Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil Linha de Pesquisa: Saneamento Ambiental e Sistemas de Infraestrutura Urbana José Cláudio Ferreira dos Reis Junior Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento público de água Belém 2012 José Cláudio Ferreira dos Reis Junior Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento público de água Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil, ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará. Área de concentração: Recursos hídricos e Saneamento Ambiental. Linha de pesquisa: Saneamento e sistemas de infraestrutura urbana. Orientador: Prof. Dr. José Almir Rodrigues Pereira. Belém 2012 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca Central/UFPA, Belém-PA Reis Junior, José Cláudio Ferreira dos Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento público de água / José Cláudio Ferreira dos Reis Júnior. — 2012 Orientador: José Almir Rodrigues Pereira Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Linha de Pesquisa: Saneamento Ambiental e Sistema de Infraestrutura Urbana, Belém, 2012. 1. Abastecimento de água – Custos. 2. Bombas hidráulicas elétricas. 3. Estações de bombeamento. I. Título. CDD - 22. ed. 628.1 José Cláudio Ferreira dos Reis Junior Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento público de água Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil, ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará. Área de concentração: Recursos hídricos e Saneamento Ambiental. Linha de pesquisa: Saneamento e sistemas de infraestrutura urbana. Orientador: Prof. Dr. José Almir Rodrigues Pereira. Data de aprovação: ______ / ______ / 2012. Banca Examinadora: ___________________________________________ Prof. Dr. José Almir Rodrigues Pereira – Orientador Doutor em Hidráulica e Saneamento Universidade Federal do Pará ___________________________________________ Prof. Dr. Lindemberg Lima Fernandes – Membro Doutor em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido Universidade Federal do Pará ___________________________________________ Prof. Dr.Valdinei Mendes da Silva – Membro Doutor em Geociências Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Pará Para minha mãe (avó) Nazaré de Souza Meu exemplo de vida. AGRADECIMENTOS A Deus o criador de tudo. Aos meus avós Nazaré de Souza Santa Brígida e Valdemir Casseb de Souza Santa Brígida, pelo apoio incondicional em todas as decisões de minha vida e pela excelente educação e lição de vida. A minha família em especial a minha mãe Maria Ivete Souza dos Reis e minhas irmãs Caroline de Souza Santa Brígida e Glauce Souza dos Reis, pela força nos momentos de dificuldade. A minha tia Ivaneide de Souza Santa Brígida, pelo total apoio fornecido em todos os momentos de minha vida. Ao meu orientador, Profº. Dr. José Almir Rodrigues Pereira, pela orientação, pela confiança em mim depositada, e pelo apoio e incentivo em minhas atividades acadêmicas. Aos membros (amigos) do Grupo de Pesquisa Hidráulica e Saneamento (GPHS) Karina Ferreira Castro, Jairo dos Passos Corrêa, Heitor Capela Sanjad, Yasmin Coelho Ribeiro da Silva, Aline Christian Pimentel Almeida Santos, Davi Edson Sales de Souza, Arnaldo Jorge Sá Lima, Laís Rodrigues Carvalho de Siqueira e Ananda Cristina Froes Alves, pelo convívio e momentos de aprendizado e pura descontração. Ao amigo Augusto da Gama Rêgo, e ao Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica (LENHS) da Universidade Federal do Pará, por toda infraestrutura fornecida para o desenvolvimento da pesquisa. A minha grande parceira acadêmica Gleiciane Costa Moraes, pelos grandes momentos de superação enfrentados nesta empreitada. Aos amigos Beatriz Barbosa de Brito, e Diego José Barros pelos conselhos e por dividirem todos os momentos de felicidade e dificuldades. Aos meus parceiros, colaboradores, amigos e irmãos de coração Raynner Menezes Lopes, João Henrique Macedo Sá e Luciano Louzada do Couto pela incondicional colaboração em todas as atividades deste trabalho. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento da bolsa de estudo. SUMÁRIO LISTA DE QUADROS LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE FLUXOGRAMAS LISTA DE TABELAS LISTA DE SIGLAS RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19 2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 22 2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 22 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 22 3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 23 3.1 COMPONENTES DE ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA ......................... 24 3.1.1 3.1.2 3.1.3 Poço Úmido (ou de Sucção) e Poço Seco ......................................... 24 Conjunto Motor e Bomba (CMB) ........................................................ 26 Tubulação (sucção e recalque) .......................................................... 27 3.2 PROJETO DE ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA .................................... 29 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4 3.2.5 3.2.6 3.2.7 Vazão ................................................................................................. 30 Tubulações (sucção e recalque) e Perdas de Carga ......................... 32 Altura Manométrica ............................................................................ 36 Potência Hidráulica ............................................................................ 37 Conjunto Motor e Bomba (CMB) ........................................................ 37 Rendimento ........................................................................................ 41 Poço de sucção .................................................................................. 43 3.3 OPERAÇÃO E CONTROLE ......................................................................... 43 3.4 PARÂMETROS DE CONTROLE OPERACIONAL ....................................... 46 3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.4.4 3.4.5 3.4.6 Vazão de bombeamento .................................................................... 46 Níveis de operação do poço úmido .................................................... 48 Período de operação .......................................................................... 50 Horários de Ponta e Fora de Ponta .................................................... 50 Pressão .............................................................................................. 52 Parâmetros elétricos........................................................................... 54 3.5 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA EM ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA ........................................................................................................... 58 3.6 CUSTO DE ENERGIA ELÉTRICA EM ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA 63 3.7 TARIFAS EM ENERGIA ELÉTRICA............................................................. 68 3.8 SIMULAÇÃO HIDRÁULICA .......................................................................... 69 4. METODOLOGIA ................................................................................................... 73 ETAPAS DA PESQUISA ...................................................................................... 76 4.1 ETAPA 1 – AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS 1 E 2 DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO. ................ 77 4.1.1 Fase 1 – Determinação teórica das condições de operação do Sistema de Bombeamento do Setor Básico. ................................................ 77 4.1.2 Fase 2 – Monitoramento dos parâmetros hidráulicos e elétricos. ...... 77 4.1.3 Fase 3 - Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico. ........................................................................... 86 4.2 ETAPA 2 – PROPOSTAS DE AÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E HIDRÁULICA DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO.... 88 4.2.1 Fase 1 – Desenvolvimento de cenários de simulação computacional para o Sistema de Bombeamento do Setor Básico. ..................................... 88 4.2.2 Fase 2 – Ações para melhorar o desempenho Hidroenergético do sistema de bombeamento do setor básico ................................................... 90 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 91 5.1 AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS 1 E 2 DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO................................. 91 5.1.1 Determinação teórica das condições de operação do sistema de bombeamento do Setor Básico. ................................................................... 91 5.1.2 Diagnóstico das condições de operação do sistema de bombeamento do setor básico. ............................................................................................ 94 5.2 MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS HIDRÁULICOS. ........................ 96 5.2.1 5.2.2 Medição de vazão EEAT 1. ................................................................ 96 Medição de vazão EEAT 2. ................................................................ 99 5.3 MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS ELÉTRICOS ........................... 101 5.3.1 5.3.2 Tensão e Intensidade de Corrente Elétrica ...................................... 101 Fator de Potência e Fator de Carga ................................................. 103 5.4 ANÁLISE HIDROENERGÉTICA DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO. ........................................................................................ 104 5.4.1 5.4.2 Análise Hidroenergética da EEAT 1 ................................................. 104 Análise Hidroenergética da EEAT 2. ................................................ 110 5.4.3 Resultados da simulação computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico. ................................................................... 115 5.5 PROPOSTAS DE AÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E HIDRÁULICA DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO ........................ 118 5.5.1 Fase 1 – Desenvolvimento de cenários de simulação computacional para o Sistema de Bombeamento do Setor Básico. ................................... 118 5.5.2 Fase 2 - Ações para melhorar o desempenho Hidroenergético do sistema de bombeamento do Setor Básico. ............................................... 123 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 127 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 129 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Válvulas utilizadas em Sistemas de Abastecimento de Água. ............... 29 Quadro 2 - Valor do coeficiente C sugerido para a fórmula de Hazen-Williams. ....... 34 Quadro 3 - Valores aproximados de K (perdas localizadas). .................................... 35 Quadro 4 – Efeito de alterações em conjuntos elevatórios. ...................................... 36 Quadro 5 – Classificação do fator de carga. ............................................................. 57 Quadro 6 - Alternativas para redução do custo de energia elétrica........................... 61 Quadro 7 – Vazão média obtida. ............................................................................... 92 Quadro 8 – base de cálculo para a determinação das perdas de carga localizadas. 92 Quadro 9 – Perda de carga localizada na EEAT 1. ................................................... 92 Quadro 10 – Perda de carga localizada na EEAT 2. ................................................. 93 Quadro 11 – Perda de carga total nas EEAT 1 e na EEAT 2. ................................... 93 Quadro 12 – Perda de carga total nas elevatórias 1 e 2. .......................................... 93 Quadro 13 – NPSH (disponível e requerido) e potência dos CMB’s. ........................ 93 Quadro 14 – Resumo das variáveis hidráulicas determinadas teoricamente. ........... 94 Quadro 15 – Resultados do monitoramento hidroenergético da EEAT 1 e da EEAT 2. ................................................................................................................................ 114 Quadro 16 – Consumo e custo com energia elétrica na EEAT 1 e na EEAT 2. ...... 114 Quadro 17 – Consumo de energia elétrica na EEAT 1 e na EEAT 2. ..................... 122 Quadro 18 – Custo com energia elétrica na EEAT 1 e na EEAT 2. ........................ 123 Quadro 19 – Parâmetros para monitoramento hidráulico e elétrico de EEA. .......... 124 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização de Estação Elevatória em sistema de abastecimento de água. ........................................................................................................................................ 24 Figura 2 – Conjunto motor e bomba instalado submerso no poço úmido. ................... 25 Figura 3 – CMB instalado acima (a) e abaixo do nível de água do poço úmido (b). .. 25 Figura 4 – Conjunto motor e bomba. .................................................................................. 26 Figura 5 – Componentes de uma bomba. ......................................................................... 27 Figura 6 – Peças e conexões na tubulação de sucção e recalque. .............................. 28 Figura 7 – Linhas de carga em um sistema de elevação de água. ............................... 33 Figura 8 – Seleção de conjunto motor e bomba (CMB). ................................................. 38 Figura 9 – Curva característica do sistema. ...................................................................... 39 Figura 10 – Gráfico de cobertura das bombas. ................................................................ 40 Figura 11 – Curva do sistema para operação de conjuntos motor e bomba em paralelo. ................................................................................................................................... 41 Figura 12 – Curva do sistema para operação de conjuntos motor e bomba em série. .................................................................................................................................................. 41 Figura 13 – Tipos de medidores de vazão em conduto fechado. .................................. 46 Figura 14 – Medidor eletromagnético instalado................................................................ 47 Figura 15 – Medidor de vazão ultrassônico instalado. .................................................... 47 Figura 16 – 1 CMB em operação e 1 CMB em reserva (1+1). ....................................... 48 Figura 17 – 2 CMB’s em operação e 1 CMB em reserva (2+1). .................................... 49 Figura 18 – Volumes de Operação do poço úmido.......................................................... 49 Figura 19 – Horário de ponta e fora de ponta ................................................................... 51 Figura 20 – Unidades consumidoras de energia elétrica em SAA. ............................... 59 Figura 21 – Diagrama de balanço de energia com as perdas do sistema. .................. 61 Figura 22 – Diagrama de balanço de energia com as perdas do sistema. .................. 62 Figura 23 – Sistema de Abastecimento da Cidade Universitária Prof.º José da Silveira Netto. ......................................................................................................................... 73 Figura 24 – Sistema de Bombeamento de água do setor básico. ................................. 74 Figura 25- Etapas e fases da pesquisa.............................................................................. 76 Figura 26 – Medidor de vazão ultrassônico Portátil. ........................................................ 78 Figura 27 – Medidor de vazão instalado. ........................................................................... 79 Figura 28 – Procedimentos de medição de vazão. .......................................................... 79 Figura 29 – Definição do ponto de medição de vazão. ................................................... 80 Figura 30 – Medidor de espessura ultrassônico portátil.................................................. 80 Figura 31 – Analisador de Qualidade de Energia. ........................................................... 82 Figura 32 - Quadro de comando elétrico. .......................................................................... 83 Figura 33 – Procedimento de instalação e medição de parâmetros elétricos. ............ 83 Figura 34 – Acoplamento das Braçadeiras vermelhas e Garras azuis. ........................ 84 Figura 35 - Analisador de Qualidade de Energia. ............................................................ 85 Figura 36 – Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico. ..................................................................................................................... 86 Figura 37 – Metodologia utilizada na simulação hidráulica utilizando o software EPANET 2.0. .......................................................................................................................... 87 Figura 38 – Cenário 1 de simulação computacional. ....................................................... 89 Figura 39 – Cenário 2 de simulação computacional ........................................................ 89 Figura 40 – Instalações físicas da EEAT 1........................................................................ 94 Figura 41 – Quadro de comando elétrico da EEAT 1. ..................................................... 95 Figura 42 – Instalações físicas da EEAT 2........................................................................ 95 Figura 43 – Quadro de comando elétrico dos conjuntos motor e bomba da EEAT 02. .................................................................................................................................................. 96 Figura 44 – Cenário de simulação computacional. ........................................................ 115 Figura 45 – Cenário de simulação computacional. ........................................................ 115 Figura 46 – Cenário 2 de simulação computacional. ..................................................... 121 Figura 47 – Proposta de pontos de medição em sistemas de bombeamento de água para abastecimento público. .............................................................................................. 125 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Participação percentual com energia elétrica no total das despesas de exploração no ano de 2009 por prestadora de serviço. .................................................. 64 Gráfico 2 – Custo médio com energia elétrica por prestadora de serviço em 2009... 64 Gráfico 3 – Desempenho Hidráulico da EEAT 1. ............................................................. 97 Gráfico 4 – Volume bombeado pela EEAT 1. ................................................................... 98 Gráfico 5 – Desempenho Hidráulico da EEAT 2. ............................................................. 99 Gráfico 6 – Volume bombeado pela EEAT 2. ................................................................. 100 Gráfico 7 – Custo percentual com energia elétrica na EEAT 1.................................... 109 Gráfico 8 – Custo percentual com energia elétrica na EEAT 2.................................... 113 Gráfico 9 – Resultados de pressão nos trechos da rede simulada. ............................ 117 Gráfico 10 – Resultados de pressão na simulação computacional 1. ........................ 120 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Valores de consumo e demanda nos horários de ponta e fora de ponta sem o desligamento das elevatórias. ........................................................................ 65 Tabela 2 - Consumo da Estação elevatória de Boqueirão. ....................................... 66 Tabela 3 - Consumo da Estação Elevatória e ETA de Gravatá................................. 66 Tabela 4 – Tabela modelo utilizada no monitoramento. ............................................ 78 Tabela 5 – Velocidade do som de acordo com o tipo de material. ............................ 81 Tabela 6 – Análise estatística descritiva da medição de vazão da EEAT 1. ............. 97 Tabela 7 – Análise estatística descritiva dos resultados de volume da EEAT 1. ...... 99 Tabela 8 – Análise estatística descritiva da medição de vazão da EEAT 2. ........... 100 Tabela 9 – Análise estatística descritiva dos resultados de volume da EEAT 2. .... 101 Tabela 10 – Monitoramento da tensão na EEAT 1.................................................. 101 Tabela 11 – Monitoramento da tensão na EEAT 2.................................................. 102 Tabela 12 – Monitoramento da corrente elétrica na EEAT 1. .................................. 102 Tabela 13 – Monitoramento da intensidade de corrente elétrica na EEAT 2. ......... 103 Tabela 14 – Consumo diário de energia elétrica na EEAT 1. .................................. 107 Tabela 15 – Custo diário de energia elétrica na EEAT 1......................................... 107 Tabela 16 – Análise hidroenergética da EEAT 1. .................................................... 108 Tabela 17 – Consumo diário de energia elétrica na EEAT 2. .................................. 111 Tabela 18 – Custo diário de energia elétrica na EEAT 2......................................... 111 Tabela 19- Análise hidroenergética da EEAT 2....................................................... 112 Tabela 20 – Resultados da simulação hidráulica. ................................................... 116 Tabela 21 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica da simulação hidráulica no cenário 1. ........................................................................................... 117 Tabela 22 – Resultados da simulação hidráulica para o cenário 1. ........................ 118 Tabela 23 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica da simulação hidráulica no cenário 1. ........................................................................................... 120 Tabela 24 – Resultados da simulação computacional para o cenário 1.................. 121 Tabela 25 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica da simulação hidráulica no cenário 2. ........................................................................................... 122 Tabela 26 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica nas simulações.. 122 LISTA DE SIGLAS AGESPISA – PI Águas e Esgotos do Piauí ANEEL Agencia Nacional de Energia Elétrica AQE Analisador de Qualidade de Energia CAEMA – MA Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão CAER – RR Companhia de Águas e Esgoto de Roraima CAERD – RO Companhia de Saneamento de Rondônia CAERN – RN Companhia de Águas de esgoto do Rio Grande do Norte CAESA – AP Companhia de Água e Esgoto do Amapá CAESB - DF Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal CAGECE – CE Companhia de Saneamento do Ceará CAGEPA – PB Companhia de Água e Esgoto da Paraíba CASAL – AL Companhia de Saneamento de Alagoas CASAN – SC Companhia Catarinense de Água e Saneamento CEC Comissão de Energia da Califórnia CEDAE – RJ Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro CESAN – ES Companhia Espírito-Santense de Saneamento CII Confederação das Indústrias da Índia COMPESA – PE Companhia Pernambucana de Saneamento COPASA – MG Companhia de Saneamento de Minas Gerais CORSAN – RS Companhia de Saneamento do Rio Grande do Sul COSAMA – AM Companhia de Saneamento do Amazonas COSANPA – PA Companhia de Saneamento do Pará DEAS – AC Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre DESO – SE Companhia de Saneamento de Sergipe EE Estação Elevatória EMBASA – BA Empresa Baiana de Águas e Saneamento EPE Empresa de Pesquisa Energética ETA Estação de Tratamento de Água IWA International Water Association Kwh/m³ Kilowatts hora por metro cúbico LENHS Laboratório de Eficiência Energética e Hidráulica NPSH Net Positive Suction Head PLC Programador Lógico Controlável PNCDA Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água PROCEL Programa de Conservação de Energia Elétrica PROCEL Programa de Conservação de Energia Elétrica PROSAB Programa de Pesquisa em Saneamento Básico RMB Região Metropolitana de Belém SAA Sistema de Abastecimento de Água SABESP – SP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SANEAGO – GO Saneamento de Goiás SANEATINS – TO Companhia de Saneamento do Tocantins SANEPAR – PR Companhia de Saneamento do Paraná SANESUL – MS Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul SGE Sistema de Gestão Energética SNIS Sistema Nacional de Informações de Saneamento TWh Terawats- hora UNESCO rganização das Nações Unidas para a Educação, à ciência e a cultura. RESUMO Avaliar o consumo e o custo de energia elétrica em sistema de bombeamento de água para abastecimento público. A pesquisa foi dividida em atividades teóricas, de investigação em campo e de simulação computacional no sistema de abastecimento de água do Setor Básico da Universidade Federal do Pará. Inicialmente, foi avaliada a atual rotina operacional das duas estações elevatórias por meio de monitoramento hidráulico e elétrico e por simulação computacional. Na segunda etapa foram realizadas simulações no software EPANET com diferentes cenários de operação do sistema de bombeamento, enfocando o consumo e o custo de energia elétrica como parâmetros para o controle operacional. Com a pesquisa é recomendada a utilização de apenas uma elevatória, para bombeamento direto de água do reservatório apoiado do setor profissional para o reservatório elevado do setor básico. Palavras-chave: Água, Energia elétrica, Bombeamento. ABSTRACT Evaluate the consumption and the cost of the electric power in water pump systems to public supply. The research was divided in theoretical activities, of field investigation and computational simulation of the water supply system of the basic sectorial of the Federal University of Pará. Initially, the current operation routine of the two lift stations by electrical and hydraulic monitoring and by computational simulations was evaluated. In the second stage simulations in the EPANET software with different sceneries of pump operation system was realized, focusing the consumption and cost of the electric power as parameters for the operational control. With the research is recommended the utilization of only one lift station, to the direct pump of water to the ground storage tank of the professional sectorial to the lift station of the basic sectorial. Key words: Water, Electric Power, Pump. 19 Introdução REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 1. INTRODUÇÃO No atual cenário de alta competitividade de mercado, empresas que desejem alcançar um bom patamar de desenvolvimento e tornarem-se mais competitivas não podem admitir o desperdício ou usar a energia de forma ineficiente, portanto, é necessário incentivar novas práticas de procedimentos técnicos operacionais a todos os colaboradores da organização, de modo a obter o mesmo produto ou serviço com menor consumo de energia, eliminando desperdícios e assegurando a redução dos custos (MOURA, 2010). Em alguns casos, economia significativa de energia elétrica pode ser conseguida apenas com mudanças de procedimentos e hábitos. O consumo de energia elétrica está presente em diversos setores, tais como, no setor de iluminação das instalações, de serviços de escritório, de equipamentos de monitoramento e controle, no acionamento de motores elétricos, dentre outros. De acordo com dados de 2008 do Programa Nacional de Conservação de Energia para o setor de Saneamento (PROCEL, 2005a), no Brasil cerca de 2 a 3% do consumo total de energia elétrica é destinado ao setor de abastecimento de água e de tratamento de esgoto, o equivalente a cerca de 10 bilhões de kWh/ano. Gonçalves, Jordão, Januzzi (2009) comentam que mais de 90% desse total de energia elétrica é destinado ao uso dos conjuntos motor e bomba utilizados nos diversos processos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Esses equipamentos, muitas vezes dimensionados de forma inadequada ou operando em condições obsoletas, são frequentemente utilizadas durante os horários de pico, que somado as perdas de água verificadas nas companhias de abastecimento, contribuem para onerar as tarifas de água (GONÇALVES, JORDÃO, JANUZZI, 2009). A energia consumida e os materiais utilizados no sistema dependem das características da bomba, da instalação e do modo como o sistema irá operar. Todos os componentes do sistema deveram ser cuidadosamente selecionados para 20 Introdução REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água combinarem entre si e manter em um conjunto confiável, assegurando os mais baixos custos energéticos e de manutenção, bem como tendo longa durabilidade. Codurú e Pereira (2010) comentam que é preciso considerar o funcionamento dos equipamentos eletromecânicos de cada unidade nos horários de ponta e fora de ponta e que o detalhamento dessa informação hidroenergética é importante para a avaliação das despesas de exploração, já que o valor do horário de ponta (3 horas no período noturno) é cerca de três vezes maior do que o dos demais horários (fora de ponta). Ainda segundo os autores a eficiência energética está relacionada com as características de cada sistema de abastecimento de água, o que é relacionado pelo controle operacional, eficiência da macromedição dos volumes, setorização da rede de distribuição, micromedição do volume consumido nas instalações prediais, qualidade e compatibilidade dos cadastros técnico e comercial, entre outras ações. As informações de que programas de eficiência energética em sistemas de bombeamento representam grande ganhos de melhorias já são bem disseminadas no setor energético, com exemplo desses ganhos pode-se citar o caso da Índia, onde a Confederação de Indústria da Índia (CII) estima que uma tradicional companhia pública municipal indiana tem o potencial de melhorar a eficiência do sistema de água em até 25 por cento, uma vez que as várias companhias de água municipais na Índia gastam até 60 por cento do seu orçamento de energia com o bombeamento de água (JAMES; GODLOVE; CAMPBELL, 2002). Outro exemplo é o estudo de oportunidades de eficiêntização de água e energia realizado no Texas, as companhias de água nos Estados Unidos poderiam facilmente reduzir 15 por cento do uso total de energia, economizando quase 1 bilhão de dólares. Os americanos gastam de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão, anualmente, apenas para bombear água e esta nunca alcança o usuário final devido aos vazamentos do sistema, furto e equipamentos defeituosos (CALIFORNIA, 2005). A eficiência energética em sistemas de bombeamento de água é uma boa alternativa para reduzir o custo efetivo com energia elétrica e melhorar os serviços de distribuição, assim como, atender às necessidades das crescentes populações, aumentando a capacidade de serviço do sistema. A redução e o desperdício 21 Introdução REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água energético representam ainda um papel importante em termos de benefícios ambientais. A elaboração de diagnósticos hidroenergéticos do funcionamento de sistemas de bombeamento consiste na determinação de alternativas que possibilitem ganhos por meio de ações que visem à eficiência energética tendo em vista a redução do consumo de energia elétrica e redução da demanda de potência no horário de ponta do sistema. Nesse contexto, o termo hidroenergético pode ser entendido como a relação de parâmetros hidráulicos e elétricos, como exemplo pode ser citado, o consumo de energia elétrica por unidade de volume de água bombeado expresso em kwh/m³, indicador muito utilizado na gestão energética em companhias de saneamento no Brasil. Os indicadores hidroenergéticos assumem importante papel, no que diz respeito às ferramentas de análise de informações referentes a gerencia e ao controle operacional de sistemas de bombeamento, permitindo ao responsável na tomada de decisão, avaliar o comportamento do sistema de maneira integrada, possibilitando o estabelecimento de ações de resposta, contribuindo para o crescimento do sistema como um todo. Com o intuito de conhecer melhor e aperfeiçoar o uso de energia elétrica nas unidades de bombeamento de água em sistemas de abastecimento de água, este trabalho abordará o consumo de energia elétrica em estações elevatórias de água tratada para abastecimento público, identificando as despesas com energia elétrica nessas unidades em especial nos horários de ponta e fora de ponta. A estrutura de apresentação do trabalho é composta de cinco itens principais; sendo eles o objetivo geral e os específicos, a revisão de literatura onde são abordados temas relacionados a eficiência energética em sistemas de abastecimento de água com foco no sistema de bombeamento, a metodologia adotada para o desenvolvimento das etapas e fases do trabalho, os resultados onde foram sistematizados e analisados todos os dados e informações obtidos, as considerações finais com as conclusões e por fim as referencias que serviram de base teórica . 22 Objetivos REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliar o consumo e o custo de energia elétrica em sistema de bombeamento de água para abastecimento público. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Monitorar parâmetros hidráulicos e elétricos nos horários de ponta e fora de ponta da rotina operacional do sistema de bombeamento de água tratada do setor básico da cidade Universitária Pro. José da Silveira Netto; Simular cenários de operação do bombeamento de água tratada no setor básico da cidade Universitária Profº José da Silveira Netto; Analisar e propor procedimentos técnicos operacionais para melhorar o desempenho operacional do sistema de bombeamento de água. 23 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 3. REVISÃO DE LITERATURA O conceito de Estação Elevatória (EE) pode ser entendido como o conjunto de instalações e equipamentos necessários para o recalque de fluído, para as demais unidades do sistema, de modo a vencer as distancias e a diferença entre os níveis geométricos entre os diversos pontos do sistema, e são utilizadas para pressurizar determinado fluído, até aos pontos de processamento ou de consumo, superando desníveis topográficos e perdas de carga ao longo das tubulações. Geralmente são utilizadas nos sistemas de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de drenagem pluvial (GOMES, 2009a). Azevedo Netto et al. (1998) observam que conjuntos motor e bomba de estação elevatória devem vencer a diferença de nível entre os dois pontos mais as perdas de carga em todo o percurso (perda por atrito ao longo da canalização e perdas localizadas às peças especiais.) sendo, a bomba o dispositivo que converte trabalho mecânico em energia ao fluido. As Estações Elevatórias de Água Tratada (EEAT), são formadas por um conjunto composto por tubulações de sucção e de recalque, válvulas, registros, conexões, poço úmido e seco, motor e bomba hidráulica, que variam conforme o porte do sistema, características da área, regime de trabalho entre outros fatores. Em Sistemas de Abastecimento de Água (SAA), conjuntos motor e bomba (CMB) podem ser instalados nas unidades de captação, tratamento e distribuição de água, podendo ser o bombeamento de água direto para adutoras, reservatórios ou rede de distribuição, conforme mostrado na Figura 1. 24 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 1 - Localização de Estação Elevatória em sistema de abastecimento de água. A maior parte do consumo de energia elétrica em Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) ocorre nas estações elevatórias, conforme já explanado nos itens anteriores. 3.1 COMPONENTES DE ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA A seguir são descritos as partes principais que compõem uma estação elevatória de água, tais como; Poço úmido, poço seco, tubulações de sucção e recalque, válvulas, conexões, e o conjunto motor e bomba. 3.1.1 Poço Úmido (ou de Sucção) e Poço Seco Dependendo do arranjo dos componentes do sistema de bombeamento, e das condições de instalação, pode ser necessária a utilização de um poço úmido, cuja função é a de armazenar a água à ser bombeada. O poço úmido ou poço de sucção é o compartimento da estação elevatória destinado a acumulação da água a ser recalcada pelos conjuntos motor e 25 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água bomba, os quais, podem estar instalados no próprio poço úmido (submerso) (ver Figura 2), acima do nível máximo e abaixo do nível de água, este último instalado na parte externa do poço (ver Figura 3). Figura 2 – Conjunto motor e bomba instalado submerso no poço úmido. O poço seco é o local utilizado para abrigar os conjuntos motor e bomba, o barrilete, o painel de comando e o gerador de energia elétrica (ver Figura 3 b)). Figura 3 – CMB instalado acima (a) e abaixo do nível de água do poço úmido (b). Vale ressaltar que dependendo da localização em relação ao nível do terreno o poço úmido pode ser classificado em: enterrado (quando abaixo do nível 26 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água do terreno), semi enterrado (quando (quando parcialmente abaixo do nível do terreno), e apoiado (quando acima do nível ní do terreno). 3.1.2 Conjunto Motor e Bomba (CMB) Os conjuntos motor e bomba utilizados no bombeamento de água, são responsáveis por transformar a energia elétrica em energia mecânica nos motores e em seguida, transformam a energia mecânica em energia hidráulica nas bombas, possibilitando o deslocamento da da água entre os níveis necessários. Na Figura 4 é mostrado um exemplo de conjunto motor e bomba. Figura 4 – Conjunto motor e bomba. Fonte: KSB Bombas Hidráulicas S.A. (2011). O trabalho realizado pelas bombas pode ser oriundo de diversas fontes, porém, devido a sua eficiência, larga faixa de potência e praticidade o motor elétrico predomina em estações de bombeamento de fluidos. Vale ressaltar que o termo bomba, utilizado é referente ao deslocamento do fluido água, haja vista que, que de acordo como fluido os equipamento equipament recebem denominações diferentes (GOMES, 2009a). Ass bombas podem ser divididas em dois grandes grupos as Bombas volumétricas que possuem uma ou mais câmaras, cujo interior o movimento de um dispositivo propulsor comunica energia de pressão ao líquido, provocando pro o seu escoamento e as Bombas ombas Dinâmicas ou Turbobombas são caracterizadas por possuírem um órgão rotatório dotado de pás (rotor) que, devido a sua aceleração, exerce forças sobre o líquido. 27 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Em Sistemas de Abastecimento de Água é comum a utilização u de bombas centrífugas, na Figura 5 são mostrados os principais componentes de uma bomba. Figura 5 – Componentes de uma bomba. Fonte: Bomba imagens, 2011. Uma maneira de controle da operação de conjuntos motor e bomba é a automação, que dentre outras utilizações pode-se pode destacar: • o acionamento e desligamento dos d CMB’s,, evitando os picos de consumo de energia elétrica; • a emissão de alertas em casos de pane no sistema, e; • a facilidade na operação e manutenção dos equipamentos. 3.1.3 Tubulação ção (sucção e recalque) Em SAA as tubulações de sucção e recalque são as responsáveis por transportar a água entre os diversos pontos de consumo do sistema, na tubulação de sucção, geralmente é instalada uma válvula de pé com crivo, que é utilizada para evitar a entrada de materiais sólidos na tubulação e consequentemente na bomba (ver Figura 6), enquanto que na tubulação de recalque é comum a instalação das seguintes peças: 28 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • Válvula de retenção para evitar o retorno de água em casos de paralisação do bombeamento; • Registro de gaveta, para isolamento do CMB durante atividades de inspeção e manutenção; • Redução concêntrica e excêntrica, para melhor escoamento da água bombeada; Figura 6 – Peças e conexões na tubulação de sucção e recalque. Entre os componentes de uma estação elevatória, vale destacar a grande variedade de tipos e de combinações de válvulas, algumas até combinadas com atuador elétrico. No Quadro 1 são mostrados os dois principais tipos utilizados no bombeamento de água. 29 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Quadro 1 – Válvulas utilizadas em Sistemas de Abastecimento de Água. Tipo Ilustração Utilização Muito utilizada para o bloqueio e liberação de fluxo, tendo com principais vantagens, baixa perda de carga quando totalmente Gaveta abertas, custo reduzido quando comparado a outras válvulas, e como desvantagem pode-se citar a dificuldade de manutenção. Retenção Normalmente utilizada para evitar a volta de fluxo em tubulações Utilizada Fonte: NEI.com.b; TUBOVAL (2011); Gomes (2009a). Ramos; Covas; Araújo (2011) comentam a utilização de válvulas como a principal alternativa para o controle de pressão em SAA, chamadas de Válvulas Redutoras de Pressão, ou simplesmente, VRP que são utilizadas nos sistemas hidráulicos como forma de uniformização e controle das pressões, dando origem a uma perda de carga localizada, mediante a dissipação de energia hidráulica, através do abaixamento dos valores de pressão a jusante. 3.2 PROJETO DE ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA As Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR’s), que fixam as condições exigíveis para estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água, e as condições exigíveis para estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água utilizadas no dimensionamento de Estação Elevatória de Água, são descritas a seguir: • NBR 12211/1992 –“Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água”; • NBR 12214/1992 –“Projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público”; 30 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • NBR 12212/1992 –“Projeto de poço para captação de água subterrânea”; • NBR 12213/1992 –“Projeto de captação de água de superfície para abastecimento publico”. No estudo de concepção de projetos de estações elevatórias, é de fundamental importância que sejam considerados fatores como topografia, estabilidade do terreno quanto à erosão, enxurradas, disponibilidade de energia elétrica, área disponível para instalações futuras, entre outros fatores, que podem variar em função das condições técnicas e econômicas de cada projeto. Na elaboração de projetos de Estação Elevatória de Água (EEAT), são determinados alguns parâmetros hidráulicos e parâmetros elétricos. Os parâmetros hidráulicos, utilizados para no dimensionamento das unidades de uma estação elevatória, são basicamente a vazão, perdas de carga, altura manométrica, e, por conseguinte as curvas características de desempenho do sistema. Os parâmetros elétricos são indicadores que expressam como a energia elétrica está sendo utilizada. Esses números podem ser primitivos ou relacionados com outras variáveis, devendo ser calculados a partir de algumas fórmulas. Entre os principais parâmetros elétricos utilizados no dimensionamento de uma Estação Elevatória de Água, estão a Potência e o Rendimento do conjunto motor e bomba (GOMES, 2009). 3.2.1 Vazão Para que o dimensionamento de um sistema de bombeamento de água ocorra de forma eficiente, é necessário que se tenha conhecimento da quantidade de água que entra e sai do sistema, ou seja, a vazão de adução e de bombeamento para reservatórios e rede de distribuição. 31 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água A vazão de bombeamento é determinada a partir da concepção básica do sistema de abastecimento de água, conforme recomendado na NBR 12211/1992, que fixa as etapas de implantação das obras e do regime de operação previsto para as elevatórias. A seguir são mostradas as fórmulas matemáticas utilizadas para o cálculo das vazões média, do dia de maior consumo e a da hora de maior consumo. A vazão média pode ser determinada com a utilização da equação 1. Q = (1) onde: Qd: vazão de consumo (l/s); P: população a ser abastecida (hab); q: consumo per capita (l/hab.dia); h: número de horas de funcionamento da unidade (h). No cálculo da vazão do dia de maior consumo é utilizada a equação 2. = (2) onde: K1: coeficiente do dia de maior consumo. A vazão da hora do dia de maior consumo e calculada conforme a equação 3. = (3) onde: K: K1 x K2 (coeficiente de retorno) Vale ressaltar que, além da vazão à ser distribuída para a população, deve-se considerar a vazão de bombeamento da estação elevatória, que consiste na vazão total fornecida pelos conjuntos motor e bomba para distribuição. Na prática para que o sistema funcione de forma eficiente é necessário que a seguinte condição seja atendida: Q ≥ Q 32 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 3.2.2 Tubulações (sucção e recalque) e Perdas de Carga As tubulações de sucção, recalque e barrilete devem ser dimensionados de modo que as condições de vazão e pressão no sistema sejam satisfatórias. Os limites máximos de velocidade nas tubulações de sucção estabelecidos na NBR 12214/92 variam de acordo com diâmetro da estando compreendida entre 0,7m/s para diâmetro de 50 mm e 1,5m/s para diâmetros maiores de 400mm. No recalque este limite esta compreendido entre 0,6 e 3,0m/s. Ainda segundo Azevedo Netto et al. (1998), a tubulação de sucção deve ser a mais curta possível, evitando-se ao máximo peças especiais, como curvas, cotovelos, etc. Ainda segundo os autores, devem ser sempre ascendente até atingir a bomba e quando diversas bombas tiverem suas canalizações de sucção ligadas a uma única tubulação (de maior diâmetro) as conexões deverão ser feitas através de junções tipo “Y”, evitando-se o emprego de tês. Um importante parâmetro de projeto de estações elevatórias, são as perdas de carga que de forma geral consistem na perda de energia ao longo da tubulação ocasionada pelo atrito do fluído com a parede da tubulação. As perdas de carga na tubulação de sucção consiste no somatório de todas as perdas entre os reservatórios de sucção e a boca de sucção da bomba. Na tubulação de recalque as perdas de carga são contabilizadas desde a boca de descarga da bomba até o ponto de descarga do líquido. As perdas de carga podem ser entendidas analisando-se a Figura 7, onde um líquido (no caso a água) flui de uma extremidade a outra, onde parte da energia inicial se dissipa na forma de calor, a soma de cargas na extremidade final não se iguala a carga total na extremidade inicial, a essa diferença de carga é o que se pode entender como perda de carga. 33 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 7 – Linhas de carga em um sistema de elevação de água. Fonte: Adaptado de Azevedo Neto et al.(1998). Para Azevedo Netto et al. (1998), a resistência ao escoamento no caso de regime laminar é inteiramente consequência da viscosidade e quando o regime do escoamento é classificado como turbulento a resistência é o efeito combinado das forças devidas a viscosidade e a inércia. Na literatura técnica em engenharia, são consideradas dois tipos de perdas de carga, sendo elas: perdas distribuídas e perdas localizadas, que dependem de fatores como: tipo de fluido, de escoamento, do material da canalização, da presença de válvulas registros e acessórios. A perda distribuída é ocasionada pelo atrito entre as partículas do líquido com as paredes da tubulação. Existem várias expressões matemáticas que permitem a determinação deste tipo de perdas, porém as mais utilizadas devido a sua aplicabilidade e precisão são as fórmulas de Darcy - Weisback ou universal, e a de Hazen Williams. A fórmula de Darcy - Weisback é utilizada para diâmetros acima de 50 mm e é válida para fluidos incompressíveis (o volume não varia em função da pressão), conforme mostrado na equação 5. ℎ = ! . $% " .& (4) 34 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água onde: hf: perda de carga distribuída (m); f: coeficiente de atrito, função do número de Reynolds e da rugosidade relativa (K/D); L: comprimento da tubulação (m); v: velocidade média(m/s); g: aceleração da gravidade (m/s²); D: diâmetro interno da tubulação(m). Outra fórmula é a de Hazen-Williams, conforme mostrado a seguir: ' = 10,643 ∗ /0 ∗ 1 ,/0 ∗ 2 ∗ 345,/6 (5) onde: J:perda de carga distribuídaem relação ao comprimento do tubo (m/m); Q: vazão (m³/s); C: coeficiente de rugosidade do tubo (adimensional); L: comprimento da tubulação (sucção e recalque) (m); D: Diâmetro interno da tubulação (m). O valor do coeficiente C para diferentes tipos de tubos e tempo de uso é mostrado no Quadro 2. Quadro 2 - Valor do coeficiente C sugerido para a fórmula de Hazen-Williams. Tubos Novos Usados (± 10 anos) Usados (± 20 anos) Aço galvanizado roscado Aço rebitado, novos Aço soldado, comum (revestimento betuminoso) Aço soldado com revestimento epóxico Chumbo Cimento-amianto Cobre Concreto, bom acabamento Concreto, acabamento comum Ferro fundido, revestimento epóxico Ferro fundido, revestimento de argamassa de cimento Grés cerâmico, vidrado (manilhas) Latão Madeira, em aduelas Tijolos, condutos bem executados Vidro Plástico (PVC) Fonte: Adaptado de Azevedo Netto et al (1998), pág. 150. 125 110 125 140 130 140 140 130 130 140 130 110 130 120 100 140 140 100 90 110 130 120 130 135 120 130 120 110 130 120 95 140 135 80 90 115 120 120 130 110 120 105 110 130 110 90 140 130 35 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Quanto as perdas localizadas, estas são provocadas por peças especiais e demais singularidades instaladas nas tubulações de sucção, recalque e barrilete, que pode ser determinada de utilizando-se a equação mostrada a seguir: 9 = :. $% (6) .& onde: hf: perda de carga localizada (m); k: coeficiente; v: velocidade média (m/s); g: aceleração da gravidade (m/s²). Quadro 3 - Valores aproximados de K (perdas localizadas). PEÇA Ampliação gradual Bocais Comporta aberta Controlador de vazão Cotovelo de 90° Cotovelo de 45° Crivo Curva de 90° Curva de 45° Curva de 22,5° Entrada normal em canalização Entrada de borda K 0,30 2,75 1,00 2,50 0,90 0,40 0,75 0,40 0,20 0,10 0,50 1,00 Existência de pequena derivação 0,03 PEÇA Junção Medidor Venturi Redução gradual Saída de canalização Tê, passagem direta Tê, saída de lado Tê, saída bilateral Válvula de ângulo aberta Válvula de gaveta aberta Válvula borboleta aberta Válvula-de-pé Válvula de retenção Válvula de globo aberta Velocidade K 0,40 2,50 0,15 1,00 0,60 1,30 1,80 5,00 0,20 0,30 1,75 2,50 10,00 1,00 Fonte: Azevedo Netto et al (1998), pág. 122. Outra maneira de determinação das perdas de carga localizadas é conhecida como método dos comprimentos equivalentes, pois uma canalização que possui ao longo de sua extensão diversas singularidades, equivale,sob o ponto de vista de perda de carga, a um encanamento retilíneo de comprimento maior,sem singularidades. Este método consiste em adicionar à extensão da canalização retilínea, (para efeito de cálculo) comprimentos que correspondam à mesma perda de carga que causariam as singularidades existentes na canalização. 36 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Com o passar dos anos e de muitos experimentos com o objetivo de determinar as perdas localizadas, foram construídas tabelas que expressão diretamente as perdas por tipo e diâmetro de conexão. 3.2.3 Altura Manométrica Quando se considera bombeamento de água, é preciso vencer tanto a altura geométrica (estática), quanto às perdas de carga que ocorrerão ao longo da tubulação. A essa altura, dá-se o nome de “Altura Manométrica”, ou “Altura Total de elevação”, que consiste na soma do desnível geométrico com as perdas de carga total e distribuída, conforme mostrado a seguir: 9;<= = 9& + ∆92 + ∆93 (7) sendo: 9& : Altura geométrica (m); ∆92: Perdas de cargas localizadas (m); ∆93: Perdas de Carga distribuídas (m). No Quadro 4 são apresentadas algumas considerações de Tsutiya (2001) quanto ao tipo de bomba relacionado com o aumento ou diminuição da altura manométrica em sistemas de abastecimento de água. Quadro 4 – Efeito de alterações em conjuntos elevatórios. Tipo de bomba Centrifuga De Êmbolo ou Diafragma Redução da altura manométrica Vazão Força Depende da Aumenta velocidade (rpm) Nada Fonte: Adaptado, Azevedo Netto, et al (1998). Reduz Aumento da altura manométrica Vazão Força Depende da Reduz velocidade (rpm) Nada Aumenta 37 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 3.2.4 Potência Hidráulica A potência ou potência útil da bomba pode ser entendida como a taxa de energia consumida para transferir a água entre dois pontos, ou seja, é a relação entre o trabalho (W) realizado e o correspondente intervalo de tempo (T). Em sistemas de abastecimento de água, a força envolvida é o próprio peso da água que deverá ser transferida entre os dois pontos, o qual é igual ao produto do peso específico (γ) pelo volume (Vol), resultando na equação mostrada a seguir: @= A B ∴@= D∗EFG∗HI B ∴ @JK = L ∗ ∗ 9; (8) onde: H : Altura Manométrica; : Vazão de Bombeamento; Como já foi descrito nos parâmetros hidráulicos no cálculo da altura manométrica é considerado as perdas de carga totais nas tubulações. Dessa forma, a potência total da bomba e do conjunto motor e bomba pode ser expresso conforme a seguinte equação: @JK = D∗N∗HI ηO ∗ηP (9) onde: ηQ RηS : coeficientes de rendimento da bomba e do motor, respectivamente. 3.2.5 Conjunto Motor e Bomba (CMB) Segundo a NBR 12214/1992, para a seleção dos conjuntos motor e bomba, os seguintes fatores devem ser considerados: faixa de operação, decorrente das interseções entre as curvas características do sistema e das bombas, 38 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água consideradas as variações de vazão e dos níveis de água, ou cargas piezométricas, de montante e de jusante, bem como o envelhecimento dos tubos. Ainda segundo a referida norma, também devem ser considerados fatores como: as características da água a ser recalcada, a disponibilidade de bombas no mercado, a economia e facilidade de operação e manutenção e a padronização com equipamentos de outras elevatórias existentes. As seguintes condições devem ser observadas na escolha dos conjuntos motor e bomba (NBR 12214/1992): a) as curvas características devem ser do tipo estável, está para bombas instaladas em paralelo; b) em caso de grandes variações de vazão, pode ser utilizado sistema de acionamento de velocidade variável; c)) os pontos de operação das bombas, nas diversas situações possíveis, devem estar situados na faixa adequada adequa de rendimento (60% – 75%); d) o NPSH disponível deve superar em 20% e no mínimo em 0,50 m o NPSH requerido pela bomba em todos os pontos de operação. Na Figura 8,, são apresentados os principais componentes e variáveis envolvidos na seleção de uma bomba. Figura 8 – Seleção de conjunto motor e bomba (CMB). Fonte: Adaptado, Pereira (2010). 39 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água É recomendado que sejam previstas no mínimo duas bombas, sendo uma de reserva, para que haja alternância no funcionamento das bombas. E que se forem previstas três bombas iguais, cada uma deverá ter a capacidade de elevar 50% da vazão nominal do sistema. Os autores também recomendam que a instalação dos conjuntos motor e bomba seja sempre que possível em local seco, bem ventilado, acessível e ao abrigo de intempéries e de enxurradas, devem ser fixados sobre fundações capazes de absorver os esforços (contínuos e transitórios) e minimizar as vibrações geradas. Como forma de preparação para o funcionamento dos conjuntos motor e bomba, deve-se encher a canalização de sucção com o líquido a ser bombeado. • Curvas do sistema e da bomba Uma bomba se caracteriza pelo par de valores, composto pela altura manométrica e pela vazão a ser bombeada, que quando plotados em forma de gráfico recebem a denominação de curva característica do sistema (ver Figura 9). A esta curva pode-se agregar outras grandezas tais como rendimento e potência. Quanto as curvas da bombas, estas são traçadas pelos fabricantes por meio de ensaios que se constituem elemento fundamental para que o projetista possa selecionar a melhor bomba que seja compatível com as necessidades de projeto(ver Figura 10) (GOMES, 2009a). Figura 9 – Curva característica do sistema. 40 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 10 – Gráfico de cobertura das bombas. A curva de potência absorvida versus vazão por exemplo é obtida dos ensaios no laboratório de hidráulica do fabricante. Representa a relação entre a vazão bombeada e a potência necessária para tal.Aqui, vale uma observação sobre essa potência: ela é denominada usualmente de BHP (Brake Horse Power, do inglês) e quer dizer a potência hidráulica absorvida pela bomba é a potência que o motor deve fornecer ao eixo da bomba. A operação de conjuntos motor e bomba pode ocorrer em paralelo ou em série. Considerando conjuntos de características semelhantes na operação em paralelo, a vazão de bombeamento do sistema é igual à soma das vazões das duas bombas, e que a altura manométrica é a mesma para ambas. Enquanto que na operação em série a vazão de bombeamento é unitária, ou seja, igual à vazão de uma bomba, enquanto que a altura manométrica é igual à soma das alturas manométricas de cada bomba. De acordo com a forma de operação (série e paralelo), pode-se obter as um tipo de curva característica do sistema, conforme mostrado na Figura 11 e na Figura 12. Vale ressaltar que as curvas mostradas é considerando conjuntos motor e bombas iguais. 41 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 11 – Curva do sistema para operação de conjuntos motor e bomba em paralelo. Fonte: Adaptado, Gomes (2009a). Figura 12 – Curva do sistema para operação de conjuntos motor e bomba em série. Fonte: Adaptado, Gomes (2009a). 3.2.6 Rendimento O rendimento de qualquer máquina pode ser definido como sendo o quociente da energia por ela produzida pela energia por ela fornecida (“energia ganha/energia paga”). No caso do rendimento de uma bomba, pode ser determinado de acordo com a equação a seguir: 42 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água TUV ηQ = IWX (10) onde: @JK : Potência hidráulica; @;FY : Potência motriz. O rendimento do motor pode ser determinado utilizando a equação mostrada a seguir: ηS = IWX (11) onde: P : Potência motriz (“energia ganha”); P: Potência elétrica (“energia paga”). O rendimento global de um conjunto motor e bomba é o produto entre os rendimentos da bomba e do motor, conforme mostrado a seguir: η[SQ = ηQ ∗ ηS (12) Logo, o rendimento do conjunto poder ser expresso por: η[SQ = D∗N∗H (13) onde: L: peso específico da água (xxx); Q: vazão (m³/h); H: altura manométrica (m.c.a.); P: Potência (CV). Os parâmetros hidráulicos e elétricos já descritos servem de base para o projeto de dimensionamento das unidades seguintes como o poço de sucção, tubulações de sucção e recalque, e os conjuntos motor e bomba. 43 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 3.2.7 Poço de sucção No dimensionamento do poço de sucção, o comprimento e a largura devem ser compatíveis com a instalação dos conjuntos motor e bomba selecionados, bem como com as tubulações de sucção e recalque e como seus respectivos órgãos acessórios (NBR 12214/92). No projeto de poços de sucção é importante que sejam observadas as seguintes condições: • De entrada de ar e vórtices: a entrada de ar e a formação de vórtices em poços de sucção, geralmente são ocasionadas pelo arranjo inadequado de peças, juntas e acessórios; • De dimensões de projeto: o comprimento e a largura devem ser compatíveis com a instalação dos conjuntos motor e bomba a serem instalados, assim como da tubulação de sucção e respectivos órgãos acessórios, respeitando-se as folgas necessárias para a montagem, instalações complementares e circulação de pessoal, deve haver também completa independência das tomadas de sucção sem interferência entre elas, observando sempre as recomendações estipuladas pelo fabricante da bomba. Para evitar a formação de vórtices, o poço úmido deve ter profundidade mínima (h) de 1,5D, e valores de velocidade entre a faixa de 0,60 a 0,90m/s. 3.3 OPERAÇÃO E CONTROLE A busca pela otimização de sistemas de bombeamento, pode ser considerada como uma das principais ações operacionais para a redução das perdas hidráulicas e energéticas, tendo em vista que é grande a quantidade de variáveis envolvidas no processo (vazão, pressão, potência, entre outras) e que estas podem ser modificadas a cada instante, o que torna mais complexo a atividade de operar esses sistemas. 44 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Vale ressaltar que é importante que as medições desses parâmetros não ocorram de forma isolada e mecânica, pois, de nada adianta os dados se não é realizada a correta interpretação e análise dos mesmos. Na medida em que um novo enfoque para o planejamento energético vai sendo delineado, novas ferramentas de análise vão surgindo e metodologias vão sendo aprimoradas no sentido de integrar opções de oferta, com opções da demanda. Cima (2006) comenta que o processo de planejamento deve contemplar todos os diferentes aspectos relacionados com o uso da energia, dentro das dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento energético. Segundo Moura (2010), o Sistema de Gestão Energética (SGE) oferece uma estrutura de melhores práticas para as organizações desenvolverem objetivos de eficiência energética, planos de intervenção, medidas e investimentos prioritários de eficiência energética, monitorarem e documentarem resultados, e assegurar em uma contínua e constante melhoria do desempenho da eficiência energética. Para a implantação de um SGE, segundo United Nations Industrial Development Organization (2009), algumas medidas são importantes: • Um plano estratégico, que requer mensuração, gestão e documentação para a melhoria contínua da eficiência energética; • Uma equipe de gestores de vários departamentos internos da organização liderados por um coordenador de energia, que responde diretamente para a administração central e é responsável por acompanhar a implementação do plano estratégico; • Políticas e procedimentos para assegurar todos os aspectos da compra de energia, uso e disposição; • Projetos para demonstrar uma melhoria contínua na eficiência energética; 45 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • A elaboração de um manual de energia: um documento que evolui com o tempo à medida que projetos de conservação de energia e políticas são empreendidos e documentados; • A identificação de indicadores de desempenho chaves, únicos da companhia, que são monitorados para medir os processos; • Relatório periódico para a administração baseados nessas medidas. Segundo Cunha (2009), a operação consiste basicamente em definir, em um determinado instante, qual a melhor combinação do estado operacional das bombas e coeficiente de abertura das válvulas, de forma a tornar o sistema mais eficiente em termos energéticos. É importante ressaltar que sem o planejamento estratégico, os sistemas continuarão a desperdiçar água e energia elétrica. Ainda segundo Cunha (2009), pode ser entendido como operação de um sistema de bombeamento como sendo uma sequência de manobras de válvulas, bombas e equipamentos acessórios. Podendo esta operação ser realizadas de forma manual, onde as manobras são realizadas pelos operadores dos sistemas que na maioria das vezes possuem pouca ou nenhuma instrução adequada sobre o funcionamento do sistema, ou de forma automatizada onde o controle é feito por meio da utilização de eletro boias nos reservatórios, pressostatos nas elevatórias, ou de maneira mais complexa, onde geralmente é baseado em Controladores Lógicos Programados (PLC). Os inversores de frequência são equipamentos eletrônicos acoplados aos conjuntos motor e bomba, cuja função é o controle da velocidade de rotação dos motores elétricos a corrente alternada (AC). A alteração da rotação altera as curvas de funcionamento da bomba, assim como o ponto de operação do sistema. 46 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 3.4 PARÂMETROS DE CONTROLE OPERACIONAL 3.4.1 Vazão de bombeamento Este parâmetro fornece informações importantes no que diz respeito a operação do sistema, pois, por meio dele é possível determinar a vazão que esta sendo bombeada para as unidades seguintes. No Figura 13 são mostrados os tipos de medidores de vazão utilizados para medição em condutos fechados. Figura 13 – Tipos de medidores de vazão em conduto fechado. Medidores de vazão em conduto fechado Pressão Venturi Bocais Turbina Orificios Mono e Multijato Woltman Eletrônicos Depois Eletroma gnéticos Ultrassô nicos Fonte: Adaptado, Programa rograma nacional de Combate ao Desperdício de Água 2004. Na categoria de medição por diferença de pressão, estão inseridos os Tubos de Venturi, os bocais e as placas de orifício. Segundo Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA, ( 2004) o primeiro rimeiro tem sua aplicação mais difundida para escoamento em grandes diâmetros e vazões, pois tem perda de carga menor, enquanto que os dois últimos, são mais restritos a diâmetros e vazões menores. Os medidores tipo turbina, medem a vazão a partir do movimento movim de uma turbina ou de um rotor, cuja a velocidade de rotação é função da vazão de bombeamento (PNCDA 2004). Nos medidores eletrônicos a medição de vazão é realizada a partir das propriedades do escamento, tais como a indução magnética e a transmissão de e ondas sonoras. Os medidores eletromagnéticos que tem sem funcionamento baseado no fato de que a água potável é um fluido condutor de eletricidade podendo ser induzida uma corrente eletromagnético instalado. elétrica, na Figura 14 é mostrado um medidor 47 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 14 – Medidor eletromagnético instalado. Fonte: Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água, 2004. Os medidores ultrassônicos mais utilizados para medição de vazão, são aqueles que tem como princípio de funcionamento o Efeito Doppler e o Tempo de Transito. Os que operam por Efeito Doppler, possuem os eletrodos sensor e receptor um do lado do outro, sendo que o receptor determina a velocidade média do escoamento pela variação da frequência do sinal ultrassônico refletido nas partículas em suspensa presentes na água, sendo mais indicado para medição em água com elevadas ou médias concentrações de sólidos suspensos. Enquanto que o medidor ultrassônico por Tempo de Transito é indicado para escoamento de água limpa, ou com pequenas concentrações de sólidos em suspensão. A principal vantagem desse tipo de medidor em relação ao eletromagnético é que estes não necessitam de trechos de tubos isolados para sua instalação, podendo ser instalados na parte externa da tubulação, conforme mostrado a na Figura 15. Figura 15 – Medidor de vazão ultrassônico instalado. 48 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Uma das principais desvantagens deste tipo de medidor, consiste na necessidade da perfeita calibração, pois como sua medição é baseada na velocidade média, qualquer erro calibração pode, resultar em erros grosseiros de medição de vazão. 3.4.2 Níveis de operação do poço úmido De acordo com o número de conjuntos motor e bomba em funcionamento e de reserva, é possível determinar o nível de operação do poço úmido. Na Figura 16 é mostrado a operação de dois CMB’s (sendo um de reserva), observa-se que, quando os dois conjuntos encontram-se parados o nível é mínimo (N1) e com um CMB em operação o nível é máximo (N2). Figura 16 – 1 CMB em operação e 1 CMB em reserva (1+1). Outro arranjo operacional de conjuntos motor e bomba bastante utilizado para o bombeamento de água para rede de distribuição é mostrado na Figura 17, composto por três CMB’s (sendo um de reserva), quando todos os conjuntos encontram-se parados o nível é mínimo (N1), com um CMB operando o nível é médio (N2), e com dois CMBs em operação o nível é máximo (N3). 49 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 17 – 2 CMB’s em operação e 1 CMB em reserva (2+1). De acordo com Pereira (2010), os volumes do poço de sucção podem ser determinados com os níveis de água, conforme mostrado na Figura 18. Figura 18 – Volumes de Operação do poço úmido. Fonte: Adaptado, Pereira (2010). • Volume total: volume máximo que pode ser ocupado pela água, compreendido entre o fundo do poço até o nível máximo próximo da tubulação extravasora (ver Figura 18 a)); • Volume útil: volume compreendido entre o nível mínimo e o nível máximo de operação dos CMB’s (ver Figura 18 b)); 50 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • Volume efetivo: é o volume compreendido entre o fundo do poço e o nível médio de operação dos CMB’s (ver Figura 18 c)); • Volume de segurança: volume compreendido entre o fundo do poço e o nível mínimo de operação (ver Figura 18 d)). 3.4.3 Período de operação Este parâmetro é a base para a determinação de todos os demais, pois quando analisados dissociados a ele perdem completamente o sentido. Por exemplo pode-se citar os valores de vazão sempre devem estar associado a um período e intervalo de tempo, seja em horas, minutos ou segundos. 3.4.4 Horários de Ponta e Fora de Ponta Pode-se entender como horário de ponta o período em que as tarifas de energia elétrica são mais caras em relação as demais horas, é um período de três horas seguidas no intervalo compreendido entre as 17 e 22 horas. As concessionárias frequentemente definem como horário de ponta o período de 17h30 até 20h30, mas isso não é uma regra geral, sendo aplicado somente para consumidores de média e alta tensão (PNCDA, 2004). Para a Rede Celpa, que é a concessionária responsável pelo abastecimento com energia elétrica do estado do Pará, o horário de ponta é compreendido entre o horário de 18:30 as 21:30h, sendo que neste intervalo o valor cobrado é diferenciado (3 vezes o valor cobrado nos demais horários do dia). Segundo Gomes (2009b), em muitos sistemas de abastecimento de água é possível otimizar ou ampliar a reservação existente, permitindo que o bombeamento sejam deslocados para fora do horário de ponta. 51 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água O sistema de fornecimento de energia tem que ter capacidade de suprir o pico de consumo neste horário, a carga média dos horários fora de ponta é conhecida como carga base, e a carga média das horas do horário de ponta é chamada de carga de ponta. Na Figura 19 é mostrado o desempenho típico de uma elevatória nos horários de ponta e fora de ponta. Figura 19 – Horário de ponta e fora de ponta A utilização de energia elétrica por meio da redução do consumo de carga ou paralisação nos horários de ponta, também pode ser uma alternativa de uso racional e eficiente de energia elétrica, sem comprometer o desempenho dos sistemas de cada uso final ou o nível de conforto proporcionado aos usuários. Tsutiya (2001) propõe uma metodologia para o desligamento total ou parcial dos conjuntos motor e bomba em horário de funcionamento de ponta, que envolve as seguintes atividades: • Operação de reservatórios; • Análise da evolução do consumo setorial; • Observação das características das bombas, formas de operação e controle de estações elevatórias; • Estudo dos volumes de reservação e consumo. Ainda segundo o autor, é necessário que as seguintes condições sejam atendidas para a viabilização do desligamento das bombas no horário de ponta: Condição necessária: Vp ≤ Vu 52 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água onde: Vp: volume necessário para atender a demanda no horário de ponta Vu: volume útil do reservatório, obtido a partir dos dados de área e limites operacionais do reservatório. 3.4.5 Pressão O controle operacional desse parâmetro, é de fundamental importância no que diz respeito ao gerenciamento de perdas de água causadas por vazamentos, assim como o desperdício nas instalações hidráulicas. Nos fluidos, só é possível aplicar forças através de superfícies, ao contrário do que ocorre com os sólidos, nos quais se pode considerar a ação de uma força pontual. Por isso, é conveniente estudar as forças que atuam nos líquidos a partir do conceito de pressão,que pode ser entendida como uma força, por unidade de superfície, aplicada perpendicularmente a essa superfície por um fluido com o qual está em contato (GONÇALVES; JORDÃO ; JANUZZI, 2009). @= \ ] (16) onde: F: Força aplicada sobre a superfície; S: Área da base. A pressão total ou absoluta é dada por: @<^_ = @<Y; + L ∗ ℎ onde: @<^_ : Pressão absoluta; @<Y; : Pressão atmosférica; L: peso específico do líquido; : altura da coluna do líquido. (17) 53 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Na expressão anterior, a primeira parcela do lado direito refere-se à pressão quando a profundidade é igual a zero, isto é, na superfície livre do líquido. A essa pressão dá-se o nome de “pressão atmosférica”. À pressão assim determinada dá-se o nome de “pressão absoluta”. Nos trabalhos de engenharia, principalmente no setor de saneamento, é conveniente considerar o referencial de pressão igual à pressão atmosférica. Em outras palavras deve-se fazê-la igual a zero. À pressão assim determinada dá-se o nome de “pressão manométrica”ou “pressão relativa” (Pr). @` = L ∗ ℎ (18) Assim, é comum encontrar a equação: @<^_ = @<Y; + @` (19) O fato de a pressão atmosférica variar com a altitude não implica que se incorre em erro quando a tomamos como referencial nos trabalhos de saneamento, pois os sistemas de água normalmente estão restritos a uma área onde a pressão atmosférica não varia significativamente. Além do que, como em todos os problemas da física, o que interessa para se realizar trabalho é o diferencial de energia, e não a energia absoluta. O monitoramento da pressão pode proporcionar, entre outros fatores a redução do desperdício e custos com o abastecimento de água. Segundo pesquisas realizadas por Gonçalves; Jordão; Januzzi (2009), este controle contribui para a diminuição da frequência d ruptura de tubulações e os consequentes danos que tem reparos onerosos,minimizando também as interrupções de fornecimento e os perigos causados ao publico usuário de ruas e estradas; um serviço com pressões mais estabilizadas ao consumidor, baixando a ocorrência de danos as instalações internas dos usuários; e a redução dos consumos relacionados com a pressão da rede. 54 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 3.4.6 Parâmetros elétricos Para o monitoramento e controle do consumo de energia elétrica, e são utilizado equipamentos conhecidos como Analisadores de Qualidade de Energia (AQE), que dependendo do modelo e tipo, podem medir além do consumo, a Energia ativa a intensidade de corrente, a Tensão, o Fator de Potência, o Fator de carga. Entre os parâmetros mais usuais utilizados na operação de sistemas de bombeamento de água, pode-se destacar o Consumo Específico Normalizado de Energia Elétrica (CEN), que é um indicador que leva em consideração as diferentes configurações de sistema de abastecimento de água. Segundo Gonçalves; Jordão; Januzzi (2009), a Internacional Water Association (IWA) tem adotado o CEN para comparar o desempenho de sistemas de bombeamento. Ainda segundo Gonçalves; Jordão; Januzzi (2009), este indicador reduz as alturas manométricas (H) de diferentes instalações a uma altura única, de modo a permitir a comparação do desempenho destas, sendo definido como “a quantidade media de energia gasta para elevar 1 metro cúbico de água a 100 m de altura por meio de instalações de bombeamento”.A determinação deste indicador pode ser realizado utilizando a equação mostrada a seguir: 1ab = c ∗Y d E∗ Ice (20) ff onde: @< : Potência consumida (KW); t: tempo (h); V: volume bombeado (m³); Hman: altura manométrica Segundo Alegre et al. (2006) o valor médio deste indicador e da ordem de 0,5 kWh.m³ para 100m de altura manométrica. Entretanto, analises sobre o emprego desse indicador foram realizadas pelo PROSAB, e os resultados indicam que o 55 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água mesmo não se mostrou adequado para avaliar a melhoria de eficiência de sistemas de bombeamento. Duarte et al.(2008) comentam que este indicador é útil para acompanhar a evolução do desempenho de uma mesma instalação de bombeamento, embora não seja recomendado para comparar o desempenho de instalações de bombeamento distintas, pois não reflete o numero de horas de funcionamento dos diferentes grupos elevatórios e nem a configuração do sistema de recalque. Outro parâmetro elétrico que merece destaque é a energia ativa, ou seja a energia que realmente realiza trabalho; isto é, transforma a energia elétrica em outras formas de energia, tais como: energia luminosa (lâmpadas), energia mecânica (motores elétricos) e energia térmica (fornos e fogões). O consumo ativo (kWh) também aumenta com o acréscimo do número de horas trabalhadas (horas extra). O Fator de Potência é um dos parâmetros operacionais que permite determinar a quantidade de energia ativa que realmente esta sendo consumida, e pode ser entendido como a razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias elétricas ativa e reativa, consumidas num mesmo período especificado (ANEEL, 2010). Caso a instalação esteja com o fator de potência abaixo de 0,92, o que significa que esta consumindo energia reativa além daquela permitida, serão faturadas mais duas parcelas, referentes à energia reativa e á demanda reativa excedente. A alternativa mais utilizada para esse tipo de correção é a instalação de capacitores como fontes internas de energia reativa, sendo um investimento com retorno de três a oito meses (ANEEL, 2010). A Resolução 414 de 9 de setembro de 2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL regulamenta os critérios para fornecimento de energia elétrica, estabelece que o fator de potência deve ser mantido acima de 0,92. Quando o fator de potência for menor do que 0,92, a concessionária aplica multa à unidade consumidora. 56 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Algumas das causas mais comuns do baixo FP são: motores operando em vazio, isto é, máquinas que ficam ligadas sem estar trabalhando; motores e transformadores superdimensionados; transformadores de muita potência para atender pequenas cargas por muito tempo; grande quantidade de motores de pequena potência; lâmpadas de descarga fluorescentes, vapor de mercúrio e vapor de sódio sem reatores de alto teor de potência; excesso de energia capacitiva ou excesso de capacitores na rede elétrica. O baixo fator de potência mostra que a energia está sendo mal aproveitada, o que como consequência, provoca problemas de ordem técnica nas instalações, tais como: variação de tensão, que pode ocasionar a queima de motores; maior perda de energia dentro da instalação; redução do aproveitamento da capacidade dos transformadores e dos circuitos elétricos; aquecimento dos condutores; e redução do aproveitamento do sistema elétrico (geração, transmissão e distribuição). Na Resolução 414 de 9 de setembro de 2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o fator de carga é conceituado como a razão da demanda média pela demanda máxima da unidade consumidora, no mesmo intervalo de tempo especificado. g1 = I "Iái (21) onde: FC: fator de carga; Pm: energia média; Dmáx: demanda de potência máxima. Este parâmetro, demonstra como a potencia é solicitada ao longo do tempo, e quanto mais próximo da unidade, mais constante tende a ser a forma de usar a energia. Outra forma de calcular o fator de carga, segundo Programa de Conservação de Energia Elétrica (2005a) é através do conhecimento da energia total consumida e do tempo do período de medição, pois são informações disponíveis na fatura mensal de consumo de energia elétrica. 57 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água j= k=l`&J<XWXcm (22) HF`<_XWXcUn ∗"l;<=K<IáiUIc Segundo o Programa de Conservação de Energia Elétrica (2005b) um baixo fator de carga indica que houve concentração no consumo de energia elétrica em um período curto de tempo, isto é, se a empresa ligar quase todas as máquinas, luminárias e demais aparelhos por um pequeno intervalo de tempo, o fator de carga será baixo. O ideal é trabalhar com a menor demanda (kW) no maior intervalo de tempo. Quanto mais alto for o fator de carga, menor será o preço médio. O custo de energia elétrica decresce exponencialmente em relação ao crescimento do fator de carga. Também segundo Programa de Conservação de Energia Elétrica (2005b), pode-se aumentar o fator de carga reduzindo-se a demanda e limitando-a ao mínimo necessário, evitando a ligação simultânea de cargas de grande porte, programando e organizando melhor a produção, com funcionamento escalonado dos equipamentos ao longo da jornada. Moura (2010) ressalta que o fator de carga é um importante índice que pode ser utilizado como indicativo da racionalidade do uso da energia elétrica nos SAA. Por exemplo, nas estações elevatórias indica o nível de utilização dos conjuntos motor e bomba. Melhorar o fator de carga significa aumentar o número de horas de utilização do conjunto motor e bomba o que requer, na maioria das vezes, sua substituição. Tsutiya (2001) classifica o fator de carga em intervalos de operação, conforme mostrado no Quadro 5. Quadro 5 – Classificação do fator de carga. Classificação do fato de carga Fator de carga Classificação 0 – 0,35 Péssimo 0,35 – 0,55 Ruim 0,55 – 0,75 Regular 0,75 – 0,90 Bem 0,90 – 1,00 Ótimo Fonte: Tsitiya, 2001. 58 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Outros dois parâmetros elétricos são a intensidade de corrente que é a relação entre a quantidade de carga elétrica que passa por uma seção reta do condutor e o respectivo intervalo de tempo gasto e a tensão de distribuição ou alimentação dos sistemas de duas formas, primeiro tensão primária de distribuição como sendo aquela disponibilizada com valores padronizados iguais ou superiores a 2,3 kV e tensão secundária de distribuição como sendo aquela com valores padronizados inferiores a 2,3 kv (GONÇALVES; JORDÃO; JANUZZI, 2009). 3.5 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA EM ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA Segundo o Programa de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) (2005b), a energia consumida em todo o mundo para a distribuição de água é cerca de 7% do total do consumo mundial sendo aproximadamente igual à quantidade total de energia utilizada conjuntamente no Japão e Taiwan. Os sistemas de abastecimento de água das companhias de saneamento do Brasil consumiram 9,6 TWh de eletricidade, ou seja, 2% do total da eletricidade gerada no Brasil neste ano, que foi de 483,4 TWh. Este consumo representou uma despesa de R$ 1,96 bilhão, sendo que as despesas com eletricidade corresponderam a 17,4% do total das despesas destas companhias naquele ano. Segundo a companhia de abastecimento de água Sydney Water (2011), para o bombeamento e tratamento de água e esgoto é necessário a utilização de muita energia, sendo que mais de 80% da eletricidade da companhia é usada na operação desses processos Cada etapa do ciclo de uso da água possui uma intensidade energética específica, ou seja, uma quantidade de energia que é consumida por unidade de água relacionada aos processos de captação, adução, tratamento e distribuição da água. Na Figura 20 são mostradas as unidades de um sistema de abastecimento de água onde há consumo de energia elétrica. 59 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 20 – Unidades consumidoras de energia elétrica em SAA. A forma de captação de água bruta para abastecimento público é realizada de acordo com as características do manancial a ser utilizado, podendo ser divida em dois grandes grupos: a superficial, e a subterrânea. A primeira ocorre na tomada de água direta em rios, lagos, açudes e nascentes, a segunda consiste na captação de águas profundas através de poços freáticos ou artesianos, na figura a seguir são mostradas algumas destas formas de captação. O consumo de energia elétrica nessas unidades ou etapas do ciclo de uso da água é determinado considerando vários fatores, estando entre os principais; a origem da água, o volume de água a ser aduzido, a distância de adução e a topografia da região. Estudos realizados pela Califórnia Energy Comission - CEC – no ano de 2005, sobre a intensidade energética na captação e transporte de água bruta na Califórnia, mostraram que o consumo de energia elétrica variou de 0 a 3,7 kWh/m³. Tsutyia (2001) comenta que na operação de estações de tratamento de água são utilizados bombas para lavagem dos filtros, bombas para remoção de lodo, bombas para a recuperação de água de lavagem dos filtros, bombas para a o recalque de água para distribuição, e que estas representam grandes consumidores de energia elétrica. 60 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Entre os principais equipamentos consumidores de energia elétrica em uma ETA também estão os conjuntos motor e bomba, sopradores de ar, equipamentos de injeção, controles, iluminação e, em alguns casos, dependendo do processo de desinfecção (por luz ultravioleta e ozonização), também há consumo de energia elétrica Moura (2010) comenta que na etapa de tratamento de água bruta o consumo de energia elétrica pode variar de acordo com sua a origem, o volume e processo de tratamento. Segundo esse autor, águas subterrâneas geralmente demandam tratamento simples, logo, o consumo de energia é menor, enquanto águas de outras fontes como subterrâneas, salobras ou água do mar, requerem tratamentos mais avançados, resultando em maior consumo de energia elétrica. Segundo a Califórnia Energy Commission (2005), o consumo de energia elétrica no tratamento de água também pode variar com o destino da água tratada, por exemplo, usuários agrícolas e industriais requerem pouco ou nenhum tratamento, enquanto que, os usuários comerciais e residenciais, necessitam de água potável, sendo necessário o seu tratamento. No que diz respeito à distribuição de água, é necessário considerar fatores como: existência de reservatórios de distribuição (apoiado ou elevado), topografia do terreno, este último influenciará diretamente na determinação da altura manométrica e na pressão disponível nos trechos da rede de distribuição. O consumo e a grande quantidade de energia elétrica desperdiçada em sistemas de bombeamento de água vêm despertando grande interesse nos gestores públicos e municipais de companhias de saneamento em investir em ações de eficiência energética. Entre os fatores que colaboram para tais iniciativas, estão os fatores financeiros, visto que nenhuma instituição, seja ela pública ou privada, mantém-se atuante no mercado sem um bom planejamento econômico. Tsutyia (2001) apresenta as seguintes considerações quanto à redução do consumo de energia elétrica em estações elevatórias, mostradas no Quadro 6. 61 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Quadro 6 - Alternativas para redução do custo de energia elétrica Alternativas para redução do custo de energia elétrica Ações administrativas Ações Operacionais Ajuste dos equipamentos: Correção da classe de faturamento - correção do fator de potência; - alteração da tensão de alimentação. Diminuição da potência dos equipamentos: - melhora no rendimento dos CMB’s; - redução de perdas de carga nas Regularização da demanda contratada tubulações; - Melhora do fator de carga; - redução do índice de perdas; - uso racional da água. Controle operacional: - alteração do sistema de bombeamento reservação; Alteração da estrutura tarifária - utilização de inversor de freqüência; - alterações nos procedimentos operacionais de ETAS’s Automação nos sistemas de abastecimento de Desativação das instalações sem utilização água. Alternativas para geração de energia elétrica: - aproveitamento de potenciais Conferencia de leitura da conta de energia energéticos; elétrica - uso de geradores nos horários de ponta. Entendimentos com as companhias energéticas Automação dos sistemas de abastecimento de para redução de tarifas água. Fonte: Adaptado, Tsutyia (2001). Na Figura 21 é mostrado de forma sintetizada, um balanço típico do consumo e perdas de energia elétrica em um conjunto motor e bomba, pode-se observar que no final do fluxo de 100% da energia elétrica utilizada para o acionamento do conjunto apenas 50% é realmente utilizada. Figura 21 – Diagrama de balanço de energia com as perdas do sistema. Fonte: Monachesi e Monteiro (2009). 62 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Vieira Júnior et al. (2010) apresenta na Figura 22 o consumo de energia em sistemas de bombeamento de água, os autores utilizaram inversor de frequência como componente do sistema. Figura 22 – Diagrama de balanço de energia com as perdas do sistema. Fonte: Vieira et al. (2010). onde: Pel: Potência fornecida pela rede de alimentação (W); Pel2: Potência elétrica fornecida pelo inversor, (W); PM: Potência fornecida pelo motor ao eixo da bomba, (W); PC:Potência hidráulica, (W); PU: Potência aproveitada pelo líquido para seu escoamento fora da própria bomba, (W); P: Pressão, (m); Q – vazão, (m3/s); ηinv - rendimento do inversor; ηm - rendimento do motor; ηB - rendimento da bomba; ηO - rendimento global. Os autores constataram que o método de controlar a vazão a partir da utilização de inversor de frequência permite uma grande economia de energia elétrica e Observaram que variando a velocidade do conjunto motor/bomba é possível manter um sistema eficiente a um custo menor. Os autores ressaltam que o aumento da vida útil da bomba, mancais e vedações pela diminuição do desgaste mecânico - como o sistema dotado de 63 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água inversor atua na medida exata das necessidades operacionais, e haverá uma preservação maior dos equipamentos e acessórios aumentando a vida útil. 3.6 CUSTO DE ENERGIA ELÉTRICA EM ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA Cada litro de água movimentado no sistema representa um custo significativo com energia elétrica, geralmente expresso em R$/KWh (R$/kilowatthora). A energia elétrica utilizada no bombeamento, transporte, tratamento e distribuição de água em sistemas de abastecimento de água, representa cerca de 60% a 80% dos custos de distribuição e tratamento de água, e além de representarem em média, 14% do total das despesas das companhias de água (United Nations Educational Scientific and Cultural Organization, 2009). Tsutyia (2001) também faz algumas recomendações sobre algumas ações operacionais para a redução docusto de energia elétrica, conforme mostrado a seguir: • Redução do custo sem diminuição do consumo de energia elétrica a) Correção do fator de potência; b) Alteração da tensão de alimentação; c) Melhora do fator de carga. • Redução do custo pela diminuição do consumo de energia elétrica d) Diminuição da potência dos equipamentos; e) Controle operacional; f) Automação; g) Alternativas para geração de energia elétrica. No Gráfico 1 são apresentados dados fornecidos por Brasil (2010b), referentes à utilização de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água. 64 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Gráfico 1 – Participação percentual percentual com energia elétrica no total das despesas de exploração no ano de 2009 por prestadora de serviço. 35 31,2 30 25 % 20 17,6 15 15,9 14,2 11,5 10,3 10 22,7 21,6 21 19 17,8 16,2 14,8 15 13 12,8 9,9 14,6 12,8 13 11,6 11,9 14 12,9 9,4 7,3 5 0 Fonte:Brasil (2010b). Pode ser observado que a participação das despesas com eletricidade em sistemas de abastecimento de água no Brasil tem aumentado constantemente nos últimos anos. No ano de 2008, a CAEMA – MA, foi a que apresentou maior percentual de participação nas despesas de energia elétrica entre todas as concessionárias analisadas, enquanto que a COSANPA – PA apresentou redução de cerca cer de 2% durante os anos de 2007 a 2008. Gráfico 2 – Custo usto médio com energia elétrica por prestadora de serviço em 2009. 0,8 0,8 0,7 R$/Kwh 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,41 0,330,31 0,29 0,24 0,24 0,21 0,2 0,18 0,1 0 Fonte: Brasil (2010b). 0,35 0,31 0,27 0,29 0,26 0,22 0,17 0,18 0 0,3 0,27 0,28 0,26 0,23 0,23 0,2 65 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água No ano de 2009, a média nacional do custo com energia elétrica nos sistemas de abastecimento de água, foi de 0,28R$/KWh, a COSANPA apresentou aumento, passando de 0,19 R$/KWh no ano de 2008 para 0,21R$/KWh no ano de 2009 conforme mostrado no Gráfico 2. A seguir são descritos alguns estudos de caso da influencia do consumo e custo de energia elétrica em estações elevatórias de água nos horários de ponta e fora de ponta, de algumas companhias estaduais. Eleotero (2008) estudou alternativas de operação visando à redução de custos com energia elétrica no sistema de bombeamento do sistema de abastecimento de água uma cidade. O autor realizou um levantamento para quantificar o consumo e a demanda de energia elétrica nos horários de ponta e fora de ponta, cujos resultados são mostrados na Tabela 1. Tabela 1 - Valores de consumo e demanda nos horários de ponta e fora de ponta sem o desligamento das elevatórias. UNIDADE CONSUMIDORA CMB – 01 CMB – 02 CMB – 03 CMB – 04 CMB – 06 ETA CMB – 07 CMB – 09 CMB – 10 CMB – 11 CMB – 12 CMB – 13 TOTAL CONSUMO FORA DE PONTA PONTA (KWh) (KWh) 34.851 7.652 4.045 765 1.823 397 6.553 714 13.235 2.405 1.932 828 91 16 32.406 5.806 18.113 3.330 7.855 1.693 752 187 1.170 206 122.827 23.972 DEMANDA UTILIZADA 109 20 7 43 55 13 3 70 35 40 4 12 411 Fonte: Adaptado, Eleotero (2010). Pode-se verificar na tabela acima, que o consumo de energia no horário de ponta foi de 23.972 kWh, 16% do total, e no horário fora de ponta 122.827 kWh, representando 84% do consumo elétrico no período. Albuquerque et al (2004) realizaram um estudo sobre o uso racional de energia no bombeamento de água no sistemas de abastecimento de água de Campina Grande-PB, que é composto por cinco estações elevatórias e uma estação 66 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água de tratamento de água (ETA), via programação não linear, cujo objetivo consiste em desenvolver um método de otimização, baseado em programação não linear, que venha a controlar a operação das bombas das estações elevatórias e de tratamento, buscando minimizar os custos de bombeamento durante o período de 24 horas, atendendo as restrições de vazões, capacidade máxima e mínima dos reservatórios de distribuição, demanda, sob determinado esquema tarifário da concessionária de energia elétrica. Os resultados do consumo de energia elétrica na estação elevatória do município de Boqueirão, e o consumo de energia elétrica na Estação de Tratamento de Água e estação elevatória do município de Gravatá no ano de 2004 são mostrados na Tabela 2 e na Tabela 3 respectivamente. Tabela 2 - Consumo da Estação elevatória de Boqueirão. Mês (kwh) Consumo de Ponta Consumo Fora de Ponta 1.062,000 996.000 1.200,000 Janeiro 60.000 Fevereiro 54.000 Março 60.000 Média 1.912,09 35.802,000 diária Fonte: Albuquerque et al (2004). Demanda Contratada Ponta 3.100 3.100 3.100 Demanda Contratada F P 3.500 3.500 3.500 Demanda medida na Ponta 1.380 2.340 1.380 Demanda medida F P 2.940 2.940 2.760 3.500 - 1.700 2.880 Tabela 3 - Consumo da Estação Elevatória e ETA de Gravatá. Mês (kwh) Consumo de Ponta Janeiro 102.000 Fevereiro 96.000 Março 108.000 Média diária 3.362,64 Fonte: Albuquerque et al (2004). Consumo Fora de Ponta 1.410,000 1.380,000 1.668.000 48.949,01 Demanda Contratada Ponta 3.800 3.800 3.800 - Demanda Contratada FP 4.000 4.000 4.000 - Demanda medida na Ponta 1.680 3.420 1.620 2.240 Demanda medida FP 3.360 3.420 3.300 3.360 O horário de ponta para a Companhia de Energia Elétrica de Boqueirão (CELB) é das 18 horas às 20 horas, totalizando três horas corridas. Assim, analisando os resultados das Tabela 2 e da Tabela 3, verifica-seque o consumo diário médio foi de 5.275 KWh no horário de ponta e 84.791 KWh no horário fora de ponta, a tarifa aplicada pela CELB no horário de ponta foi de R$ 0,11324 por KWh e de R$ 0,07338 por KWh no horário fora de ponta. Então o custo diário médio de R$ 597,34 no horário de ponta é de R$ 6221,96 no horário fora de ponta, logo o custo total de R$6819,30 por dia. 67 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Uma alternativa para a redução dos gastos com energia elétrica é a realização do correto enquadramento tarifário do sistema de bombeamento. Com a criação das Leis nº 8.631 de 4 de Março 1993, que dispõe sobre a fixação dos níveis das tarifas para o Serviço Público de Energia Elétrica, e extingue o regime de remuneração garantida, a tarifa passou a ser fixada por concessionária, conforme características específicas de cada área de concessão e da Lei nº 8.987 de 13 de Fevereiro de 1993 que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços previsto no art. 175 da Constituição Federal, foi atingido o equilíbrio econômico-financeiro às concessões de distribuição de energia elétrica. Gomes et al (2010) estudaram os sistemas de Prata e o Jucazinho, ambos abastecem da cidade de Caruaru no estado de Pernambuco. Os autores estudaram esses sistemas porque possuem concepções e problemas semelhantes. Estes recalcam água através de estações elevatórias em cascata, com vazões e alturas manométricas muito elevadas, o que segundo os autores acarreta altíssimos consumos de energia elétrica. Ainda segundo Gomes et al. (2010) o valor médio faturado das tarifas de energia elétrica (consumo mais demanda) das três elevatórias,nos meses de julho e agosto de 2008, foi de R$ 634.962,44 com um valor médio mensal de multas de R$ 294,85. Neste período, o consumo médio mensal de energia elétrica das três elevatórias foi superior a 2 milhões de kWh, sendo 1.995.792 kWh no horário fora de ponta e 122.870 kWh no horário de ponta. Após a análise do funcionamento operacional de ambos os sistemas os autores verificaram que a medida mais eficaz para a diminuição dos custos com energia elétrica é a paralisação total dos bombeamentos no horário ponta (das 17:30 h às 20:30 h), pois a tarifa de energia neste horário é 7,5 vezes o valor da tarifa no horário fora de ponta. 68 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 3.7 TARIFAS EM ENERGIA ELÉTRICA As tarifas de energia refletem peculiaridades de cada região, como número de consumidores, quilômetros e rede e tamanho do mercado (quantidade de energia atendida por uma determinada infraestrutura), custo da energia comprada, tributos estaduais e outros. Segundo a resolução Normativa 414/2010 da Agência Nacional de Energia elétrica (ANEEL) pode-se conceituar tarifa em energia elétrica como sendo o valor monetário fixado em reais por unidade de energia elétrica ativa ou da demanda de potência ativa. O sistema tarifário é dividido e dois grandes grupos, conforme mostrado a a seguir: • Grupo A: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária, caracterizado pela tarifa binômia e subdividido nos seguintes subgrupos: a) subgrupo A1 – tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV; b) subgrupo A2 – tensão de fornecimento de 88 kV a 138 kV; c) subgrupo A3 – tensão de fornecimento de 69 kV; d) subgrupo A3 a – tensão de fornecimento de 30 kV a 44 kV; e) subgrupo A4 – tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV; e f) subgrupo AS – tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, a partir de sistema subterrâneo de distribuição. • Grupo B: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão inferior a 2,3 kV, caracterizado pela tarifa monômia e subdividido nos seguintes subgrupos: a) subgrupo B1 – residencial; b) subgrupo B2 – rural; c) subgrupo B3 – demais classes; e 5 d) subgrupo B4 – Iluminação Pública. 69 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Quanto a modalidade tarifária, que consiste no conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia elétrica e demanda de potência ativas, temse estabelecido pela ANEEL, as seguintes modalidades: • Tarifa Convencional: modalidade caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica e demanda de potência, independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano e; • Tarifa Horossazonal: modalidade caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com os postos horários, horas de utilização do dia, e os períodos do ano. 3.8 SIMULAÇÃO HIDRÁULICA Nas últimas décadas, os modelos de computador para sistemas de distribuição de água têm sido notavelmente desenvolvidos (SARZEDAS, 2009), sendo alguns usados para diminuir grande parte dos problemas ocorrentes em redes de abastecimento de água. O nível de confiabilidade alcançado pela modelagem hidráulica fez dela uma valiosa ferramenta para execução e pesquisa destes sistemas. O conhecimento da modelagem de sistemas de distribuição de água por computador foi desenvolvido a partir do método numérico desenvolvido por Hardy Cross nos anos 30 para análises de redes de água em anéis. O primeiro programa de computador para a análise de sistemas de distribuição de água apareceu na década de 60 e foi baseado nesse método. Entretanto, brevemente eles foram substituídos por software que utilizava o método de Newton-Raphson para solução de equações não lineares de vazões na tubulação. Nos anos 70, Algoritmos de solução mais poderosos foram descobertos e foram desenvolvidas técnicas para modelar bombas e válvulas, além de ser feita a extensão de análise de período estático para período estendido. Na década de 80 os modelos hidráulicos 70 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água começaram a ser usados em computadores pessoais. Também a análise da qualidade da água na rede foi acrescentada (SARZEDAS, 2009). O EPANET foi um modelo desenvolvido pelo National Risk Management Research Laboratory, um dos laboratórios da U.S. Environmental Protection Agency (EPA), e constitui a unidade principal para a pesquisa de técnicas e metodologias de gestão que permite reduzir os riscos para a saúde humana e o ambiente (GOME, 2009c). A EPA, agência estatal norte-americana criou o EPANET por ser encarregada de conceber e implementar ações que conduzam a um balanço entre as atividades humanas e a capacidade dos sistemas naturais de suportar e garantir níveis ambientais aceitáveis no país LENHS-UFPB (2007). O grande objetivo da EPA com a criação do EPANET era desenvolver e aplicar tecnologias ambientais inovadoras e economicamente viáveis; desenvolver informações científicas de engenharia; fornecer suporte técnico e propiciar a transferência de informação que assegurasse a implementação eficaz de decisões e regulamentações ambientais. O EPANET é um programa de computador que permite executar simulações estáticas e dinâmicas do comportamento hidráulico e de qualidade da água em redes de distribuição pressurizada. O software permite obter os valores de vazão, pressão, altura de água em cada reservatório de nível variável e de concentração de espécies químicas na rede durante o período de simulação, subdividido em múltiplos intervalos de cálculo. Além de espécies químicas, o modelo pode simular a idade da água e o rastreio da origem de água em qualquer ponto da rede. Desta forma, ajuda a compreender melhor os movimentos e transformações que a água destinada ao consumo humano está sujeita através dos sistemas de distribuição, permitindo simular o comportamento hidráulico e de qualidade da água de um sistema de distribuição sujeito a diversas condições operacionais, durante um determinado período de funcionamento. O EPANET pode ajudar a analisar estratégias e alternativas de gestão, de modo a melhorar a qualidade da água do sistema, através de, por exemplo: - 71 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Alterações na utilização de origens da água num sistema com múltiplas origens; Utilização de tratamento adicional, tal como a recloragem; - Seleção de tubulações para limpeza e substituição (reabilitação). Uma rede completamente caracterizada (ou seja, incluindo todas as tubulações, sem simplificações) e uma modelagem hidráulica confiável constituem pré-requisitos essenciais para a correta modelagem de qualidade da água. O EPANET 2.0 possui um conjunto de ferramentas de cálculo para apoio a simulação hidráulica, onde se destacam como principais características: • Dimensão ilimitada do número de componentes da rede analisada; • Cálculo da perda de carga utilizando as formulas de HazenWilliams, Darcy-Weisbach ou Chezy-Manning; • Consideração das perdas de carga singulares em curvas, alargamentos, estreitamentos, etc.; • Modelagem de bombas de velocidade constante ou variável; • Cálculo da energia de bombeamento e do respectivo custo; • Modelagem dos principais tipos de válvulas, incluindo válvulas de retenção, reguladoras de pressão e de vazão; • Modelagem de reservatórios de armazenamento de nível variável de formas diversas, através de curvas de volume em função da altura de água; • Múltiplas categorias de consumo em cada nó, com um padrão próprio de variação no tempo; • Modelagem da relação entre pressão e vazão efluente de dispositivos emissores (por exemplo, aspersores de irrigação, ou consumos dependentes da pressão); • Possibilidade de basear as condições de operação do sistema em controles simples, dependentes de uma só condição (por exemplo, altura de água num reservatório de nível variável, tempo), ou em controles com condições múltiplas. Para E. Timothy Oppelt (1997), diretor do National Risck Management Research Laboratory: 72 Revisão de Literatura REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água [...] as entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água sentem a necessidade de compreender melhor os movimentos e transformações que a água destinada ao consumo humano está sujeita através dos sistemas de distribuição. O EPANET é um modelo automatizado de simulação que ajuda a atingir este objetivo. • Experiências de simulações hidráulicas com utilização do software Epanet 2.0. Para o LENHS-UFPB (2007) e BARROSO (2009), O EPANET é, indiscutivelmente, o programa de modelagem hidráulica e de qualidade de água mais empregado no mundo, sendo encontrado em versões nos principais idiomas e seu número de usuários aumenta exponencialmente, devido, principalmente, a facilidade de uso, ser programa disponibilizado gratuitamente, além de ter código fonte aberto ao público e gerar resultados satisfatórios. O EPANET é um software modelo no processo de simulação hidráulica e, desde então, enquanto usado como ferramenta essencial para pesquisas em sistemas de abastecimento de água, resultou alvo de estudos e pesquisas em que serve de referência para a criação de novos programas relacionados. Soares, et. al. (2009) combinou o EPANET com o Método das características (MOC) para propor um modelo hidráulico para analise de sistemas de distribuição de água sujeitos a eventos transitórios. Barroso (2009) aplicou o EPANET a um setor (Jardim América) de uma complexa rede de distribuição de água na Região Metropolitana de São Paulo, abastecida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) para planejar a substituição das tubulações do sistema. As Figuras 20 e 21 mostram como deve ser montado o esquema hidráulico com os elementos disponíveis no EPANET 2.0 com um relatório dos cálculos do consumo específico e da potência consumida, em função dos dados de entrada editados no software, de acordo com uma determinada bomba pré-selecionada. 73 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 4. METODOLOGIA A pesquisa foi dividida em atividades teóricas, de investigação em campo e de simulação computacional, tendo como área de estudo o Sistema de Abastecimento de Água da Cidade Universitária Professor José da Silveira Netto, da Universidade Federal do Pará, localizado na cidade de Belém/PA. Esse SAA é dividido nos setores: básico, profissional, saúde e educação física conforme mostrado na Figura 23, tendo a água bruta captada em dois poços profundos (250m e 184m), para tratamento na Estação de Tratamento de Água (tipo desferrização). A água tratada é armazenada em reservatório apoiado (180m³), e então bombeada, ,para o reservatório elevado do setor profissional e para o reservatório enterrado do setor Básico. Figura 23 – Sistema de Abastecimento da Cidade Universitária Prof.º José da Silveira Netto. 48°27'30"W 48°27'0"W 48°26'30"W Legenda Município de Belém 1°27'30"S 1°27'30"S SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO Localização de Belém Limites da Cidade Universitária Limites de Bairros Adutora # Reservatório Elevatória Esc.: 1/15.000 1°28'0"S 1°28'0"S Fonte da base cartográfica: IBGE (2008) Educação Fisica Localização da Cidade Universitária - UFPA Saúde Básico # # 48°27'30"W 48°27'0"W ® 48°26'30"W 1°28'30"S 1°28'30"S Profissional 74 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água O objeto de estudo desta pesquisa foi o Sistema de Bombeamento de Água Tratada que abastece o Setor Básico da Universidade Federal do Pará (UFPA), composto por duas Estações Elevatórias de Água Tratada (EEAT), sendo: a) EEAT 1 localizada no Setor Profissional (que bombeia água do reservatório enterrado do profissional para o reservatório enterrado do setor básico), e; b) EEAT 2 localizada no Setor Básico (que bombeia água do reservatório enterrado para o reservatório elevado de distribuição de água), e de adutoras de água tratada, conforme apresentado na Figura 24. Figura 24 – Sistema de Bombeamento de água do setor básico. A EEAT 1 é comporta por 2 CMB’s com operação 1+1 (sendo um reserva), o motor utilizado para fornecer energia para a bomba pressurizar água até o reservatório enterrado no setor básico é do Tipo Indução Trifásico, Marca WEG, Modelo 132S, as características técnicas operacionais são descritas a seguir e mostradas na placa de identificação do motor. • Potência: 10CV; • Frequência: 60Hz; • Rotação nominal por minuto: 1730rpm; • Corrente nominal de operação: 28/16A; 75 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • Tensão nominal de operação: 220/380V; • Fator de serviço: 1,15; • Relação corrente de partida/corrente nominal: 7.1 A bomba utilizada na EEAT 1 é de execução horizontal, de estágio único de sucção horizontal e recalque na posição vertical para cima, Marca KSB, Modelo Meganorm, Diâmetro nominal do flange de recalque de 80mm, e Diâmetro nominal do rotor de 200mm e segundo o fabricante foi projetada para operar nas seguintes condições: • Vazões: até 700m³/h; • Elevação: até 140m; • Temperatura: até 105ºC; • Rotação: até 3500 rpm. A EEAT 2 esta localizada no setor Básico, é composta de um reservatório enterrado com capacidade de 80m³ (que armazena água tratada recalcada do reservatório enterrado do setor profissional) de conjunto motor e bomba de 15 CV de potência que recalca água para um reservatório elevado também com 80m³ de capacidade de armazenamento. O motor utilizado na EEAT 2 é do Tipo Indução Trifásico, Marca WEG, Modelo 132S, as características técnicas operacionais são mostradas na placa de identificação do motor. • Potência: 15CV; • Frequência: 60Hz; • Rotação nominal por minuto: 1755rpm; • Corrente nominal de operação: 39.3/22.8/19.7A; • Tensão nominal de operação: 220/380/440V; • Fator de serviço: 1,15; • Fator de Potência: 0,83 76 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • ETAPAS DA PESQUISA A pesquisa foi dividida em duas etapas, sendo a Etapa 1 destinada a realização das atividades teóricas, de monitoramento em campo e de simulação computacional do sistema de bombeamento existente para possibilitar o conhecimento da atual situação e em seguida na Etapa 2 foram desenvolvidas simulações computacionais de possíveis cenários de intervenções para melhorar o desempenho do sistema de bombeamento. Na Figura 25 são apresentadas as etapas e fases da pesquisa. Figura 25- Etapas e fases da pesquisa. Também foram realizadas visitas técnicas as instalações das unidades do sistema de bombeamento, tais como, casa de bombas, tubulações de sucção e recalque, reservatórios, algumas informações fornecidas pelos operadores foram de forma verbal. Porém, vale ressaltar a importância destas, para o entendimento do funcionamento do sistema de bombeamento, tendo em vista que todos os operadores possuem vasta experiência na operação do sistema 77 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 4.1 ETAPA 1 – AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS 1 E 2 DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO. Esta etapa foi realizada em três fases, sendo a primeira de monitoramento dos parâmetros hidráulicos e parâmetros elétricos, a segunda de determinação teórica das condições de operação do sistema de bombeamento do setor básico, a terceira de simulação computacional do atual bombeamento de água no SAA. Também foram realizadas visitas em campo, onde foi possível coletar dados e informações das condições físicas e operacionais do Sistema de Bombeamento do Setor Básico. 4.1.1 Fase 1 – Determinação teórica das condições de operação do Sistema de Bombeamento do Setor Básico. Nesta fase foram realizadas inspeções em campo e coletados dados e informações da prefeitura do campus da UFPA , tais como, população, desníveis de terreno, diâmetro das tubulações, etc. com isso foi realizado o dimensionamento que atendesse as condições de demanda de água, de acordo com as equações relacionadas no item de revisão de literatura. 4.1.2 Fase 2 – Monitoramento dos parâmetros hidráulicos e elétricos. Para o desenvolvimento desta fase, foram definidos os seguintes pontos para instalação dos medidores dos parâmetros hidráulicos e elétricos : • Medição de vazão: tubulação de recalque de cada EEAT; • Medição dos parâmetros elétricos: Instalações do quadro de comando de cada EEAT. 78 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água O monitoramento toramento hidráulico e elétrico da EEAT 1 e da EEAT2 foi realizado durante um período de 5 dias consecutivos e de forma concomitante. A seguir é mostrado o modelo de tabela de acompanhamento do monitoramento hidráulico e elétrico utilizada para a coleta e analise de dados de medição. Tabela 4 – Tabela modelo utilizada no monitoramento. HORÁRIO DE PONTA HORÁRIO FORA DE PONTA EE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 HORÁRIO FORA DE PONTA 21 22 23 24 EEPB EEB a) Monitoramento ento do parâmetros hidráulicos O equipamento utilizado no monitoramento de vazão bombeada foi um medidor edidor de Vazão Ultrassônico de correlação por Tempo de Trânsito, Modelo 210210 Series, que é constituído por sensores sensor de fluxo (dois ultra-transdutores), transdutores), transmissor de fluxo e Personal Digital Assistant (PDA), (PDA), conforme mostrado na Figura 26. Figura 26 – Medidor de vazão ultrassônico Portátil. As principais funcionalidades do medidor de vazão utilizado na pesquisa são: • Medição vazão de qualquer líquido homogêneo; homogêneo • Medição sem contato físico; • Princípio de medição de tempo de trânsito; • Utilizado em diversos tipos e diâmetros de tubo; • Fácil processamento dos dados. 79 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Vale observar que esse equipamento foi adequado para obtenção e armazenamento de dados de vazão, os quais foram utilizados na elaboração das curvas das variações diárias da vazão bombeada na EEAT 1 e na EEAT 2. Figura 27 – Medidor de vazão instalado. A instalação do medidor de vazão, seguiu todas as instruções e recomendações do fabricante do equipamento. Os procedimentos utilizados para a instalação e medição de vazão, são apresentados na Figura 28 e descritos logo em seguida. Figura 28 – Procedimentos de medição de vazão. 80 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • 1º Passo: Localização do ponto de medição. Na definição do ponto de medição foram consideradas as recomendações descritas no manual de instruções fornecido pelo fabricante do equipamento, conforme mostrado na Figura 29. Figura 29 – Definição do ponto de medição de vazão. Fonte: Sierra instruments, (2010). Na Figura 29 pode-se observar que o ponto ideal para instalação do equipamento é sempre a distância mínima de 10 vezes o diâmetro da tubulação a montante e de 5 vezes a jusante da conexão seguinte. • 2º Passo: Medição da Espessura da Tubulação. O segundo procedimento realizado para iniciar a medição de vazão, foi à medição da espessura da tubulação onde foi instalado o medidor, para isso foi utilizado um medidor de espessura ultrassônico Modelo TT 100, conforme mostrado na Figura 30 Figura 30 – Medidor de espessura ultrassônico portátil. 81 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Para a calibração do medidor de espessura, foram inseridos o valor da velocidade do som de 6.300m/s e da espessura de calibração de 4,0 mm (ver Figura 30 ). Após a calibração do equipamento, foi realizado o ajuste da velocidade do som de acordo com o material da tubulação (ver Tabela 5), para então medir a espessura real da tubulação onde foi instalado o medidor de vazão. Tabela 5 – Velocidade do som de acordo com o tipo de material. Material do Tubo Velocidade do som (m/s) Aço 3206 Alumínio 3048 Cimento 4190 Ferro Fundido 2460 PVC 2540 Fonte: Sierra instruments, (2010). • 3º Passo: Configuração dos dados de medição. O terceiro procedimento realizado, foi a configuração dos dados de medição, tais como, espessura e diâmetro da tubulação, método de medição, tipo do líquido, tempo total e intervalo de medição. A configuração dos dados foi realizada utilizando um Palm, o qual possui comunicação via Blueooth com o aparelho que armazena os dados da medição de vazão. O software utilizado pelo equipamento para a coleta, armazenamento e análise dos dados é o Sierra 210 InnovaSonics, que é fornecido pelo fabricante do equipamento. • 4º Passo: Medição, Coleta e sistematização dos dados A medição de vazão foi realizada durante um período de cinco dias consecutivos para cada estação elevatória durante o mês de outubro, em intervalos 82 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água de 2 segundos, os dados obtidos no monitoramento foram sistematizados em forma de tabelas e gráficos, utilizando o Software UFMDATA fornecido pelo fabricante do próprio equipamento medidor e o Software Microsoft Excel 2010. Com os resultados obtidos foi possível a elaboração de hidrogramas de vazão diária, e curvas de volumes bombeado para distribuição, para então analisar o consumo de vazão nos horários de ponta e fora de ponta ao longo período de monitoramento, o que contribuiu para a análise do desempenho operacional das EEAT’s. b) Monitoramento dos parâmetros Elétricos. O equipamento utilizado na medição dos parâmetros elétricos, tais como intensidade de corrente elétrica, tensão, potência ativa, fator de potência e fator de carga, foi realizada com a utilização de um Analisador de Qualidade de Energia (AQE) portátil para medição e análise de sistemas trifásicos de energia elétrica modelo MI 2292, multifunção, composto por painel de controle e armazenamento de dados, por braçadeiras vermelhas, que recebem informações sobre a voltagem, por garras azuis, que coletam informações sobre a corrente elétrica que passa pelo sistema e por braçadeiras pretas que tem a função de ser a base neutra do equipamento, conforme mostrados na Figura 31. Figura 31 – Analisador de Qualidade de Energia. 83 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água O AQE foi instalado nas instalações do quadro de comando elétrico que fornece energia elétrica para acionar os conjuntos motor e bomba, Na Figura 32, é mostrado o quadro de comando antes do inicio da instalação. Figura 32 - Quadro de comando elétrico. Além dos itens citados, o AQE também possui alguns acessórios, tais como Cabo RS 232, software de coleta e análise de dados, e pilhas. Os procedimentos utilizados para o monitoramento dos parâmetros elétricos são apresentados na Figura 33, e descritos logo em seguida. Figura 33 – Procedimento de instalação e medição de parâmetros elétricos. 84 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água • 1º Passo: Interrupção da alimentação de energia elétrica do quadro de comando dos conjuntos motor e bomba. Como procedimento preliminar e de segurança, foi desligada a chave geral que fornece energia elétrica ao quadro de comando dos CMB’s, para então iniciar a instalação das partes componentes do AQE. • 2º Passo: Acoplamento das Braçadeiras e Garras de medição. Após o desligamento do fornecimento de energia elétrica do quadro de comando dos CMB’s, foram acopladas as Braçadeiras vermelhas, para medir a tensão fornecida aos conjuntos motor e bomba, em seguida foram instaladas as Garras azuis que mediram a intensidade de corrente elétrica. E por fim, foram acopladas as braçadeiras pretas na fase neutra com a função ser a base neutra do equipamento, conforme mostrado na Figura 34. Figura 34 – Acoplamento das Braçadeiras vermelhas e Garras azuis. • 3º Passo: Configuração da medição. Instaladas as Garras e Braçadeiras nas instalações elétricas do quadro de comando, foi realizada a configuração dos parâmetros à serem medidos tais como; intervalo e tempo de medição, tensão, intensidade de corrente, potências e consumo de energia elétrica. Na Figura 35 é mostrado o painel de controle de armazenamento de dados do medidor. 85 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 35 - Analisador de Qualidade de Energia. • 4º Passo: Medição, Coleta e Sistematização dos dados A realização da medição ocorreu durante um período de sete dias consecutivos para cada EEAT, com intervalo de medição de um minuto. Vale ressaltar que, este intervalo não pode ser compatibilizado com o de medição de vazão, porque o AQE não forneceu os mesmos intervalos de medição que o medidor de vazão. Os dados obtidos e registrados foram sistematizados e analisados, em forma de tabelas e gráficos com a utilização do Software Power Link do próprio equipamento fornecido pelo fabricante, assim com, os Softwares Microsoft Excel 2010. Para a realização desta fase, foram verificadas todas as condições e equipamentos necessários para a instalação e medição dos parâmetros hidráulicos. A seguir são descritos todos os procedimentos realizados para cada tipo de instalação. Nessa fase foi realizada a sistematização de todos os resultados obtidos nas fases anteriores desta etapa, de modo que possibilitaram diagnosticar os principais problemas não somente operacionais, mais também de gestão do sistema e a elaboração de propostas de controle operacional, tendo como foco a eficiência energética do sistema. 86 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 4.1.3 Fase 3 - Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico. Para a simulação computacional do sistema de bombeamento do setor Básico foi utilizado o software EPANET 2.0, utilizado na análise do desempenho de sistemas hidráulicos, principalmente nos de bombeamento de água para abastecimento público. Essa fase foi desenvolvida considerando as atuais dimensões e características técnicas das instalações, assim como as condições de operação do sistema, para que a simulação representasse o mais próximo possível da real operação. Na Figura 36 é apresentado o layout utilizado na simulação. Figura 36 – Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico. Verificados os dados e as condições operacionais do sistema de bombeamento, foi então, utilizada a metodologia de simulação computacional indicada pelo manual do utilizador do software EPANET 2.0, conforme o mostrada na Figura 37. 87 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 37 – Metodologia utilizada na simulação hidráulica utilizando o software EPANET 2.0. Os resultados desta fase, foram relacionados com indicadores de desempenho operacional do sistema de bombeamento, para possibilitar a mensuração do consumo e dos custos com energia elétrica, no bombeamento de cada EEAT. A seguir são apresentados os indicadores utilizados nesta fase. a) kWh/m³: relaciona a quantidade de energia necessária para o bombeamento de um metro cúbico de água tratada; b) R$/kWh: relaciona o custo pelo consumo de energia elétrica, utilizado para indicar os custos mensais de energia elétrica. Realizada a Etapa 1 da operação das estações elevatórias 1 e 2 do sistema de bombeamento do setor básico, foi realizada a segunda etapa que consiste no estudo de propostas de ações de eficiência energética e hidráulica do sistema de bombeamento do Setor Básico. 88 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 4.2 ETAPA 2 – PROPOSTAS DE AÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E HIDRÁULICA DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO Nesta etapa foi desenvolvida em duas fases, a primeira de desenvolvimento de cenários de simulação computacional e a segunda de elaboração de propostas de ações de eficiência energética e hidráulica do sistema de bombeamento do Setor Básico. 4.2.1 Fase 1 – Desenvolvimento de cenários de simulação computacional para o Sistema de Bombeamento do Setor Básico. Nesta fase foram elaborados dois cenários de simulação computacional do sistema de bombeamento de água do setor básico, com diferentes com diferentes condições de operação conforme descrito a seguir. • Cenário 1: Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico, com modificação da capacidade de bombeamento dos conjuntos motor e bomba. No cenário 1 de simulação computacional, foram utilizadas as atuais características hidráulicas e operacionais, que é composta por duas estações elevatórias de água tratada, adutora de água tratada (250mm), reservatório enterrado (80m³) e reservatório elevado (80m³) (ver Figura 38), na Figura 40 é mostrada a tela de inicio da simulação deste cenário. Neste cenário 1 de simulação computacional, foram utilizadas as mesmas condições e dados de operação utilizados na Fase 3 (Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico.) da etapa 1 do item metodologia, com modificação apenas na capacidade de bombeamento dos conjuntos motor e bomba da EEAT 1, conforme mostrado na Figura 38. 89 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 38 – Cenário 1 de simulação computacional. • Cenário 2: Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento do Setor Básico, com bombeamento de água direto da EEAT 1 para o reservatório elevado do setor básico. No cenário 2 de simulação computacional foi modificada a concepção do SAA sendo utilizada apenas a EEAT 1 (com maior capacidade) para bombeamento direto de água para o reservatório elevado do setor básico, conforme mostrado na Figura 39. Figura 39 – Cenário 2 de simulação computacional Neste cenário 2, além do bombeamento de água direto da EEAT 1 para o reservatório elevado do setor básico, foram realizadas modificações no diâmetro nas tubulações de sucção e recalque. Realizada a fase 1, foram comparados os resultados obtidos nos dois cenários de simulação computacional. 90 Metodologia REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 4.2.2 Fase 2 – Ações para melhorar o desempenho Hidroenergético do sistema de bombeamento do setor básico Nessa fase foi realizada a sistematização de todos os resultados obtidos nas fases anteriores desta etapa, de modo que possibilitaram diagnosticar os principais problemas não somente operacionais, mais também de gestão do sistema e a elaboração de propostas de controle operacional, tendo como foco a eficiência energética do sistema. Os resultados das fases teórica, de monitoramento hidráulico e elétrico e de simulação hidráulica foram relacionados de modo que proporcionaram a avaliação do atual sistema de bombeamento do setor básico. Por fim, foram estudadas alternativas de controle operacional do sistema de bombeamento do setor básico, tendo como foco ações de eficiência hidroenergética. 91 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES No que diz respeito aos resultados gerais, obtidos e observados neste trabalho, em específico à operação do sistema de bombeamento, pôde-se observar que, os operadores necessitam de treinamentos técnicos, que os habilitem não somente operar o sistema mecanicamente, mas também sistematicamente, no que diz respeito a interpretação básica das variáveis envolvidas no processo. Também vale observar que, a baixa qualificação, o pouco ou nenhum investimento em atividades de treinamento e capacitação técnica dos operadores do sistema, reflete diretamente na qualidade da operação, tendo impactos diretos no custo e consumo de água e energia elétrica. Nesse contexto, foi possível constatar a afirmação realizada por Cunha (2005) de que a operação manual de sistemas de bombeamento é realizada por operadores que na maioria das vezes possuem pouca ou nenhuma instrução adequada sobre o funcionamento do sistema. A seguir são apresentados os resultados obtidos nas etapas e fases de desenvolvimento deste trabalho. 5.1 AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS 1 E 2 DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO. 5.1.1 Determinação teórica das condições de operação do sistema de bombeamento do Setor Básico. Para a dimensionamento da estação elevatória, foram considerados os seguintes dados base: • • • • • • Desnível Geométrico no Recalque: 16,2m Desnível Geométrico na Sucção: 1,5m Desnível Geométrico total: 17,7m Coeficiente de Rugosidade do tubo, (C): 130 Comprimento da tubulação de recalque: 1.164,7m Comprimento da tubulação de sucção: 6,05m 92 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Vale ressaltar que, para a análise teórica das condições de operação da EEAT1 e da EEAT 2 do sistema de bombeamento do setor básico, foram utilizados os valores médios de vazões obtidos na fase de monitoramento dos parâmetros hidráulicos de cada elevatória, conforme mostrado no Quadro 7. Quadro 7 – Vazão média obtida. EEAT Vazão média (m³/h) EEAT 1 149 EEAT 2 104 A seguir são apresentados os resultados obtidos nos cálculos das perdas de carga (localizada e distribuída), altura monométrica, diâmetro das tubulações (sucção e recalque) e potência requerida pelos conjuntos motor e bomba. Para o cálculo das perdas de carga, foi utilizado para a equação 6 do item de revisão de literatura, no Quadro 8 são apresentados os dados de entrada para o cálculo das perdas de carga. Quadro 8 – base de cálculo para a determinação das perdas de carga localizadas. EEAT 1 2 Tubulação D (mm) A (m²) V (m/s²) Sucção 250 0,049 0,844 Recalque 200 0,031 1,318 Sucção 250 0,049 0,549 Recalque 200 0,031 0,929 Os resultados de perda de carga localizadas obtidos são mostrados no Quadro 9 e no Quadro 10. Quadro 9 – Perda de carga localizada na EEAT 1. Sucção PEÇA Curva de 90 Curva de 45 Entrada normal Redução gradual Válvula de gaveta aberta Sáida de canalização Tê, passagem direta Válvula de pé com crivo Válvula de retenção K 0,4 0,2 0,5 0,15 0,2 1 0,6 1,75 2,5 TOTAL V²/2.g 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 Qtd peças 1,0 1,0 1,0 Recalque Total V²/2.g Qtd peças 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,06 0,00 0,08 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 9,0 8,0 1,0 0,0 2,0 1,0 1,0 0,0 1,0 Total 0,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,32 93 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Quadro 10 – Perda de carga localizada na EEAT 2. K PEÇA Curva de 90 Curva de 45 Entrada normal Redução gradual Registro de gaveta aberto Registro tipo globo aberto Sáida de canalização Válvula de pé com crivo Válvula de retenção 0,4 0,2 0,5 0,15 0,2 1 0,6 1,75 2,5 TOTAL V²/2.g Sucção Qtd peças 0,018 0,018 0,018 0,018 0,018 0,018 0,018 0,018 0,018 1 1 1 Recalque Qtd peças Total V²/2.g 0,007 0,000 0,000 0,018 0,000 0,000 0,000 0,018 0,000 0,043 0,044 0,044 0,044 0,044 0,044 0,044 0,044 0,044 0,044 TOTAL 4 2 1 1 1 0 1 1 Total 0,070 0,018 0,022 0,007 0,009 0,000 0,026 0,000 0,110 0,262 Os resultados dos valores de perdas de carga localizada e distribuída e de altura manométrica são apresentados no Quadro 11. Quadro 11 – Perda de carga total nas EEAT 1 e na EEAT 2. EEAT EEAT 1 EEAT 1 Perdas de carga (m) Localizada 0,40 Distribuída 10,51 Total 10,91 Localizada 0,30 Distribuída 0,10 Total 0,41 Altura Manométrica (m) 20,51 19,46 O diâmetro e a velocidade nas tubulações de sucção e de recalque são mostrados no Quadro 12. Quadro 12 – Perda de carga total nas elevatórias 1 e 2. EEAT EEAT 1 EEAT 2 Tubulação Diâmetro (m) Velocidade (m/s) Sucção Recalque¹ Sucção Recalque¹ 0,250 0,200 0,250 0,200 0,84 1,32 0,59 0,93 ¹Diâmetro mais econômico no recalque segundo ABNT - NBR 5626/98 Os resultados do NPSH disponível e requerido e da potência dos conjuntos motor e bomba, são mostrados no Quadro 13. Quadro 13 – NPSH (disponível e requerido) e potência dos CMB’s. EEAT EEAT 1 EEAT 2 NPSH disponível NPSH requerido Potência CMB (CV) 7,73 7,80 3,5 3,5 13,80 9,6 94 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água A síntese dos resultados obtidos nesta fase teórica, são mostrados no Quadro 14. Quadro 14 – Resumo das variáveis hidráulicas determinadas teoricamente. EEAT Vazão EEAT 1 149 EEAT 2 104 Tubulação Sucção Recalque Sucção Recalque Perda de carga Total (m) Altura manométrica (m) 10,91 20,51 0,41 19,46 Diâmetro (mm) Velocid ade (m/s) 0,250 0,200 0,250 0,200 0,84 1,32 0,59 0,93 Potência (CV) 14,0 9,0 5.1.2 Diagnóstico das condições de operação do sistema de bombeamento do setor básico. Nesta fase foi possível diagnosticar as condições físicas das instalações da EEAT 1 e da EEAT 2, e observou-se que são péssimas as condições das instalações, como por exemplo no que se refere ao a proteção das instalações de agentes físicos como a umidade e poeira. Na Figura 40 pode ser observado que a fiação elétrica do motor esta exposta, a base encontra-se permanentemente molhada e oxidada devido aos vazamentos. Também foi observado que á área que deveria estar livre para vistoria e manutenção esta ocupada por outros tipos de materiais como, caixas, tubulações e conexões. Figura 40 – Instalações físicas da EEAT 1. O controle de partida dos CMB’s da EEAT 1 é realizado com a utilização de um soft-starter, instrumento de partida eletrônica cuja função é fazer com que o motor parta suavemente, sem provocar os picos de corrente ou quedas de tensão na 95 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água rede elétrica, a partida com este tipo de instrumento trabalha com a tensão elétrica reduzida aplicada diretamente nas bobinas, mas a vantagem é que a tensão vai sendo elevada suavemente, conforme mostrado na Figura 41. Figura 41 – Quadro ro de comando elétrico da EEAT 1. SOLFTSTATER Nas instalações da EEAT 2 foi observado que a bomba utilizada é do mesmo tipo e modelo da bomba instalada na EEAT 1, as condições das instalações físicas desta unidade de elevação são mostradas na Figura 42. Figura 42 – Instalações físicas da EEAT 2. As instalações dos CMB’s encontram-se se deterioradas, com vazamentos, fiação elétrica exposta, eixo de rotação sem proteção, e péssimas condições de conservação e manutenção. Ao contrário das boas condições físicas e operacionais observadas no quadro de comando dos CMB’s da EEAT E 1 (ver Figura 43), ), o quadro de comando 96 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água dos CMB’s da EEAT 2 não oferece condições mínimas para o bom controle e operação. Figura 43 – Quadro de comando elétrico dos conjuntos motor e bomba da EEAT 02. Em relação ao quadro de comando elétrico, observa-se na Figura 43, a necessidade de intervenções urgentes no que diz respeito a manutenção. 5.2 MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS HIDRÁULICOS. Os resultados obtidos das medições em campo foram sistematizados com utilização do Software Microsoft Excel 2010, em forma de planilhas e gráficos, o que possibilitou a análise e de acordo com a necessidade do estudo de melhorias hidráulicas e energéticas no sistema de bombeamento do Setor Básico, conforme apresentado a seguir: 5.2.1 Medição de vazão EEAT 1. Os resultados dos cinco dias de monitoramento da vazão da EEAT 1, possibilitaram a elaboração de um hidrograma de vazão horária para os cinco dias de monitoramento, conforme observado no Gráfico 3Gráfico 3 97 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Vazão (m³/h) Gráfico 3 – Desempenho Hidráulico da EEAT 1. 160 155 150 145 140 135 130 125 120 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Tempo (horas) 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia Média É possível observar no Gráfico 3, que os resultados do desempenho hidráulico (variação de vazão horária) do quinto dia de monitorado apresentou maior variação em relação a média observada quando comparado com os resultados dos demais de monitoramento. Para verificação dos dados obtidos na medição, foi realizado uma analise estatística, utilizando a estatística descritiva para verificação das seguintes variáveis; DP (Desvio Padrão), E (Erro Percentual), Máx (Máximo) e Mín (Mínimo), cujos resultados são apresentados Tabela 6. Tabela 6 – Análise estatística descritiva da medição de vazão da EEAT 1. DIA N Média (m³/h) DP E (%) Máx (m³/h) Mín (m³/h) 1 2 3 4 5 TOTAL 24 24 24 24 24 120 150 153 151 150 141 149 2,0 3,0 2,0 3,0 7,0 - 0,4 0,6 0,4 0,6 1,5 - 154 156 154 155 151 154 145 148 147 145 126 142 98 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Ainda em relação aos resultados de vazão mostrados na tabela anterior, pode-se observar que a variação dos valores médio de vazão foi de 150m³/h no primeiro dia para 141m³/h no último dia de monitoramento. O erro calculado ficou dentro da faixa aceitável de 2%, recomendada por Gomes (2009b) variando de 0,4 a 1,5%, assim como o Desvio Padrão que apresentou baixa variação, com exceção no último dia onde este foi elevado, o que pode ser justificado por alguma falha de medição, porém não invalidando o resultado pois o mesmo apresentou similaridade ao restante dos dados. Com base nos resultados de vazão, foram determinados os valores de volume bombeado para cada dia de monitoramento, conforme mostrado no Gráfico 4. Volume (m³) Gráfico 4 – Volume bombeado pela EEAT 1. 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 1 2 3 4 5 6 7 1º dia 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Tempo (horas) 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia Média No Gráfico 4, pode-se observar que o 1º e o 5º dia de monitoramento apresentaram consideráveis variações de Desvio Padrão (DP) e Erro Percentual em relação aos demais dias monitorados. A analise estatística dos resultados de volume são apresentados na Tabela 7. 99 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Tabela 7 – Análise estatística descritiva dos resultados de volume da EEAT 1. Média E Máx Mín DIA N horária DP (%) (m³) (m³) (m³) 1 24 29 7,0 1,5 37 12 2 24 30 4,0 0,9 36 24 3 24 31 4,0 0,8 36 26 4 24 29 7,0 1,4 36 14 5 24 16 4,0 0,9 24 5 TOTAL 120 27 33,8 16,2 Analisando os resultados apresentados no Gráfico 4 e na Tabela 7 observase que os resultados do quinto dia de monitoramento similarmente aos resultados da medição de vazão foram os que mais se distanciaram dos valores médios observados. 5.2.2 Medição de vazão EEAT 2. Os resultados de medição de vazão obtidos para esta elevatórias foram tratados de forma similar a anterior, cujos resultados são mostrados no Gráfico 5. Vazão (m³) Gráfico 5 – Desempenho Hidráulico da EEAT 2. 140 130 120 110 100 90 80 70 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Tempo (horas) 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia Média Para validação dos resultados apresentados foi realizado tratamento estatístico básico, por meio da estatística descritiva, onde observa-se que o Desvio 100 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Padrão (DP) e do Erro Percentual (E) apresentaram maior variação em relação a EEAT 1, o que pode ser explicado devido a diferença de consumo entre as EEAT’s. A análise estatística dos resultados de vazão são apresentados na Tabela 8. Tabela 8 – Análise estatística descritiva da medição de vazão da EEAT 2. DIA N Média (m³/h) DP E (%) Máx (m³/h) Mín (m³/h) 1 2 3 4 5 TOTAL 24 24 24 24 24 120 109 110 106 108 104 107 8,0 12,0 12,0 12,0 14,0 - 3,0 2,0 3,0 2,0 4,0 - 118 125 124 128 123 123 97 88 84 88 87 88 No Gráfico 6, é mostrado a variação do volume bombeado, que foi determinado com base nos resultados de vazão apresentados anteriormente. A análise estatística destes resultados são mostrados na Tabela 9. Volume (m³) Gráfico 6 – Volume bombeado pela EEAT 2. 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Tempo (horas) 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia Média Vale observar que no segundo dia de monitoramento (ver Gráfico 6), houve uma maior variação dos valores observados, o que pode ser justificado por fatores como, possível falha de operação ou a ocorrência de algum evento temporário que demandou maior volume de água bombeado. 101 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Tabela 9 – Análise estatística descritiva dos resultados de volume da EEAT 2. DIA N Média (m³/h) DP E (%) Máx (m³/h) Mín (m³/h) 1 2 3 4 5 TOTAL 24 24 24 24 24 120 37 31 31 30 29 31 4,0 8,0 3,0 3,0 1,0 - 1,3 1,6 0,6 0,5 0,4 - 42 46 37 36 31 38 32 22 26 27 26 26 Na Tabela 9 pode-se observar que similarmente aos resultados do monitoramento de vazão, os valores de volume também apresentaram considerável variação de Desvio Padrão e Erro Percentual. 5.3 MONITORAMENTO DOS PARÂMETROS ELÉTRICOS Os resultados obtidos foram sistematizados com utilização do Software Microsoft Excel 2010, onde foram realizadas analises estatísticas para então avaliar os resultados obtidos. Para melhor compreensão desses resultados, os mesmos não foram separados por estação elevatória (como nos resultados dos parâmetros hidráulicos), e sim agrupados e relacionados conforme descrito a seguir. 5.3.1 Tensão e Intensidade de Corrente Elétrica Os resultados da medições elétricas de tensão e corrente da EEAT 01 e EEAT 02, são mostrados na Tabela 10 e na Tabela 11. Tabela 10 – Monitoramento da tensão na EEAT 1. DIA N Média (V) DP E (%) Máx (m³/h) Mín (m³/h) 1 2 3 4 24 24 24 24 224 225 223 224 1,9 2,6 3,2 2,8 0,6 0,5 0,7 0,6 226 229 230 230 220 220 217 219 102 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 5 24 224 3,6 1,2 TOTAL 120 224 Tabela 11 – Monitoramento da tensão na EEAT 2. 229 219 228 219 DIA N Média (V) DP E (%) Máx (m³/h) Mín (m³/h) 1 2 3 4 5 TOTAL 24 24 24 24 24 120 225 225 224 223 224 224 1,5 3,1 2,8 2,3 3,2 - 0,2 0,9 0,5 1,2 1,0 - 226 227 229 230 230 228 221 218 216 220 222 219 Na Tabela 10 é possível observar que apenas no primeiro dia de monitoramento, o Desvio Padrão (desvio máximo da tensão média) ficou abaixo de 2,5, Gomes (2009b) observa que a NBR 17094/98 recomenda que desequilíbrios acima desse valor devem ser investigados junto a concessionária, pois estes desequilíbrios podem acarretar aumento das perdas de energia no motor, assim como entre as correntes das fases. Na Tabela 11 observa-se que no primeiro e no quarto dia de monitoramento o valor médio registrado foram abaixo de 2,5 e que também houve uma considerável variação de valores de desvio padrão, indicando também desequilíbrios no funcionamento e operação das instalações elétricas. Os resultados de corrente elétrica nas elevatórias são apresentados na Tabela 12 e na Tabela 13e comentadas posteriormente. Tabela 12 – Monitoramento da corrente elétrica na EEAT 1. Média E DIA N DP (A) (%) 1 24 12 0,6 0,4 2 24 13 1,4 0,8 3 24 13 2,3 1,2 4 24 12 0,7 0,2 5 24 13 0,5 0,2 TOTAL 120 12 - Máx (m³/h) 13 13 13 13 13 13 Mín (m³/h) 12 12 12 12 12 12 103 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Tabela 13 – Monitoramento da intensidade de corrente elétrica na EEAT 2. Média E Máx Mín DIA N DP (A) (%) (m³/h) (m³/h) 1 24 12 0,2 0,1 13 12 2 24 12 2,2 0,5 13 12 3 24 13 5,0 1,0 36 12 4 24 12 0,3 0,1 13 12 5 24 12 0,3 0,1 13 12 TOTAL 120 12 15 12 Analisando os resultados da Tabela 12 e da Tabela 13, observa-se que o segundo e o terceiro dia apresentaram maiores variações de Desvio Padrão e Erro Percentual, que segundo Gomes (2009b) e Moura (2010) indica problemas com o motor, tais como vibrações excessivas, falhas na partida. Vale ressaltar que nas visitas in loco foram observados fortes ruídos e vibrações na operação dos conjuntos motor e bomba confirmando a observação dos autores citados anteriormente. Gomes (2009b) comenta que a vibração excessiva é causada por falhas que comprometem a eficiência e podem levar a quebra definitiva dos mancais e danos físicos no rotor do motor 5.3.2 Fator de Potência e Fator de Carga Os valores do fator de potência obtidos foram de 0,82 e 0,81 na EEAT 1 e na EEAT 2 respectivamente, de acordo como citado no item de revisão de literatura este parâmetro operacional permite determinar a quantidade de energia ativa que realmente esta sendo consumida, a resolução nº 414/2010 da ANEEL, estabelece que o fator de potência deve ser mantido acima de 0,92. O valor observado na EEAT 1 foi de 0,82, logo pode-se concluir que esta havendo perda excessiva de energia elétrica e que como consequências pode-se citar o aumento do consumo e custo com energia elétrica, assim como o aumento do 104 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água valor da corrente nos condutores sem corresponder ao trabalho efetivamente realizado na instalação. Já na EEAT 2, o valor do Fator de Potência obtido 0,81 está abaixo do valor nominal. O valor obtido para o Fator de carga foi de 0,84 para a EEAT 1 e de 0,81 para a EEAT 2. Este parâmetro demonstra como a potencia é solicitada ao longo do tempo, e quanto mais próximo da unidade, mais constante tende a ser a forma de usar a energia. Conforme também citado no item de revisão de literatura um baixo fator de carga indica que houve concentração no consumo de energia elétrica em um período curto de tempo, o ideal é trabalhar com a menor demanda (kW) no maior intervalo de tempo e que quanto mais alto for o fator de carga (mais próximo da unidade), menor será o preço médio. Ressaltando que custo de energia elétrica decresce exponencialmente em relação ao crescimento do fator de carga. Com base em todos os resultados apresentados, foram realizadas análises hidroenergéticas das duas estações elevatórias que compõem o sistema d bombeamento do setor básico, conforme apresentado a seguir. 5.4 ANÁLISE HIDROENERGÉTICA DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO. Os resultados do monitoramento hidráulico e elétrico na EEAT 1 e na EEAT 2, foram sistematizados e analisados de modo que permitiram a realização de uma análise hidroenergética das condições operacionais, conforme mostrado a seguir. 5.4.1 Análise Hidroenergética da EEAT 1 Para a análise hidroenergética da EEAT 1, foram utilizados indicadores de desempenho operacional, tais como o Consumo Específico de Energia Elétrica (CE), que conforme citado na revisão de literatura representa a quantidade de energia requerida para elevar 1m³ de água por meio de instalações de 105 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água bombeamento expresso em KWh/m³, o Consumo Específico de Energia Elétrica Normalizado (CEN) (também citado no item de revisão de literatura), que mede a quantidade média de energia gasta para elevar um 1m³ de água a 100m de altura manométrica por meio de instalações de bombeamento expresso em KWh/m³*(1000/Hman). Os resultados do consumo de energia elétrica por m³ bombeado da EEAT 1 (do primeiro ao último dia de monitoramento) representado pelo indicador de desempenho KWh/m³, foram de 0,13, 0,09, 0,11, 0,11 e 0,13 KWh/m³, conforme mostrados na Tabela 14. Na Tabela 15 são mostrados os resultados do custo diário com energia elétrica nesta elevatória nos horários de ponta e fora de ponta, que estão compreendidos entre as 18 e 20 horas do dia. Na Tabela 16 são apresentados os resultados da análise hidroenergética da EEAT 1. Para o cálculo do CEN foi realizado uma adaptação na metodologia utilizada por Gomes (2009b). Foi determinado um valor padrão desse indicador que servisse de base para o cálculo do rendimento dos conjuntos motor e bomba, conforme segue. Primeiramente foi determinada a potência hidráulica necessária para bombear 1m³ de água a 100m de altura manométrica em 1 hora, considerando rendimento do conjunto motor e bomba de 75%, o resultado obtido foi o seguinte: Considerando que Energia (E) é igual ao produto da força (F) pelo deslocamento (D), que o Peso (P) é igual ao produto da massa pela aceleração da gravidade, e Potência (P) como a divisão do trabalho (T) pelo tempo t tem-se: a = go3 ∴ pRqrsR1t³sRávwxo100t a = txqqxsR1t³sRávwxoxjRyRzxçãrsxvzx}~sxsRo100t a = 1000:vo9,8t/q o100t a = 9,8o100 ' Considerando 1 hora de trabalho, tem-se: 106 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água @= 9,8o100 ∴ 3600'/ @ = 0,272510 ∴ @ = 0,272 @ = 0,272ℎ Considerando ainda rendimento do conjunto motor e bomba de 75%, a energia elétrica necessária será: aRzv~xRjRqqáz~x = 0,272 ∴= 0,362ℎ ∴ 1ab = 0,362ℎ/t³ 0,75 107 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Tabela 14 – Consumo diário de energia elétrica na EEAT 1. KWh/m³ HORÁRIO FORA DE PONTA HORÁRIO DE PONTA HORÁRIO FORA DE PONTA Tempo (h) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1º dia - - - - - - - - - - - 0,31 0,10 0,10 0,10 0,10 0,11 0,12 0,14 0,12 0,12 0,12 0,13 0,14 0,13 2º dia 0,10 0,14 0,19 0,12 0,10 0,10 0,08 0,07 0,06 0,06 0,07 0,07 0,07 0,06 0,06 0,07 0,07 0,09 0,09 0,09 0,08 0,08 0,08 0,08 0,09 3º DIA 0,10 0,10 0,11 0,12 0,12 0,12 0,10 0,08 0,08 0,08 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,10 0,11 0,13 0,12 0,13 0,12 0,12 0,12 0,12 0,11 4º DIA 0,11 0,12 0,12 0,11 0,11 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,22 0,09 0,09 0,09 0,08 0,09 0,11 0,12 0,10 0,10 0,10 0,11 0,12 0,11 5º DIA 0,10 0,14 0,19 0,12 0,10 0,10 0,09 0,08 0,08 0,08 0,08 - - - - - - - - - - - - - 0,13 Média Tabela 15 – Custo diário de energia elétrica na EEAT 1. R$/KWh HORÁRIO FORA DE PONTA Tempo (h) 1 2 3 4 1º dia - - - - 2º dia 0,51 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 0,37 0,35 0,34 0,32 3º dia 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 0,41 4º dia 0,42 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 5º dia 0,39 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 0,38 5 6 7 8 9 10 11 HORÁRIO DE PONTA HORÁRIO FORA DE PONTA TOTAL 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 - - - - - - - 5,04 5,04 0,51 0,51 0,51 0,51 29,28 0,32 0,32 0,32 0,32 0,32 0,32 0,32 3,13 3,13 3,14 0,32 0,32 0,32 0,32 22,30 0,41 0,41 0,46 0,46 0,46 0,46 0,46 0,46 4,53 4,53 4,68 0,48 0,48 0,48 0,47 31,35 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 0,43 4,24 4,24 4,24 0,43 0,43 0,43 0,43 29,35 0,38 0,38 0,38 - - - - - - - - - - - - - 4,19 108 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Tabela 16 – Análise hidroenergética da EEAT 1. ANÁLISE HIDROENERGÉTICA DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA 1 Dia 1 2 3 4 5 HORÁRIO FORA DE PONTA HORÁRIO DE PONTA HORÁRIO FORA DE PONTA Parâmetro m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 26,71 2,67 0,10 0,37 0,45 0,61 29,02 2,93 0,10 0,41 0,45 0,60 27,02 2,99 0,11 0,42 0,49 0,55 26,73 2,75 0,10 0,39 0,46 0,59 19,40 2,67 0,14 0,37 0,61 0,44 29,63 2,93 0,10 0,41 0,44 0,62 26,02 3,06 0,12 0,43 0,52 0,52 19,40 2,68 0,14 0,38 0,62 0,44 13,81 2,67 0,19 0,37 0,86 0,31 26,78 2,93 0,11 0,41 0,49 0,56 29,04 3,06 0,11 0,43 0,47 0,58 13,81 2,68 0,19 0,38 0,87 0,31 21,94 2,67 0,12 0,37 0,54 0,50 23,65 2,93 0,12 0,41 0,55 0,49 29,08 3,06 0,11 0,43 0,47 0,58 21,94 2,68 0,12 0,38 0,55 0,50 26,67 2,67 0,10 0,37 0,45 0,61 24,27 2,93 0,12 0,41 0,54 0,50 32,02 3,06 0,10 0,43 0,43 0,64 26,67 2,68 0,10 0,38 0,45 0,61 25,78 2,63 0,10 0,37 0,46 0,60 24,87 2,93 0,12 0,41 0,53 0,52 33,10 3,05 0,09 0,43 0,41 0,66 25,78 2,68 0,10 0,38 0,46 0,59 29,70 2,52 0,08 0,35 0,38 0,72 28,60 2,93 0,10 0,41 0,46 0,59 33,05 3,05 0,09 0,43 0,41 0,66 28,64 2,68 0,09 0,38 0,42 0,65 34,28 2,40 0,07 0,34 0,31 0,87 35,07 2,93 0,08 0,41 0,37 0,73 34,06 3,05 0,09 0,43 0,40 0,68 34,37 2,68 0,08 0,38 0,35 0,78 36,36 2,28 0,06 0,32 0,28 0,97 36,01 2,93 0,08 0,41 0,36 0,75 35,01 3,05 0,09 0,43 0,39 0,70 35,53 2,68 0,08 0,38 0,34 0,81 35,65 2,25 0,06 0,32 0,28 0,96 35,99 2,93 0,08 0,41 0,36 0,75 34,04 3,05 0,09 0,43 0,40 0,68 34,63 2,68 0,08 0,38 0,35 0,79 34,04 2,25 0,07 0,32 0,30 0,92 31,03 2,93 0,09 0,41 0,42 0,64 13,84 3,05 0,22 0,43 0,98 0,28 33,04 2,68 0,08 0,38 0,36 0,75 11,84 3,63 0,31 0,51 1,37 0,20 34,38 2,25 0,07 0,32 0,29 0,93 34,75 3,25 0,09 0,46 0,42 0,65 35,38 3,05 0,09 0,43 0,38 0,71 - 35,28 3,63 0,10 0,51 0,46 0,59 34,51 2,25 0,07 0,32 0,29 0,93 34,82 3,26 0,09 0,46 0,42 0,65 35,73 3,05 0,09 0,43 0,38 0,71 - 36,61 3,63 0,10 0,51 0,44 0,61 35,35 2,25 0,06 0,32 0,28 0,95 35,96 3,26 0,09 0,46 0,40 0,67 35,54 3,05 0,09 0,43 0,38 0,71 - 36,00 3,63 0,10 0,51 0,45 0,60 35,74 2,25 0,06 0,32 0,28 0,96 36,12 3,26 0,09 0,46 0,40 0,67 36,00 3,05 0,08 0,43 0,38 0,72 - 36,01 3,63 0,10 0,51 0,45 0,60 30,30 2,25 0,07 0,32 0,33 0,82 31,20 3,26 0,10 0,46 0,47 0,58 32,56 3,05 0,09 0,43 0,42 0,65 - 32,93 3,63 0,11 0,51 0,49 0,55 30,81 2,25 0,07 0,32 0,33 0,83 30,81 3,26 0,11 0,46 0,47 0,58 29,01 3,05 0,11 4,24 0,47 0,58 - 29,03 3,63 0,12 5,04 0,56 0,49 25,76 2,26 0,09 3,13 0,39 0,69 25,86 3,26 0,13 4,53 0,56 0,48 26,52 3,05 0,12 4,24 0,51 0,53 - 26,61 3,63 0,14 5,04 0,61 0,45 26,24 2,26 0,09 3,13 0,38 0,71 26,50 3,26 0,12 4,53 0,55 0,49 30,12 3,05 0,10 4,24 0,45 0,60 - 30,18 3,63 0,12 5,04 0,54 0,51 25,67 2,26 0,09 3,14 0,39 0,69 25,62 3,37 0,13 4,68 0,59 0,46 31,08 3,05 0,10 0,43 0,44 0,62 - 31,20 3,63 0,12 0,51 0,52 0,52 28,50 2,26 0,08 0,32 0,35 0,77 28,50 3,39 0,12 0,48 0,53 0,51 31,54 3,05 0,10 0,43 0,43 0,63 - 31,22 3,63 0,12 0,51 0,52 0,52 28,06 2,26 0,08 0,32 0,36 0,76 28,06 3,39 0,12 0,48 0,54 0,50 27,57 3,05 0,11 0,43 0,49 0,55 - 27,57 3,62 0,13 0,51 0,59 0,46 27,57 2,26 0,08 0,32 0,37 0,74 28,04 3,39 0,12 0,48 0,54 0,50 25,84 3,05 0,12 0,43 0,53 0,52 - 25,84 3,62 0,14 0,51 0,63 0,43 29,11 2,26 0,08 0,32 0,35 0,78 27,07 3,35 0,12 0,47 0,55 0,49 30,38 3,05 0,10 0,90 0,47 0,61 - Média 30,02 3,63 0,13 1,55 0,59 0,50 29,02 2,38 0,09 0,69 0,39 0,75 29,93 3,13 0,11 0,95 0,48 0,58 27,02 2,99 0,11 0,42 0,49 0,55 - 109 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira erreira dos. Análise hidroenergética hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Com os resultados da Tabela 16, determinou-se se que os valores do custo com energia elétrica no o horário de ponta é em média 62% 62 do custo com energia elétrica,, conforme mostrado no Gráfico 7. % de custo com energia elétrica Gráfico 7 – Custo percentual com energia elétrica na EEAT 1. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 25% 44% 40% 41% 38% 56% 60% 59% 62% 2 3 4 75% 1 Horário de Ponta (HP) Horário Fora de Ponta (HFP) 5 Tempo (dia) Média HP Foi observado em média 1 acionamento por hora de bombeamento. Vale observar que o valor da tarifa de energia energia elétrica cobrado para a UFPA no horário fora de ponta é de 0,14049, 0,14049, enquanto que no Horário de Ponta esse valor passa para 1,389200,, ou seja, um aumento de 9 (nove) vezes no valor da tarifa de energia elétrica cobrada. Analisando os resultados do CEN e do Rendimento dos conjuntos motor e bomba da EEAT 1, observa-se observa se que o CEN varia de forma inversamente proporcional ao Rendimento, ou seja na medida que o rendimento aumenta aumenta o CEN diminui. Vale ressaltar que o CEN é um indicador que serve é muito útil na avaliação do rendimento do conjunto motor e bomba, não sendo tão eficaz na avaliação dos processos hidráulicos envolvidos no sistema de bombeamento O rendimento do conjunto conjunto motor e bomba com exceção do segundo e do quinto de monitoramento apresentaram valores médios abaixo de 60%, tanto no horário fora de ponta como no horário de ponta, indicando a necessidade de manutenção e/ou troca dos mesmos. 110 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 5.4.2 Análise Hidroenergética da EEAT 2. Para a análise hidroenergética desta elevatória, foram utilizadas as mesmas considerações realizadas para a EEAT 1, na Tabela 17 são mostrados os valores do consumo de energia elétrica por m³ bombeado pela EEAT 2, que foram de 0,17, 0,12, 0,16, 0,16 e 0,15, superiores aos obtidos no monitoramento da EEAT 1, o que pode-se justificado pelo baixos valores do fator de potência e de carga obtidos no monitoramento desta elevatória. Na Tabela 18 são apresentados os resultados do custo com energia elétrica na EEAT 2, onde pode-se observar que no horário de ponta os valores obtidos apresentaram-se bem superiores aos demais horários do dia. 111 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Tabela 17 – Consumo diário de energia elétrica na EEAT 2. KWh/m³ HORÁRIO FORA DE PONTA Tempo (h) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 HORÁIOR DE PONTA 11 12 13 14 HORÁRIO FORA DE PONTA 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 Média 1º dia - - - - - - - - - - - - - - 0,15 0,14 0,14 0,15 0,16 0,15 0,15 0,18 0,18 0,26 0,17 2º dia 0,20 0,19 0,19 0,18 0,15 0,14 0,09 0,08 0,08 0,08 0,08 0,10 0,10 0,11 0,11 0,11 0,12 0,12 0,12 0,12 0,14 0,13 0,12 0,12 0,12 3º dia 0,16 0,18 0,16 0,16 0,15 0,17 0,16 0,14 0,13 0,13 0,13 0,15 0,15 0,16 0,16 0,16 0,17 0,18 0,18 0,18 0,21 0,20 0,18 0,19 0,16 4º dia 0,16 0,17 0,17 0,18 0,17 0,16 0,17 0,15 0,13 0,15 0,14 0,14 0,14 0,16 0,15 0,17 0,15 0,16 0,17 0,16 0,18 0,16 0,16 0,17 0,16 5º dia 0,17 0,16 0,16 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,14 0,14 - - - - - - - - - - - - - - 0,15 Tabela 18 – Custo diário de energia elétrica na EEAT 2. R$/KWh Tempo (h) HORÁRIO FORA DE PONTA HORÁIOR DE PONTA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 - - - - - - - - - - - - - - 1º dia 2º dia 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,59 0,57 0,54 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 3º dia 0,66 0,66 0,66 0,66 0,66 0,66 0,66 0,66 0,66 0,66 0,66 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 0,73 7,25 7,25 7,49 0,76 0,76 0,76 0,75 36,65 4º dia 0,67 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69 6,78 6,78 6,78 0,69 0,69 0,69 0,69 34,74 5º dia 0,62 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 - - - - - - - 6,04 - - - 16 17 TOTAL 18 8,06 5,01 - 15 HORÁRIO FORA DE PONTA 0,82 0,82 0,82 - - - 19 8,06 5,01 20 8,06 5,02 21 22 23 0 0,82 0,81 0,81 0,81 29,90 0,51 0,51 0,51 0,51 26,33 112 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Tabela 19- Análise hidroenergética da EEAT 2. ANÁLISE HIDROENERGÉTICA DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA 2 HORÁRIO FORA DE PONTA Dia 1 2 3 4 5 Parâmetros 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 HORÁRIO DE PONTA 12 13 HORÁRIO FORA DE PONTA 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 Média m³ - - - - - - - - - - - - - - 39,15 40,11 42,28 38,97 37,39 37,49 38,99 31,66 31,75 22,65 36,04 KWh CE R$/KWh CEN Rend m³ KWh CE 21,73 4,27 0,20 22,88 4,27 0,19 22,68 4,27 0,19 23,59 4,27 0,18 28,60 4,27 0,15 30,98 4,21 0,14 43,58 4,03 0,09 45,26 3,84 0,08 46,26 3,65 0,08 44,13 3,60 0,08 43,56 3,61 0,08 35,17 3,61 0,10 35,15 3,61 0,10 32,87 3,61 0,11 5,80 0,15 0,82 0,66 0,41 32,83 3,61 0,11 5,80 0,14 0,82 0,65 0,42 32,13 3,60 0,11 5,80 0,14 0,82 0,61 0,44 30,74 3,61 0,12 5,80 0,15 8,06 0,67 0,41 29,80 3,61 0,12 5,80 0,16 8,06 0,69 0,39 29,50 3,61 0,12 5,80 0,15 8,06 0,69 0,39 30,04 3,61 0,12 5,80 0,15 0,82 0,66 0,41 25,98 3,61 0,14 5,80 0,18 0,81 0,82 0,33 26,86 3,61 0,13 5,80 0,18 0,81 0,82 0,33 30,17 3,61 0,12 5,80 0,26 0,81 1,14 0,24 28,93 3,61 0,12 5,80 0,17 2,99 0,74 0,38 32,23 3,80 0,12 R$/KWh 0,60 0,88 0,31 28,49 4,68 0,16 0,60 0,83 0,33 26,58 4,68 0,18 0,60 0,84 0,32 30,14 4,68 0,16 0,60 0,81 0,34 29,25 4,68 0,16 0,60 0,67 0,41 30,21 4,68 0,15 0,59 0,61 0,45 27,00 4,68 0,17 0,57 0,41 0,66 30,20 4,68 0,16 0,54 0,38 0,72 32,75 4,68 0,14 0,51 0,35 0,77 34,99 4,68 0,13 0,51 0,36 0,74 37,04 4,68 0,13 0,51 0,37 0,73 35,24 4,68 0,13 0,51 0,46 0,59 35,17 5,21 0,15 0,51 0,46 0,59 35,15 5,21 0,15 0,51 0,49 0,55 32,87 5,21 0,16 0,51 0,49 0,55 32,83 5,21 0,16 0,51 0,50 0,54 32,13 5,21 0,16 0,51 0,52 0,52 30,74 5,21 0,17 5,01 0,54 0,50 29,80 5,22 0,18 5,01 0,55 0,50 29,50 5,22 0,18 5,02 0,54 0,51 30,04 5,39 0,18 0,51 0,62 0,44 25,98 5,42 0,21 0,51 0,60 0,45 26,86 5,42 0,20 0,51 0,53 0,51 30,17 5,42 0,18 0,51 0,56 0,49 28,91 5,36 0,19 1,10 0,56 0,52 30,92 5,01 0,16 0,66 0,73 0,37 0,66 0,79 0,35 0,66 0,69 0,39 0,66 0,71 0,38 0,66 0,69 0,39 0,66 0,77 0,35 0,66 0,69 0,39 0,66 0,64 0,43 0,66 0,60 0,45 0,66 0,56 0,48 0,66 0,59 0,46 0,73 0,66 0,41 0,73 0,66 0,41 0,73 0,71 0,38 0,73 0,71 0,38 0,73 0,72 0,37 0,73 0,76 0,36 7,25 0,78 0,35 7,25 0,79 0,34 7,49 0,80 0,34 0,76 0,93 0,29 0,76 0,90 0,30 0,76 0,80 0,34 0,75 0,83 0,33 1,53 0,73 0,38 29,78 4,78 0,16 0,67 0,72 0,38 25,96 4,40 0,17 0,62 0,76 0,36 28,46 4,88 0,17 0,69 0,77 0,35 27,05 4,29 0,16 0,60 0,71 0,38 27,93 4,89 0,17 0,69 0,78 0,35 27,14 4,29 0,16 0,60 0,71 0,39 27,14 4,89 0,18 0,69 0,80 0,34 28,72 4,29 0,15 0,60 0,67 0,41 28,26 4,89 0,17 0,69 0,77 0,35 28,75 4,28 0,15 0,60 0,67 0,41 30,02 4,89 0,16 0,69 0,73 0,37 28,70 4,28 0,15 0,60 0,67 0,41 28,82 4,89 0,17 0,69 0,76 0,36 29,20 4,28 0,15 0,60 0,65 0,41 32,31 4,89 0,15 0,69 0,68 0,40 29,19 4,28 0,15 0,60 0,65 0,41 36,45 4,89 0,13 0,69 0,60 0,45 30,63 4,28 0,14 0,60 0,62 0,44 33,60 4,88 0,15 0,69 0,65 0,42 29,94 4,28 0,14 0,60 0,64 0,43 34,78 4,88 0,14 0,69 0,63 0,43 - 34,65 4,88 0,14 0,69 0,63 0,43 - 34,40 4,88 0,14 0,69 0,63 0,43 - 31,14 4,88 0,16 0,69 0,70 0,39 - 33,22 4,88 0,15 0,69 0,66 0,41 - 28,64 4,88 0,17 0,69 0,76 0,36 - 31,99 4,88 0,15 0,69 0,68 0,40 - 30,43 4,88 0,16 6,78 0,72 0,38 - 29,48 4,88 0,17 6,78 0,74 0,37 - 30,00 4,88 0,16 6,78 0,73 0,37 - 27,29 4,88 0,18 0,69 0,80 0,34 - 30,89 4,88 0,16 0,69 0,71 0,38 - 30,23 4,88 0,16 0,69 0,72 0,38 - 28,43 4,88 0,17 0,69 0,77 0,35 - 30,76 4,88 0,16 1,45 0,71 0,38 - CEN Rend m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend m³ KWh CE R$/KWh CEN Rend 113 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Com base nos resultados da Tabela 19 foi realizado a determinação do percentual de custo diário com energia elétrica nos horários de ponta e fora de ponta (ver Gráfico 8), observa-se que o custo com energia elétrica no Horário de ponta representa em média cerca de 64% do custo total com energia elétrica no bombeamento de água da EEAT 2, um fator que contribuiu para este elevado percentual, foi o número de partida por hora que para esta elevatória foi em média de 6. Gráfico 8 – Custo percentual com energia elétrica na EEAT 2. 120 100 19 80 36 43 40 57 60 59 64 2 3 4 5 41 Média de 64% 60 40 81 20 0 1 Horário de Ponta (HP) Horário Fora de Ponta (HFP) Média HP Comparando os resultados do custo com energia elétrica nas duas estações elevatórias de água tratada, observa-se que a EEAT 2 apresentou maior custo em relação a EEAT 1. Analisando os resultados do CEN e do Rendimento dos conjuntos motor e bomba da EEAT 2 apresentados na Tabela 19, observa-se que o rendimento do conjunto motor e bomba com exceção do segundo de monitoramento apresentaram valores médios abaixo de 50%, tanto no horário fora de ponta como no horário de ponta, indicando a necessidade de manutenção e/ou troca dos mesmos. Vale enfatizar que, os baixos valores de rendimentos obtidos refletem as condições físicas e de operação desta elevatória conforme mostrado no inicio dos resultados de monitoramento, foi a que apresentou as piores condições de instalação e operação. 114 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água A síntese dos resultados do monitoramento hidroenergético são mostrados no Quadro 15, onde observa-se que a EEAT 1 apresentou maior vazão e volume bombeado em comparação com a EEAT 2. Em relação aos parâmetros elétricos observa-se que os resultados de tensão e intensidade de corrente elétrica foram os mesmos para as duas elevatórias, porém, os resultados do fator de potência e fator de carga obtidos foram insatisfatórios no que diz respeito a operação do sistema de bombeamento, sendo a pior situação na EEAT 2. Quadro 15 – Resultados do monitoramento hidroenergético da EEAT 1 e da EEAT 2. Parâmetros Parâmetros Elétricos Hidráulicos EEAT Intensidade de Fator Vazão Volume Tensão Fator de Corrente de (m³/h) (m³/h) (V) Potência Elétrica (A) carga EEAT 1 149 27 224 12 0,82 0,84 EEAT 2 107 31 224 12 0,81 0,81 Em relação aos resultados do consumo e custo com energia elétrica na EEAT 1 e na EEAT 2 apresentados no Quadro 16, observa-se que a EEAT 2 apresentou todos os resultados superiores aos obtidos na EEAT 2. Quadro 16 – Consumo e custo com energia elétrica na EEAT 1 e na EEAT 2. Consumo médio Custo médio* (KWh/m³) (R$/KWh) EEAT Horário de Horário Fora Horário de Horário Fora de Ponta de Ponta Ponta Ponta EEAT 1 0,11 0,09 4,38 0,43 EEAT 2 0,15 0,14 6,77 0,69 Analisando os resultados apresentados no Quadro 15 e no Quadro 16 demonstram que a EEAT 2 apresentou pior situação quando comparado com a EEAT 1. 115 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 5.4.3 Resultados da simulação computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico. Na Figura 44 observa-se que o software EPANET 2.0 gerou mensagens de advertência de que a vazão da bomba da EEAT 1 excedia a vazão máxima nas 24 horas de simulação hidráulica, o que indica que a mesma esta trabalhando além de sua capacidade. Observa-se que para uma altura manométrica máxima de 15m tem-se um valor de vazão máximo de 150m³/h, isto justifica as mensagens de advertências geradas no inicio da simulação. Figura 44 – Cenário de simulação computacional. Na Figura 45 é mostrado a locação do ponto de inicio e final dos resultados apresentados na Tabela 20. Figura 45 – Cenário de simulação computacional. 1 2 116 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Considerando a vazão média de 150 m³/h, o valor de altura manométrica obtido foi de 21,32m, o que também justifica as mensagens de advertência geradas pelo software EPANET 2.0. Na Tabela 20 são mostrados os resultados obtidos de vazão, velocidade e perdas de carga na simulação hidráulica deste cenário, onde pode ser observado elevados valores de perda de carga e vazão. Tabela 20 – Resultados da simulação hidráulica. Tempo (horas) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Ponto 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 Vazão (m³/h) Velocidade (m/s) 202.56 1.79 201.59 1.78 202.42 1.79 201.95 1.79 202.22 1.79 202.07 1.79 202.15 1.79 202.10 1.79 202.13 1.79 202.11 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 202.12 1.79 Perda de carga (m/km) 15.97 25.95 15.82 25.72 15.95 25.92 15.88 25.81 15.91 25.87 15.89 25.84 15.91 25.86 15.90 25.84 15.90 25.85 15.90 25.85 15.90 25.85 15.90 25.85 15.90 25.85 15.90 25.85 15.90 25.85 7.81 2.81 15.90 25.85 15.90 25.85 15.90 25.85 7.81 2.81 15.90 15.90 25.85 15.90 25.85 117 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 2 1 2 23 202.12 15.90 25.85 15.90 1.79 Na Tabela 20, foi observado que os valores de perdas de carga obtidos na simulação hidráulica foram elevados, fato que pode estar sendo ocasionado pela grande quantidade de peças e conexões instaladas nas tubulações. Em relação a distribuição dos valores de pressão nos trechos inicial e final do cenário simulado são apresentados no Gráfico 9, onde observa-se que os valores de pressão no final da tubulação é muito baixo, porém estando compatível com os elevados resultados de perdas de carga apresentados anteriormente. Pressão (m) Gráfico 9 – Resultados de pressão nos trechos da rede simulada. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Trecho Final 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Tempo (h) Trecho Inicial Distribuição Setor Básico Os resultados de custo e consumo de energia elétrica são apresentados na Tabela 21. Tabela 21 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica da simulação hidráulica no cenário 1. Bomba Fator de utilizaçã o Eficiência (%) EEEAT 01 100 EEEAT Básico 100 TOTAL KWh/m³ KWh médio KWh máximo Custo diário (R$) 75 0,07 5,21 6,50 45,00 75 0,05 1,90 5,07 16,39 61,38 118 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água De acordo com os resultados do custo e consumo de energia elétrica mostrados anteriormente, observa-se que a EEAT 02, tem custo mais elevado (R$ 214.28) em relação a EEAT 01 (R$ 187.02), o que pode ser justificado pela EEAT 02 ter conjunto motor e bomba de maior potência (15CV). 5.5 PROPOSTAS DE AÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E HIDRÁULICA DO SISTEMA DE BOMBEAMENTO DO SETOR BÁSICO 5.5.1 Fase 1 – Desenvolvimento de cenários de simulação computacional para o Sistema de Bombeamento do Setor Básico. • Cenário 1 - Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento em operação do Setor Básico, com modificação da capacidade de bombeamento dos conjuntos motor e bomba. Na Tabela 22 são mostrados os resultados de vazão, velocidade e perdas de carga obtida na simulação deste cenário. Tabela 22 – Resultados da simulação hidráulica para o cenário 1. Tempo (horas) 0 1 2 3 4 5 6 Ponto 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 Vazão (m³/h) Velocidade (m/s) 197.41 1.75 197.65 197.79 197.87 197.12 196.67 196.24 1.75 1.75 1.75 1.74 1.74 1.74 (Continua) Perda de carga (m/km) 5.40 5.40 3.91 3.91 5.15 5.15 5.03 5.03 5.08 5.08 5.06 5.06 5.07 5.07 (Conclusão) 119 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 196.14 1.73 202.09 1.73 202.00 202.00 202.00 1.73 1.75 1.77 204.00 3.21 204.00 3.21 202.91 2.98 196.00 196.00 196.00 2.92 2.92 2.92 194.00 2.79 194.00 2.79 194.00 2.79 198.00 2.93 198.00 2.93 198.00 2.93 5.06 5.06 5.06 5.06 5.07 5.07 5.06 5.06 5.08 5.08 5.07 5.07 5.07 5.07 5.08 5.08 5.08 5.08 5.08 5.08 5.06 5.06 5.07 5.07 5.06 5.06 5.06 5.06 5.06 5.06 5.07 5.07 5.07 5.07 Analisando os resultados da Tabela 23 em relação ao cenário atual de operação, observa-se que neste cenário 1 os valores de perda de carga obtidos foram bem menores. Vale ressaltar que neste cenário foi considerado condições de peças, conexões e tubulações ideais para o bombeamento. No Gráfico 10 é mostrado a distribuição da pressão nos trechos inicial, final e de distribuição de água. 120 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Pressão (m) Gráfico 10 – Resultados de pressão na simulação computacional 1. 24 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Trecho Inicial 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Trecho Funal Tempo (h) Distribuição Setor Básico Observa-se no Gráfico 10 que assim como os resultados de perda de carga, os de pressão também apresentaram melhores valores. Os resultados de custo e consumo de energia elétrica são apresentados na Tabela 24. Tabela 23 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica da simulação hidráulica no cenário 1. Bomba EEAT 1 EEAT 2 Fator de Eficiência utilização (%) 100 100 KWh/m³ KWh médio KWh máximo 0,07 0,08 5,25 4,43 6,32 15,10 75 75 TOTAL Custo diário (R$) 45,34 38,25 83,59 Os resultados obtidos neste cenário de simulação hidráulica, demonstram que o valor do custo com energia elétrica de R$ 83,59 , maior que o valor obtido na simulação do sistema em operação que foi de R$ 61,38. • Cenário 2 - Simulação Computacional do Sistema de Bombeamento Setor Básico, com bombeamento de água direto da EEAT 1 para o reservatório elevado do setor básico. Neste cenário de simulação computacional foi traçado um novo percurso e diâmetro da adutora de água tratada (que transporta água do setor profissional para o setor básico), as características dos conjuntos motor e bomba adotados 121 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água foram as mesmas utilizadas no cenário 2. Na Figura 45 é mostrado o layout deste cenário Figura 46 – Cenário 2 de simulação computacional. Os resultados de vazão, velocidade e perdas de carga obtidas neste cenário 2, são apresentados na Tabela 24. Tabela 24 – Resultados da simulação computacional para o cenário 1. Hora 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Vazão (m³/h) 197,41 201,72 200,37 200,76 200,65 200,68 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 200,67 Velocidade (m/s) 1,75 1,78 1,77 1,78 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 1,77 Perda de carga (m/km) 15,22 15,84 15,65 15,70 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 15,69 122 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Os resultados do consumo e custo de energia elétrica são apresentados na Tabela 25. Tabela 25 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica da simulação hidráulica no cenário 2. Bomba EEAT 1 TOTAL • Fator de Eficiência utilização (%) 100 - KWh/m³ KWh médio KWh máximo Custo diário (R$) 0,04 - 4,69 - 19,02 - 40,49 40,49 75 - Síntese dos resultados obtidos nas simulações do cenário 1 e do cenário 2. A síntese dos resultados obtidos nas simulações computacionais dos cenários 1 e 2 de operação do sistema de bombeamento do setor básico, são mostrados na Tabela 26. Tabela 26 – Resultados de consumo e custo de energia elétrica nas simulações. Cenário 1 2 EEAT EEAT 1 EEAT 2 EEAT 1 Vazão (m³/h) Eficiência (%) KWh/m³ 198,00 75 75 75 0,08 0,07 0,07 200,67 KWh médio KWh máximo 5,25 4,43 4,69 6,32 15,10 19,02 Custo diário (R$) (R$) 45,34 38,25 40,49 Total 83,59 40,49 Com base nos resultados apresentados na Tabela 27, observa-se que o cenário 2, foi o que apresentou melhores valores de consumo e custo de energia elétrica. No Quadro 17 é apresentado uma síntese dos resultados de consumo médio (KWh) no horário de ponta e fora de ponta, obtidos nas fases de monitoramento e simulação computacional, observa-se que os resultados das simulações foram bem abaixo dos observados no monitoramento. Quadro 17 – Consumo de energia elétrica na EEAT 1 e na EEAT 2. EEAT EEAT 1 EEAT 2 Consumo médio (KWh/m³) Monitorado Simulado (valor médio) Horário Fora de Horário de Ponta Cenário 1 Cenário 2 Ponta 0,11 0,09 0,07 0,07 0,15 0,14 0,08 123 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Para a determinação do custo com energia elétrica nos cenários simulados foi utilizado o percentual médio de consumo de energia elétrica nos horários de ponta e fora de ponta obtidos na fase de monitoramento, sendo de 54,8% (horário de ponta) e 45,2% (horário fora de ponta) para a EEAT 1 e 64,2% e 35,8% para a EEAT 2. No Quadro 18 são apresentados os resultados do custo com energia elétrica (R$/KWh) obtidos nas fases de monitoramento e de simulação computacional. Quadro 18 – Custo com energia elétrica na EEAT 1 e na EEAT 2. Monitorado EEAT EEAT 1 EEAT 2 Horário de Ponta Horário Fora de Ponta 4,38 6,77 0,43 0,69 Custo médio* (R$/KWh) Simulado (valor médio) Cenário 1 Cenário 2 Horário Horário Horário Horário Fora de Fora de de Ponta de Ponta Ponta Ponta 8,28 0,97 8,66 0,69 6,98 0,82 *considerando o consumo total (KWh) horário. Analisando os resultados mostrados no Quadro 18, observa-se que os resultados da simulação computacional foram menores em relação aos simulados. Também foi observado que o cenário 2 apresenta-se como melhor alternativa de operação quando comparados com os resultados obtidos no cenário 1. 5.5.2 Fase 2 - Ações para melhorar o desempenho Hidroenergético do sistema de bombeamento do Setor Básico. Nesta etapa final da pesquisa, são propostas algumas ações e alternativas de controle operacional dos sistema de bombeamento do setor básico. Vale ressaltar que as ações propostas nesta etapa sejam realizadas por uma equipe composta por profissionais de várias áreas da engenharia, tais como hidráulica, elétrica e mecânica, de modo que possibilite a melhor compreensão dos dados obtidos e a correta tomada de decisões no que diz respeito a eficiência energética do sistema de bombeamento, conforme descrito a seguir. 124 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água a) Configuração do sistema Com base nos resultados obtidos nas etapas de monitoramento hidráulico e elétrico e de simulação computacional do sistema de bombeamento do setor básico, sugere-se como melhor alternativa de operação o bombeamento direto da EEAT 1 para o reservatório elevado do setor básico. b) Ações de monitoramento hidroenergético de sistema de bombeamento No Quadro 19 são apresentadas algumas recomendações de monitoramento de variáveis hidráulicas e elétricas. Quadro 19 – Parâmetros para monitoramento hidráulico e elétrico de EEA. Hidráulicas Vazão Pressão Volume Níveis de operação dos reservatórios Altura manométrica Perdas de carga Periodicidade Permanente Permanente Permanente Permanente Permanente Permanente Elétricos Potência Tensão elétrica Corrente elétrica Fator de Potência Fator de carga - Periodicidade Mensal Mensal Mensal Mensal Mensal - A base para que se tenha o controle operacional de sistemas de elevação de água é o conhecimento do desempenho das variáveis envolvidas no processo de bombeamento de água, a medição simultânea das grandezas hidráulicas e elétricas permite ao gestor que ele visualize a realidade operacional do sistema de bombeamento. Na Figura 47 é apresentado um layout com proposta de pontos de medição de parâmetros hidráulicos e elétricos. 125 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Figura 47 – Proposta de pontos de medição em sistemas de bombeamento de água para abastecimento público. c) Ações de manutenção Quanto as ações de manutenção do sistema de bombeamento, sugerese que estas não se resuam nos conjuntos motor e bomba, tendo em vista que os demais componentes do sistema contribuem diretamente para o aumento ou diminuição da eficiência energética do funcionamento do sistema, é recomendado aqui as seguintes ações de manutenção: a) Verificação de níveis de vibração, aquecimento, lubrificação dos conjuntos motor e bomba; b) Realizar inspeções rotineiras da ocorrência de vazamentos, infiltrações, ruídos excessivos; c) Verificar as condições das válvulas instaladas nas tubulações de sucção e recalque; d) Verificar a confiabilidade dos dados apresentados manômetros, vacuômetros, por meio da calibração dos mesmos; e) Elaboração de planos de manutenção preditiva e corretiva. por 126 Resultados e Discussões REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água Vale ressaltar que, as ações de manutenção listadas anteriormente, são apenas com o objetivo de frisar as principais ações em estações elevatórias e não devem ser entendidas como as únicas recomendações. d) Ações de treinamento e capacitação técnica É de suma importância que sejam realizadas ações de planejamento estratégico, para verificação dos pontos positivos e negativos de todos os profissionais envolvidos na operação e controle do sistema de bombeamento. Vale ressaltar a importância do treinamento e da capacitação técnica não somente dos operadores do sistema de bombeamento, mas também dos gestores responsáveis pelo gerenciamento dos serviços oferecidos a população, a seguir são relacionados algumas necessidades observadas 127 Considerações Finais REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com os resultados obtidos nas etapas e fases propostas na metodologia deste trabalho, foi possível constatar quais as atuais condições de controle e operação do sistema de bombeamento do Setor Básico. Nas instalações físicas do sistema de bombeamento, tais como casa de bomba, conjuntos motor e bomba, tubulações (sucção e recalque), peças e conexões, entre outras considerações ficou evidente a necessidade urgente de intervenções por meio de ações de reestruturação das mesmas. Em relação a forma de operação e controle das elevatórias estudadas, ressalta-se a importância de profissionais técnicos habilitados e treinados para executar serviços inerentes a operação de conjuntos motor e bombas assim como, de válvulas e quadros de comando elétrico. Portanto, sugere-se que seja fornecido treinamento específico não somente para os operadores, mas também para os gestores responsáveis pelo sistema de bombeamento. Na etapa de monitoramento dos parâmetros hidráulicos e elétricos, foi obervado que não existe nenhum tipo de medição e/ou controle desses parâmetros. Em relação aos parâmetros hidráulicos constatou-se que os horários de maior consumo de água estão compreendidos nos períodos de 09 às 10h da manhã e de 18 às 21h, conforme apresentado no item de resultados dos parâmetros hidráulicos. Quanto aos resultados dos parâmetros elétricos foi obervado que os valores de Fator de Potência obtidos foram abaixo do estabelecido pela resolução 414/2010 que é de 0,92, contribuindo para o aumento do consumo e consequentemente do custo com energia elétrica. Com base nos resultados de tensão e corrente elétrica fornecida aos conjuntos motor e bomba, recomenda-se que seja a concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, no caso a Rede Celpa, seja acionada para verificar os desequilíbrio de fornecimento observados. Vale ressaltar que as análises estatísticas dos resultados dos parâmetros elétricos, apresentaram pouca variações em relação aos valores médios 128 Considerações Finais REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água observados. Porém, ficou evidente a necessidade da elaboração e execução de um plano de monitoramento dos parâmetros hidráulicos e elétricos. Os resultados obtidos na etapa de simulação hidráulica (cenário 1 e cenário 2), apontam que o cenário 2 onde foi simulado o bombeamento com apenas uma estação elevatória apresentou melhores resultados no que diz respeito ao consumo e ao custo de energia elétrica em relação ao cenário 1. Com a finalidade de contribuir para a complementação da pesquisa iniciada nesta dissertação de mestrado, sugere-se a elaboração de trabalhos técnicos e acadêmicos na temática da eficiência energética e hidráulica em sistemas de bombeamento em saneamento básico (abastecimento de água e esgotamento sanitário), conforme mostrado a seguir: a) Determinação da população e da demanda de água por setor de abastecimento cidade universitária Prof. José da Silveira Netto; b) Análise da aplicação de indicadores hidroenergéticos para a avaliação do desempenho operacional de sistemas de bombeamento de água. c) A importância do monitoramento de parâmetros hidráulicos e elétricos em conjuntos motor e bomba de sistemas elevatórios; Vale ressaltar que este trabalho não esgota as discussões e considerações sobre eficiência hidroenergética em sistemas de bombeamento, tendo em vista a sua importância para o bom desempenho não somente operacional, mas também financeiro das entidades prestadoras deste tipo de serviço. 129 Referências REIS JUNIOR. José Cláudio Ferreira dos. Análise hidroenergética da rotina operacional de sistema de bombeamento utilizado em abastecimento publico de água REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, A. A.; FIRMINO, M. B. M.; CURI, W. F. Uso Racional de Energia no Bombeamento de Água em Sistemas de Abastecimento, via Programação Não-Linear. In: SEMINÁRIO HISPANO-BRASILEIRO SOBRE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO URBANO DE ÁGUA, 4. 2004, João Pessoa. Anais... João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba, 2004. Disponível em: <http://www.lenhs.ct.ufpb.br/html/downloads/serea/4serea/artigos/uso_racional_de_e nergia_co.pdf>. Acesso em 13 jan. 2011. ALEGRE, H. et al. Performance indicators for water supply services. Manual of Best Practice Series. 2 ed. London: IWA Publishing, 2006. p. 289. Disponível em: <http://www.iwapublishing.com/template.cfm?name=isbn1843390515>. Acesso em: 13 fev. 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12211 – Estudos de Concepção de sistemas públicos de abastecimento de água. 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