegoso
Caesalpiniaceae
Feijão-guandú
Fabaceae
Fhisales
Solanaceae
Folha-santa
Crassulaceae
Celtis
iguanae
(Jacq.) Sarg.
Senna occidentalis
(L.) Link
Cajanus cajan (L.)
Millsp.
Physalis
angulata
L.
Fixa nitrogênio na terra
Bryophyllum
pinnatum
(Lam.)
Oken
Funcho
Apiaceae
Gariroba
Arecaceae
Foeniculum
Espasmo;
vulgare Mill.
ventre; gases; comestível
prisão
Controlar
Gengibre
Gervão 1
Zingiberaceae
Verbenaceae
Syagrus
oleracea
(Mart.) Becc.
de
pressão;
cicatrizante
garrafada
natural
Infusão;
xarope
Infusão
2 a 3X/dia
Fruto
Ao natural
À vontade
Raiz
Garrafada
1X/dia
Garrafada
1X/dia
Decocção
2X/dia
Hepatite B
Flor
Folha; raiz
Zingiber officinale
coqueluxe
(rizoma)
Roscoe
Condimento;
fazer
Decocção;
Folha
Gripe; resfriado; tosse;
Stachytarpheta sp.
de
Raiz
*
45834
Ao natural
À vontade
Folha
Infusão
2X/dia
*
Gripe
Folha
Infusão
2X/dia
*
Dor de cabeça
Folha
Infusão
2X/dia
45857
Diarréia
Broto
Infusão
2 a 3X/dia
*
Gripe; tosse
Folha
Xarope
2X/dia
*
*
bebidas (licor, quentão)
(rizoma)
Gripe
Stachytarpheta
Gervão 2
Verbenaceae
cayennensis (Rich)
Vahl
Ginsengbrasileiro
Goiaba
Tithonia
Asteraceae
(Hemsl.) A. Gray.
Myrtaceae
Guaco 1
Asteraceae
Guaco 2
Vitaceae
Guiné
diversifolia
Phytolacaceae
Psidium guajava L.
Mikania glomerata
Spreng
sp.2
Petiveria
alliacea
L.
Bronquite
Folha
Xarope
2X/dia
Gripe; dor
Folha
Infusão
2X/dia
Contra feitiço e mauolhado
Hortelã
Hortelã-dafolha-grande
Lamiaceae
Mentha x villosa
Huds.
Folha
Ao natural (na
orelha)
45868
---
Gripe; labirintite; vermes
Folha
Infusão
2 a 3X/dia
*
Vermes
Folha
Infusão
2 a 3X/dia
*
Gripe
Ramo
Infusão
2 a 3X/dia
*
Ramo
Infusão
1X/dia
45850
Folha
Infusão
2X/dia
*
Plectranthus
Lamiaceae
amboinicus (Lour.)
Spreng
Hortelã-pimenta
Lamiaceae
Imbaúba
Cecropiaceae
Plectranthus sp.
Cecropia
pachystachya
Trécul
Gripe;
pulmão
doenças
do
Cissus verticillata
Insulina
Vitaceae
(L.) Nicholson &
C. E. Jarvis
Diabetes
21
Nome
Popular
Família
Jaborandi
Piperaceae
Jasmim-estrela
Caprifoliaceae
Junco
Cyperaceae
Nome científico
Parte
Forma
usada
uso
Dor; pele; cabelo
Folha
Calmante
Flor
Doenças dos ossos
Caule
Uso
Piper marginatum
Jacq.
Lonicera japonica
Thunb. ex Murray
Scirpus
californicus (C. A.
Meyer) Steud.
Fígado;
Jurubeba/
Jurubeba-do-
Solanaceae
campo
Lírio-de-sãojosé
Lobeira
intermitente;
paniculatum L.
inseto;
picada
maleita;
Dosagem
Registro
Infusão
2X/dia
*
Infusão
2X/dia
*
1 a 2X/dia
*
1 a 2X/dia
45826
Ao natural
À vontade
*
Decocção;
garrafada
Decocção;
Raiz
xarope;
garrafada
condimento
Alpinia speciosa (J.
Zingiberaceae
C.
Wendl.)
K.
Condimento
Raiz
Schum.
Solanaceae
Losna
Asteraceae
Malva
Malvaceae
Solanum
Diabetes
Fruto
Polvilho
2X/dia
lycocarpum A. St.
Furunco
Folha
Cataplasma
2X/dia
Hil.
Espectorante
Flor
Xarope
2X/dia
Artemisia
Estômago; azia; diarréia;
absinthium L.
vesícula; pele
Malva sylvestris L.
Falta de ar
Doença
Moraceae
dos
Folha
Macerado;
infusão
45864
2 a 3X/dia
*
Folha
Infusão
2X/dia
45817
Raiz
Garrafada
1 a 2X/dia
45820
olhos;
depurativo do sangue;
Brosimum
Mama-cadela
febre
Solanum
de
rubéola;
gaudichaudii
doenças
venéreas;
Trécul
caroço
galinha;
de
infecção;
comestível
Mamão
Caricaceae
Mandacaru
Cactaceae
Mandioca
Euphorbiaceae
Manga
Anacardiaceae
Manjericão
Lamiaceae
Manjericãoroxo
Maracujina
Marcela/
Marcelinha
Melhoral/
Boldo
Melissa
Lamiaceae
Passifloraceae
Asteraceae
Lamiaceae
Verbenaceae
Carica papaya L.
Folha
Infusão
2X/dia
Gripe
Flor
Xarope
2X/dia
Entrecasca
Decocção
1 a 2X/dia
*
Comestível
Raiz
Ao natural
À vontade
*
Doenças do pulmão
Folha
1X/dia
*
Rins; infecção de urina;
sp.3
bexiga; diabetes
Manihot esculenta
Crantz.
Mangifera
Labirintite; fígado
indica
L.
Ocimum
Doenças
Bignoniaceae
coração;
de
imersão
Folha
Infusão
2X/dia
Condimento
Folha
Ao natural
À vontade
Condimento
Folha
Ao natural
À vontade
45843
Calmante
Folha
Infusão
2 a 3X/dia
*
Anthemis cotula L.
Diarréia
Ramo
Infusão
2X/dia
*
Plectranthus
Dor; ressaca; labirintite;
barbatus Andrews
estômago
Folha
Infusão
2X/dia
*
Lippia sp.
Abaixar pressão
Folha
Infusão
2X/dia
*
Folha
Infusão
2X/dia
americanum L.
Ocimum basilicum
L. var. roxa
Passiflora
caerulea L.
abaixar pressão; dor
Doenças
Memora/ ceno
do
Banho
45858
Memora
de
recém-
nascido; prisão de ventre
45844
campicola Pilger
Banho
45867
Folha
Banho
imersão
de
1X/dia
22
Nome
Família
Popular
Mentrasto
Asteraceae
Mertiolate
Euphorbiaceae
Negramina
Monimiaceae
Novalgina
Lamiaceae
Ora-pro-nobis
Cactaceae
Orégano/ Oréga
Orelha-deonça
Panacéia
Lamiaceae
Malpighiaceae
Solanaceae
Penicilina/
Terramicina
Amaranthaceae
Pequi
Caryocaraceae
Perpétua-roxa
Amaranthaceae
Picão/
Picão-
de-cipó/
Asteraceae
Insulina
Pimenta-cumari
Pimenta-doreino
Solanaceae
Piperaceae
Quebra-pedra
Euphorbiaceae
Quina
Loganiaceae
Rosaceae
de
Estômago; gases; cólica;
Planta
conyzoides L.
tirar friagem
inteira
Manihot sp.
Cicatrizante
Siparuna
Dor; feridas; erizipela;
guianensis Aubl.
desentortar; cicatrizante
sp.4
Dor de cabeça; febre
Folha
Anemia
Folha
Uso ginecológico
Folha
Condimento
Folha
Ao natural
À vontade
Banisteriopsis sp.
Doenças venéreas
Folha
Infusão
1X/dia
*
Solanum cernuum
Rins;
Vell.
estômago
Folha
Infusão
2X/dia
45865
Macerado
2X/dia
Pereskia
aculeata
(Plum.) Mill.
Origanum vulgare
Folha
(leite)
Pfaffia
glomerata
(Spreng.) Pedersen
diurético;
Antibiótico para animais
Feridas
Comestível;
brasiliense L.
saúde
Gomphrena
Rouquidão; doenças das
globosa L.
cordas vocais; tosse
Bidens
gardneri
Baker
bom
Hepatite;
diabetes;
pra
de
2X/dia
45851
Ao natural
1X/dia
45830
1X/dia
*
2X/dia
*
À vontade
45824
Ao
de
natural
(salada)
Banho
de
imersão
Folha
Ao natural
Infusão;
Folha
*
1X/dia
úmida
Fruto
1X/dia
*
Compressa
xarope
À vontade
*
2X/dia
45823
1 a 2X/dia
45835
Infusão; suco;
Folha
banho
recém-nascido
Capsicum
Decocção
Infusão
anemia;
doenças
Registro
imersão
Folha
Caryocar
Dosagem
Banho
Folha
L.
de
imersão
Condimento
Semente
Ao natural
À vontade
45863
Piper nigrum L.
Condimento
Semente
Ao natural
À vontade
45819
Phyllanthus
Rins; diurético; dor nas
Raiz; caule;
tenellus Roxb.
cadeiras
folha
Decocção
2 a 3X/dia
45828
2X/dia
*
2 a 3X/dia
*
45846
frutescens L.
pseudoquina A. St.
Enxaqueca
Punica
granatum
L.
Garganta
Rosa centifolia L.
Raiz;
Decocção;
entrecasca
garrafada
Casca
Gargarejo
do
fruto
Furunco;
Rosa-branca
uso
Ageratum
Hil.
Punicaceae
Forma
usada
Uso
Strychnos
Romã
Parte
Nome científico
coração;
depurativo do sangue;
doenças do sangue; uso
Flor
Infusão
2 a 3X/dia
Folha
Infusão
2X/dia
ginecológico; pele
Gripe; dor
Rubim
Apiaceae
Centella asiatica L.
Dor de estômago; cólica
menstrual; vermífugo
Sabugueiro
Caprifoliaceae
Sambucus australis
Gripe; abaixar pressão;
Cahm. & Schltdl.
intestino preso
Petroselinum
Salsa/ Salsinha
Apiaceae
crispum
AW. Hill.
Miller
Fortalece
ovários,
conservar
hormônios;
Folha
Folha
Raiz
infecção
Condimento
Folha
Macerado;
infusão
Infusão
Decocção;
garrafada
Ao natural
*
2X/dia
2X/dia
1 a 2X/dia
À vontade
45825
45839
23
Nome
Popular
Salsa-deparedão
Família
Nome científico
Uso
Araceae
sp.5
Reumatismo
Febre;
São-caetano
Cucurbitaceae
colesterol;
charantia L.
pesteado
animal
Comestível
Sarampo
Rubiaceae
Doenças
brasiliensis
de
recém-
nascido
Wernhm
Eupatorium
Sete
Asteraceae
maximilianii
encruzilha-da
Sobe-e-desce
Justicia sp.
Taioba
Araceae
Tanchagem
Plantaginaceae
Tuia
antiquorum Schott.
Cupressaceae
Intestino; barriga d´água
Gripe;
dor;
infecção;
Lam.
garganta; úlcera; feridas
Verrugas; reumatismo
L.
Vinagreira
Zínia
Fabaceae
Hibiscus sabdariffa
Malvaceae
L.
Zinnia
Asteraceae
3.3.
Índices
Impotência sexual
sp.6
2X/dia
*
Folha
Infusão
2X/dia
Fruto
Ao natural
À vontade
Folha; raiz
geléia,
bebidas
Folha
Banho
de
45871
1X/dia
*
Decocção
1X/dia
*
Infusão
1X/dia
45847
À vontade
*
2 a 3X/dia
45866
imersão
Ao
natural
(refogada)
Suco, infusão,
Folha
ao
natural
(salada)
Planta
Compressa
úmida
2X/dia
*
Ao natural
---
Raiz
Decocção
1X/dia
*
Fruto
Ao natural
À vontade
45816
Flor
Infusão
2X/dia
45821
inteira
fazer
(licor);
fazer
vinagre
elegans
Jacq.
de
Fazer
Decocção
Folha
Ornamental, cerca viva
Vergateza
Registro
Folha
Plantago australis
Thuja occidentalis
Caule
de
Dosagem
caule; raiz
Impotência sexual
Colocasia
uso
Ramo;
Cólica
Schrad.
Acanthaceae
Forma
usada
diabetes;
Momordica
Sabicea
Parte
Diversidade
Depressão
e
Equitabilidade
(2006) para a região de Ingaí, Minas
Gerais (H= 4,84).
O índice de equitabilidade de Pielou
O índice de diversidade de Shannon
para todas as plantas (nativas e exóticas)
para uso das espécies foi de H’= 4,70. Esse
foi de J’= 0,96, o que é considerado alto e
valor pode ser considerado alto e sugere
mostra que não há dominância no uso de
que a população utiliza muitas espécies de
apenas algumas espécies. Considerando-se
plantas, considerando-se tanto as espécies
apenas as plantas nativas, este índice foi
nativas quanto as exóticas. Se, no entanto,
baixo (J’= 0,48), quando comparado ao de
considerarmos apenas as espécies nativas
outra comunidade de Minas Gerais, na
de cerrado este índice de diversidade cai
região de Ingaí (J= 0,95) (BOTREL et al.,
para H’= 2,33, um valor muito baixo se
2006). Assim, podemos concluir que os
comparado ao encontrado por Botrel et al.
24
elementos da flora local são pouco
da flora nativa a fim de promover sua
utilizados pela comunidade de Martinésia.
valorização e indiretamente a conservação.
Em relação ao valor de uso (VU), a
categoria medicinal foi o componente mais
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
importante para a comunidade (VU=
19,65), seguida da alimentar (VU= 2,47),
ALBUQUERQUE, U. P. Introdução à
cosmético (VU= 0,71), construção/solo
etnobotânica. Recife: Bagaço, 2002. 87p.
(VU= 0,35), inseticida (VU= 0,24), corante
têxtil ou alimentar (VU= 0,24), emprego
ALBUQUERQUE, U. P de & ANDRADE,
em rituais (VU= 0,12) e ornamental (VU=
L.
0,06). Isto mostra mais uma vez a
tradicional e conservação em uma área de
importância das plantas medicinais para a
caatinga
comunidade estudada. A categoria de uso
(Nordeste do Brasil). Acta Botanica
medicinal também foi uma das mais
Brasílica. 2002a. 16(3): 273-285.
H.
C.
no
Conhecimento
Estado
de
botânico
Pernambuco
importantes no estudo de Ferraz et al.
(2006) realizado na caatinga, e no estudo
ALBUQUERQUE, U. P de & ANDRADE,
de Pasa et al. (2005) em cerrado no Mato
L. H. C. Uso de recursos vegetais da
Grosso.
caatinga: o caso do agreste do Estado de
Pernambuco
4. CONCLUSÃO
(Nordeste
do
Brasil).
Interciência. 2002b. 27(7): 336-345.
A partir dos dados apresentados, pode-
ALMEIDA, S. P.; PROENÇA, C. E. B.;
se concluir que o conhecimento dos
SANO, S. M. & RIBEIRO, J. F. Cerrado:
moradores da zona urbana do distrito de
espécies vegetais úteis. Planaltina, DF:
Martinésia sobre a flora nativa é muito
EMBRAPA-CPAC, 1998. 464p.
restrito e a maioria dos informantes utiliza
plantas exóticas e/ou cultivadas como
ARAÚJO, F. D. Etnobotânica e botânica
medicinais. Concluiu-se também que este
econômica: progressos nos últimos anos.
conhecimento está nas mãos de pessoas
In:
mais idosas, o que torna necessário
Etnobotânica, bases para a conservação.
desenvolver junto a esta comunidade
I Workshop Brasileiro de Etnobotânica e
atividades de educação ambiental voltadas
Botânica Econômica. Nova Friburgo, RJ:
para o conhecimento do potencial de uso
EDUR, 1998. p. 1-8.
Fonseca
et
al.
(Organizadores),
25
BARBOSA, J. M. Análise etnobotânica
BOTREL, R. T.; RODRIGUES, L. A.;
de plantas medicinais em comunidades
GOMES, L. J.; CARVALHO, D. A. de &
do Município de Uberlândia, MG.
FONTES, M. A. L. Uso da vegetação
Monografia (bacharelado) – Universidade
nativa pela população local no município
Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2004,
de Ingaí, MG, Brasil. Acta Botanica
35p.
Brasílica, 2006. 20(1): 143-156.
BARROS, M. A. G. Avaliação da ação
BRANDÃO, M. G. L.; MOREIRA, R. A.
antrópica sobre as plantas do cerrado com
& ACÚRCIO, F. A. Nossos fitoterápicos
potencial econômico. Contribuição ao
de cada dia. Ciência Hoje, 2001. 30(175):
conhecimento ecológico do Cerrado.
56-58.
Brasília:
Universidade
de
Brasília,
Departamento de Ecologia, 1997. p: 257-
BRITO, A. R. M. S. & BRITO, A. A. S.
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terapêutica
popular
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Cerrado:
ecologia
e
caracterização.
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Classificação
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VALE,
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Potencial
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sustentável
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metodológicos
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em
das
botânica
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Etnobotânica,
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W.
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das
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RAMOS, A. E. In: SALLES et al. Horto
Sociedade & Natureza. 1991. 3: 91-108.
medicinal do cerrado. 2 ed. Brasilia: JBB,
1997. p: 1-3.
SOUZA, C. D. & FELFILI, J. M. Uso de
plantas medicinais na região de Alto
RIBEIRO, J. F. & WALTER, B. M. T. As
Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta
matas de galeria no contexto do bioma
Botânica Brasílica. 2006. 20(1): 135-142.
Cerrado In: Ribeiro, J. F.; Fonseca, C. E.
L. da & Souza-Silva, J. C., editores.
ZANINI, E. Plantas medicinais do bairro
Cerrado: caracterização e recuperação
Pacaembu, Uberlândia, MG, e em duas
de Matas de Galeria. Planaltina, DF:
áreas
EMBRAPA CERRADOS, 2001 p: 29-47.
Fazenda Nova Santo Inácio Ranchinho,
Campo
RODRIGUES,
V.E.G.;
de
cerrado,
Florido,
e
localizadas
na
cidade
na
de
CARVALHO,
Araguari, MG. Monografia (Bacharelado)
D.A. Plantas Medicinais no Domínio dos
- Universidade Federal de Uberlândia,
Cerrados. Lavras/MG. Editora UFLA.
1994. 55p.
2001. 180p.
ZAR, J.H. Biostatistical analysis. 4 ed.
RODRIGUES, A. C. C. & GUEDES, M.
L. S. Utilização de plantas medicinais no
Prentice Hall, Upper Saddle River, 1999.
29
ANEXOS
ANEXO I
FICHA DE CADASTRO
Idade: _________________
N°: _____________
Sexo: ___________________
Estado Civil: _____________
Endereço: _________________________________________________________
Profissão: _________________________________________________________
Horário de disponibilidade: _______________________________________
OBS: ____________________________________________________________
ANEXO II
FICHA DE INFORMAÇÕES – Questionário Semi-Estruturado
IDENTIFICAÇÃO DO INFORMANTE
Nº___________
Idade:
Profissão:
Endereço:
Município:
Estado:
Em caso de uso medicinal, responder às questões abaixo:
1. Como se autodenomina na profissão (raizeiro, curandeiro, benzedeiro, outro)?
2. Há quanto tempo manipula plantas medicinais?
3. Como e com quem aprendeu a preparar medicamentos a partir das plantas
30
ANEXO III
FICHA DE INFORMAÇÕES – Questionário Estruturado
1. INFORMANTE N.º: ________
2. ESPÉCIE:
Nome Popular:
Nome Científico:
Família:
Data da coleta:
Parte da planta utilizada:
3. INDICAÇÕES DE USO
4. DOSAGEM
5. PREPARO
6. OBSERVAÇÃO
7. PROCURA
Muita
Moderada
Pouca
ANEXO IV – TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu ____________________aceito participar da pesquisa sobre plantas medicinais do
Cerrado, no município de Uberlândia, MG, sob a responsabilidade da aluna Adriana de
Assis Damasceno, e orientação da Profª. Dra. Ana Angélica Almeida Barbosa, Profª. Dra.
Lúcia de Fátima Estevinho Guido, Prof. Dr. Hudson Armando Canabrava e Dra. Adriana
Assis Arantes. Minha participação será inteiramente livre e por minha vontade. Fui
esclarecido que responderei a uma entrevista. Minha identidade será preservada, isto é,
meu nome não será divulgado e caso seja necessário poderei interromper a entrevista a
qualquer momento.
Uberlândia, _________________ (data)
Assinatura do entrevistado ________________________________________________
Assinatura do entrevistador _______________________________________________
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