Economia das aparências - IBB

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Economia das aparências
Por Anderson Ricardo Carlos – aluno não bolsista
MEC/SESu-PET
Releitura: ???
Atualmente, observa-se um grande valor atribuído à aparência, este, associado
à cirurgia plástica que, transforma-se em um novo método, no qual, as pessoas
tentam conquistar um padrão perfeito de beleza: inatingível, compulsivo,
excludente e divergente entre as classes sociais.
Em alguns estudos, há comprovação do aumento das cirurgias plásticas no
Brasil, posicionando-o em segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas
para os EUA, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Isso
é explicado porque uma parte considerável (15%) do sistema público de saúde
realiza cirurgias com fins estéticos.
Segundo antropólogos, a mulher brasileira busca interagir em um grande
número de atividades e com uma cobrança elevada em todas elas,
necessitando ser boa mãe e esposa, bem-sucedida profissionalmente e, ainda
por cima, tendo que enfrentar o quarto turno, o da academia, para buscar o
corpo desejado. No mesmo estudo, nota-se que a cirurgia estética não foi vista
como medicina legítima por muito tempo. No entanto, a partir de idéias de
cirurgiões como Ivo Pitanguy, esse tipo de cirurgia legitizou-se pelo fato de
poder curar complexos de inferioridade, ou seja, ela acabou sendo associado à
psicologia, formando “psicólogos com bisturi”.
De acordo com pesquisas da FAPERJ, há diferenças entre o conceito de
beleza de mulheres de classe A-B e as de classe C-D. As primeiras preferem
um corpo macérrimo, já as segundas priorizam um corpo mais curvilíneo e
farto.
Além disso, a cirurgia plástica tornou-se excludente, pois o Brasil adicionou um
componente estético à identidade brasileira e quem não se adéqua a ela se
torna um “sofredor estético”. No Brasil, o corpo é um capital, necessário para o
mercado de trabalho, para o mercado do casamento e mercado sexual. Um
dos maiores problemas da plástica é a associação da velhice como uma
negligência corporal ou como uma doença, o que na verdade, é uma total
inversão de valores, pois esse fato deveria ser tratado como destino natural.
Outro projeto, compara a mulher brasileira à mulher alemã. A primeira, apesar
de aparentar mais jovem e em melhor forma, sente-se menos valorizada e mais
velha. Enquanto a mulher alemã, que se preocupa menos com a aparência,
acaba aproveitando mais as experiências da nova faixa etária, que incluem a
realização profissional e a qualidade de vida.
Por fim, o texto mostra um ponto positivo de cirurgias estéticas: o valor
biológico e nu que se dá ao corpo, não se importando com roupas ou
acessórios, além do caráter democrático, sendo que a busca pelo corpo belo
não depende de nascimento ou educação do indivíduo.
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