- Colégio D. Pedro II

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1º. Ensino Médio – Prof. Zé Roberto
GEOPOLÍTICA
Definição
A Geopolítica é uma área da Geografia que
tem como objetivo fazer a interpretação dos
fatos da atualidade e do desenvolvimento
políticos dos países usando como parâmetros
principais ás informações geográficas.
A geopolítica visa também compreender e
explicar os conflitos internacionais da
atualidade e as principais questões políticas
da atualidade.
Após a II Guerra Mundial, o mundo passou
por grandes transformações, de ordem
social, econômica e política. Uma série de
acontecimentos no cenário internacional fez
com que as relações internacionais do pósguerra fossem estudadas sob diferentes
enfoques, em especial as divergências entre
os Estados, mas também entre Estados e
populações ou organizações. Isto ocorreu
devido ao contexto mundial da metade
do século
XX,
caracterizado
por
realinhamentos
e
novas
alianças
internacionais, a descolonização da África e
Ásia, pelas fragmentações territoriais e os
novos agrupamentos de países conforme
interesses políticos e econômicos.
Esta situação da Geografia Política em nível
mundial está diretamente relacionado
à História Mundial e a Geografia. Porém,
muitos fenômenos geográficos são ligados a
situações tensas entre países, questões
estratégias nacionais ou disputas entre
grupos político-ideológicos ou grupos étnicos
dentro de um mesmo Estado.
Temas abordados
Os principais temas estudados pela
Geopolítica na atualidade são: Globalização,
Conflito árabe-israelense, influência dos
Estados Unidos no mundo atual, Nova Ordem
Mundial e o uso dos recursos energéticos no
mundo.
Geopolítica do Brasil
No território brasileiro também se
configuram características e situações que
envolvem a geopolítica - principalmente de
acordo com as características sócioeconômicas das diferentes regiões do país, o
desenvolvimento sustentável brasileiro, os
conflitos entre o desenvolvimento agrário e
populacional e os biomas nativos na zona
rural e o crescimento urbanístico, incluindo a
inserção do país na economia internacional,
tendo como destaque a negociação com
grandes blocos e a formação de entidades
supranacionais, como o MERCOSUL e
a UNASUL (é uma união intergovernamental
que
integra
as
duas uniões
aduaneiras existentes na região: o Mercado
Comum do Sul (Mercosul) e a Comunidade
Andina de Nações (CAN), como parte de um
contínuo processo de
integração sulamericana). Desta forma, a geopolítica do
Brasil
está
intrinsecamente
ligada
à Geopolítica da América do Sul.
A VELHA ORDEM MUNDIAL (1947-1990)
● GUERRA FRIA - MUNDO BIPOLAR
A cooperação dos Aliados possibilitou a
derrota das forças do Eixo na Segunda Guerra
Mundial. Com a esperança de construir uma
paz duradoura e evitar futuras guerras, os
líderes Aliados planejavam cooperar após a
guerra. Mas as relações entre a União
Soviética e os outros países Aliados logo
deterioraram, gerando uma nova era de
tensão mundial.
Conferência de Bretton Woods
A Conferência de Bretton Woods, realizada
em julho de 1944, tinha como objetivo a
reconstrução
da
economia
mundial.
Quarenta e cinco países aliados se reuniram
em Bretton Woods, nos Estados Unidos,
onde ficou acordado a criação de duas
organizações
internacionais:
o Banco
Mundial (conhecido também como Banco
Internacional
de
Reconstrução
e
Desenvolvimento - BIRD) e o Fundo
Monetário
Internacional (FMI).
Nessa
reunião, também foi definido o novo padrão
monetário internacional: o dólar ouro. O
Banco Central Americano (o Federal Reserve
- Board of Governors of the Federal Reserve
System) garantia uma paridade fixa de 35
dólares por uma onça (31,1g) de ouro.
O dólar se consagrava como a nova moeda
de reserva mundial, com livre circulação no
mundo. A Conferência de Bretton Woods
marcou o início da dominância econômica
americana.
governos dos países em que tais fatos
ocorriam, inclusive a União Soviética.
Pós-Segunda Guerra Mundial
Os EUA saíram da Segunda Guerra Mundial
como potência hegemônica no mundo
capitalista e estenderam seu comércio para
quase todas as nações, ocupando o 1º lugar
na produção mundial, enquanto a URSS
surgia como potência do bloco comunista.
Ao final da Guerra, os Estados Unidos e a
URSS entraram em uma disputa acirrada pela
hegemonia no globo. A política de
hostilidades entre os Estados Unidos e a
União Soviética no pós-guerra é chamada de
Guerra Fria (1947-1989). O termo Cortina de
Ferro era usado para descrever a barreira
política entre o bloco soviético e o Ocidente.
Após o término da Segunda Guerra Mundial,
a Europa entrou em um processo de
reconstrução, e não demorou muito para
ingressar em um intenso desenvolvimento
industrial e econômico, salvo os países do
leste Europeu que nesse mesmo período
enfrentou sucessivas crises de caráter
financeiro.
A crítica situação na qual a população
convivia ocasionou o surgimento de
inúmeros movimentos, decorrentes da
imposição do sistema socialista que estava
em vigor no bloco de países socialistas
liderados pela União Soviética. Todas as
formas de manifestações contra o governo e
seu regime político era repreendido pelo uso
da força, ordenados pelos líderes dos
O Fim da Guerra Fria e da URSS
Na segunda metade da década de 1980, o
sentimento de insatisfação por parte da
população atingiu a União Soviética, com isso
foi necessária a implantação de inúmeras
reformas no território.
Dentre as várias mudanças, uma delas era
uma menor interferência por parte dos
soviéticos no leste Europeu, desse modo os
países que integravam o bloco socialista
ganharam sua independência para buscar sua
inserção em outras formas de governo,
regime político e econômico.
Todas
as
medidas
de
mudanças
desenvolvidas no leste europeu foram
executadas de forma pacífica e levou ao
desmembramento do bloco socialista na
Europa, proveniente das decisões dos países
que integravam o bloco em questão de não
dar continuidade ao regime políticoeconômico oriundo da União Soviética, a
partir desse ato buscou estabelecer medidas
e reformas com intuito de integrar suas
economias internacionalmente no mundo
capitalista para que as respectivas nações
alcançassem um maior desenvolvimento e
oferecessem uma melhor qualidade de vida
às suas populações.
Em toda fase de transição dos regimes de
governos e a queda do socialismo
aconteceram várias transformações e
mudanças, no entanto, a mais importante
delas ocorreu na segunda metade da década
de 1980, quando, em 1989, houve a queda
do Muro de Berlim, esse fato marcou o fim
da Guerra Fria e o começo da implantação de
reunificação da Alemanha que no ano
seguinte
veio
a
ser
executado.
Todas as transformações ocorridas no
processo de desmembramento político
geraram uma modificação nas relações
diplomáticas entre os líderes das nações que
integravam o bloco socialista e o governo da
União Soviética. Além disso, houve uma
intensa dispersão de sentimentos de
autonomia na região, derivando a
independência de várias Repúblicas em 1991,
decretando assim o fim da União Soviética e
do mundo bipolar.
A Federação Russa, devido o seu enorme
arsenal
militar
foi
designada
pela
comunidade internacional para ocupar o
espaço da ex-União Soviética, reconhecida
também pelo Conselho de Segurança
Permanente da Organização das Nações
Unidas.
Apesar da fragmentação da União Soviética e
a unificação da Alemanha, a configuração
cartográfica e geopolítica da região não
terminou, pois logo depois houve a
independência da Tchecoslováquia e da
Iugoslávia. Com isso, fica evidente que o leste
europeu ainda tem grandes possibilidades de
outras
fragmentações,
principalmente
derivados de divergência ética-religiosa.
A NOVA ORDEM MUNDIAL (A partir de
1991)
O mundo atual é marcado por várias
características, entre as quais se destacam a
nova divisão com a questão multipolar, e o
neoliberalismo, a globalização e os blocos
econômicos. Para entender o mundo
moderno e prever as tendências econômicas,
é importante aprofundar o conhecimento
sobre as características principais dessa Nova
Ordem.
Divisão e multipolaridade
A Nova Ordem Mundial é multipolar,
tomando como referencial o fato econômico,
enfatizando três grandes centros de poder:
EUA, Japão e a União Europeia (UE).
Atualmente, inclui-se também a China. A
argumentação reforça-se com o aumento do
comércio mundial.
A nova divisão do mundo em Norte rico e Sul
pobre, onde três pólos ou áreas centrais do
capitalismo se sobressaem: EUA, Japão e UE.
Os “quintais” ou áreas subordinadas são,
respectivamente, América Latina, ÁsiaOceania e África-Oriente Médio. Grosso
modo, quem era Primeiro Mundo
transformou-se em Norte rico, e Terceiro
Mundo em Sul pobre, e o mais complicado:
quem era Segundo Mundo industrializado
transformou-se em Norte rico e a parte
agrícola em Sul pobre. É fundamental
destacar que esta divisão não é perfeita, pois
apresenta vários problemas.
Neoliberalismo
O liberalismo foi uma doutrina política e
econômica defendida pela burguesia e por
pensadores como Adam Smith, David Ricardo
e Thomas Malthus. Os princípios básicos
liberalistas são a livre concorrência, a livre
iniciativa e o direito à propriedade privada.
O neoliberalismo surgiu como doutrina no
final da década de 1930 e foi posto em
prática a partir da década de 1970, propondo
menor participação do Estado na economia e
defendendo a ideia de que o mercado tem
capacidade de promover o desenvolvimento
econômico e social. O melhor exemplo é
a privatização das empresas estatais. Na
prática, o Estado neoliberal reduz os gastos
públicos na educação, saúde e habitação,
aumentando as desigualdades sociais.
Globalização
Existem vários conceitos, mas, para
simplificar, a globalização consiste no
aumento das relações de interdependência
(comerciais, industriais, financeiras e
tecnológicas) entre os países. É apelidada de
“aldeia global” em virtude do avanço da
tecnologia, cuja ação tem feito a Terra
tornar-se cada vez menor, ou seja, os países
estão mais próximos.
Historicamente, a globalização é um processo
de integração das economias nacionais que
está transformando a superfície do planeta
num espaço econômico cada vez mais
unitário. Começou com as Grandes
Navegações e acelerou com a Revolução
Industrial, as multinacionais e, atualmente,
com a tecnologia de ponta.
Atualmente, questiona-se a globalização, em
razão do aumento da miséria no Sul pobre,
que se contrasta com o aumento da riqueza
nos países que lideram esse processo.
Os blocos
Verificando sua própria origem, o capitalismo
caracterizou-se por ser um sistema em que
a interdependência econômica e política
entre as nações constituiu-se como base para
o seu funcionamento. A ideia dos blocos
surgiu no pós-Segunda Guerra Mundial, em
virtude da fragilidade europeia de concorrer
com os EUA. O Benelux (Bélgica, Holanda e
Luxemburgo) e a CECA (Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço) foram “as
sementes” que “germinaram” a ideia de
bloco. em 1957, nasceu o Mercado Comum
Europeu, conhecido hoje por União Europeia
(UE). Mais tarde, apareceram o NAFTA
(Acordo de Livre Comércio da América do
Norte), o MERCOSUL (Mercado Comum do
Sul), a APEC (Cooperação Econômica da Ásia
e do Pacífico), entre outros.
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