1 LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS DO BIOMA CERRADO NA COMUNIDADE DE MARTINÉSIA, UBERLÂNDIA, MG. ADRIANA DE ASSIS DAMASCENO1, ANA ANGÉLICA ALMEIDA BARBOSA2. RESUMO Embora o bioma Cerrado apresente uma flora com alta diversidade, o conhecimento do uso popular de suas espécies ainda é escasso e restrito aos costumes locais. O objetivo deste trabalho foi investigar as plantas conhecidas e/ou utilizadas por informantes residentes na zona urbana do distrito de Martinésia, Uberlândia, MG. A avaliação foi feita por meio de entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, com posterior coleta das plantas indicadas pelos informantes. Foram entrevistadas 17 pessoas, sendo 64,7% do sexo feminino. A idade média foi 58,6 anos para os homens e 65,6 para as mulheres. Foram listadas 133 espécies pertencentes a 54 famílias de Angiospermas. Do total de espécies apenas 29,3% são nativas e as restantes exóticas. A família predominante foi Asteraceae com 50 registros e a espécie mais citada foi Ocimum gratissimum L. (alfavaca), com 10 citações. Foram listadas oito categorias de uso: medicinal, construção/solo, cosmético, alimentar, inseticida, corante, ornamental e emprego em rituais. A indicação predominante foi para uso medicinal, principalmente para doenças do aparelho respiratório. A parte da planta mais usada foi a folha e a forma de preparo predominante o chá. O conhecimento da flora nativa pelos moradores da zona urbana é muito restrito e a maioria dos informantes utiliza plantas exóticas especialmente na categoria de plantas medicinais. Palavras-chave: etnobotânica, plantas medicinais, Cerrado, recursos vegetais. 1 Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Rua Ceará, snº, bloco 2D, Umuarama, Uberlândia, MG, Brasil. CEP: 38405-240, [email protected] – Bolsista FAPEMIG. 2 Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Rua Ceará, s/nº, bloco 2D, Umuarama, Uberlândia, MG. CEP: 38405-240. 2 2005; PRANCE, 1987). Além disso, esses 1. INTRODUÇÃO dados permitem identificar a existência de A etnobotânica analisa, estuda e algum tipo de interpreta a história e a relação das plantas biodiversidade nas sociedades antigas e atuais, abordando ANDRADE, 2002b). as formas como diferentes grupos humanos As impacto sobre (ALBUQUERQUE propostas e implicações a & da interagem com a vegetação (PRANCE, etnobotânica 1987). Tem grande importância para as situações de desenvolvimento científico no populações regionais no que toca à campo das plantas medicinais, alimentares exploração e manejo de recursos para e industriais (ALBUQUERQUE, 2002). A obtenção e grande variedade de substâncias que as matérias-primas, geralmente relacionados plantas produzem é importante como fonte com a sobrevivência (FERRO, 2006). Ela de novos produtos especialmente no campo vai além da investigação botânica, uma vez da fitoquímica e farmacologia (FERRO, que sua meta se concentra em torno de um 2006). Pesquisas nesta área têm sido cada ponto fundamental que é a significação ou vez mais direcionadas para uma dada o valor cultural dos elementos da flora em espécie em particular, baseando-se em usos determinada comunidade humana (PASA locais juntamente com análises econômicas et al., 2005; SOUZA & FELFILI, 2006). e/ou ecológicas, particularmente no tocante de remédios, alimentos Para Albuquerque & Andrade (2002a), a alimentação possibilitam e plantas múltiplas medicinais os estudos etnobotânicos indicam que a (ARAÚJO, 1998). Entretanto, um dos estrutura de comunidades vegetais e aspectos etnobotânicos menos estudados é paisagens é sempre afetada pelas pessoas, o conhecimento do povo local e de tanto comunidades rurais (ARAÚJO, 1998). sob aspectos negativos quanto positivos, como por exemplo, beneficiando No Brasil, o uso de plantas medicinais e promovendo os recursos manejados. Nos está muito ligado à cultura indígena. Mas a últimos anos tem aumentado o interesse influência européia é inegável, visto a por estudos etnobotânicos com abordagem grande quantidade de plantas introduzidas mais ampla, em geral multidisciplinar, em em nossas hortas e largamente utilizadas relação à valorização dos elementos da não somente como medicamento, mas biodiversidade dos ecossistemas naturais também como ervas aromáticas (GRANDI (ARAÚJO, 1998; MOUSSA et al., 1998; et al., 1989). PADOCH & JONG, 1990; PASA et al., 3 As investigações etnobotânicas na últimas décadas (queimada, atividades região do bioma Cerrado são ainda agropecuárias, expansão das cidades, etc.) escassas. Ramos (1997) publicou uma (DIAS, 1990). Devido a esta riqueza e à listagem de espécies do Cerrado com uso ameaça a sua biodiversidade o bioma está medicinal, porque tem sido a categoria de listado como um dos 25 “hotspots” uso mais estudada no bioma (BARROS, mundiais 1997), embora existam outros estudos biodiversidade (FELFILI et al., 2004). Este incluindo outras categorias (ALMEIDA et fato justifica a necessidade de se proceder al., 1998; FELFILI et al., 2004). à amostragem e catalogação de uso de suas O Cerrado é o segundo para conservação da mais espécies, especialmente daquelas que de importante bioma do Brasil, com uma área alguma maneira já são utilizadas pelas de mais de 2.000.000 km2 com formações comunidades regionais. florestais, savânicas e campestres, cada No município de Uberlândia existem qual com diferentes tipos fitofisionômicos, apenas dois levantamentos etnobotânicos e totalizando 11 tipos principais segundo a ambos com enfoque no uso de plantas classificação de Ribeiro & Walter (2001). medicinais (ZANINI, 1994; BARBOSA, O Cerrado é reconhecido como a savana mais rica do mundo 2004) e há uma carência deste tipo de em estudo na região, especialmente se forem biodiversidade (DIAS, 1990), com o consideradas as demais categorias de uso número estimado de 10.000 espécies de das plantas do ecossistema. plantas superiores (MENDONÇA et al., 1998). Essa manifesta-se levantamento etnobotânico de espécies também na grande quantidade de espécies vegetais na zona urbana do distrito de potencialmente econômicas que inclui as Martinésia, no município de Uberlândia, alimentícias, MG, abrangendo várias categorias de uso. forrageiras, diversidade O objetivo geral do estudo foi fazer o medicinais, apícolas, ornamentais, de Dessa forma pretendeu-se avaliar como as madeira, cortiça, fibras, óleo, tanino, pessoas se relacionam no cotidiano com as material para artesanato e outros bens, plantas evidenciando investigada. sua produtoras importância no desenvolvimento regional (FELFILI et al., 2004). A conservação do bioma Cerrado está encontradas na comunidade Como objetivos específicos foram propostos: 9 Realizar a identificação sob forte ameaça devido aos vários tipos de taxonômica das plantas citadas pelos pressão antrópica a que está sujeito nas informantes da comunidade; 4 9 Identificar os usos populares das plantas citadas; Maria (Figura 9 Identificar o perfil dos conhecedores de plantas da comunidade; do 1). Miraporanga A sede do e Martinésia distrito de Martinésia, onde este estudo foi realizado, localiza-se a 32 km a noroeste da sede da 9 Avaliar o valor de uso das espécies cidade de Uberlândia e apresenta uma área de 562 km2. Trata-se de um distrito rural citadas no levantamento. que apresenta uma população de 363 habitantes na zona urbana e 596 nas 2. MATERIAL E MÉTODOS fazendas e sítios da região (zona rural) (BDI, Volume 1, 2004). 2.1. Área de estudo O município de Uberlândia localiza-se na região sudoeste do Estado de Minas Gerais, conhecido como Triângulo Mineiro, entre as coordenadas geográficas de 18º55’23” de latitude sul e 48º17’19” de longitude oeste de Greenwich e a uma altitude de 865m. O clima se caracteriza pela alternância de invernos secos e frios e verões chuvosos e quentes (ROSA et. al., 1991). Segundo dados do IBGE (2006), a estimativa da população de Uberlândia para o ano de 2005 foi de aproximadamente 585.262 habitantes. Além Uberlândia da sede possui do quatro 2.2. Período de Estudo município, distritos: Tapuirama, Cruzeiro dos Peixotos, Santa O trabalho foi desenvolvido no período de janeiro de 2006 a janeiro de 2007. 5 Figura 1: Mapa do Município de Uberlândia com a localização dos distritos, Uberlândia, 2003. Escola Municipal e ao Clube de Mães. 2.3. Procedimentos Após esta discussão os representantes Primeiramente a intenção da pesquisa manifestaram interesse na realização do foi apresentada junto aos representantes da trabalho comunidade em uma reunião previamente procederam às indicações dos moradores agendada com o Conselho Comunitário do conhecedores de plantas. proposto e em seguida distrito, realizada em 30/01/2006. A Após indicação, foi feito o cadastro dos intenção da pesquisa e o projeto foram moradores (anexo I) e, posteriormente, devidamente apresentados pela equipe ao realizadas entrevistas estruturada e semi- Conselho. O Conselho colocou para a estruturada (anexos II e III) com os equipe alguns pontos sobre o projeto, informantes indicados, com o objetivo de inclusive questionando a contrapartida para identificar o perfil dos entrevistados, quais a e espécies eram utilizadas, sua forma de coordenadora do projeto explicou quais utilização e finalidade de uso. Estes atividades seriam desenvolvidas e quais os moradores entrevistados assinaram um resultados esperados ao final de sua termo de consentimento, conforme anexo realização. Dentre estes, citou o trabalho IV, concordando em participar da pesquisa. de educação ambiental previsto junto à À medida que as entrevistas foram comunidade. A orientadora 6 realizadas, os faziam H’= -Σpi . lnpi indicações de novas pessoas que poderiam onde: pi = ni/N colaborar ln = logaritmo na base natural com entrevistados o trabalho. Após a entrevista com cada informante, foi feita a ni = nº. de indivíduos da espécie i coleta das plantas, com o auxílio destes e, N = nº. total de indivíduos amostrados em seguida, a herborização conforme A metodologia usual. A identificação das equitabilidade de Pielou foi calculada pela seguinte fórmula: espécies coletadas foi feita diretamente no J’= H’/H max campo e/ou através de comparação com onde Hmax é ln (logaritmo na base espécimes depositados no acervo e na natural) do número de espécies. coleção de plantas úteis do Herbarium O índice de diversidade de Shannon Uberlandense, da Universidade Federal de permite que se verifique o quanto da Uberlândia de diversidade local é usada pela população e literatura a equitabilidade de Pielou avalia a especializada (DURIGAN et. al., 2004; existência ou não de dominância no uso de LORENZI, algumas espécies. identificação, (HUFU), consulta 1998; chaves à LORENZI, 2000; LORENZI & SOUZA, 2001; LORENZI & O valor de uso estimado para cada MATOS, 2002; PIO-CORRÊA, 1926- espécie 1975) e aos especialistas em cada grupo comunidade foi estimado pela fórmula taxonômico Naoki (abaixo) adaptada de Phillips & Gentry Nakajima – Asteraceae; Dra. Adriana (1993), entrevistando-se uma única vez Assis Arantes – Myrtaceae e Profª. Dra. cada informante: (Prof. Dr. Jimi Rosana Romero – Melastomataceae). O sistema de classificação botânica adotado foi o de Cronquist (1988). dados e as análises estatísticas. Para avaliar a diversidade de uso e de espécies citadas foram utilizados os índices de diversidade de Shannon (H’) e de equitabilidade de Pielou (BEGOSSI, 1996, 1998; ZAR, cálculos: empregando-se pelos informantes da VUs = Σ Usi n onde, VUs = Valor de uso da espécie s; Usi = número de usos mencionados por Em seguida, foi feito o tabelamento dos 1999), citada os seguintes cada informante para a espécie s; e n = número total de informantes. Neste estudo, foram consideradas duas categorias de plantas: nativas e exóticas. As primeiras são as plantas nativas do bioma Cerrado e as últimas são as plantas oriundas de outros biomas ou, até mesmo, 7 de outros países, podendo ser invasoras ou não. A maior parte dos entrevistados do sexo masculino se encontrava casada (5), o restante (1), solteiro. Dentre as mulheres, cinco eram casadas, quatro viúvas, uma 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO solteira e uma divorciada (Figura 2). 3.1. Perfil dos entrevistados Foram entrevistadas 17 pessoas, sendo seis homens e 11 mulheres. Este “n” foi baixo porque não havia muitos moradores Número de pessoas 6 5 4 Sexo masculino 3 Sexo feminino 2 1 0 conhecedores de plantas na comunidade (zona urbana). mulheres A também predominância foi registrada Casado Viúvo Divorciado Estado civil de em Solteiro Figura 2: Estado civil dos entrevistados na comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Indianópolis, outro município de Minas Gerais (CALÁBRIA et al., 2008). Entretanto a predominância de mulheres não é necessariamente uma regra (RODRIGUES & CARVALHO, 2001). A idade dos homens entrevistados variou de 47 a 78 anos, sendo a idade média de 58,6 anos, enquanto que dentre as Dos homens entrevistados, três eram trabalhadores rurais (lavradores) e os outros três se dividiam entre vigia, motorista e trabalhador industrial. Das mulheres entrevistadas, sete eram “do lar”, três eram aposentadas e uma era servidora pública. mulheres a idade variou de 45 a 83 anos, sendo a média de 65,6 anos. O predomínio de pessoas de idade mais avançada no presente estudo é uma demonstração de que o conhecimento sobre plantas tem se perdido com o passar das gerações. Em estudos similares realizados em outros biomas, por exemplo, na caatinga, a faixa etária tem sido superior a 50 anos (LISBOA et al., 2006) e o conhecimento não vem se transmitindo para os mais jovens (BOTREL et al., 2006). Em relação à autodenominação dos entrevistados em relação a sua utilização das plantas, foram seguintes categorias: benzedeira (23,5%), raizeira, identificadas as benzedor ou raizeira curandeira simultaneamente e (5,9%). (5,9%), benzedeira No entanto, prevaleceram aqueles que não informaram uma autodenominação (64,7%), apenas diziam que conheciam algumas plantas (Figura 3). Este dado pode ser associado ao fato de que, com exceção de um 8 conhecimento para nenhuma finalidade popular, os demais não utilizam este específica e nem como fonte de renda. Número de pessoas (%) informante que é praticante da medicina 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Benzedor/a Raizeiro/a Raizeiro, benzedeiro e curandeiro Nenhum destes Auto-denominação Figura 3: Autodenominação quanto ao uso de plantas citadas por informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Em relação à fonte do aprendizado, a transferência de conhecimento de pais para transferência tem sido apontado como preponderante (LISBOA et al. 2006). filhos foi a mais importante (57%), sendo A maioria dos entrevistados (82,3%) citados também avós (9,5%), amigos afirmou que conhece ou utiliza plantas (9,5%), tios (4,8%), irmãos (4,8%), sogra medicinais desde criança ou adolescente. (4,8%) e “através do trabalho de lavrador” Os outros 17,7% passaram a conhecer e/ou (4,8%). Um dos entrevistados (4,8%) utilizar essas plantas após o casamento ou relatou ter aprendido sobre plantas através após os 30 anos. da convivência nas casas em que morava quando solteiro. Similarmente, em outras regiões, os entrevistados de alguns estudos 3.2. Levantamento de espécies vegetais e seus usos também aprenderam com os pais, parentes, vizinhos ou indígenas, sendo a observação Foram registradas 133 espécies, das direta das atividades dos progenitores, a quais 113 foram identificadas até espécie, forma mais freqüente de aprendizado 14 até gênero e seis somente até família (MING & AMARAL JUNIOR, 1995; (Tabela 1). No total foram registradas 54 RODRIGUES & GUEDES, 2006). Em famílias botânicas e 106 gêneros de outros casos, o papel da mãe nessa Angiospermas. Do total de espécies, 79 9 foram mencionadas por mais de um citações), Euphorbiaceae (14 citações), entrevistado. Zingiberaceae e Poaceae (12 citações A maioria dos entrevistados (64,7%) cada), conforme Figura 4. Segundo Brito citou de uma a vinte espécies de plantas. & Brito (1993), a maior parte dessas Os outros 35,3%, na maioria mulheres, mesmas famílias também apresenta mais citaram mais de 20 espécies de plantas; um registros nos levantamentos de plantas dos entrevistados do sexo feminino chegou medicinais no Brasil. Isso pode estar a citar 52 espécies. Na literatura, já foram relacionado ao fato de serem famílias ricas relatados casos de até 150 citações por em informante (MING & AMARAL JUNIOR, geralmente utilizados em medicamentos 1995). (MING & AMARAL JUNIOR, 1995). As famílias mais comuns compostos fitoquímicos que são foram Asteraceae (50 citações), Lamiaceae (36 Número de espécies 70 60 50 40 30 20 10 Outras Rosaceae Liliaceae Lauraceae Araceae Amaranthaceae Plantaginaceae Piperaceae Malvaceae Rutaceae Rubiaceae Cucurbitaceae Bignoniaceae Crassulaceae Verbenaceae Moraceae Solanaceae Apiaceae Poaceae Zingiberaceae Euphorbiaceae Lamiaceae Asteraceae 0 Família botânica Figura 4: Número de citações de espécies, por família botânica, na comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Entre as plantas citadas, verificou-se que diversos nomes foram morfologicamente muito semelhantes. O designados para uma mesma espécie, como contrário também aconteceu, ou seja, por e plantas de espécies diferentes foram Baker; referidas pelo mesmo nome vulgar, por exemplo: insulina - vulgares deve ao fato de algumas espécies serem picão, picão-de-cipó Bidens gardneri terramicina e penicilina - Pfaffia glomerata diferentes entrevistados, (Spreng.) Pedersen; melhoral e boldo – exemplo: Plectranthus barbatus Andrews; memora e Ocimum selloi Benth. – alfavaca; Tagetes ceno – Memora campicola Pilger. Isso se patula L. e Tagetes erecta L. – cravo-de- Ocimum como gratissimum por L. e 10 defunto; Cissus verticillata (L.) Nicholson cidreira), & C. E. Jarvis e Bidens gardneri Baker – (funcho), Brosimum gaudichaudii Trécul. insulina; Vernonia condensata Baker e (mama-cadela) Plectranthus barbatus Andrews – boldo. Roxb (quebra-pedra), com seis citações De acordo com Cervi et. al. (1989), não cada; Lippia alba (Mill) N. E. Br. (erva- raro, um vegetal é usado em lugar de outro cidreira-de-folha), Artemisia absinthium L. devido às semelhanças morfológicas ou, (losna), então, por ter o mesmo nome vulgar, sendo (mentrasto), Bidens gardneri Baker (picão) necessária uma maior conscientização da e Plantago australis Lam. (tanchagem), população, quanto aos sérios riscos, pelo com cinco citações cada (Figura 5). uso indevido dos vegetais. O uso de Foeniculum e Phyllanthus Ageratum Dentre as vulgare Mill. tenellus conyzoides espécies mais L. comuns plantas deve ser orientado por pessoas que encontradas neste estudo, arnica e arruda conhecem a composição química das foram também importantes na região de espécies e seus efeitos no organismo, a fim Indianópolis, MG (CALÁBRIA et al., de que sejam administradas em dosagens e 2008), demonstrando que estas espécies já formas de preparo adequadas. se incorporaram ao conhecimento popular As espécies mais citadas foram da região. Vale destacar ainda a Ocimum gratissimum L. (alfavaca), com 10 importância de outras espécies como erva- citações; Meyen cidreira-de-folha, picão e tanchagem, que (arnica), Ruta graveolens L. (arruda), têm se destacado em outras regiões Cymbopogon (RODRIGUES & GUEDES, 2006). Solidago citratus chilensis Stapf. (capim- Plantago australis Lam. Espécie Bidens gardneri Baker Ageratum conyzoides L. Artemisia absinthium L. Lippia alba (Mill.) N. E. Br. Phyllanthus tenellus Roxb. Brosimum gaudichaudii Trécul Foeniculum vulgare Mill. Cymbopogon citratus Stapf. Ruta graveolens L. Solidago chilensis Meyen Ocimum gratissimum L. 0 2 4 6 8 10 12 Número de citações Figura 5: Espécies vegetais mais citadas pelos informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Do total de 133 espécies identificadas, Cerrado e o restante, exóticas. Na região de apenas 39 (29,3%) são nativas do bioma Indianópolis, MG, foram registradas 173 11 espécies das quais 115 são de origem nativa exótica (66,5%), 47 nativas (27,2%) e onze gaudichaudii Trécul (mama-cadela), com indefinidas seis ou cosmopolitas (6,3%) (CALÁBRIA et al., 2008). mais citada citações, seguida foi Brosimum de Vernonia ferruginea Less., Costus spicatus (Jacq) A predominância de plantas exóticas Sw. e Rudgea viburnioides (Cham.) nestes estudos pode ser interpretada como Benth., com quatro citações cada, como resultante do contato da população com mostra a Figura 6. Das 39 espécies nativas culturas diferentes daquelas localidades, citadas apenas nove delas foram também dos costumes trazidos pelos antecessores e citadas em outro estudo na região de Ingaí, outros migrantes, do aprendizado com ao sul de Minas Gerais, das quais sete parentes e vizinhos, do intercâmbio de foram plantas e ainda da falta de envolvimento medicinais, enquanto duas são utilizadas com a flora do local. Pode ser também para lenha (BOTREL et al., 2006). indicadas também para fins devido à amostragem da população que Conforme Brandão et al. (2001), ficou restrita a moradores da zona urbana espécies nativas de uso consagrado na do distrito. Observou-se, assim que os tradição popular foram sendo esquecidas, elementos embora seja pela destruição dos seus habitats, pela presentes, são pouco utilizados pelos coleta predatória ou pela falta de interesse entrevistados e com poucas pessoas de das referência na comunidade quanto ao comprovado no presente estudo e mostra a conhecimento de plantas do Cerrado. necessidade urgente do desenvolvimento da flora nativa, Em Ingaí, localizada ao sul de Minas novas gerações. Este dado foi de atividades de educação ambiental Gerais, a população ainda detém grande voltadas conhecimento das espécies nativas da elementos região incluindo a vegetação de cerrado esclarecendo também suas possibilidades (BOTREL et al., 2006). Em outros biomas de uso, principalmente junto à comunidade este conhecimento também tem sido escolar. Espera-se que a promoção do considerado relativamente alto, como é o conhecimento do potencial econômico da caso da caatinga (FERRAZ et al., 2006) flora em nível local possa auxiliar na Dentre as 39 espécies nativas, a família mais encontrada foi Asteraceae, com 10 citações, seguida de Bignoniaceae, Rubiaceae, com sete citações cada e Moraceae, com seis citações. A espécie para da o conhecimento flora do dos Cerrado, valorização do bioma pela comunidade como um todo. 12 Espécie Strychnos pseudoquina A. St. Hil. Caryocar brasiliense L. Siparuna guianensis Aubl. Echinodorus grandiflorus Mitch. Salacia crassiflora (Mart.) G. Don. Rudgea viburnioides (Cham.) Benth. Costus spicatus (Jacq.) Sw. Vernonia ferruginea Less. Brosimum gaudichaudii Trécul 0 2 4 6 8 10 Número de citações Figura 6: Espécies nativas mais citadas pelos informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Dentre as plantas exóticas foram listadas oito categorias de uso: cosmético e 4) construção/solo. Uma 1) espécie vegetal pode pertencer a várias medicinal; 2) alimentar 3) cosmético; 4) categorias, podendo, por exemplo, construção/solo; 5) inseticida; 6) corante apresentar uso medicinal e alimentar. O (têxtil ou alimentar); 7) emprego em rituais uso medicinal predominou tanto dentre as e 8) ornamental, enquanto que dentre as nativas quanto dentre as exóticas (Figura nativas foram listadas apenas quatro 7). categorias: 1) medicinal; 2) alimentar; 3) Categoria de uso Ornamental Emprego em rituais Construção/Solo Nativas Inseticida Exóticas Corante têxtil ou alimentar Cosmético Alimentar Medicinal 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% Percentual de citações Figura 7: Categorias de uso das plantas nativas e exóticas citadas pelos informantes da comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Vale ressaltar que se considerou como condimento; para fazer doces, geléias e uso alimentar as plantas citadas como bebidas; frutos comestíveis e também 13 aquelas citadas apenas porque são rituais” apenas duas plantas foram citadas, “saborosas”. As plantas usadas para pele e uma para “tirar inveja” e outra “contra cabelo foram classificadas na categoria feitiço e mau-olhado”. “cosméticos”. Plantas usadas para fazer Entre a categoria medicinal, foram cercas, cercas vivas e uma usada para citadas 72 indicações de uso para as “fixar nitrogênio na terra”, ou seja, plantas exóticas e 47 indicações para as utilizada foram plantas nativas do bioma Cerrado. As categoria principais indicações estão mostradas nas como adubo enquadradas verde, na “construção/solo” e para “emprego em Figuras 8 e 9. Gases Dor de cabeça Vermes Indicação de uso Diabetes Uso ginecológico Diarréia Estômago Dor Calmante Rins Pressão alta Feridas Gripe 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Número de citações Figura 8: Número de citações das principais indicações de uso das plantas exóticas da categoria “medicinais”, Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Impotência sexual Febre intermitente Caroço de galinha Indicação de uso Feridas Enxaqueca Doenças venéreas Cicatrizante Pneumonia Doenças de recém-nascido Fígado Depurativo sangue Tosse Rins 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Número de citações Figura 9: Número de citações das principais indicações de uso das plantas nativas da categoria “medicinais”, Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. 14 Conforme a Tabela 1, entre as plantas (3,6%), afecções do sangue e órgãos usadas como medicinais verificou-se que a hematopoiéticos maioria de endócrinas, nutricionais e metabólicas aparelho (3%); doenças do ouvido e da apófise respiratório (22,5%), como gripe, tosse, mastóide (1,8%); doenças do olho e anexos bronquite, pneumonia e resfriados, seguido (1,8%); doenças de animais (1,2%) e pelas doenças do aparelho geniturinário neoplasias (12,9%), doenças infecciosas e parasitárias doenças de acordo com o sistema orgânico (12,3%); doenças do aparelho digestivo foi baseada na Classificação Estatística (11,7%); doenças da pele e do tecido Internacional de Doenças e Problemas subcutâneo (9,3%); doenças do sistema Relacionados osteomuscular e tecido conjuntivo (6,3%); Similarmente, no estudo de Ming & doenças do aparelho circulatório (5,1%); Amaral Júnior (2005) houve predomínio de doenças plantas indicadas para as doenças do destina-se problemas ao referentes do sistema tratamento ao nervoso (4,5%); transtornos mentais e comportamentais (3,3%); (0,9%). à Esta Saúde aparelho respiratório. doenças divisão (CID, das 2006). 15 Tabela 1: Espécies usadas como plantas medicinais e as afecções orgânicas referidas. Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil. Os nomes científicos estão relacionados na Tabela 2. Categorias Espécies Usos alfavaca, Doenças do aparelho respiratório assa-peixe-branco, assa-peixe-roxo, erva-cidreira, folha santa, gervão, guaco, hortelã Gripe, tosse, pneumonia, resfriado Uso ginecológico, ovários, rins, Doenças do aparelho geniturinário Doenças infecciosas e parasitárias Doenças do aparelho digestivo algodão, arruda, cana-de-macaco, congonha-de- diurético, bexiga, infecção de urina, bugre, "dos rins", panacéia, quebra-pedra vesícula capeva, erva-de-santa-maria, erva tustã, goiaba, Febre, diarréia, vermes, hepatite, jurubeba, losna, marcela rubéola, coqueluxe bálsamo, boldo, dente-de-leão, espinheira-santa, Intestino, gases, dor de estômago, losna, mentrasto, rubim azia, gastrite, úlcera, fígado algodão, arnica, cainca, confrei, erva-andorinha, lobeira, mertiolate, negramina, terramicina, Doenças da pele e do tecido subcutâneo tiborna Cicatrizante, feridas, furúnculo Doenças do sistema osteomuscular e tecido catinga-de-mulata, cipó-imbé, cravo de defunto, Dor conjuntivo funcho, salsa-de-paredão, tuia reumatismo muscular, espasmo, alecrim, amora, chuchu, erva-cidreira, gabiroba, Doenças do aparelho circulatório rosa-branca Coração, pressão Doenças do sistema nervoso hortelã, mamão, melhoral, quina Enxaqueca, labirintite camomila, cipó-de-são-joão, Transtornos mentais e comportamentais jasmim estrela, maracujina Doenças carobinha, do sangue e órgãos hematopoiéticos chapéu-de-couro, erva-cidreira, Calmante, depressão ora-pro-nobis, picão, rosa-branca Anemia, depurativo do sangue metabólicas alecrim, amora, insulina, picão, salsa Diabetes, conservar hormônios Doenças do ouvido e da apófise mastóide bálsamo, bolsa de pastor Doença dos ouvidos Doenças do olho e anexos arruda, mama-cadela Doença dos olhos Doenças de animais carobinha, mama-cadela, são-caetano Animal pesteado, caroço de galinha Neoplasias cancerina, dedin, tiborna Câncer Doenças endócrinas, nutricionais e As partes da planta mais utilizadas vez que não se destrói sua capacidade foram folhas (92 espécies), seguidas de regenerativa. Porém, é importante observar raízes (26 espécies), flores (11 espécies), que diferentes partes da mesma espécie frutos (10 espécies), planta inteira (7 podem ser utilizadas de diferentes modos espécies), ramo (7 espécies), caule (6 para a mesma afecção ou para diferentes espécies), entrecasca (3 espécies), semente afecções (Tabela 2). (2 espécies), broto, casca do caule e casca Dentre as formas de preparo, a mais do fruto, 1 espécie cada. A folha expressiva é o chá - infusão ou decocção geralmente tem sido a parte da planta mais (85 espécies) bem como para outras utilizada em Mato Grosso (PASA et al., localidades (CALÁBRIA et al., 2008; 2005). A utilização desta parte vegetal traz PASA et al., 2005). Outras formas também menos risco para a planta explorada, uma foram relatadas como ao natural (saladas, 16 uso direto), banhos de imersão, garrafadas, a única forma de obtenção da planta e não xaropes, alcoolaturas, compressas úmidas, foi registrado nenhum tipo de cultivo. sucos, macerado, farinha, tintura, extrato, Dentre estas, segundo um dos informantes cataplasma, que a citou, a mama-cadela é muito gargarejo e escalda-pés (Tabela 2). procurada e já é pouco encontrada nas Em relação à procura das plantas, proximidades da zona urbana do local quando foi perguntado se a planta citada deste estudo. Este informante demonstrou era muito procurada por outros moradores inclusive uma preocupação em relação a da comunidade ou não, 81,3% das plantas sua eram muito procuradas ou tinham uma necessidade de desenvolver atividades de procura média, enquanto apenas 18,7% educação ambiental naquela comunidade. conservação, o que reforça a eram pouco procuradas. No caso das plantas nativas de cerrado, o extrativismo é Tabela 2: Relação das espécies de plantas coletadas, citadas pelos entrevistados durante o levantamento etnobotânico na comunidade de Martinésia, Uberlândia, MG, Brasil, com seus respectivos nomes populares (ordem alfabética), usos, parte da planta usada, forma de uso, dosagem e registro no Herbário HUFU. Convenções: espécies nativas estão grifadas em negrito; * indica espécies não registradas no herbário, por não apresentar material fértil. Nome Popular Família Nome científico Zingiberaceae Curcuma longa L. Uso Gripe Açafrão Condimento; corante de comida Acerola Alecrim Malpighiaceae Lamiaceae Malpighia glabra Gripe L. Comestível Rosmarinus Coração; officinalis Roscoe diabetes Gripe; Alfavaca Lamiaceae Parte Forma usada uso Folha Infusão 2X/dia Raiz Ao natural À vontade Folha Infusão 2X/dia Ao natural À vontade doenças Dosagem Registro 45833 Fruto calmante; de Folha Infusão; garrafada 45818 2X/dia * do Ocimum pulmão; tosse, gratissimum L. espectorante; rouquidão; Folha Infusão 2 a 3X/dia 45812 Folha Infusão 2 a 3X/dia * 1X/dia 45872 Infusão 2X/dia 45815 Tintura À vontade calmante Alfavaca Lamiaceae Algodão Malvaceae Amora Moraceae Anil Fabaceae Ocimum selloi Benth. Gripe Gossypium Feridas; hirsutum L. ginecológico Morus alba Y. B. Conservar Wu. abaixar pressão; rins Indigofera Corante suffruticosa Mill. Banho uso hormônio; Folha Folha Planta inteira Banho de imersão 45822 Planta Banho inteira imersão de 1X/dia 17 Nome Popular Arnica, Arnicada- horta Família Asteraceae Nome científico Uso Solidago chilensis Feridas Parte Forma usada uso Folha; caule Meyen Tirar friagem Folha Cerca; construção Caule Doença dos olhos Folha Tirar friagem Folha Myracrodruon Aroeira Anacardiaceae urundeuva (Allemão) Engl. Arruda Rutaceae Ruta graveolens L. Uso ginecológico Folha de Dosagem Registro Alcoolatura À vontade 45856 Escalda-pés 1X/dia Ao natural (madeira) Compressa À vontade * 1X/dia úmida Infusão Banho 1X/dia de imersão * 1X/dia Duguetia Articumrasteiro Annonaceae furfuraceae A. (St. Comestível; Hil). saúde Benth & bom pra Fruto Ao natural À vontade 45870 2X/dia * 2X/dia 45855 Hook. Assa-peixe Assa-peixebranco Assa-peixeroxo Asteraceae Asteraceae Asteraceae Azulinha Melastomataceae Babosa Liliaceae Bacupari-docampo Hippocrateaceae Vernonia sp. Vernonia ferruginea Less. Vernonia polyanthes Less. Miconia albicans (Sw.) Triana Aloe Folha; flor Tosse; pneumonia Ramo; raiz Pneumonia Ramo Xarope 2X/dia 45854 Fruto Ao natural À vontade * Controla o intestino Folha Farinha 1X/dia Cabelo Folha Dor muscular Folha Cabelo; piolhos Folha; raiz Comestível (para pássaro) arborescens Mill. Salacia crassiflora (Mart.) G. Don. Úlcera; gastrite; dor de Bálsamo Crassulaceae Bálsamo-da- Crassulaceae xarope Decocção; xarope Banho de imersão Compressa de imersão * 3X/semana Suco 2X/dia Doença dos ouvidos Folha Ao natural 1X/dia Gastrite Folha Suco 2X/dia A.D.C. Doença dos ouvidos Folha Ao natural 1X/dia Pterocaulon Doenças lanatum O. Kuntze nascido Vernonia Fígado; condensata Baker cabeça estômago * orbiculata L. Sedum * 2X/dia úmida Banho 3X/semana Folha Cotyledon Bálsamojaponês/ Infusão; Tosse; bronquite praealtum * horta Barbaçu Asteraceae Boldo Asteraceae Bolsa-depastor Bignoniaceae de azia; recém- dor Doenças de Zeyhera montana nascido; doença Mart. ouvidos de Aristolochia Aristolochiaceae esperanzae Kuntze O. dos Compor outros remédios amargos Folha recém- Estômago Buta Ramo Folha; raiz Banho de imersão Infusão Banho imersão de 1X/dia 45853 2X/dia * 1X/dia 45810 Folha; raiz Decocção 1X/dia Raiz; folha Extrato --- * 18 Nome Popular Família Nome científico Uso Rubiaceae Chiococca alba (L.) Hitchc. Raiz Planta Forma uso Doenças do pulmão Folha; flor Calmante; cabelo; cólica Verbenaceae Lantana camara L. Camomila Asteraceae Matricharia chamomilla L. Costus spicatus (Jacq.) Sw. Diarréia; câimbra de sangue; rins; diurético Gripe; hemorróidas Cancerina/ Tiborna Euphorbiaceae Synadenium grantii Lauraceae Câncer Lamiaceae zeylanicum Breyn. umbellata amargoso Poaceae Capim-caboco Poaceae Capim-cidreira Poaceae Bignoniaceae Folha Infusão 2X/dia * Folha Infusão 2X/dia * Raiz Decocção 1X/dia Ao natural 1X/dia Ao natural 1X/dia Folha Casca caule Fazer doce Folha Ao natural Digitaria insularis febre picada Raiz inseto; maleita Feridas Folha sp. 1 Tirar inveja Raiz; folha Cymbopogon Gripe, calmante; abaixar citratus Stapf. pressão (L.) Fedde Jacaranda sp. caroço Folha venéreas; de galinha; Raiz depurativo do sangue Catinga-de- Controlar mulata/ derrame Cheirinho-de- Lamiaceae Hyptis sp. Cavalinha Equisetaceae Chá-da-índia Turneraceae couro Equisetum giganteum L. Turnera sp. Echinodorus Alismataceae grandiflorus Mitch. Cucurbitaceae Sechium edule Sw. Depurativo do sangue; rins saúde 45841 Xarope; garrafada 1X/dia * Compressa úmida 2X/dia 45849 Banho imersão Infusão Decocção; garrafada de 1X/dia * 2 a 3X/dia * 1X/dia * Infusão 2X/dia Folha Alcoolatura 1X/dia Decocção 2X/dia * Folha Infusão 2X/dia 45845 Folha Infusão 2X/dia * Folha Infusão 2X/dia * inteira Tosse comestível; À vontade Folha Planta Rins; repõe minerais Abaixar Chuchu 45861 45840 Reumatismo mulata Chapéu-de- pressão; À vontade Decocção Infusão intermitente; * Infusão do Folha Doenças Carobinha 45831 Saboroso Fígado; (L.) Miq. Capim- de Ocimum sp. Pothomorphe Piperaceae Baixa 2X/dia (leite) Gripe; tirar friagem * Infusão Folha Saboroso; comestível Cinnamomum doces Capeva 1X/dia Registro (leite) Hook. f. Canelinha/ Cheiro-dos- de Dosagem Folha Feridas; verrugas Canela Registro Alta Decocção inteira usada Cambará Costaceae banho Parte Uso macaco Decocção Dosagem imersão Nome científico Cana-de- de Decocção; Cicatrizante Família Popular uso inteira Ajuda na gestação Nome Forma usada Planta Abortivo Cainca Parte pressão; bom para 19 Nome Popular Cipó-de-sãojoão Família Nome científico Depressão (Ker-Gawler) Confrei Congonha-debugre Conta-delagrima Forma usada uso Folha de Dosagem Registro Infusão 2X/dia * Fruto Alcoolatura 1X/dia * Miers. Araceae Reumatismo; bipinnatifidum Schott ex Endlicher Citronela Parte Pyrostegia venusta Bignoniaceae Philodendron Cipó-imbé Uso Poaceae Boraginaceae anti- inflamatório Cymbopogon Inseticida Folha Alcoolatura 1X/dia nardus (L.) Rendle. Sinusite Folha Infusão 2X/dia * Feridas Folha 1X/dia * Rins Folha; raiz 1X/dia * Infecção de urina; rins Folha Infusão 2X/dia 45860 Gripe; saboroso Folha Infusão 2X/dia 45859 Planta Ao inteira (plantar) Reumatismo Flor Alcoolatura 1X/dia Tagetes erecta L. Dor; reumatismo Flor Alcoolatura 1X/dia 45837 Dahlia Picada Folha; flor Ao natural 2X/dia 45836 Ao natural 2X/dia * À vontade 45852 Symphytum officinale L. Rudgea Rubiaceae viburnioides (Cham.) Benth. Poaceae Coix lacryma-jobi L. Banho de imersão Decocção; garrafada Syzygium Cravo Myrtaceae aromaticum (L.) Merril & Perry Cravo-dedefunto/ Cravo- Repelente Asteraceae Tagetes patula L. da-Índia 1 natural --45838 Cravo-dedefunto/ Cravo- Asteraceae da-Índia 2 Dália Asteraceae Dedin Euphorbiaceae Dente-de-leão Asteraceae Dipirona Amaranthaceae pinnata de inseto; Cav. queimadura de taturana Euphorbia sp. Câncer Taraxacum officinale L. Folha (leite) Ao natural Azia Folha Dor Folha Infusão 2X/dia 45848 Rins Folha Infusão 2X/dia * Ao natural 2X/dia 45829 Ao natural 2X/dia 45827 Infusão 2 a 3X/dia 45832 (salada) Alternanthera brasiliana (L.) O. Kuntze “dos rins” Ervaandorinha 1 Ervaandorinha 2 Erva-cidreirade-folha Erva-de-santamaria Vitaceae Euphorbiaceae Cissus sp. Chamaesyce hirta (L.) Millsp. Folha Feridas (leite) Chamaesyce Euphorbiaceae hyssopifolia (L.) Folha Feridas (leite) Small Verbenaceae Chenopodiaceae Lippia alba (Mill.) N. E. Br. Gripe; dor de cabeça; calmante; abaixar Chenopodium Feridas Folha ambrosioides L. Vermes Fígado; Erva-tustã Nyctaginaceae Folha pressão; saboroso Boerhavia L. diffusa intermitente; inseto; suspensão Folha febre picada maleita; Compressa úmida Infusão 2X/dia 45862 2X/dia Decocção; Folha; raiz xarope; garrafada 1X/dia * 20 Nome Popular Parte Forma usada uso Família Nome científico Uso Dosagem Registro Lamiaceae Mentha sp. Azia; dor Folha; raiz 2X/dia 45842 Rins Entrecasca Infusão 2X/dia * Pneumonia Raiz Decocção 1X/dia 45869 Planta Ao inteira (plantar) --- 45811 Comestível Fruto Ao natural À vontade 45814 Gripe; dor de cabeça Folha 2X/dia * 45813 Espinheira/ Espinheirasanta Esporão Ulmaceae Fedegoso Caesalpiniaceae Feijão-guandú Fabaceae Fhisales Solanaceae Folha-santa Crassulaceae Celtis iguanae (Jacq.) Sarg. Senna occidentalis (L.) Link Cajanus cajan (L.) Millsp. Physalis angulata L. Fixa nitrogênio na terra Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken Funcho Apiaceae Gariroba Arecaceae Foeniculum Espasmo; vulgare Mill. ventre; gases; comestível prisão Controlar Gengibre Gervão 1 Zingiberaceae Verbenaceae Syagrus oleracea (Mart.) Becc. de pressão; cicatrizante garrafada natural Infusão; xarope Infusão 2 a 3X/dia Fruto Ao natural À vontade Raiz Garrafada 1X/dia Garrafada 1X/dia Decocção 2X/dia Hepatite B Flor Folha; raiz Zingiber officinale coqueluxe (rizoma) Roscoe Condimento; fazer Decocção; Folha Gripe; resfriado; tosse; Stachytarpheta sp. de Raiz * 45834 Ao natural À vontade Folha Infusão 2X/dia * Gripe Folha Infusão 2X/dia * Dor de cabeça Folha Infusão 2X/dia 45857 Diarréia Broto Infusão 2 a 3X/dia * Gripe; tosse Folha Xarope 2X/dia * * bebidas (licor, quentão) (rizoma) Gripe Stachytarpheta Gervão 2 Verbenaceae cayennensis (Rich) Vahl Ginsengbrasileiro Goiaba Tithonia Asteraceae (Hemsl.) A. Gray. Myrtaceae Guaco 1 Asteraceae Guaco 2 Vitaceae Guiné diversifolia Phytolacaceae Psidium guajava L. Mikania glomerata Spreng sp.2 Petiveria alliacea L. Bronquite Folha Xarope 2X/dia Gripe; dor Folha Infusão 2X/dia Contra feitiço e mauolhado Hortelã Hortelã-dafolha-grande Lamiaceae Mentha x villosa Huds. Folha Ao natural (na orelha) 45868 --- Gripe; labirintite; vermes Folha Infusão 2 a 3X/dia * Vermes Folha Infusão 2 a 3X/dia * Gripe Ramo Infusão 2 a 3X/dia * Ramo Infusão 1X/dia 45850 Folha Infusão 2X/dia * Plectranthus Lamiaceae amboinicus (Lour.) Spreng Hortelã-pimenta Lamiaceae Imbaúba Cecropiaceae Plectranthus sp. Cecropia pachystachya Trécul Gripe; pulmão doenças do Cissus verticillata Insulina Vitaceae (L.) Nicholson & C. E. Jarvis Diabetes 21 Nome Popular Família Jaborandi Piperaceae Jasmim-estrela Caprifoliaceae Junco Cyperaceae Nome científico Parte Forma usada uso Dor; pele; cabelo Folha Calmante Flor Doenças dos ossos Caule Uso Piper marginatum Jacq. Lonicera japonica Thunb. ex Murray Scirpus californicus (C. A. Meyer) Steud. Fígado; Jurubeba/ Jurubeba-do- Solanaceae campo Lírio-de-sãojosé Lobeira intermitente; paniculatum L. inseto; picada maleita; Dosagem Registro Infusão 2X/dia * Infusão 2X/dia * 1 a 2X/dia * 1 a 2X/dia 45826 Ao natural À vontade * Decocção; garrafada Decocção; Raiz xarope; garrafada condimento Alpinia speciosa (J. Zingiberaceae C. Wendl.) K. Condimento Raiz Schum. Solanaceae Losna Asteraceae Malva Malvaceae Solanum Diabetes Fruto Polvilho 2X/dia lycocarpum A. St. Furunco Folha Cataplasma 2X/dia Hil. Espectorante Flor Xarope 2X/dia Artemisia Estômago; azia; diarréia; absinthium L. vesícula; pele Malva sylvestris L. Falta de ar Doença Moraceae dos Folha Macerado; infusão 45864 2 a 3X/dia * Folha Infusão 2X/dia 45817 Raiz Garrafada 1 a 2X/dia 45820 olhos; depurativo do sangue; Brosimum Mama-cadela febre Solanum de rubéola; gaudichaudii doenças venéreas; Trécul caroço galinha; de infecção; comestível Mamão Caricaceae Mandacaru Cactaceae Mandioca Euphorbiaceae Manga Anacardiaceae Manjericão Lamiaceae Manjericãoroxo Maracujina Marcela/ Marcelinha Melhoral/ Boldo Melissa Lamiaceae Passifloraceae Asteraceae Lamiaceae Verbenaceae Carica papaya L. Folha Infusão 2X/dia Gripe Flor Xarope 2X/dia Entrecasca Decocção 1 a 2X/dia * Comestível Raiz Ao natural À vontade * Doenças do pulmão Folha 1X/dia * Rins; infecção de urina; sp.3 bexiga; diabetes Manihot esculenta Crantz. Mangifera Labirintite; fígado indica L. Ocimum Doenças Bignoniaceae coração; de imersão Folha Infusão 2X/dia Condimento Folha Ao natural À vontade Condimento Folha Ao natural À vontade 45843 Calmante Folha Infusão 2 a 3X/dia * Anthemis cotula L. Diarréia Ramo Infusão 2X/dia * Plectranthus Dor; ressaca; labirintite; barbatus Andrews estômago Folha Infusão 2X/dia * Lippia sp. Abaixar pressão Folha Infusão 2X/dia * Folha Infusão 2X/dia americanum L. Ocimum basilicum L. var. roxa Passiflora caerulea L. abaixar pressão; dor Doenças Memora/ ceno do Banho 45858 Memora de recém- nascido; prisão de ventre 45844 campicola Pilger Banho 45867 Folha Banho imersão de 1X/dia 22 Nome Família Popular Mentrasto Asteraceae Mertiolate Euphorbiaceae Negramina Monimiaceae Novalgina Lamiaceae Ora-pro-nobis Cactaceae Orégano/ Oréga Orelha-deonça Panacéia Lamiaceae Malpighiaceae Solanaceae Penicilina/ Terramicina Amaranthaceae Pequi Caryocaraceae Perpétua-roxa Amaranthaceae Picão/ Picão- de-cipó/ Asteraceae Insulina Pimenta-cumari Pimenta-doreino Solanaceae Piperaceae Quebra-pedra Euphorbiaceae Quina Loganiaceae Rosaceae de Estômago; gases; cólica; Planta conyzoides L. tirar friagem inteira Manihot sp. Cicatrizante Siparuna Dor; feridas; erizipela; guianensis Aubl. desentortar; cicatrizante sp.4 Dor de cabeça; febre Folha Anemia Folha Uso ginecológico Folha Condimento Folha Ao natural À vontade Banisteriopsis sp. Doenças venéreas Folha Infusão 1X/dia * Solanum cernuum Rins; Vell. estômago Folha Infusão 2X/dia 45865 Macerado 2X/dia Pereskia aculeata (Plum.) Mill. Origanum vulgare Folha (leite) Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen diurético; Antibiótico para animais Feridas Comestível; brasiliense L. saúde Gomphrena Rouquidão; doenças das globosa L. cordas vocais; tosse Bidens gardneri Baker bom Hepatite; diabetes; pra de 2X/dia 45851 Ao natural 1X/dia 45830 1X/dia * 2X/dia * À vontade 45824 Ao de natural (salada) Banho de imersão Folha Ao natural Infusão; Folha * 1X/dia úmida Fruto 1X/dia * Compressa xarope À vontade * 2X/dia 45823 1 a 2X/dia 45835 Infusão; suco; Folha banho recém-nascido Capsicum Decocção Infusão anemia; doenças Registro imersão Folha Caryocar Dosagem Banho Folha L. de imersão Condimento Semente Ao natural À vontade 45863 Piper nigrum L. Condimento Semente Ao natural À vontade 45819 Phyllanthus Rins; diurético; dor nas Raiz; caule; tenellus Roxb. cadeiras folha Decocção 2 a 3X/dia 45828 2X/dia * 2 a 3X/dia * 45846 frutescens L. pseudoquina A. St. Enxaqueca Punica granatum L. Garganta Rosa centifolia L. Raiz; Decocção; entrecasca garrafada Casca Gargarejo do fruto Furunco; Rosa-branca uso Ageratum Hil. Punicaceae Forma usada Uso Strychnos Romã Parte Nome científico coração; depurativo do sangue; doenças do sangue; uso Flor Infusão 2 a 3X/dia Folha Infusão 2X/dia ginecológico; pele Gripe; dor Rubim Apiaceae Centella asiatica L. Dor de estômago; cólica menstrual; vermífugo Sabugueiro Caprifoliaceae Sambucus australis Gripe; abaixar pressão; Cahm. & Schltdl. intestino preso Petroselinum Salsa/ Salsinha Apiaceae crispum AW. Hill. Miller Fortalece ovários, conservar hormônios; Folha Folha Raiz infecção Condimento Folha Macerado; infusão Infusão Decocção; garrafada Ao natural * 2X/dia 2X/dia 1 a 2X/dia À vontade 45825 45839 23 Nome Popular Salsa-deparedão Família Nome científico Uso Araceae sp.5 Reumatismo Febre; São-caetano Cucurbitaceae colesterol; charantia L. pesteado animal Comestível Sarampo Rubiaceae Doenças brasiliensis de recém- nascido Wernhm Eupatorium Sete Asteraceae maximilianii encruzilha-da Sobe-e-desce Justicia sp. Taioba Araceae Tanchagem Plantaginaceae Tuia antiquorum Schott. Cupressaceae Intestino; barriga d´água Gripe; dor; infecção; Lam. garganta; úlcera; feridas Verrugas; reumatismo L. Vinagreira Zínia Fabaceae Hibiscus sabdariffa Malvaceae L. Zinnia Asteraceae 3.3. Índices Impotência sexual sp.6 2X/dia * Folha Infusão 2X/dia Fruto Ao natural À vontade Folha; raiz geléia, bebidas Folha Banho de 45871 1X/dia * Decocção 1X/dia * Infusão 1X/dia 45847 À vontade * 2 a 3X/dia 45866 imersão Ao natural (refogada) Suco, infusão, Folha ao natural (salada) Planta Compressa úmida 2X/dia * Ao natural --- Raiz Decocção 1X/dia * Fruto Ao natural À vontade 45816 Flor Infusão 2X/dia 45821 inteira fazer (licor); fazer vinagre elegans Jacq. de Fazer Decocção Folha Ornamental, cerca viva Vergateza Registro Folha Plantago australis Thuja occidentalis Caule de Dosagem caule; raiz Impotência sexual Colocasia uso Ramo; Cólica Schrad. Acanthaceae Forma usada diabetes; Momordica Sabicea Parte Diversidade Depressão e Equitabilidade (2006) para a região de Ingaí, Minas Gerais (H= 4,84). O índice de equitabilidade de Pielou O índice de diversidade de Shannon para todas as plantas (nativas e exóticas) para uso das espécies foi de H’= 4,70. Esse foi de J’= 0,96, o que é considerado alto e valor pode ser considerado alto e sugere mostra que não há dominância no uso de que a população utiliza muitas espécies de apenas algumas espécies. Considerando-se plantas, considerando-se tanto as espécies apenas as plantas nativas, este índice foi nativas quanto as exóticas. Se, no entanto, baixo (J’= 0,48), quando comparado ao de considerarmos apenas as espécies nativas outra comunidade de Minas Gerais, na de cerrado este índice de diversidade cai região de Ingaí (J= 0,95) (BOTREL et al., para H’= 2,33, um valor muito baixo se 2006). Assim, podemos concluir que os comparado ao encontrado por Botrel et al. 24 elementos da flora local são pouco da flora nativa a fim de promover sua utilizados pela comunidade de Martinésia. valorização e indiretamente a conservação. Em relação ao valor de uso (VU), a categoria medicinal foi o componente mais 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS importante para a comunidade (VU= 19,65), seguida da alimentar (VU= 2,47), ALBUQUERQUE, U. P. Introdução à cosmético (VU= 0,71), construção/solo etnobotânica. Recife: Bagaço, 2002. 87p. (VU= 0,35), inseticida (VU= 0,24), corante têxtil ou alimentar (VU= 0,24), emprego ALBUQUERQUE, U. P de & ANDRADE, em rituais (VU= 0,12) e ornamental (VU= L. 0,06). Isto mostra mais uma vez a tradicional e conservação em uma área de importância das plantas medicinais para a caatinga comunidade estudada. A categoria de uso (Nordeste do Brasil). Acta Botanica medicinal também foi uma das mais Brasílica. 2002a. 16(3): 273-285. H. C. no Conhecimento Estado de botânico Pernambuco importantes no estudo de Ferraz et al. (2006) realizado na caatinga, e no estudo ALBUQUERQUE, U. P de & ANDRADE, de Pasa et al. (2005) em cerrado no Mato L. H. C. Uso de recursos vegetais da Grosso. caatinga: o caso do agreste do Estado de Pernambuco 4. CONCLUSÃO (Nordeste do Brasil). Interciência. 2002b. 27(7): 336-345. A partir dos dados apresentados, pode- ALMEIDA, S. P.; PROENÇA, C. E. B.; se concluir que o conhecimento dos SANO, S. M. & RIBEIRO, J. F. Cerrado: moradores da zona urbana do distrito de espécies vegetais úteis. Planaltina, DF: Martinésia sobre a flora nativa é muito EMBRAPA-CPAC, 1998. 464p. restrito e a maioria dos informantes utiliza plantas exóticas e/ou cultivadas como ARAÚJO, F. D. Etnobotânica e botânica medicinais. Concluiu-se também que este econômica: progressos nos últimos anos. conhecimento está nas mãos de pessoas In: mais idosas, o que torna necessário Etnobotânica, bases para a conservação. desenvolver junto a esta comunidade I Workshop Brasileiro de Etnobotânica e atividades de educação ambiental voltadas Botânica Econômica. Nova Friburgo, RJ: para o conhecimento do potencial de uso EDUR, 1998. p. 1-8. Fonseca et al. (Organizadores), 25 BARBOSA, J. M. Análise etnobotânica BOTREL, R. T.; RODRIGUES, L. A.; de plantas medicinais em comunidades GOMES, L. J.; CARVALHO, D. A. de & do Município de Uberlândia, MG. FONTES, M. A. L. Uso da vegetação Monografia (bacharelado) – Universidade nativa pela população local no município Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2004, de Ingaí, MG, Brasil. Acta Botanica 35p. Brasílica, 2006. 20(1): 143-156. BARROS, M. A. G. Avaliação da ação BRANDÃO, M. G. L.; MOREIRA, R. A. antrópica sobre as plantas do cerrado com & ACÚRCIO, F. A. Nossos fitoterápicos potencial econômico. Contribuição ao de cada dia. Ciência Hoje, 2001. 30(175): conhecimento ecológico do Cerrado. 56-58. Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Ecologia, 1997. p: 257- BRITO, A. R. M. S. & BRITO, A. A. S. 261. Forty years of Brazilian medicinal plant research. BDI - Banco de Dados Integrados de Journal of Ethnopharmacology. 1993. 39: 53-67. Uberlândia, volume 1, 2004, disponível em <http://www.uberlandia.mg.gov.br/ecompa CALÁBRIA, L.; CUBA, G. 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Utilização de plantas medicinais no Prentice Hall, Upper Saddle River, 1999. 29 ANEXOS ANEXO I FICHA DE CADASTRO Idade: _________________ N°: _____________ Sexo: ___________________ Estado Civil: _____________ Endereço: _________________________________________________________ Profissão: _________________________________________________________ Horário de disponibilidade: _______________________________________ OBS: ____________________________________________________________ ANEXO II FICHA DE INFORMAÇÕES – Questionário Semi-Estruturado IDENTIFICAÇÃO DO INFORMANTE Nº___________ Idade: Profissão: Endereço: Município: Estado: Em caso de uso medicinal, responder às questões abaixo: 1. Como se autodenomina na profissão (raizeiro, curandeiro, benzedeiro, outro)? 2. Há quanto tempo manipula plantas medicinais? 3. Como e com quem aprendeu a preparar medicamentos a partir das plantas 30 ANEXO III FICHA DE INFORMAÇÕES – Questionário Estruturado 1. INFORMANTE N.º: ________ 2. ESPÉCIE: Nome Popular: Nome Científico: Família: Data da coleta: Parte da planta utilizada: 3. INDICAÇÕES DE USO 4. DOSAGEM 5. PREPARO 6. OBSERVAÇÃO 7. PROCURA Muita Moderada Pouca ANEXO IV – TERMO DE CONSENTIMENTO Eu ____________________aceito participar da pesquisa sobre plantas medicinais do Cerrado, no município de Uberlândia, MG, sob a responsabilidade da aluna Adriana de Assis Damasceno, e orientação da Profª. Dra. Ana Angélica Almeida Barbosa, Profª. Dra. Lúcia de Fátima Estevinho Guido, Prof. Dr. Hudson Armando Canabrava e Dra. Adriana Assis Arantes. Minha participação será inteiramente livre e por minha vontade. Fui esclarecido que responderei a uma entrevista. Minha identidade será preservada, isto é, meu nome não será divulgado e caso seja necessário poderei interromper a entrevista a qualquer momento. Uberlândia, _________________ (data) Assinatura do entrevistado ________________________________________________ Assinatura do entrevistador _______________________________________________