UTILIZAÇÃO DO ÁLCOOL NA FRICÇÃO HIGIÊNICA DAS MÃOS A

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UTILIZAÇÃO DO ÁLCOOL NA FRICÇÃO HIGIÊNICA DAS MÃOS
A maioria das soluções para a anti-sepsia de mãos à base de álcool contém
etanol (álcool etílico), ou isopropanol (álcool isopropílico) ou n-propanol, ou ainda
uma combinação de dois destes produtos. Embora o n-propanol seja utilizado na
Europa há vários anos, não é listado na Administração Federal de Alimentos e
Medicamentos (FDA, food and Drug Administration – Tentative Final Monograph
(TFM) for Healthcare Antiseptic Drug Products) como agente ativo aprovado para
a higienização das mãos ou para preparo pré-cirúrgico de mãos, nos EUA4-5. Por
sua vez, o etanol é reconhecido como agente antimicrobiano, sendo recomendado
para o “tratamento” das mãos, desde 1888. Ressalta-se que no Brasil, é o mais
utilizado.
O modo de ação predominante dos alcoóis consiste na desnaturação e
coagulação das proteínas. Outros mecanismos associados têm sido reportados,
como a ruptura da integridade citoplasmática, a lise celular e a interferência no
metabolismo celular. A coagulação das proteínas, induzida pelo álcool, ocorre na
parede celular, na membrana citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas.
Essa interação do álcool com as proteínas levantou a hipótese da interferência de
sujidade contendo proteínas na anti-sepsia e desinfecção.
De modo geral, os alcoóis apresentam rápida ação e excelente atividade
bactericida e fungicida entre todos agentes utilizados na higienização das mãos.
Soluções alcoólicas entre 60 a 80% são mais efetivas e concentrações mais altas
são menos potentes, pois as proteínas não se desnaturam com facilidade na
ausência de água.
Os alcoóis têm rápida ação microbicida, quando aplicados à pele, mas não
tem atividade residual apreciável. Entretanto, a re-colonização bacteriana na pele
ocorre lentamente após o uso de anti-séptico à base de álcool nas mãos. A adição
de clorexidina, octenidina, ou triclosan à solução alcoólica, pode resultar em
atividade residual.
Desta forma, produtos alcoólicos são mais efetivos na higienização das
mãos de profissionais de saúde quando comparados aos sabonetes comuns ou
sabonetes associados a anti-sépticos. Em vários estudos, comparando redução
bacteriana de mãos utilizando sabonete comum ou sabonete associado a antiséptico versus produtos alcoólicos, a higienização das mãos com álcool teve uma
redução bacteriana maior que lavar as mãos com sabonetes contendo
hexaclorofeno, PVPI, clorexidina a 4% ou triclosan. Em estudos relacionados às
bactérias multirresistentes, os produtos alcoólicos foram mais efetivos na redução
destes patógenos de mãos de profissionais de saúde do que a higienização das
mãos com água e sabonete.
Os alcoóis também são efetivos na anti-sepsia cirúrgica ou preparo préoperatório de mãos das equipes cirúrgicas. Em múltiplos estudos, foram
realizadas contagens bacterianas nas mãos, imediatamente e três horas após a
utilização do produto. As soluções alcoólicas foram mais efetivas que lavar as
mãos com sabonete comum em todos os estudos, e elas reduziram a contagem
bacteriana nas mãos mais que sabonetes associados a anti-sépticos na maioria
dos experimentos.
Além disso, a maioria das preparações alcoólicas foi mais efetiva que PVPI
ou clorexidina degermante. Ressalta-se que a eficácia de preparações alcoólicas
para higienização das mãos é afetada por vários fatores: tipo, concentração,
tempo de contato, fricção e volume de álcool utilizado, e se as mãos estavam
molhadas no momento de aplicação do álcool.
KAWAGOE, J. Y. Produtos utilizados na higienização das mãos. In: BRASIL.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Segurança do Paciente:
Higienização das Mãos. Brasília, 2008, cap. 5, p.35-9.
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