Redalyc.Sibilância tardia em lactentes após infecção pelo vírus

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Revista Paulista de Pediatria
ISSN: 0103-0582
[email protected]
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Brasil
Carlos Pastorino, Antonio
Sibilância tardia em lactentes após infecção pelo vírus sincicial respiratório
Revista Paulista de Pediatria, vol. 25, núm. 1, marzo, 2007, p. 4
Sociedade de Pediatria de São Paulo
São Paulo, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=406038920001
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Editorial
Sibilância tardia em lactentes após infecção pelo vírus
sincicial respiratório
Late wheezing in infants after respiratory syncytial virus infection
O
à internação inicial, não houve correlação com ventilação
mecânica, positividade pelo VSR e atopia na família(3).
Entre os fatores de risco descritos no lactente para o desenvolvimento de asma, deve-se incluir os achados de atopia
na criança (dermatite atópica ou rinite), eosinofilia, evidências
de sensibilização alérgica (determinação de IgE específica
para aeroalérgenos ou alimentos) e presença de fumantes na
casa. Não se pode esquecer que os estudos em pacientes
internados por bronquiolite refletem uma população diferente,
comparada àquela nos quais a infecção pelos vírus foi menos
agressiva ao epitélio respiratório, não sendo necessária sua
internação. Desta forma, os autores apontaram para outras
possibilidades que podem vir a influenciar o desenvolvimento
da asma na criança, especialmente naquelas que sofreram
infecção precoce pelo VSR.
O conhecimento sobre o desenvolvimento da asma deverá, cada vez mais, englobar o reconhecimento viral, os
aspectos ambientais, as respostas do perfil de citocinas e
sua regulação imune, além de variações genéticas próprias
de cada população envolvida(4). O estudo de Riccetto et al(3)
remete à necessidade de maiores pesquisas na população
brasileira, nas quais a genética e as características ambientais
podem ser diferentes, e a evolução e as possíveis intervenções terapêuticas particularizadas.
impacto das infecções virais sobre o trato
respiratório depende da habilidade do hospedeiro em desenvolver respostas protetoras
adequadas para eliminar os vírus, mantendo
as estruturas normais das vias aéreas. A resposta imunológica à infecção viral envolve tanto mecanismos da imunidade inata como da adaptativa que, de maneira ordenada
e conjunta, limitam a propagação viral e promovem sua
eliminação, além de estabelecer memória imunológica para
proteção contra re-infecções. Na dependência do tipo de
vírus envolvido e de fatores ligados ao hospedeiro (maior
suscetibilidade genética, idade, sexo, doenças de base,
entre outros) pode ocorrer um processo inflamatório.
O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos vírus que
facilmente atinge as vias aéreas inferiores, particularmente
em lactentes, quando o sistema imune está imaturo, provocando inflamação aguda ao longo dos bronquíolos. Embora
a maioria das crianças até três anos já tenha entrado em
contato com o VSR, somente uma minoria vai desenvolver
bronquiolite que necessita internação, em geral durante
os primeiros seis meses de vida. Nos Estados Unidos são
estimadas 120.000 internações anuais por bronquiolite em
menores de um ano, sendo que o VSR é responsável por
80.000 internações/ano. A relação entre infecção pelo VSR
na infância e o subseqüente desenvolvimento de sibilância
e asma na criança é matéria de inúmeras controvérsias na
literatura. Mais recentemente, o rinovírus, que era implicado apenas nas infecções do trato respiratório alto como
o agente mais freqüente do resfriado comum, vem sendo
relacionado à bronquiolite, de maneira isolada ou em associação com o VSR(1,2).
Neste número da Revista Paulista de Pediatria, Riccetto
et al(3) avaliaram alguns aspectos desta intrigante relação
em lactentes internados pelo VSR, que necessitaram ou
não de ventilação mecânica, com o desenvolvimento de
sibilância no ano seguinte à internação. Apesar de a maioria
dos lactentes ter apresentado sibilância no ano seguinte
1. Sigurs N, Gustafsson PM, Bjarnason R, Lundberg F, Schmidt S, Sigurbergsson
F et al. Severe respiratory syncytial virus bronchiolitis in infancy and asthma
and allergy at age 13. Am J Respir Crit Care Med 2005;171:137-41.
2. Dakhama A, Lee YM, Gelfand EW. Virus-induced airway dysfunction: pathogenesis and biomechanisms. Pediatr Infect Dis J 2005;24:S159-69.
3. Riccetto AGL, Ribeiro JD, da Silva MTN, Arns CW, Baracat ECE. Sibilância
tardia em lactentes após infecção pelo vírus sincicial respiratório. Rev Paul
Pediatria 2007;25:5-9
4. Singh AM, Moore PE, Gern JE, Lemanske Jr RF, Hartert TV. Bronchiolitis
to Asthma: a review and call for studies of gene-viral interactions in asthma
causation. Am J Respir Crit Care Med 2006 [in press].
1
Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
e Médico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP
CEP 02403-050 – São Paulo/SP
E-mail: [email protected]
Endereço para correspondência:
Rua Dr. João B. Soares de Faria, 113, apto. 141
Recebido em: 6/12/2006
4
RPP 25 (1).indb 4
Antonio Carlos Pastorino¹
Referências bibliográficas
Rev Paul Pediatria 2007;25(1):4.
12/3/2007 15:31:58
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