associação da precipitação pluvial e anomalia da superfície do mar

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Anais do 8° Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica
24 a 29 de agosto de 2008 – Alto Caparaó/ MG
ASSOCIAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL E ANOMALIA DA SUPERFÍCIE DO
MAR NO OCEANO PACÍFICO EQUATORIAL, NA BACIA DO PARANAPANEMA.
TATIANA M. PARIZOTTO¹, JONAS T. NERY².
¹ Geógrafa, graduanda, UNESP, Ourinhos – SP, [email protected].
² Meteorologista, Porf. Doutor, Depto. Geografia, UNESP, Ourinhos – SP.
RESUMO: O objetivo do trabalho foi verificar uma relação entre as anomalias mensais de
precipitação da bacia do Paranapanema, representadas pelo índice de precipitação mensal
(IPP), em cada grupo homogêneo gerado com base nos dados, espacialmente distribuídos na
bacia (método de análise multivariado) e, as anomalias mensais dos campos de Temperatura
da Superfície do Mar (ATSM), na região do Oceano Pacífico Equatorial. Utilizou-se a
correlação linear entre essas duas variáveis sem defasagem e com defasagem de até seis
meses com o intuito de estabelecer a associação entre causa e efeito, bem como o tempo de
duração dessa associação. Os dados de ATSM foram obtidos no site da NOAA e os dados de
precipitação da bacia no site da ANA (Agência Nacional da Água). Foi realizado um recorte
temporal para os IPP da bacia em estudo e as ATSM de acordo com os critérios de Trenberth,
considerando os eventos de El Niño e La Niña mais longos. Notou-se uma significativa
influência dos índices de anomalias da temperatura do mar, no Oceano Pacífico Equatorial,
em relação aos índices de precipitação pluvial, calculados na área de estudo, na maioria dos
casos, após quatro meses do início dos eventos de El Niño e La Niña.
PALAVRAS-CHAVE: Precipitação Pluvial, anomalias, ENOS.
ABSTRACT: The objective of this work was to verify a relation between the monthly
precipitation anomalies of the Paranapanema basin, represented by the monthly precipitation
index (IPP), in each homogeneous group generated with basis in data, spatially distributed in
the basin (multivariate analysis method) and the monthly anomalies of Surface Temperature
of the Sea (ATSM), in the Equatorial Pacific Ocean region. It was used linear correlation
between these two variables with and without imbalance up to six months to establish the
cause and effect association, as well as its duration time. The ATSM data was taken from the
NOAA website and the precipitation data of the basin from the ANA (National Agency of the
Water) website. A secular clipping for the IPP of the basin in study and the ATSM was
carried through in accordance with the Trenberth criteria, considering the longer events of El
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24 a 29 de agosto de 2008 – Alto Caparaó/ MG
Niño and La Niña. It was noticed a significant influence of the temperature anomalies index
of the sea in the Equatorial Pacific Ocean, in relation to the pluvial precipitation index
calculated in the study area mainly after four months of the beginning of El Niño and La Niña
events.
KEY WORDS: Pluvial precipitation, anomalies, ENOS.
INTRODUÇÃO: Pretende-se, com este trabalho, contribuir para estudos relacionados à
dinâmica climatológica, atuante na crosta terrestre, especificadamente na área da bacia do
Paranapanema, no qual ainda não houve nenhum estudo, sendo inédito este tipo de análise,
trazendo a concepção de bacia hidrográfica como limite territorial para as análises climáticas
e de futuros planejamentos em diversos setores da economia, agricultura e do meio ambiente.
A análise climatológica fornece subsídios importantes, tanto no que diz respeito ao
conhecimento da realidade espacial, quanto da organização das atividades antrópicas,
permitindo a integração de diversas modalidades que possibilitam aperfeiçoar os estudos na
questão ambiental. Com isso, a área de estudo selecionada foi a bacia do Paranapanema que
compreende os Estados de São Paulo e Paraná, analisando dados da precipitação pluvial da
área em questão, correlacionando-os com a Temperatura da Superfície do Mar do oceano
Pacífico Equatorial em períodos fortes de El Niño e La Niña.
Segundo Azevedo (2006), um aspecto fundamental da água é o desequilíbrio provocado pelos
eventos hidrológicos extremos, relacionados com a dinâmica climática: secas e inundações,
por exemplo. As secas trazem enormes problemas à imensa população brasileira, provocando
pobreza, desnutrição e êxodo para as grandes cidades. As enchentes, agravadas pelo
desmatamento e pela impermeabilização do solo urbano, são responsáveis por prejuízos
econômicos e sociais incalculáveis, pelo risco a saúde e a qualidade de vida dos habitantes das
áreas assoladas.
As transformações ocorridas nos últimos 100 anos no uso e ocupação da superfície terrestre,
provavelmente, trouxeram conseqüências tanto a qualidade ambiental de modo geral, como
certamente a mudanças da camada inferior da atmosfera, afetando o regime hídrico das
precipitações pluviais e da disponibilidade de água no solo, além do balanço de energia.
(SANT´ANNA NETO, 1998).
Alguns estudos já realizados no Sul do Brasil mostraram claramente a correlação entre a
precipitação pluvial e as condições climáticas de El Niño – Oscilação Sul (ENOS). Em algusn
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24 a 29 de agosto de 2008 – Alto Caparaó/ MG
desses trabalhos concluiu-se que, as chuvas possibilitam ou impedem o manejo das culturas
existentes no Sul do Brasil (FERREIRA, 2000). Sansigolo e Nery (1998) estudaram a
precipitação do Sul e Sudeste do Brasil utilizando análise de fatores de agrupamento,
mostrando que a região apresenta grande variabilidade sazonal, com ciclo bem definido.
Através da análise de um dos componentes climáticos, as anomalias da temperatura do mar,
juntamente com as precipitações pluviais da bacia do Paranapanema para o mesmo período,
tentará fazer inferências de acordo com os resultados sobre a possibilidade ou não de tais
eventos climáticos intervirem na área de estudo.
MATERIAIS E MÉTODOS: Para estabelecer uma relação entre as anomalias mensais de
precipitação na bacia, representadas pelo índice de precipitação mensal (IPP) em cada grupo
(sendo cinco grupos homogêneos) e as anomalias mensais dos campos de Temperatura da
Superfície do Mar (ATSM), na região do Oceano Pacífico Equatorial, foi utilizada correlação
linear. Esses dados de ATSM foram pegos no site da NOAA.
O índice de precipitação mensal da bacia do Paranapanema para o período de análise (1975 a
2004), foi calculado através da fórmula:
IPP =
p−P
P
Foi realizado um recorte temporal para o IPP da bacia em estudo e os índices de anomalias da
temperatura do mar (IATSM) do Pacífico Equatorial de acordo com os períodos selecionados
para os eventos El Niño e La Niña.
223
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Figura 1 – Localização das áreas de atuação do fenômeno El Niño sobre o Pacífico Equatorial.
Fonte: Disponível em: http://www.cco.gov.co/imagenes%20nino/Imagen6.jpg
Para estudar a influência dos índices mensais da temperatura da superfície do mar (ITSM) do
Oceano Pacífico Equatorial, nas anomalias de precipitação mensal da bacia, utilizou-se
correlações lineares, sem defasagem e com defasagem, da temperatura da superfície do mar
(TSM) do Oceano Pacífico Equatorial em relação aos índices da precipitação pluvial (IPP) da
área de estudo. A correlação linear do IPP, com até seis meses defasados, em relação ao
IATSM possibilitou estabelecer possíveis relações entre anomalias locais de precipitação
mensal e o fenômeno de escala global, denominado El Niño – Oscilação Sul (ENOS).
Para o Oceano Pacífico, no período de 1950 a 1997, foram considerados, pelo critério de
Trenberth (1997), 16 eventos de El Niño, num total de 180 meses, 10 eventos de La Niña,
com 132 meses e finalmente 264 meses considerados normais. A definição quantitativa para
os eventos El Niño e La Niña pelo critério de Trenberth (1997) é baseada em médias móveis
de 5 meses das TSM do Pacífico, na região do Niño 3.4, definindo o evento El Niño quando a
média excede 0,4oC e para o evento La Niña, quando a média é inferior a -0,4oC, obtendo-se
assim definições objetivas do início, duração, fim e magnitude dos eventos. (SILVA, 2006).
Na Tabela 1, encontram-se as principais características (início, fim, duração) e os IATSM
médias e máximas dos eventos de El Niño e La Niña, no período entre 1950 e 98, definidas
pelo critério de Trenberth (1997).
Os períodos correlacionados foram aqueles para os eventos mais longos, dentro do período.
Para o evento El Niño: abril 1982 a junho 1983 (16 meses), agosto 1986 a fevereiro 1988 (19
meses), março 1991 a julho 1992 (17 meses) e abril 1997 a maio 1998 (14 meses). Eventos La
Niña, os períodos foram: setembro 1984 a junho 1985 (10 meses) e maio 1988 a junho 1989
(14 meses).
Tabela 1 - Principais Características (Início, Fim, Duração e Magnitude) dos Eventos El Niño e La
Niña no Pacífico Definidos pelo Critério de Trenberth no Período de 1950-98.
EVENTOS EL NIÑO
Duração
Ínicio
Fim
(meses)
ago/51 fev/52
7
mar/53 nov/53 9
abr/57
jan/58
10
jun/63
fev/64
9
mai/65 jun/66
14
set/68
mar/70 19
abr/72
mar/73 12
EVENTOS LA NIÑA
ATSM (ºC)
Duração
Ínicio
Fim
(meses)
Média Máx.
0,7
1
mar/50 fev/51 12
0,6
1,1
jun/54 mar/56 22
1,1
2,1
mai/56 nov/56 7
0,9
1,2
mai/64 jan/65
9
1,2
1,9
jun/70 jan/72
20
0,8
1,3
jun/73 jun/74 13
1,4
2,3
set/74
abr/76 20
ATSM (ºC)
Média Máx.
-0,7
-1,2
-0,9
-2
-0,4
-0,7
-0,7
-1,1
-0,8
-1,8
-1,1
-1,8
-0,8
-1,7
224
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24 a 29 de agosto de 2008 – Alto Caparaó/ MG
ago/76
jul/77
out/79
abr/82
ago/86
mar/91
fev/93
jun/94
abr/97
mar/77
jan/78
abr/80
jun/83
fev/88
jul/92
set/93
mar/95
mai/98
8
7
7
16
19
17
8
10
14
0,8
0,7
0,5
1,6
1,3
1,1
0,7
0,8
1,9
1,1
1
0,8
3,1
2
2
1,3
1,4
2,9
set/84
mai/88
set/95
jun/85
jun/89
mar/96
10
14
7
-0,7
-1,3
-0,7
-1,1
-2,1
-0,8
Fonte: Trenberth, (1997).
Foram feitos gráficos das correlações considerando os resultados mais significativos, sendo
realizado também os ajustes (linear e polinomial), verificando os valores de R2 e de p (p<0.05,
implica em R2 significativo).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A importância de se considerar a influência dos índices de
anomalias das temperaturas da superfície do mar (IATSM) nos oceanos, juntamente com os
índices de precipitações mensais (IPP), já foi descrita por alguns autores na literatura, porém
para o local de estudo, pode-se considerar inédito.
O fenômeno das anomalias da temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico
Equatorial (ATSM), que ocorrem em anos de Eventos El Niño e La Niña, afeta a dinâmica
climática em escala global, com bruscas alterações climáticas no mundo, com impactos
generalizados nas atividades humanas, gerados por inúmeras catástrofes ligadas a severas
secas e inundações.
Foram, portanto, elaborados gráficos de correlação dos IPP da bacia do Paranapanema com os
IATSM do Pacífico Equatorial, para alguns eventos de El Niño e La Niña, considerados mais
longos e selecionados de acordo com Trenberth (1997) para cada grupo homogêneo.
Escolheu-se os períodos de abril 1982 a junho 1983, agosto 1986 a fevereiro 1988, março
1991 a julho 1992 e abril 1997 a maio 1998 para fenômenos El Niño e, setembro 1984 a
junho 1985 e maio 1988 a junho 1989 para fenômenos La Niña.
Nas Tabelas 2A a 2F, tem-se as respectivas correlações entre IPP e IATSM do setor Niño 3.4
(Figura 1), no oceano Pacífico Equatorial, com defasagens de até 6 meses.
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Tabelas 2A a 2F – Correlação entre IPP e ITSM, para períodos de ocorrência de El Niño e La Niña.
GRUPOS
GRUPO I
GRUPO II
GRUPO III
GRUPO IV
GRUPO V
S DEF
-0,04
-0,08
-0,14
-0,14
-0,16
A - EL NINO - ABR/82 a JUN/83
DEF 1
DEF 2
DEF 3
-0,04
-0,07
0,13
-0,06
-0,09
0,02
-0,15
-0,09
0,20
-0,15
-0,13
0,10
-0,14
-0,13
0,19
DEF 4
0,43
0,37
0,47
0,44
0,49
DEF 5
0,38
0,29
0,44
0,37
0,42
GRUPOS
GRUPO I
GRUPO II
GRUPO III
GRUPO IV
GRUPO V
S DEF
-0,64
-0,33
-0,29
-0,36
-0,32
B - EL NINO - AGO/86 a FEV/88
DEF 1
DEF 2
DEF 3
-0,68
-0,65
-0,63
0,06
-0,01
-0,03
-0,20
-0,18
-0,25
-0,02
-0,07
-0,09
-0,15
-0,06
-0,06
GRUPOS
GRUPO I
GRUPO II
GRUPO III
GRUPO IV
GRUPO V
S DEF
0,30
0,34
0,05
0,19
0,17
C - EL NINO - MAR/91 a JUL/92
DEF 1
DEF 2
DEF 3
0,44
0,42
0,33
0,44
0,35
0,30
0,16
0,27
0,08
0,22
0,24
0,10
0,23
0,23
0,08
DEF 4
0,49
0,53
0,20
0,26
0,26
DEF 5
0,35
0,40
0,04
0,22
0,19
GRUPOS
GRUPO I
GRUPO II
GRUPO III
GRUPO IV
GRUPO V
S DEF
-0,11
-0,21
0,12
-0,19
-0,06
D - EL NINO - ABR/97 a MAI/98
DEF 1
DEF 2
DEF 3
-0,10
-0,10
0,33
-0,20
-0,14
0,11
0,01
-0,03
0,11
-0,21
-0,16
0,16
-0,04
-0,01
0,23
DEF 4
-0,03
-0,08
-0,40
-0,01
-0,08
DEF 5
-0,16
-0,16
-0,44
-0,11
-0,24
GRUPOS
GRUPO I
GRUPO II
GRUPO III
GRUPO IV
GRUPO V
S DEF
-0,28
-0,38
0,00
-0,24
-0,13
E - LA NIÑA - SET/84 a JUN/85
DEF 1
DEF 2
DEF 3
-0,39
-0,20
-0,23
-0,40
-0,08
-0,18
-0,41
-0,16
-0,22
-0,65
-0,37
-0,33
-0,58
-0,43
-0,45
DEF 4
-0,63
-0,59
-0,46
-0,34
-0,48
DEF 5
-0,06
-0,05
0,14
0,10
0,09
GRUPOS
GRUPO I
GRUPO II
GRUPO III
GRUPO IV
GRUPO V
S DEF
-0,01
-0,11
-0,23
-0,15
-0,21
F - LA NIÑA - MAI/88 a JUN/89
DEF 1
DEF 2
DEF 3
0,25
0,21
0,31
0,25
0,32
0,36
0,28
0,22
0,16
0,34
0,18
0,21
0,27
0,15
0,13
DEF 4
-0,32
0,01
-0,07
0,00
-0,03
DEF 5
0,28
0,18
0,21
0,30
0,21
DEF 4
0,38
0,42
0,17
0,26
0,19
DEF 6
0,53
0,21
0,32
0,32
0,21
DEF 6
0,50
0,57
0,70
0,73
0,69
DEF 5
0,20
0,22
0,19
0,16
0,17
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De acordo com as tabelas apresentadas, percebe-se que as anomalias de TSM do Pacífico
Equatorial começam a influenciar na bacia do Paranapanema, na maioria dos casos, após
quatro meses do ínicio dos eventos. Os números em destaques nas tabelas foram considerados
os mais significativos e, portanto, fez-se testes de correlações lineares e polinomiais de
primeira à terceira ordem para verificar qual ajuste se enquadra melhor e também testar sua
significância.
Para o evento de El Niño do período de abril 1982 a junho 1983, foram testados os grupos I,
III, IV e V, onde as correlações foram acima de 40%, significando, à princípio, que, mais de
40% do total de chuvas é explicado pelo fenômeno El Niño.
Com isso, fez-se testes de correlação linear para cada um dos grupos, verificando o grau da
significância.
Tabela 3 – Valores de equação da reta, R2 e p para cada teste realizado com cada grupo.
EL NIÑO ABR/82 A JUN/83
Grupos
Equação da reta
Grupo I
Grupo III
Grupo IV
Grupo V
y = -0,40968+0,48853x
y = -0,50248+ 0,61392x
y = -0,45894+ 0,60087x
y = -0,59303+ 0,63529x
R2
p
0,42
0,47
0,44
0,49
0,11
0,07
0,09
0,06
Percebe-se que nas Figuras 2 a 5, que as correlações não foram significativas (p > 0.05), onde
os índices de concordância (R2) chegaram de 42 e 49%, para o tipo de correlação linear, no
qual se ajustou melhor.
EL NIÑO ABR/82 a JUN/83 - Grupo I/Defasagem 4
EL NIÑO ABR/82 a JUN/83 - Grupo III/Defasagem 4
2,5
3,0
2,5
1,5
2,0
1,0
1,5
IPP
IPP
2,0
0,5
1,0
0,5
0,0
0,0
-0,5
-0,5
-1,0
-1,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
TSM
Figura 2 – Gráfico de correlação linear para o
grupo I, entre IPP e IATSM, com defasagem de 4
meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia do
Paranapanema.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
TSM
Figura 3 – Gráfico de correlação linear para o grupo
III, entre IPP e IATSM, com defasagem de 4 meses
entre o evento e a chuva ocorrida na bacia do
Paranapanema.
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EL NIÑO ABR/82 a JUN/83 - Grupo IV/Defasagem 4
EL NIÑO ABR/82 a JUN/83 - Grupo V/Defasagem 4
3,0
3,0
2,5
2,5
2,0
2,0
1,5
1,5
1,0
IPP
IPP
1,0
0,5
0,5
0,0
0,0
-0,5
-0,5
-1,0
-1,0
-1,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
TSM
Figura 4 – Gráfico de correlação linear para o
grupo IV, entre IPP e IATSM, com defasagem de
4 meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia
do Paranapanema.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
TSM
Figura 5 – Gráfico de correlação linear para o
grupo V, entre IPP e IATSM, com defasagem de 4
meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia do
Paranapanema.
Percebe-se que a maior parte dos grupos se concentra na região Sul, como o grupo I, que se
concentra inteiramente no Estado do Paraná, grande parte do grupo III, IV e V também, o que
propicia o aumento de chuvas durante o fenômeno. Segundo Mendonça (2007) na região Sul,
as precipitações são abundantes, principalmente na primavera (de setembro a dezembro) e de
maio a junho. Já na região Sudeste, o padrão das chuvas não sofre alterações durante um
evento El Niño. Contudo, é observado um aumento moderado das temperaturas durante o
inverno.
Na Figura 6 tem-se o teste de correlação linear para o período de El Niño de agosto 1986 a
fevereiro 1988, onde o grupo I obteve uma maior correlação com a anomalia da TSM do
Pacífico Equatorial, sendo maior que 50% numa defasagem de seis meses após o início do
evento. Os outros grupos não chegaram a 35%. O índice de concordância do grupo I foi de
53% (p = 0,01) mostrando um significativo aumento de chuvas para este período.
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EL NIÑO AGO/86 a FEV/88 - Grupo I/Defasagem 6
1,0
IPP
0,5
0,0
-0,5
-1,0
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
TSM
Figura 6 – Gráfico de correlação linear para o grupo I,
entre IPP e IATSM, com defasagem de 6 meses entre o
evento e a chuva ocorrida na bacia do Paranapanema.
Para o período de El Niño de março 1991 a julho 1992, dois grupos se sobressaíram, o grupo I
e o grupo II com valores de 49 e 53% numa defasagem de 4 meses, como mostra as Figuras 7
e 8 e Tabela 4, sendo os valores de p menos que 0,05.
1,5
EL NIÑO MAR/91 a JUL/92 - Grupo I/Defasagem 4
EL NIÑO MAR/91 a JUL/92 - GrupoII/Defasagem 4
1,5
1,0
0,5
0,5
IPP
IPP
1,0
0,0
0,0
-0,5
-0,5
-1,0
-1,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
0,0
TSM
0,5
1,0
1,5
2,0
TSM
Figura 7 – Gráfico de correlação linear para o
grupo I, entre IPP e IATSM, com defasagem de
4 meses entre o evento e a chuva ocorrida na
bacia do Paranapanema.
Figura 8 – Gráfico de correlação linear para o
grupo II, entre IPP e IATSM, com defasagem de 4
meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia
do Paranapanema.
Tabela 4 – Valores de equação da reta, R² e p para cada teste realizado com cada grupo.
EL NIÑO MAR/91 A JUL/92
Grupos
Equação da reta
Grupo I
Grupo III
y = -0,49286+ 0,50137x
y = -0,6714+ 0,63851x
R²
p
0,49 0,04
0,53 0,02
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Para o evento El Niño de abril 1997 a maio 1998 não houve nenhum valor significativo, ao
contrário do evento La Niña do período de setembro 1984 a junho 1985, onde todos os grupos
ultrapassaram 50% de correlação entre o IPP com as anomalias de TSM do Pacífico
Equatorial numa defasagem de seis meses, o que mostra que grande parte da precipitação
nesta região é explicada pelo fenômeno La Niña.
Observa-se ainda pela tabela de defasagens (Tabela 5) que, após um mês do ínicio do evento,
para os grupos IV e V houve um valor negativo expressivo, de 65 e 58% respectivamente,
explicando a falta de chuvas nesses locais. Após quatro meses do início do fenômeno, os
grupos I e II chegam a índices de -0,63 e -0,59 de anomalias para este período.
Com uma defasagem de 6 meses os valores dos índices das anomalias da bacia ficaram
positivos, chegando a 73% de correlação com as anomalias da TSM do Oceano Pacífico
Equatorial.
Tabela 5 – Valores de equação da reta, R² e p para cada teste realizado com cada grupo.
LA NIÑA SET/84 A JUN/85
Grupos
Equação da reta
Grupo I
y = 0,42768+ 0,81332x
Grupo II
y = 0,4483+ 0,85803x
Grupo III
y = 0,3636+ 0,82425x
Grupo IV
y = 0,51102+0,93443x
Grupo V
y = 0,58156+ 0,9577x
R²
0,49
0,57
0,69
0,72
0,68
LA NIÑA SET/84 a JUN/85 - Grupo I/Defasagem 6
0,8
p
0,14
0,08
0,02
0,01
0,02
LA NIÑA SET/84 a JUN/85 - Grupo II/Defasagem 6
1,0
0,6
0,8
0,4
0,4
0,2
0,2
0,0
0,0
IPP
IPP
0,6
-0,2
-0,2
-0,4
-0,4
-0,6
-0,6
-0,8
-0,8
-1,0
-1,0
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
TSM
Figura 9 – Gráfico de correlação linear para o
grupo I, entre IPP e IATSM, com defasagem de 6
meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia
do Paranapanema.
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
TSM
Figura 10 – Gráfico de correlação linear para o
grupo II, entre IPP e IATSM, com defasagem de 6
meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia
do Paranapanema.
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Anais do 8° Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica
24 a 29 de agosto de 2008 – Alto Caparaó/ MG
LA NIÑA SET/84 a JUN/85 - Grupo III/Defasagem 6
LA NIÑA SET/84 a JUN/85 - Grupo IV/Defasagem 6
0,4
0,6
0,2
0,4
0,2
-0,2
0,0
IPP
IPP
0,0
-0,2
-0,4
-0,4
-0,6
-0,6
-0,8
-0,8
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
TSM
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
TSM
Figura 11 – Gráfico de correlação linear para o
grupo III, entre IPP e IATSM, com defasagem de
6 meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia
do Paranapanema.
Figura 12 – Gráfico de correlação linear para o
grupo IV, entre IPP e IATSM, com defasagem de 6
meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia do
Paranapanema.
LA NIÑA SET/84 a JUN/85 - Grupo V/Defasagem 6
0,6
0,4
0,2
IPP
0,0
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
TSM
Figura 13 – Gráfico de correlação linear para o grupo
V, entre IPP e IATSM, com defasagem de 6 meses
entre o evento e a chuva ocorrida na bacia do
Paranapanema.
As Figuras 9 a 13, mostram os gráficos de correlação linear, no qual melhor se ajustou, para
este evento La Niña. Somente os grupos III, IV e V foram significativos, sendo os valores de
p menores que 0,05.
Para o período de maio/88 a junho/89 no qual ocorreu o fenômeno La Niña, não houve muitas
correlações de anomalias expressivas, destacando apenas um no grupo II, como mostra a
Figura 14, no qual teve o R² = 0,41 (p = 0,01).
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Anais do 8° Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica
24 a 29 de agosto de 2008 – Alto Caparaó/ MG
LA NIÑA MAI/88 a JUN/89 - Grupo II/Defasagem 4
1,5
1,0
IPP
0,5
0,0
-0,5
-1,0
-2,4
-2,2
-2,0
-1,8
-1,6
-1,4
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
TSM
Figura 14 – Gráfico de correlação linear para o
grupo III, entre IPP e IATSM, com defasagem de 4
meses entre o evento e a chuva ocorrida na bacia do
Paranapanema.
CONCLUSÕES: Através das análises da correlação dos índices de precipitações mensais da
bacia com as anomalias das temperaturas de superfície do mar do Pacífico Equatorial, nota-se
uma significativa influência dos índices de anomalias da temperatura do mar, no Oceano
Pacífico Equatorial, em relação aos índices de precipitação pluvial calculados, na área de
estudo, na maioria dos casos, após quatro meses do início dos eventos El Niño e La Niña.
REFERÊNCIAS:
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Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2006.
SANSIGOLO, C. A.; NERY, J. T. Análise de fatores comuns e agrupamentos das
precipitações nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
METEOROLOGIA, 10., e CONGRESSO DA FLISMET, 7., 1998, Brasília. Anais... Brasília:
SBMET, 1998. p. 356-371.
FERREIRA, J.H.D. Relação de parâmetros meteorológicos do estado do Paraná
associados com índice da Oscilação Sul. 2000. Dissertação (Mestrado em Geografia) –
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2000.
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Anais do 8° Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica
24 a 29 de agosto de 2008 – Alto Caparaó/ MG
SANT´ANNA NETO, J.L. Clima e organização do espaço. Boletim de Geografia, Maringá,
n. 16, p. 119-131, 1998.
TRENBERTH, K. E. The definition of El Niño. Bulletin of the American Meteorology
Society, v. 78, n. 12, p. 2771-2777, 1997.
SILVA, E.S. Variabilidade de precipitação pluviométrica nas regiões Sudeste e Sul do
Brasil. Tese (Doutorado em Agronomia) –UNESP, Botucatu, 2006.
233
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