VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E HOSPITALAR DA TUBERCULOSE Enf. Simone Escudero Cuiabá, maio de 2015 UFMT Objetivos da vigilância epidemiológica da Tuberculose: Conhecer a magnitude da doença, (dados de morbidade e mortalidade), sua distribuição e fatores de risco e tendência no tempo, dando subsídios para as ações de controle. Ações de vigilância 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Investigação do caso; Notificação; Visita domiciliar; Exame de contatos; Vigilância em hospitais; Vigilância em outras instituições; Vigilância de infecção tuberculosa; Acompanhamento e encerramento dos casos 1. Investigação do caso e notificação Caso suspeito, é todo Indivíduo com a sintomatologia clínica sugestiva de tuberculose pulmonar: tosse com expectoração por 3 semanas ou mais; suspeito ao exame radiológico de tórax; contato de tuberculose pulmonar; pessoas com patologia ou condição predisponente. Define-se como caso de tuberculose todo indivíduo com diagnóstico bacteriológico confirmado – baciloscopia ou cultura positivos – e indivíduos com diagnóstico baseados em dados clínico-epidemiológicos e em resultados de exames complementares Quando e como fazer a investigação? Quando houver a suspeita do caso de tuberculose, sintomático respiratório ou não; deve-se fazer a solicitação dos exames para confirmação diagnóstica, tais como: • baciloscopia de escarro (2 amostras para diagnóstico), •Cultura; • teste de sensibilidade do escarro; •RX entre outros; Obs: Nunca esquecer de registrar no prontuário. Quando e como notificar? Todo caso de tuberculose confirmado deve ser notificado e investigado no prazo máximo de uma semana, e encaminhado para vigilância epidemiológica da SMS para que providências quanto a insumos e medicamentos sejam providenciados, bem como : -Todo caso suspeito deve ser examinado para confirmar ou não o diagnóstico; -Na notificação de suspeitos é importante considerar se foram realizados os exames para confirmação bacteriológica; Quando e como notificar? -Notificação dos casos de tuberculose são obrigatórias por toda unidade de saúde (PSF, CS, UPA, Policlínicas, Hospitais entre outras); -São utilizados sistemas de informação em saúde que servem para registrar e monitorar os casos de tuberculose, tais como: • SINAN– Sistema Nacional de Agravos de Notificação, •SIH– Sistema de Informação Hospitalar, •SIM- Sistema de Mortalidade, • SITETB- Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose; • além dos diversos instrumentos de registros utilizados pelas unidades notificadoras (impressos padronizados pelo PNCT). 2. Visita domiciliar Objetivo de verificar adesão do doente ao tratamento, reforçar as orientações quanto ao tratamento para evitar os faltosos e a importância do exame de controle mensal; 3. Exame de contatos Faz-se necessário investigar os contatos do caso confirmado de tuberculose; Contatos de casos de Tuberculose: Toda pessoa, parente ou não, que coabita com um doente de tuberculose. 4. Vigilância em Hospitais Os hospitais precisam estar atentos à descoberta de casos de tuberculose, para início precoce do tratamento e à notificação do caso; Ficar alerta após a alta hospitalar, revendo fluxo entre a instituição hospitalar e SMS para seja dado continuidade ao tratamento; Papel dos hospitais no controle da tuberculose: As ações prioritárias para o controle da Tb se concentram nas unidades básicas de saúde e unidades ambulatoriais de referência.Entretanto, têm-se demonstrado o importante papel dos hospitais no controle da Tb, por atenderem pacientes com comorbidades ou por deficiência na porta de entrada na rede de atenção primária.Pacientes notificados em hospitais apresentam, com maior frequência, retardo no diagnóstico, comorbidades. 4. Vigilância em Hospitais Equipe deve: •Interação ágil e eficiente com a equipe da Vigilância Epidemiológica da Tb (SMS); •Estabelecer fluxos de diagnóstico de Tb, isolamento respiratório e de tratamento; •Priorizar a adoção de medidas administrativas (suspeita de Tb pulmonar); •Toda unidade hospitalar e de emergência, deve estar preparada para a correta conduta na identificação do SR, diagnóstico de Tb, medidas relacionadas ao controle de infecção tuberculosa e ações de vigilância. Essas medidas devem ser monitoradas prioritariamente pelas CCIH existentes. 4. Vigilância em Hospitais •As ações têm início ainda na porta de entrada dos hospitais. A identificação do SR deve-se dar no momento em que são realizadas avaliações e classificações de risco; •Priorizar a identificação de paciente com tosse com duração igual ou superior a tres semanas; •Promover a correta coleta e fluxo do exame de escarro para realização precoce de baciloscopia e cultura; •Viabilizar o diagnóstico laboratorial: disponibilizando baciloscopia de escarro durante 24hs, com resultado em menos de 24hs para internados e no máximo em 4h para pacientes em emergência; •Zelar para que o tratamento seja instituído o mais precoce possível; 4. Vigilância em Hospitais Implantar/implementar vigilância de casos de Tb ativa por meio de liberação de medicamentos anti TB na farmácia hospitalar, resultados de exames positivos no laboratório e identificação de paciente com Tb; Zelar pela correta notificação do caso e encaminhamento das fichas de notificação à vigilância epidemiológica do município; Promover a correta conduta na alta hospitalar do paciente: com medicamentos suficientes até a consulta na UBS, ficha de encaminhamento com os dados de diagnóstico e tratamento utilizando formulário próprio (anexo), do desfecho de cada paciente: alta por cura, abandono de tratamento, transferência, óbito, mudança de diagnóstico, falência terapêutica, etc. Isolar casos confirmados de Tb vias aéreas; Disponibilizar equipamento de proteção: máscaras especiais(N95) 5. Vigilância em outras instituições Estar alerta as diversas instituições como presídios, albergues, asilos e outras de longa permanência que necessitam estar organizadas no sentido da busca periódica de casos, investigação diagnóstica, exame de contatos e melhoria da interação entre os serviços; 6. Vigilância de Infecção Tuberculosa (ILTB) Indicação: -Pessoas vivendo com HIV/AIDS; -Profissionais que trabalham em serviços de saúde; -Contatos intradomiciliar 7. Acompanhamento e encerramento dos casos -Acompanhar e supervisionar o tratamento, bem como as informações geradas que são repassadas ao sistema de informação; -Preencher corretamente os impressos padronizados; NOTA INFORMATIVA Nº 08, DE 2014 CGPNCT/DEVEP/SVS/MS Fluxograma das notificações UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – Fonte notificadora BOLETIM DE ACOMPANHAMENTO MENSAL SMS SINAN ERS Vigilância Epidemiológica/SVS/SES MS HOSPITALAR IMPRESSOS •Ficha de notificação/Investigação de Tuberculose – SINAN •Mapa de medicamentos Tuberculostáticos •Ficha de encaminhamento e/ou transferência •Boletim de Acompanhamento de Tuberculose •Ficha de solicitação de exame de Baciloscopia de escarro •Ficha de acompanhamento da tomada diária do medicamento (TDO) •Impresso de resultado PPD •Caderneta de Controle do Tratamento SISTEMA DE INFORMAÇÃO *LIVRO VERDE: livro de controle de Sintomáticos Respiratórios (SR) *LIVRO VERDE: livro de registro de casos de Tuberculose e controle de Tratamento *SINAN: Sistema Nacional de Agravos de Notificação –ficha de Notificação e Investigação *SIM: Sistema de Informação de Mortalidade •LIVRO BRANCO: Livro de registro de exames de baciloscopias de escarro do laboratório •* MAPA DE MEDICAMENTOS TUBERCULOSTÁTICOS PRINCIPAIS INDICADORES DA TUBERCULOSE Proporção de cura Proporção de de casos novos encerramento bacilíferos dos casos novos 68,0 89,0 Proporção de cura de casos novos bacilíferos - >85% Proporção de encerramento dos casos novos – 100% % de TDO realizado entre casos novos bacilíferos 74,0 % de TDO realizado entre casos novos bacilíferos – 100% Realização do exame de cultura nos casos de retratamento 16,3 Realização do exame de cultura nos casos de retratamento – 75% % de contatos examinados entre os casos novos bacilíferos 16,2 % de contatos examinados entre os casos novos bacilíferos – 100% *BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011. Telessaúde Mato Grosso - Tele Educa MT Núcleo Técnico Científico de Telessaúde MT www.telessaude.mt.gov.br www.youtube.com/teleeducamatogrosso [email protected] Tel: (65) 3615-7352 (65) 3661-3559/3661-2934