A Artigo Original Araújo RQ et al. Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica Analysis of drug interactions x nutrients among the most prescribed drugs in a geriatric clinic Raquel Queiroz de Araújo1 Fernanda Carolina Cruz Evangelista2 Aline Paiva Loureiro3 Lígia Martins3 Mariana Castagna Dall’Acqua3 Unitermos: Absorção. Alimentos. Conduta do tratamento medicamentoso. Idoso. Keywords: Absorption. Food. Medication therapy management. Aged. Endereço para correspondência: Raquel Queiroz de Araújo Av. Dr. Altino Arantes, 835 – apto. 44 – Vila Clementino – São Paulo, SP, Brasil – CEP: 04042-034 E-mail: [email protected] Submissão: 5 de março de 2013 Aceito para publicação: 22 de maio de 2013 1. 2. 3. RESUMO Introdução: Os idosos são mais suscetíveis a quadros de interações fármaco x alimentos/ nutrientes, pois as alterações fisiológicas do processo de envelhecimento podem alterar os aspectos farmacodinâmicos e farmacocinéticos. Diante da dificuldade apresentada pela equipe interdisciplinar do serviço de geriatria na identificação dessas interações, o presente estudo visa à identificação de interações entre fármacos e alimentos/nutrientes dentre os medicamentos de apresentação via oral mais prescritos e elaborar uma planilha para a orientação da equipe. Método: Foi realizado o levantamento dos medicamentos mais prescritos por via oral durante o período de agosto a setembro de 2012. Após o levantamento, foram analisadas as possíveis interações entre fármacos e nutrientes. Posteriormente, esses dados foram compilados em uma planilha, para facilitar a consulta e visualização das informações coletadas. Resultados: Foram avaliadas prescrições de 72 pacientes internados na enfermaria Geriátrica do HSPEFMO, divididos igualmente entre homens e mulheres, com idade média de 84,5 anos. Os medicamentos com maior frequência de prescrição foram: anlodipino, furosemida, omeprazol e quetiapina; sendo o omeprazol com 281 citações. Dentre o total, 52,73% (n=55) possuíam alguma interação com alimentos, sendo que 24,14% dessas se davam com alimentos de modo geral. Conclusão: Foi possível identificar as principais interações entre fármacos e alimentos/ nutrientes passiveis de ocorrerem nos pacientes, acarretando maior tempo de hospitalização ou agravamento do estado patológico. A escolha da farmacoterapia apropriada para idosos tem se tornado um desafio à saúde pública e bases de dados com informações a respeito de interações fármaco-alimento têm sido propostas, assim como estratégias de detecção, manutenção e prevenção das mesmas. ABSTRACT Background: The elderly are more susceptible to interactions drugs and foods/nutrients because the physiological changes of aging may alter the pharmacodynamic and pharmacokinetic aspects. Due to the fact that the interdisciplinary team of geriatric service presented a difficulty in identifying these interactions, this study aims to identify the interactions between drugs and foods/nutrients. Among the drugs most commonly prescribed oral presentation and prepare a worksheet to guide the team. Methods: We conducted a survey of the most prescribed medications orally during the period August to September 2012. After the survey were analyzed for their possible interactions between drugs and nutrients. Subsequently, these data were compiled into a worksheet for easy reference and viewing of the information collected. Results: Prescriptions were evaluated 72 patients hospitalized in the HSPE-FMO’s geriatric ward, divided equally between men and women with an average age of 84.5 years. The drugs most frequently prescribed were: amlodipine, furosemide, omeprazole and quetiapine; being omeprazole with 281 citations. Among the total, 52.73% (n = 55) had some interaction with food, and 24.14% of those got along with food in general. Conclusions: It was possible to identify key interactions between drugs and foods/nutrients liable to occur in patients, resulting in longer hospital stays or worsening of the condition. The selection of appropriate pharmacotherapy for the elderly has become a public health challenge and databases with information about drug-food interactions have been proposed, as well as strategies for detection, maintenance and prevention. Farmacêutica, Mestre em Farmacoepidemiologia, Especialista em Farmácia Hospitalar, Preceptora do curso de aprimoramento em Farmácia Hospitalar e Clínica do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil. Farmacêutica e Preceptora do curso de aprimoramento profissional em Farmácia Hospitalar e Farmácia Clínica do IAMSPE, São Paulo, SP, Brasil. Farmacêutica Aprimoranda de Farmácia Hospitalar e Farmácia Clínica do IAMSPE, São Paulo, SP, Brasil. Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10 306 Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica INTRODUÇÃO No ano 2000, os indivíduos com mais de 65 anos de idade já representavam 5% da população brasileira, sendo que quase dois milhões possuíam mais de 80 anos de idade. Estima-se que, nos próximos 43 anos, os idosos representarão um quarto da população mundial1. Com a senescência, algumas alterações fisiológicas significativas no processo de alimentação e tratamento farmacológico podem ser detectadas, como aumento da gordura corporal, diminuição do volume hídrico, alterações no trato gastrintestinal, alterações no sistema endócrino e alterações no sistema renal2. Os idosos são mais suscetíveis a interações fármaco x alimentos/nutrientes, ainda que não possuam nenhuma comorbidade, pois essas alterações fisiológicas podem alterar os aspectos farmacodinâmicos e farmacocinéticos3. Substâncias ou misturas que forneçam a um organismo os elementos necessários à sua manutenção e desenvolvimento são consideradas alimentos4. Com isso, os nutrientes podem ser entendidos como seus componentes, sendo classificados em macronutrientes e micronutrientes5,6. A desnutrição é um fator essencial, visto que pode alterar o metabolismo e prejudicar o sistema imunológico desses indivíduos, o que levaria à ineficácia da farmacoterapia no controle de certas doenças. Além disso, a grande prevalência de doenças crônicas em geriatria resulta na utilização de polifarmácia, aumentando o risco de potenciais interações7. Essas interações podem ser físico-químicas, fisiológicas e patofisiológicas. As interações físico-químicas são aquelas que ocorrem mesmo fora do ambiente biológico e impedem ou diminuem a absorção de fármacos e/ou de nutrientes7. Uma substância presente em alguns alimentos, o ácido tânico, pode precipitar fármacos como a clorpromazina e a prometazina8. As interações fisiológicas ocorrem quando o fármaco interfere no processo de absorção, metabolização e excreção dos nutrientes, bem como na modulação do apetite do paciente, sem levar a um quadro patológico3, como as proteínas que dificultam a absorção da levodopa no trato gastrintestinal, competindo pelo mesmo sítio de absorção9. Interações patofisiológicas ocorrem quando um fármaco prejudica a absorção e/ou inibe o processo metabólico dos nutrientes, causando um quadro patológico no indivíduo. As interações de ordem primária são uma consequência dos efeitos dos agentes farmacológicos sobre a mucosa ou sobre o processo intraluminal. Um exemplo é o metotrexato e a ciclosporina, que danificam a mucosa intestinal, diminuindo a absorção de cálcio no organismo. Já as de ordem secundária ocorrem pelo mau estado fisiológico ou, ainda, pela interferência do fármaco sobre o metabolismo do nutriente, contribuindo para a alteração do estado nutricional do paciente, sendo fundamental o controle do uso desses fármacos3. Esse tipo de interação é menos diagnosticada pela dificuldade de detecção. Deficiências nutricionais podem demorar meses ou anos para se desenvolver, e os sintomas podem ser confundidos com o estado de saúde do paciente10. Perante essa problemática, o presente estudo possui o objetivo de identificar as interações entre fármacos e alimentos/nutrientes dentre os medicamentos de apresentação via oral mais prescritos em uma clínica geriátrica e elaborar uma planilha para orientação da equipe multiprofissional. MÉTODO Realizou-se um levantamento dos medicamentos mais prescritos com via de administração oral na clínica geriátrica do Hospital do Servidor Público Estadual – Francisco Morato de Oliveira (HSPE-FMO), por meio das prescrições anexadas em prontuário, durante o período de agosto a setembro de 2012. A amostra consistiu em pacientes internados. Os dados foram analisados quanto às possíveis interações entre fármacos e nutrientes e, posteriormente, foram compilados em uma planilha (Tabela 1). Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa do HSPE-FMO, sob o número de parecer 130.025. RESULTADOS Durante o período, foram avaliadas as prescrições de 72 pacientes internados na enfermaria Geriátrica do HSPE-FMO, divididos igualmente entre homens e mulheres, com idade média de 84,5 anos. Os medicamentos com maior frequência de prescrição foram ácido acetilsalicílico, anlodipino, furosemida, omeprazol, quetiapina e sinvastatina; sendo o omeprazol o mais prescrito, com 281 ocorrências. Foram considerados para a elaboração tabela (Apêndice 1) somente os medicamentos prescritos por via de administração oral, com frequência maior que 4. Dentre estes (n=55), 52,73% possuíam alguma interação com alimentos, sendo que 24,14% se davam com alimentos de modo geral. Para evitar esse tipo de interação é necessário que haja uma seleção adequada dos medicamentos e da posologia necessários ao idoso. Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10 307 Araújo RQ et al. Tabela 1 – Tabela de interações entre fármacos e alimentos/nutrientes. Interações entre fármacos e alimentos/nutrientes Possui interação com algum nutriente? Alimentos/ nutrientes da interação Consequências da interação Aciclovir Não x x Alopurinol Não x x Amiodarona Sim Suco de grapefruit Aumento da absorção da amiodarona Anlodipino Sim Suco de grapefruit Bloqueio do metabolismo do anlodipino pelo fígado Atorvastatina Sim Suco de grapefruit Bisacodil Sim Captopril Sim Carbonato de cálcio Sim Carvedilol Não Citalopram Não Claritromicina Não x x Clomipramina Sim Suco de grapefruit Elevação da concentração sérica de clomipramina Clonazepam Sim Suco de toranja e cafeína Codeína Não x O suco de toranja pode contribuir para o aumento das concentrações plasmáticas do fármaco. A cafeína pode resultar na diminuição dos efeitos sedativos e ansiolíticos do Clonazepam x Diltiazem Sim Alimentos de modo geral e suco de grapefruit Doxazosina Não x Suco de grapefruit pode aumentar a biodisponibilidade do diltiazem x Enalapril Não x x Espironolactona Sim Alimentos de modo geral Aumento da biodisponibilidade da espironolactona Fenitoína Sim Açúcares e folatos Finasterida Não x Relatou-se hiperglicemia resultante do efeito inibitório da fenitoína na liberação da insulina. A fenitoína possui o potencial de diminuir os níveis plasmáticos de folato x Fluoxetina Não x x Furosemida Sim Alimentos de modo geral Alimentos diminuem a absorção da furosemida Gabapentina Não x x Glibenclamida Não x x Haloperidol Não x x Hidralazina Sim Hidroclorotiazida Sim Hidroxizina Não x x Lactulona Não x x Levodopa + benserazida Levodopa + carbidopa Sim Proteínas Reduzem a absorção do fármaco Sim Ferro (sulfato ou gliconato) Diminuem a biodisponibilidade do fármaco Medicamentos Elevação dos níveis séricos de atorvastatina, aumentando os riscos de miopatias e rabdomiólise Leite e outros que diminuam a acidez gástrica Risco de desenvolvimento de irritação gástrica e duodenal Alimentos de modo geral A presença de alimentos reduz a sua absorção em cerca de 30 a 40%, portanto, deve ser ingerido em jejum, com intervalo de no mínimo 1 hora antes das refeições Alimentos que contenham ácido fítico (cereais, cas- O ácido fítico e o ácido oxálico diminuem a absorção cas de castanhas, sementes e grãos), ácido oxálico do carbonato de cálcio e o carbonato de cálcio pode (espinafre, ruibarbo, nabo, amendoim, cacau, feijão) prejudicar a absorção do ferro e ferro x x x x Alho, gengibre e ginseng. Alimentos de modo geral. O alho potencializa os efeitos da hidralazina e os Nutrição enteral demais alimentos/nutrientes diminuem os efeitos do fármaco Alimentos de modo geral Ocorre um aumento na absorção da hidroclorotiazida Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10 308 Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica Medicamentos Levofloxacino Possui interação com algum nutriente? Sim Alimentos/ nutrientes da interação Consequências da interação Multivitamínicos Impedem a absorção do fármaco devido à formação de quelatos Alimentos de modo geral, nutrição enteral e suco de Interferem na absorção da levotiroxina grapefruit Alimentos de modo geral Aumentam a biodisponibilidade do lítio Levotiroxina Sim Lítio Sim Loratadina Não x x Losartana Sim Suco de grapefruit Aumento da meia vida da losartana Metoclopramida Não x x Micofenolato sódico Não x x Mirtazapina Não x x Morfina Não x x Nortriptilina Não x x Omeprazol Sim x Paracetamol Sim Fibras Não há relato de interações fármaco x nutriente, porém os alimentos de modo geral causam alterações no pH gástrico, o que pode levar a não absorção do omeprazol Diminuem a absorção do paracetamol Paroxetina Não x x Prednisona Não x x Quetiapina Sim Açúcares e lipídeos Ranitidina Sim x Risperidona Não x Têm sido observados nos estudos clínicos que a quetiapina pode aumentar as taxas de glicemia, de triglicérides e colesterol Não há relato de interações fármaco x nutriente, porém o mesmo causa alterações no pH gástrico x Rivastigmina Não x x Selegilina Sim Aminoácido tiramina Podem causar crises hipertensivas súbitas e graves Sertralina Sim Suco de grapefruit Sinvastatina Sim Sulfato ferroso Sim Tramadol Não Varfarina Sim Aumento de concentrações plasmáticas do fármaco com maior risco de efeitos colaterais Suco de grapefruit O consumo de 1 litro ou mais do suco por dia pode aumentar a biodisponibilidade da sinvastatina Derivados de leite, sais de cálcio e magnésio, ácido Derivados do leite, assim como de sais de cálcio ascórbico e ácido fítico e de magnésio, diminuem a biodisponibilidade do ferro. Ácido ascórbico aumenta a absorção de ferro. Alimentos que contêm ácido fítico diminuem a absorção de ferro x x Vitamina K, nutrição enteral, extrato de romã e suco A vitamina K diminui o efeito da varfarina. O extrato de cranberry de romã e suco de cranberry pode aumentar os níveis plasmáticos do fármaco Fontes: Referências 11 a 13 DISCUSSÃO As falhas terapêuticas e/ou quadros de intoxicação são as principais consequências de interações entre fármacos e nutrientes, como, por exemplo, o captopril que apresenta sua biodisponibilidade reduzida na presença de alimentos, podendo levar a um quadro hipertensivo, que requer atendimento hospitalar. Já dos quadros de intoxicação decorrentes das interações, citam-se os alimentos de modo geral com o lítio, podendo aumentar a biodisponibilidade do fármaco e gerar quadros graves de intoxicação medicamentosa14. As informações sobre interações com os alimentos se mostram extremamente importantes para a eficácia da farmacoterapia. Por isso, existe a necessidade de se Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10 309 Araújo RQ et al. realizar uma entrevista a respeito dos hábitos alimentares do paciente previamente à prescrição do medicamento. O profissional farmacêutico pode orientar quanto ao modo de utilização do medicamento, assim como horários adequados e possíveis interações com alimentos e outros medicamentos. Além disso, faz-se necessário que a equipe multiprofissional de saúde esteja atenta para identificar e avaliar precocemente essas interações, evitando uma complicação futura ou um diagnóstico errôneo. CONCLUSÕES Por meio do presente estudo, foi possível identificar as principais interações entre fármacos e alimentos/nutrientes passíveis de ocorrerem em pacientes internados na enfermaria geriátrica do HSPE-FMO, podendo gerar maior tempo de hospitalização ou, ainda, agravamento do estado patológico do idoso, o qual já é intrinsecamente mais suscetível às interações medicamentosas e com alimentos. A escolha da farmacoterapia apropriada para idosos tem se tornado um desafio à saúde pública. Portanto, bases de dados com informações a respeito de interações fármacoalimento ou fármaco-fármaco têm sido propostas, assim como estratégias de detecção, manutenção e prevenção das mesmas; garantindo maior segurança e qualidade ao tratamento ofertado ao paciente15. 3.Moura MRL, Reyes FG. Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Rev Nutr. 2002;25(2):223-38. 4.Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo (Brasil), Portaria nº 2619, de 6 de dezembro de 2011. Regulamento de boas práticas e de controle de condições sanitárias e técnicas das atividades relacionadas à importação, exportação, extração, produção, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, transporte, armazenamento, distribuição, embalagem e reembalagem, fracionamento, comercialização e uso de alimentos – incluindo águas minerais, águas de fontes e bebidas -, aditivos e embalagens para alimentos. Diário Oficial da Cidade 6/12/2011. 5.Ministério da Saúde. Manual clínico de alimentação e nutrição: na assistência a adultos infectados pelo HIV. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. 6.Rodrigues AES. Importância do conhecimento das interacções fármacos-nutrientes [Monografia Licenciatura em Ciências farmacêuticas]. Porto: Universidade Fernando Pessoa; 2009. 7.Genser D. Food and drug interaction: consequences for the nutrition/health status. Ann Nutr Metab. 2008;1(52):29-32. 8.Katsung BG. Farmacologia básica e clínica. 8ª ed. São Paulo: Guanabara; 2003. 9.Azevedo LL, Cardoso F. Ação da levodopa e sua influência na voz e na fala de indivíduos com doença de Parkinson. Rev Soc Bras Fonaudiol. 2009;1(14):136-41. 10. McCabe BJ. Prevention of food-drug interactions with special emphasis on older adults. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2004;7(1):21-6. 11.Agência Nacional de Vigilância Sanitária [homepage na internet]. Bulário eletrônico. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/ BularioEletronico. Acesso em: 15/11/2012. 12Ministério da Saúde. Formulário terapêutico nacional. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. 13.Thomson R, Healthcare products. Clinical decision support: Micromedex 2.0 interactions module. Acesso em: 12/6/2012. REFERÊNCIAS 1.Nóbrega OT, Karnikowskim MG. A terapia medicamentosa no idoso: cuidados na medicação. Cienc Saúde Coletiva 2005;2(10):309-13. 2.Botelho MA. Idade avançada: características biológicas e multimorbilidade. Rev Port Clin Geral. 2007;23(2):191-5. 14.McCabe JB, Frankel HE, Wolfe JJ. Handbook of food-drug interactions. 1st ed. New York: CRC Press; 2003. 15.Spinewine A, Schamader KE, Baber N, Hughes C, Lapane KL, Swine C, et al. Appropriate prescribing in elderly people: how well can it be measured and optimised? Lancet. 2007;370:173-84. Local de realização do trabalho: Hospital do Servidor Público Estadual – Francisco Morato de Oliveira (HSPE-FMO) ­pertencente ao Instituo de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil. Rev Bras Nutr Clin 2013; 28 (4): 306-10 310