Guia de Bolso Consulta rápida para Antibióticoprofilaxia Cirúrgica Adulto e Pediátrico - Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) - Boas Práticas na Prevenção de Infecções e Sítio Cirúrgico Introdução: Dados epidemiológicos indicam que 2% a 5% dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos desenvolvem infecção de sítio cirúrgico (ISC), a qual aumenta o tempo médio de internação em 7 a 11 dias. Tais pacientes são 2 a 11 vezes mais suscetíveis a óbito em relação àqueles que não possuem infecção, e 70% dos óbitos em pacientes com infecção de sítio cirúrgico podem ser diretamente atribuíveis a esta¹. Dentre os procedimentos hospitalares, a cirurgia é peculiar, pois ao mesmo tempo em que rompe a barreira epitelial, desencadeia uma série de reações inflamatórias sistêmicas que predispõem a ocorrência de processo infeccioso. A infecção de sítio cirúrgico ocorre em até 30 dias após a realização do procedimento cirúrgico. No caso de implante de próteses, o critério é de até 90 dias². De modo geral, manifesta-se através de edema, eritema e dor no sítio de incisão, deiscência de ferida operatória, drenagem de secreção. Febre e leucocitose podem ser observadas e, eventualmente, crepitação no local quando infecção por germes anaeróbicos, porém estes não representam critérios epidemiológicos de infecção de sítio cirúrgico². Estudos demonstram que as principais fontes de infecção em cirurgias são¹: Flora endógena do paciente: Principal fonte causadora de ISC, sendo assim, a degermação da pele é a principal etapa da antissepsia, pois neste momento retirase a maior parte da flora residente da pele do paciente. O antisséptico alcoólico finaliza este processo. Justifica-se, portanto, a importância da antissepsia cutânea correta. Flora do profissional de saúde: Diante da higiene inadequada das mãos e do uso inadequado da máscara cirúrgica, eleva-se a probabilidade de desenvolvimento de ISC, uma vez que há risco de contaminar o paciente durante o procedimento. Materiais inadequadamente esterilizados ou contaminados. Portanto, para prevenir o desenvolvimento de ISC deve-se³: • Realizar a antissepsia cutânea adequadamente com clorexidine degermante e alcoólico, com técnica preconizada pela ANVISA e CDC; • Higienizar as mãos adequadamente; • Utilizar a máscara cirúrgica com cobertura adequada do nariz e da boca, além dos demais EPIs necessários; • Sempre que possível, identificar e tratar todas as infecções a distância do sítio cirúrgico que, porventura, o paciente apresentar; • Encorajar a suspensão do fumo, pelo menos 30 dias antes da cirurgia; • Evitar internação pré-operatória prolongada, portanto, realizar o mais próximo do procedimento possível; • Sempre verificar prazo de validade de indicadores de esterilização e integradores; • O banho com clorexidine degermante na noite anterior e na manhã da cirurgia está indicado para todos os pacientes, uma vez que contribui para redução da flora cutânea endógena do paciente. Cirurgia Segura Orientações Gerais: Orientações pré-cirúrgicas: • Manter as unhas curtas; • Não utilizar joias e adornos nas mãos e nos braços; • Unhas postiças são proibidas, já que acumulam sujidades; • Limpar embaixo das unhas antes da primeira escovação pré- operatória do dia; • Fazer a antissepsia das mãos e dos antebraços até a altura dos cotovelos com clorexidina degermante, com técnica adequada por 5 minutos na primeira cirurgia do dia e por 3 minutos nas cirurgias subsequentes; • Secar mãos e antebraços com toalha estéril. Paramentação completa composta de: uniforme privativo (jaleco e calça), gorro, máscara, avental estéril, luva estéril e protetor ocular. O sapato deve ser totalmente fechado para que não haja risco de acidentes com materiais pérfuro-cortantes. A utilização de propés não é obrigatória. Estudos comprovam que não possuem impacto em infecção de sítio cirúrgico. Sugestões no Intraoperatório: • Realizar a antissepsia da pele em movimentos circulares do centro para a periferia: degermação do campo operatório com clorexidine degermante e, com a pele seca, aplicar a solução de clorexidine alcoólico; • Após a aplicação, aguardar um minuto para que a solução surta efeito; • Nas cirurgias que envolvem mucosas, usar a solução degermante seguida da aquosa, pois o álcool é irritante nestas; • Fazer hemostasia adequada; • Evitar cauterização abusiva; • Evitar formação de espaço morto e isquemia tecidual; • Drenos devem ser usados somente se estritamente necessários, e removidos o mais rápido possível; • Trocar o uniforme privativo quando estiver molhado, contaminado ou visivelmente sujo por sangue ou outros fluidos potencialmente contaminados; • Evitar conversa excessiva durante o ato operatório; • Limitar o número de pessoas em sala cirúrgica; • Manter as portas da sala cirúrgica fechadas; • Usar máscara que cubra completamente o nariz e a boca ao adentrar a sala; • Infusão total da dose da antibioticoprofilaxia entre 60 e10 minutos antes da cirurgia, de acordo com a indicação; • A aplicação de torniquetes deve ser realizada apenas após a infusão completa do antibiótico profilático; • Trocar luvas e instrumental para o fechamento da parede. Sugestões para o pós-operatório: • Proteger a incisão cirúrgica com curativo oclusivo, após limpar bem a região. Manter fechado de 24 a 48 horas; • Extubação precoce; • Fazer transferência precoce da UTI; • Retirar cateteres e sondas com período máximo de 48 horas; • Parar os antibióticos seguindo o protocolo, mesmo com a presença de drenos e cateteres; • Não estender a profilaxia no período pós-operatório; • Seguir protocolo de tromboembolismo venoso institucional; • Deambulação precoce; • Lavar as mãos antes e após realizar a troca de curativo ou quando houver qualquer contato com a incisão; • Fazer curativo utilizando a técnica asséptica; • Não é recomendado o uso de antissépticos em incisões cirúrgicas e outros tipos de feridas; • Orientar o paciente e a família quanto aos cuidados com a incisão, explicar os sinais e sintomas de infecção no sítio cirúrgico e a necessidade de comunicálo ao médico responsável; • Avaliar a necessidade de vacinação ou profilaxia para tétano. As estratégias descritas a seguir foram baseadas em artigo publicado em 2014 pela Sociedade Americana de Epidemiologia (SHEA), no qual cada recomendação de prevenção recebeu uma graduação de qualidade de evidência numerada, sendo: Nível I – Alto, Nível II – Moderado e Nível III – Baixo 2 - Administração da antibioticoprofilaxia de acordo com padrões baseados em evidências e Guidelines (Nível I)4. 2.1. Iniciar a administração do antibiótico uma hora antes da incisão para maximizar a concentração tecidual. A administração próxima de uma hora é efetiva, porém, estudos mostram maior eficácia se o antibiótico for administrado nos 30 minutos mais próximos ao tempo da incisão em comparação com a administração entre 30 e 60 minutos: I. Vancomicina e Fluorquinolonas requerem infusão em pelo menos uma hora, portanto, a infusão duas horas antes da incisão cirúrgica é autorizada nestes casos; II. Antibióticos devem ser infundidos antes da insuflação de torniquetes ou procedimentos com técnicas cirúrgicas “bloodless”. 2.2. Selecionar o antibiótico baseado no tipo de cirurgia e nos patógenos mais comuns causadores de infecções de sítio cirúrgico para aquele procedimento. 2.3. Descontinuar o uso do antibiótico após 24 horas do procedimento, em cirurgias cardíacas após 48 horas: I.A manutenção do antibiótico não possui eficácia na prevenção da infecção de sítio cirúrgico, além de aumentar o risco de resistência bacteriana e infecção por Clostridium difficile. 2.4. Ajustar a dose de acordo com o peso do paciente: I. Cefazolina (Kefazol®) 2 g (para pacientes com mais de 120 kg, 3g); II. Vancomicina: 15 mg/kg EV em uma hora; III. Gentamicina: 5 mg/kg para adultos e 2.5 mg/kg para pacientes pediátricos. Para obesos mórbidos o peso utilizado para o cálculo deve ser o peso ideal mais 40% do excesso de peso. 2.5. Repique deve ser realizado nas cirurgias com tempo prolongado ou sangramento excessivo: I. Deve ser administrada nova dose no intraoperatório (repique) ao intervalo de duas meias vidas (T ½) (medido a partir do tempo em que a primeira dose foi administrada) nos casos em que este tempo foi excedido. Ex: repique a cada duas horas para Cefalotina (Keflin®) e Cefoxitina (Cefton®), repique a cada quatro horas para Cefazolina (Kefazol®) e Cefuroxima (Zinacef®). 2.6. Utilização da combinação de agentes antimicrobianos orais e parenterais para reduzir o risco de infecção de sítio cirúrgico em procedimentos colorretais: I. A redução do risco com o preparo mecânico isolado não foi estudada, mas os estudos indicam benefícios no uso de antibióticos por via oral combinados com o preparo mecânico; II. O preparo mecânico do intestino sem antibióticos orais não diminuiu o risco de infecção de sítio cirúrgico. 3 - Não remover os pelos do sítio cirúrgico a não ser que a presença destes possa interferir na técnica cirúrgica (Nível II). Se a remoção dos pelos for necessária, remova fora da sala cirúrgica, utilizando clippers ou um creme depilatório². 4 - Controle glicêmico através do Protocolo de Jejum5. 5- Manutenção de normotermia (temperatura maior ou igual a 35,5 °C) durante o intraoperatório (Nível I)5. 5.1. Mesmo grau leve de hipotermia pode aumentar a taxa de infecção de sítio cirúrgico. A hipotermia possui impacto direto na função dos neutrófilos, indiretamente desencadeia a vasoconstrição subcutânea e subsequente hipóxia tissular. Além disto, a hipotermia pode aumentar a perda sanguínea, com consequente hematoma na ferida ou necessidade transfusional, fatores estes que podem levar a infecções de sítio cirúrgico; 5.2. Estudos randomizados controlados mostraram benefícios quanto à redução das infecções de sítio cirúrgico quando realizado aquecimento pré e intraoperatório. 6 - Otimização da oxigenação tissular administrando oxigênio suplementar durante e imediatamente após o procedimento cirúrgico (Nível I)5. 7 Antissepsia do sítio cirúrgico utilizando clorexidine degermante seguido de clorexidine alcoólico. Pode ser utilizada a combinação de povidine degermante e alcoólico, porém, o clorexidine possui maior efeito residual na pele¹. 7.1. A combinação com a preparação alcoólica é contraindicada na antissepsia de mucosas, orelhas e córnea. Nestes casos a combinação de antisséptico degermante e tópico devem ser utilizados. 8 - Utilização de protetores de plástico impermeáveis, para ferida operatória, em cirurgias gastrointestinais e de trato biliar (Nível I). 8.1 Meta-análise observou redução de 45% das infecções de sítio cirúrgico. 9 - Utilização rotineira do Checklist Cirúrgico a fim de assegurar as melhores práticas e garantir a segurança do paciente (Nível de Evidência I). 9.1 O checklist elaborado pela Organização Mundial de Saúde auxilia na adesão às melhores práticas; 9.2 Estudo multicêntrico quase-experimental conduzido em oito países demonstrou que este levou a diminuição das taxas de complicações cirúrgicas, incluindo infecção de sítio cirúrgico e morte. 10 - Educar pacientes e familiares sobre as estratégias de prevenção de infecção de sítio cirúrgico no período pré- operatório (Nível III). 11 - Ação nos fatores de risco modificáveis: 11.1 Ótima preparação de desinfecção do sítio cirúrgico; 11.2 Higiene adequada das mãos da equipe cirúrgica (antissepsia das mãos por cinco minutos na primeira cirurgia do dia e de dois a três minutos nas demais cirurgias do dia); 11.3 Higiene adequada das mãos dos outros membros presentes na sala de cirurgia; 11.4 Reduzir o tráfego desnecessário de pessoas na sala cirúrgica; 11.5 Manter as portas fechadas. Antibióticoprofilaxia A utilização do antibiótico adequado no tempo cirúrgico ideal possui grande impacto na prevenção das infecções de sítio cirúrgico. Os maiores problemas de inadequação são relacionados à escolha do antibiótico, à dose correta, ao tempo de infusão adequado antes da incisão cirúrgica, ao repique de dose no intraoperatório, ao aprazamento das doses no pós- operatório e ao tempo de manutenção do antibiótico. A antibióticoprofilaxia pode ser caracterizada como primária, secundária e erradicação. A primária é a prevenção de uma infecção inicial. A secundária refere-se à prevenção da recorrência ou reativação de uma infecção preexistente. A erradicação refere-se à eliminação de uma colonização a fim de evitar o desenvolvimento de uma infecção. O antibiótico ideal deve ser capaz de: 1. Prevenir infecção; 2. Prevenir a morbidade e mortalidade relacionadas à infecção; Para atingir tais objetivos o antibiótico deve: 1. Ser ativo contra os principais patógenos causadores de infecção naquele determinado sítio; 2. Ser administrado em dose correta, na via correta e no tempo correto, a fim de assegurar concentrações séricas e teciduais adequadas durante todo o procedimento; 3. Ser seguro; 4. Ser administrado pelo menor período possível a fim de minimizar os efeitos colaterais, o desenvolvimento de resistência e os custos. Antimicrobianos profiláticos de acordo com sítio e procedimento cirúrgico Siga as boas práticas em profilaxia antimicrobiana em cirurgia: • Administre a primeira dose do antibiótico em até 1 hora antes de iniciar a incisão, preferencialmente na indução anestésica. Exceções: Fluorquinolonas ou Vancomicina: administrar a 1ª dose dentro de 2 horas antes da incisão. Parto cesárea: administrar após o clampeamento do cordão. Prescreva o antibiótico adequado e na dose certa. Repita a dose no intraoperatório quando indicado. Suspenda os antibióticos no tempo instituído. Pare os antibióticos mesmo se houver drenos e cateteres. Consulta rápida para Antibióticoprofilaxia Cirúrgica Adulto e Pediátrico Siga as boas práticas em profilaxia antimicrobiana em cirurgia: • Administre a primeira dose do antibiótico em até 1 hora antes de iniciar a incisão, preferencialmente na indução anestésica. Exceções: • Fluorquinolonas ou Vancomicina: administrar a 1ª dose dentro de 2 horas antes da incisão. • Parto cesárea: administrar após o clampeamento do cordão. • Prescreva o antibiótico adequado e na dose certa. • Repita a dose no intra-operatório quando indicado. • Suspenda os antibióticos no tempo instituído. • Pare os antibióticos mesmo se houver drenos e cateteres. Antimicrobiano Dose recomendada em Adultos EV Dose recomendada em Pediatria EV Intervalo de repique em horas Ampicilina-Sulbactam 3g 100-300mg/kg 2 Ampicilina 2g 50mg/kg 2 Cefazolina 2g 25mg/kg 4 Cefazolina Peso acima de 120 kg: 3g - 4 Cefuroxima 1,5 g 50mg/kg 4 Cefoxitina 2g 20 – 25mg/kg 2 Ceftriaxona 2g 50mg/kg Não aplicável Ciprofloxacina 400 mg 6 -10mg/kg Não aplicável Clindamicina 600 - 900mg 10mg/kg 6 Fluconazol 400 mg 6 – 12mg/kg Não aplicável Gentamicina 5 mg/kg 2,5mg/kg Não aplicável Levofloxacina 500 mg - Não aplicável Metronidazol 500 mg 10 – 15mg/kg Não aplicável Moxifloxacina 400 mg - Não aplicável Piperacilina Tazobactam 3,375 g 100mg/kg de Piperacilina e 12,5mg/kg de Tazobactam 2 Vancomicina 15 mg/kg 10mg/kg Não aplicável Cirurgia de Cabeça e Pescoço Procedimento Antibiótico Duração Limpa, sem lesão de mucosa Não indicado - Limpa com lesão de mucosa e colocação de implantes Cefazolina Intraoperatório Oncológica limpa Cefazolina Intraoperatório Cirurgia potencialmente contaminada oncológica Cefazolina + Metronidazol Ou Clindamicina isoladamente 24h Oncológica infectada Ceftriaxona e Clindamicina Tratamento 10 dias Cirurgia Cardíaca Procedimento Antibiótico Duração Cirurgia Cardíaca Cefuroxima 48h Instalação de Marcapasso Cefuroxima Total de duas doses apenas Cirurgia Gastrointestinal Procedimento Antibiótico Duração Esôfago – incisão de mucosa Cefoxitina 24h Esôfago - câncer Ceftriaxona + Clindamicina Ou Ceftriaxona + Metronidazol 24h Gastrostomia Endoscópica Cefazolina Dose única no intraoperatório Hérnia de Hiato Cefazolina ou Cefoxitina 24h Gastrectomia Cefazolina ou Cefoxitina 24h Cirurgia Bariátrica Cefazolina ou Cefoxitina 24h Intestino Delgado Cefoxitina intraoperatório Apendicectomia Cefoxitina intraoperatório Cólon Cefoxitina 24h Colecistectomia Cefazolina Intraoperatório Gastroduodenopancreatectomia Cefoxitina 48h Hepatectomia com Metástase hepática Cefazolina + Metronidazol 48h Hepatectomia por colangiocarcinoma Ceftriaxona + Metronidazol ≥ 5 dias Transplante Hepático Cefotaxima + Ampicilina 48h 48h Transplante de pâncreas Cefazolina Pâncreas sem abertura TGI Não indicado Pâncreas com abertura de TGI Cefoxitina Intraoperatório Hernioplastia ou Herniorrafia Cefazolina Intraoperatório Reto Cefazolina + Metronidazol Intraoperatório Cirurgia Ginecológica Procedimento Antibiótico Intraoperatório Cirurgia de mama: Cirurgia estética ou com prótese Mastectomia; Nodulectomia Quadrantectomia Cefazolina Intraoperatório Cirurgia Ginecológica Abortamento Cistocele Histerectomia abdominal/ vaginal Miomectomia Ooforectomia Pan – Histerectomia Perineoplastia Retocele Uretrocistopexia Cefazolina Intraoperatório Cirurgia Neurológica Procedimento Antibiótico Duração Craniotomia sem implantação de corpo estranho Cefuroxima Intraoperatório Cirurgia com acesso transesfenoidal Cefuroxima Intraoperatório Laminectomia e demais cirurgias de coluna sem implantes Cefuroxima Intraoperatório Laminectomia e demais cirurgias de coluna com implantes Implantação de DVE, DRP, DLE Fístula liquórica e pneumoencéfalo Cefuroxima Cefuroxima Cefuroxima 24h 24h 5 dias Cirurgia Ortopédica Procedimento Antibiótico Duração Osteossíntese de fratura fechada Cefazolina 24h Prótese de quadril, joelho e outras Cefazolina ou Cefuroxima 24h Manipulação de tecidos infectados por S. aureus Sensível à Oxacilina em portadores de prótese ortopédicas Cefazolina Tratamento ≥ 7 dias Manipulação de tecidos infectados por S. aureus Resistente à Oxacilina em portadores de prótese ortopédicas Vancomicina Tratamento ≥ 7 dias Revisão de Artroplastia por suspeita de infecção Vancomicina + Ceftazidima Tratamento por 5 dias. Adequar de acordo com culturas Cirurgia eletiva com implante Cefazolina 24h Cirurgia eletiva sem implante Não indicado Laminectomia e demais cirurgias de coluna Cefuroxima Intraoperatório Fratura exposta tipo 1 Cefazolina 48h Fratura exposta tipo 2 e 3 Clindamicina + Gentamicina 48h Artroscopia Não indicado Artroscopia em próteses articuladas Cefazolina 24h Cirurgia Otorrinolaringológica Procedimento Antibiótico Duração Estapedotomia Cefazolina Intraoperatório OMC sem colesteatoma Timpanoplastias Timpanomastoidectomia Mastoidectomia Cefazolina Intraoperatório OMC com colesteatoma Timpanoplastias Timpanomastoidectomia Mastoidectomia Ciprofloxacino Intraoperatório. Se fístula, estender por 5 dias Ressecção de tumores de ângulo ponto-cerebelar Descompressão de saco endolinfático Neurectomia vestibular Implante coclear Ressecção de tumores glômicos Cefuroxima Intraoperatório. Se fístula, estender por 5 dias Ressecção externa de tumores naso-sinusais Cirurgia endoscópica de paranasaissinusites crônicas Papiloses nasais Papilomas nasais Cefazolina Intraoperatório Intraoperatório Pós operatório: Amoxacilina 500mg VO 8/8h até retirada do tampão Septoplastia/rinoplastia Cefazolina Amidalectomia / Adenoamidalectomia Não indicado Hemilaringectomia Laringectomia total Microcirurgias de laringe Cefazolina Intraoperatório Tireoplastias / Cirurgias de arcabouço laríngeo Cefazolina Intraoperatório Submandibulectomia Parotidectomia Cefazolina Intraoperatório Cirurgia Plástica Procedimento Antibiótico Duração Estéticas: Abdominoplastias Blefaroplastias Dermolipectomias Lipoaspiração Otoplastia Ritidoplastia Cefazolina Intraoperatório Septoplastia Rinoplastia Cefazolina Até retirada do tampão, utilizar Amoxacilina 500mg 8/8h Cirurgia de mama: Cirurgia estética ou reconstrução com ou sem prótese Mastectomia Nodulectomia Quadrantectomia Cefazolina Intraoperatório Cirurgia de mão: Unidas/Sindactilia Cefazolina Intraoperatório Reparatória: Craniofacial (Côngenita, trauma) Microcirurgia Cefazolina Intraoperatório Queimados: enxerto ou retalho Coletar swab de vigilância 1x/ semana até a data da cirurgia. O antibiótico profilático deverá ser guiado pelo resultado da cultura de swab Intraoperatório Cirurgia de Tórax Procedimento Correção de hérnia / eventração diafragmática Correção de pectus Decorticação pulmonar Pericardiectomia Ressecção de condrite Ressecção de estenose de traquéia Ressecção de tumor pleural Ressecção pulmonar: Nodulectomia Segmentectomia Lobectomia Toracectomia Toracoplastia Toracoplastia para acesso à coluna Tromboendarterectomia pulmonar Biópsia transtorácica ou de gânglio, pleura, pulmão a céu aberto, tumores de parede Costectomia segmentar Drenagem pleural (exceto empiema) Laringoscopia de suspensão Mediastinoscopia Mediastinostomia Pleuroscopia diagnóstica Toracocentese diagnóstica Traqueostomia Antibiótico Duração Cefazolina Ou Cefuroxima Não indicado 24h Cirurgia e Procedimento em Urologia Os pacientes com ITU ou bacteriúria assintomática devem ser tratados antes de procedimentos invasivos Procedimento Antibiótico Duração Biópsia de próstata transretal Ceftriaxona + Ciprofloxacino 3 a 7 dias Braquiterapia prostática transperial Ciprofloxacino Dose única Extração endoscópica ou manipulação percutânea de cálculos Ceftriaxona ou Gentamicina No pós-operatório, utilizar Norfloxacino 400mg VO a cada 12 h até a retirada da SVD Litotripsia Ceftriaxona Dose única Estudos urodinâmicos Norfloxacino 24h Cistoscopia e pielografia retrógrada simples em Baixo risco Não indicado Cistoscopia e pielografia retrógrada simples em Alto risco Norfloxacino 24h Cirurgia endourológica ambulatorial (colocação ou troca de stent, ureteroscopia diagnóstica ou terapêutica) Ciprofloxacino ou Cefazolina Dose única Cirurgias limpas (orquiectomia, postectomia, vasectomia, varicocelectomia) Não indicado Orquiectomia com colocação de prótese Cefazolina Dose única Próteses penianas Esfíncter artificial Cefuroxima 24h Nefrectomia limpa Cefazolina Dose única Nefrectomia infectada Ceftriaxona ; orientar via urocultura após o resultado Tratar por 7 dias Ureteroplastia Uretroplastia Ciprofloxacino ou Cefazolina 24h Implantação ou retirada de Duplo J Ciprofloxacino ou Cefazolina Intraoperatório Prostectomia aberta, ressecção transuretral de próstata ou bexiga Cefazolina ou Ciprofloxacino ou Ceftriaxona 24h Cirurgias com manipulação intestinal Cefoxitina 24h Transplante Renal Cefazolina 24h Transplante de Pâncreas ou Duplo Rim - Pâncreas Ampicilina + Ceftriaxona + Metronidazol 5 – 7 dias Cirurgia Vascular Vascular Cirurgia Procedimento Antibiótico Duração Varizes Baixo Risco: Ligadura de perfurantes e laterais Não indicado Varizes Alto Risco: Safenectomias Tromboflebite Dermatofibrose Úlceras de estase Fibredema Distúrbio de imunidade Varizes exuberantes Cefazolina Embolectomia (CPK<150) Não indicado Embolectomias extensas, em membros inferiores, com alterações neurológicas Cefazolina 24h Enxerto com prótese vascular sem lesão trófica infectada Cefazolina 24h Enxerto com veia autóloga sem lesão trófica infectada Cefazolina Intraoperatório 24h Implante de cateter de longa permanência Não indicado Fístula arteriovenosa sem prótese Não indicado Fístula arteriovenosa com prótese Cefazolina Dose única Amputações com gangrena seca Cefoxitina 24h Amputação por gangrena úmida Ciprofloxacino e Clindamicina Manter de acordo com a clínica e ajustar conforme cultura Cirurgia do Trauma Procedimento Antibiótico Duração Trauma abdominal penetrante Cefoxitina 24h Trauma abdominal fechado com indicação cirúrgica Cefoxitina 24h Trauma tóraco abdominal penetrante Cefoxitina 24h Lavagem peritoneal ou Laparotomia exploradora Não indicado Trauma torácico fechado ou trauma fechado com dreno Cefazolina 24h Trauma torácico penetrante com perfuração de esôfago Clindamicina + Gentamicina 7 dias Osteossíntese de fratura fechada Cefazolina ou Ceftriaxona 24h ou dose única respectivamente Fratura exposta tipo 1 Cefazolina 24h Fratura exposta tipo 2 ou tipo 3 Clindamicina + Gentamicina 48h Lesão vascular Cefazolina 24h Trauma cirúrgico cabeça e pescoço Cefuroxima 24h Trauma de crânio fechado Cefuroxima 24h Trauma de crânio penetrante Cefuroxima 5 dias Trauma de crânio com fístula liquórica Pneumoencéfalo pós-trauma Cefuroxima 5 dias Videocirurgias Procedimento Antibiótico Duração Gastrointestinal De acordo com as cirurgias convencionais De acordo com as cirurgias convencionais Ginecológica De acordo com as cirurgias convencionais De acordo com as cirurgias convencionais Ortopédica De acordo com as cirurgias convencionais De acordo com as cirurgias convencionais Torácica De acordo com as cirurgias convencionais De acordo com as cirurgias convencionais Colecistectomia de baixo risco Não indicado Cirurgias Oftalmológicas Excluir processo inflamatório e infeccioso. Na presença destes, suspender o procedimento. Pingar 1 gota de colírio de Quinolona 60, 45, 30 e 15 minutos antes da cirurgia Antissepsia: Conjuntival: Colírio de PVPI – Povidine tópico 5% 5 minutos antes da cirurgia Periorbital: PVPI tópico 10% Antibióticoprofilaxia: Pingar 1 gota de colírio de Quinolona ao final da cirurgia Pingar 1 gota de colírio de Quinolona 4x ao dia por 1 semana Referências Bibliográficas 1- National Healthcare Safety Network. Surgical Site Infection (SSI) Event. Atlanta: Centers for Disease Control and Prevention 2014. http://www.cdc.gov/nhsn/PDFs/ pscManual/9pscSSIcurrent.pdf. Acessado em 28 de junho de 2014. 2- Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios Diagnósticos de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Brasília: 2013. http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ fb486e004025bf44a2e4f2dc5a12ff52/Modulo_2_Critérios_ Diagnosticos_IRA_Saude.pdf?MOD=AJPERES. Acessado em 28 de junho de 2014. 3- Anderson DJ, Podgorny K, Berríos-Torres SI. 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