Gerenciamento de Risco Paciente Oncológico

Propaganda
Gerenciamento de Risco
Paciente Oncológico
Sandra Abrantes Krug Seabra
Outubro 2010
Agenda
• Gerenciamento de Risco
• Fatores Críticos de Sucesso
• Estamos fazendo certo?
Gestão
= Administração
Administrar: gerir; reger com
autoridade; governar, dirigir.
Administrar é tomar decisões sobre objetivos e
recursos
RECURSOS
Pessoas Informações e conhecimento
Espaço Tempo Dinheiro
Instalações OBJETIVOS Resultados esperados do Sistema DECISÕES Planejamento
Organização Execução e Direção Controle Fonte: Maximiano, 2004
Risco
• Risco é a probabilidade em que um incidente
ocorrerá.
• Incidente de Segurança do Paciente é
evento ou a circunstância que possa ter
resultado ou resultou em dano desnecessário
ao paciente.
Velocidade
de
Atendimento
Consistência
Flexibilidade
Competência
Critérios de Avaliação da Qualidade em
Serviços
Atendimento/
Atmosfera
Acesso
Credibilidade/
Segurança
Tangíveis
Custo
Adaptado de Gianesi e Corrêa (1994)
Risco?
HRO
• High Reliability Organizations
Instituições que operam em ambientes
altamente complexos, perigosos, efetuando
poucos erros durante um longo período de
tempo, os quais são altamente danosos
(ROBERTS, 1990).
…Hospital : organização complexa…
Eventos Sentinela revistos pela The Joint Commission - EUA
Janeiro de 1995 até Junho de 2010 = 6.923 eventos
921 cirurgias em partes ou pacientes errados
816 suicídios
749 complicações pós‐operatórias
592 eventos relacionados com demora no atendimento
554 eventos relacionados com erros de medicação
450 quedas de pacientes 383 retenção não intencional de corpo estranho
263 assaltos/estupros/homicídios
217 perda de função/ mortes perinatais
202 perda de função/mortes por contenção de pacientes
148 eventos relacionados com transfusão
148 eventos relacionados com infecção
138 eventos relacionados com equipamentos
102 eventos relacionados com anestesia
95 mortes maternas 1145 “outros”
http://www.jointcommission.org/SentinelEvents/Statistics/
Análise das Causas:
Todas as Categorias
Comunicação
Treinamento Inicial
Avaliação do Paciente
Equipe
Disponibilidade de Informações
Competências / Qualificações
Conformidade com procedimentos
Segurança do Ambiente
Liderança
Continuidade do Cuidado
Percentual de 6.782 eventos
Planejamento do Cuidado
Cultura Organizacional
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 10
0
Visão atual:
Gerenciamento de Risco em hospitais
Paciente
Colaborador
Ambiente
Avaliação de Risco
Metas Internacionais de Segurança
Protocolos específicos
Gerenciamento dos Eventos
O Grande Desafio ….
Gerenciamento do Risco
Gerenciamento de Risco Hospitalar
Conhecendo o risco:
Avaliação de risco – paciente
Avaliação de risco - processos
Paciente
Instalando barreiras:
Metas Internacionais de Segurança
Protocolos
Recomendações internacionais
Gerenciando os eventos
Avaliação de Risco – Paciente
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Queda – escala de vulnerabilidade do HMV
Úlcera – escala de Braden
Medicação alta vigilância
Alergia
Isolamento / precauções
Paciente em pesquisa clínica
Paciente vulnerável
Instalação de protocolos específicos para o risco/condição
Avaliação de Risco Assistencial
Avaliação de risco - TRR
Avaliação de Risco - Sistema de
Resposta Rápida
FMEA – Failure mode and effect analysis
(Redução do Risco Pró-Ativa)
• Failure:
ailure quando um sistema ou parte dele
comporta-se de maneira não desejada
• Mode:
ode a maneira na qual a falha pode
acontecer. (O modo de falha é a maneira na
qual alguma coisa pode falhar)
• Effects:
ffects São os resultados ou as
consequências do modo de falha.
• Analysis:
nalysis O exame detalhado dos elementos
de um processo.
Avaliação do Risco de Processos Específicos
Cumprimento das
Metas Internacionais de Segurança do
Paciente
Meta 1 – Identificar os pacientes
corretamente
•
Para identificação do paciente, são usadas sempre duas
formas, que não incluem o número do quarto ou
localização do paciente.
•
Os pacientes são identificados antes de se administrar
medicamentos,
sangue
ou
hemoderivados,
procedimentos e tratamentos, antes da coleta de sangue
e de outras amostras para exame.
1. Identificar os pacientes corretamente
Rotina de identificação
Fotos
Pulseira
identificação =
Branca
Pulseira
identificação
paciente com
alergia = Vermelha
Meta 2 – Melhorar a comunicação
efetiva
Read back
Meta 3 - Melhorar a Segurança de
Medicamentos de Alta-Vigilância
São aqueles medicamentos associados a um percentual
elevado de erros e/ou eventos sentinela, com risco
mais
elevado
de
resultados
adversos
e
medicamentos com aparência e nomes parecidos.
Verificar
listas
internacionais
: World
Health
Organization; Institute for Safe Medication Practice
Meta 3 - Melhorar a Segurança de
Medicamentos de Alta-Vigilância
1.
Procedimentos definem a localização, rotulagem e
armazenamento de medicações de alta vigilância.
2.
Os eletrólitos concentrados não estão presentes
nas unidades de cuidado ao paciente, a menos que
seja clinicamente necessário, e são realizadas
ações para prevenir a administração inadvertida nas
áreas permitidas pela política.
Medicações de Alta Vigilância no HMV
•
•
•
•
•
•
•
•
KCl 10%
NaCl 20%
Gluconato 10 %
Glicose 50%
Heparina endovenosa
Insulina endovenosa
Quimioterápicos (incluindo orais)
Ocitocina
QT
injetáveis
Alta vigilância
KCL
Alta vigilância
geladeira
Rótulo soro puro
Rótulo de soro
com
medicação de
alta vigilância
Meta 4 - Assegurar Cirurgias com Local de
Intervenção Correto, Procedimento Correto
e Paciente Correto
1.
A instituição utiliza uma marcação evidente para a
identificação do local da intervenção cirúrgica e
envolve o paciente no processo de marcação.
2.
A instituição utiliza um processo para verificar se
todos os documentos e equipamentos necessários
estão à mão, são os corretos e estão funcionando.
3.
A instituição utiliza uma lista de verificação e realiza
um intervalo logo antes de iniciar o procedimento
cirúrgico (time out)
1. Identificar os pacientes corretamente
Rotina de identificação
Fotos
30
Check list pré operatório
Meta 5 – Reduzir o risco de infecções
associadas aos cuidados de saúde
A instituição implementa um programa efetivo para a
higiene das mãos.
5. Reduzir o risco de adquirir infecções
QUEDA
9 Literatura internacional: 0,8 a 8 por 1000 pacientes/dia
9 2 a 4% das quedas resultam em eventos graves
Meta 6 – Reduzir o risco de lesões ao
paciente decorrente de quedas
1.
A instituição implementa um processo para a
avaliação inicial dos pacientes para o risco de queda
e de reavaliação de pacientes quando indicada por
uma alteração da condição, medicamentos, etc.
2.
Medidas são implementadas para reduzir o risco de
queda para aqueles pacientes avaliados como de
risco.
3.
Atenção: atualização para 2011 – monitoramento
dos eventos associados às medidas de prevenção!
Objetos próximos do paciente
Contenção poltrona
Seguir Recomendações Internacionais
- exemplo 1
• Previnir erros de administração de Vincristina
– Diluição
– Não dispensar vincristina de forma a permitir que
possa ser administrada em hora e local onde
medicação intratecal esteja sendo administrada.
– Realizar um “time out” com pelo menos 2
profissionais qualificados para verificar a droga,
dose e via durante o preparo e imediatamente
antes da administração.
Previnir erros de administração de
Vincristina – cont.
Etiqueta:
• FATAL SE USADO
INTRATECAL.
• USO APENAS
ENDOVENOSO.
• NÃO REMOVER
COBERTURA ATÉ O
MOMENTO DA
ADMINISTRAÇÃO.
http://www.jointcommission.org/SentinelEvents
Seguir Padrões Internacionais
- exemplo 2
Todas as prescrições são revisadas antes da dispensação quanto a:
Seguir Padrões Internacionais
- exemplo 2
–
–
–
–
Pertinência da droga, dose, frequência e via;
Duplicidade terapêutica;
Alergias;
Interações entre medicamentos e entre
medicamentos e alimentos;
– Variações em relação aos critérios da instituição
para uso;
– Peso do paciente e outras informações
fisiológicas; e
– Contra-indicações.
(Manual de Padrões de Acreditação – JCI – 2011)
Exemplo 3 - Sugestões para reduzir riscos
• Prescrição
– Sistema de prescrição médica informatizado
(dose, alergias, interação droga-droga e droganutriente)
– Participação do farmacêutico clínico nos rounds
diários.
• Dispensação
–
–
–
–
–
Não confiar apenas nos códigos de cor
Remover os “look-alikes”
Se possível, código de barras
Se possível, utilizar medicações pré-mixadas
Reduzir as trocas de produtos e fornecedores
Exemplo 3 - Sugestões para reduzir riscos
(cont.)
– Questionar prescrições não claras
– Eliminar “acho que…”
• Acesso aos medicamentos
– Remover os medicamentos de alto risco das
unidades de cuidado
– Etiquetar medicamentos de alto risco de modo
diferenciado
• Recursos Humanos e competências
– Educação e Treinamento (orientação, avaliação
de competências, treinamento com novos
medicamentos e equipamentos)
Exemplo 3 - Sugestões para reduzir riscos
(cont.)
• Implementar sistemas que envolvam “double
check”
• Restringir uso de abreviaturas e acrônimos
• Avaliar aspectos ambientais (distração,
barulho…)
Fonte: The Joint Commission: Sentinel Event Alert
www.jointcommission.org/Standards/FAQS
Mas ainda assim, o evento
adverso pode acontecer…
Inconformidade repetida em diversas etapas do processo
Inconformidade/
Anomalia
Evento
adverso
Barreiras:
Medidas prevenção previstos nos protocolos
É evento sentinela?
• “Ocorrência inesperada que implique morte ou
perda grave e permanente de função”.
•
No HMV:
– Morte inesperada
– Cirurgia errada / local errado / paciente errado
– Morte materna
– Erro de via na aplicação de dieta enteral
– Erro de medicação importante
– Queda do leito em áreas intensivas ou cirúrgicas
– Eventos que comprometam significativamente a prática
institucional
• São chamados “sentinela” porque sinalizam uma
necessidade imediata de investigação e resposta!
MODELO PARA ANÁLISE DE CAUSA RAIZ ("ROOT CAUSE ANALYSIS) EM RESPOSTA A UM EVENTO SENTINELA OU QUASE FA
("NEAR MISS")
Nível de Análise
Perguntas
O que aconteceu?
Por que aconteceu?
Processo ou
atividade no qual o
evento ocorreu
Breve descrição
Quando?
Serviços impactados
Passos do processo desenhado
(fluxograma)
Quais passos envolvidos no
evento?
Fatores humanos
Equipamento
Qais são os fatores mais
próximos?
Fatores ambientais
controláveis
Fatores não
controláveis
Outros
Quais fatores foram relevantes
no resultado?
Como a performance afetou o
resultado?
Quais fatores diretamente
afetaram?
Estão realmente fora do controle
da organização?
Outros fatores que influenciaram
o resultado?
Outras áreas ou serviços
impactados?
Em qual grau o staff está
qualificado e competente para
suas responsabilidades
Aspectos de
Como o staff se compara a
Recursos Humanos níveis ideais?
Qual o nível de impacto do
preparo do staff no processo?
Como podem orientação e
treinamento ser melhorados?
Em qual grau toda a informação
necessária está disponível?
Aspectos de
Acurada? Completa? Clara?
Gerenciamento da
Por que eles
Em qual grau a comunicação
Informação
aconteceram? Quais
entre os participantes é
sistemas ou processos
adequada?
estão por trás? (aqui,
Em que grau o ambiente físico
variação de causa comum
era apropriado para o processo
Aspectos
do
pode ocasionar variação
Quais sistemas existem para
Gerenciamento do
de causa especial em
identificar riscos ambientais?
Ambiente
processos dependentes.)
Quais planos de emergência
foram planejados e testados?
Em que grau a cultura é
Aspectos da
alinhada com identificação do
Liderança
Cultura corporativa risco e redução?
Quais as barreiras para
Encorajamento da
comunicação dos fatores
comunicação
potenciais de risco?
Achados
Causa
raiz?
Por
quê?
Indicadores
Painéis das
Áreas
(Estratégico e
Operacional)
Reunião mensal
de
Acompanhamento
Gestão de
Performance
Painel da
Organização
Reunião mensal
de Desempenho
Organizacional
E
S
T
R
A
T
E
G
I
A
Reunião de
Avaliação da
Estratégia
Reunião mensal com os gestores da área
Comitê de Gerenciamento de Risco
- Densidade de Quedas
- Densidade de Erros de Medicação
- Intervenções da Farmácia Clínica
- Número de Pacientes com Úlcera de Decúbito
- Sucesso em Reanimações de Pacientes fora do CTI
- Time de Resposta Rápida – transferência para CTI
- Taxa de infecções de ferida operatória limpa
- % de colaboradores treinados em prevenção e
combate ao incêndio
- % de anomalias de segurança resolvidas no trimestre
-Acidentes com efetivo
-Falta de energia elétrica
-Eventos Específicos
-Monitoramento de Planos de Ação
Fatores Críticos de Sucesso para o
Gerenciamento de Risco …
… transparente, mas muito
visível!
Cultura Comunicação
Liderança
Treinamento
Metodologia
Informação
Liderança
• Alinhar o Gerenciamento de Risco com a
estratégia organizacional
• Reconhecer que os eventos estão relacionados
a falhas nos processos e no sistema.
• “Poderia um evento adverso, que já aconteceu
em outra organização, acontecer na nossa?”
• Buscar adesão a metas internacionais
• Dar o exemplo! Reportar o evento ocorrido!
• Função Supervisão
• Apoio aos profissionais envolvidos em eventos:
justo, respeitoso e na hora certa. Confiança!
• Reconhecer o esforço dos colaboradores
Cultura justa e transparente
• Crenças, atitudes e valores das pessoas da
organização em perseguir a segurança” :
estrutura, práticas, controles.
• “As coisas podem dar errado, mudanças no
meu processo podem ter alto impacto
sistêmico”
• Discutir, em todos os níveis gerenciais,
tópicos de segurança, indicadores e planos.
• Comitê de Gerenciamento de Risco: visão
sistêmica
Comunicação e Informação
• Informação disponível, atualizada, íntegra :
– informações do paciente (preenchimento do
prontuário)
– Rotinas, políticas, procedimentos
– Integração de sistemas
• Comunicação entre os profissionais – rounds,
passagem de plantão
– Teixeira, Cassiano et allii. A adequada comunicação entre os profissionais
médicos reduz a mortalidade no cento de tratamento intensivo. Rev
BrasTer Intensiva.2010; 22(2):112-117
Metodologia da Qualidade
• Trabalhar com ferramentas da qualidade:
PDCA, Planos de Ação…
Treinamento
• Garantir a consistência dos processos (no
tempo e no espaço)
Auditoria interna – estamos fazendo
certo?
• Para a Supervisão da Farmácia
– Quais as medicações de alto risco identificadas
na instituição?
– Quais são as áreas destinadas ao
armazenamento e preparo das quimioterapias?
– Quem olha o processo em toda a instituição
garantindo a sua consistência no tempo e no
espaço?
Auditoria interna – estamos fazendo
certo?
• Para o farmacêutico - Quimioterapia
– Quais são as suas credenciais e sua capacitação
para efetuar o trabalho?
– Como você garante que a medicação correta e
dosagem correta tenham sido prescritas?
– Como você garante o preparo seguro das
soluções de Quimioterapia?
– O que você faz em caso de derramamento ou
respingamento da solução?
– Quando você não está presente, quem prepara as
soluções de Quimioterapia?
Auditoria interna – estamos fazendo
certo?
• Para a Enfermagem
– Como você garante que este é o paciente
correto? e a solução de QT correta? e a
velocidade de infusão?
– Como você descarta os resíduos e materiais da
QT?
– Como você orienta o paciente em relação à
quimioterapia? Como documenta esta orientação?
– Todos os enfermeiros que trabalham nesta área
estão treinados e tem competência para
administrar quimioterapia?
– No que consiste o seu treinamento? Como a sua
supervisão avalia suas competências?
Auditoria interna – estamos fazendo
certo?
• Para o paciente oncológico:
– Como a equipe lhe identifica antes de iniciar a
administração da quimioterapia?
– Que tipo de orientação o sr (sra) recebeu em
relação a sua quimioterapia? Quem lhe orientou?
– As suas dúvidas foram adequadamente
respondidas?
Concluindo,
Obrigada pela atenção,
[email protected]
Download