INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL Departamento de Ensino Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Homeopatia Área de Concentração: Farmácia MONOGRAFIA DISPENSAÇÃO ORIENTADA EM FARMÁCIA HOMEOPÁTICA Carolina Cipriano da Silva Liliane Silva Alves Rio de Janeiro 2011 1 INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL Departamento de Ensino Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Homeopatia Área de Concentração: Farmácia DISPENSAÇÃO ORIENTADA EM FARMÁCIA HOMEOPÁTICA Carolina Cipriano da Silva Liliane Silva Alves Sob a Orientação da Professora Carmelinda Monteiro Costa Afonso Monografia submetida como requisito parcial para obtenção do certificado de conclusão do curso de pós graduação lato sensu em Homeopatia – área de Farmácia. Rio de Janeiro 2011 2 Número de Catalogação: Alves, Liliane Silva e Silva, Carolina Cipriano Dispensação Orientada em Farmácia Homeopática. Rio de Janeiro. R.J. Instituto Hahnemanniano do Brasil. 2011. 23f. Orientadora: Carmelinda Monteiro Costa Afonso I. Carmelinda Monteiro Costa Afonso. II. Instituto Hahnemanniano do Brasil. III. Dispensação Orientada em Farmácia Homeopática. 3 INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL Departamento de Ensino Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Homeopatia Área de Concentração: Farmácia DISPENSAÇÃO ORIENTADA EM FARMÁCIA HOMEOPÁTICA Carolina Cipriano da Silva Liliane Silva Alves MONOGRAFIA APROVADA EM: ....../....../2011 Carmelinda Monteiro Costa Afonso, MSc. IHB Coordenadora/Orientadora 4 RESUMO A homeopatia é um método terapêutico baseado na lei natural de cura que visa à individualização dos sintomas e tem o objetivo de estimular a reação orgânica no sentido da cura. Por oferecer muitos benefícios à saúde, a homeopatia constitui uma das formas de tratamento que mais se expandem no mundo. Consequentemente, esta realidade vem promovendo um aumento significativo no consumo de medicamentos homeopáticos. Ressaltando a importância do profissional farmacêutico na dispensação orientada, podendo fazer um acompanhamento mais personalizado, orientando-os sobre o medicamento, dose, via de administração e forma farmacêutica, além da posologia e o monitoramento terapêutico, tendo como objetivo a cura, a eliminação ou ao menos a redução da sintomatologia. PALAVRAS-CHAVE Homeopatia, Dispensação Orientada, Papel do Farmacêutico. 5 LISTA DE ABREVIATURAS ABFH Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopata IHB Instituto Hahnemanniano do Brasil RDC Resolução da Diretoria Colegiada SNVS-MS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária/ Ministério da Saúde 6 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................8 2. DESENVOLVIMENTO...................................................................................10 2.1 OS CONCEITOS HOMEOPÁTICOS...........................................................12 2.2 FARMÁCIA HOMEOPÁTICA.......................................................................14 2.3 PERFIL DO FARMACÊUTICO....................................................................16 2.4 DISPENSAÇÃO ORIENTADA.....................................................................17 3. CONCLUSÃO................................................................................................21 4. BIBLIOGRAFIA.............................................................................................23 7 1. INTRODUÇÃO A dispensação na Farmácia Homeopática é o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado. Nesse ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação dos medicamentos. (BRASIL, 1998) A dispensação farmacêutica é um ato que necessita de habilidades e conhecimentos técnicos específicos e é fruto da relação entre o paciente e o farmacêutico, envolvendo também os auxiliares do farmacêutico e os cuidadores desse paciente em um processo em que é imprescindível atenção e cuidado ao mesmo. O processo de dispensação deve envolver o conhecimento de características farmacoterapêuticas do medicamento e ser capaz de proporcionar ao paciente informação útil e clara sobre todas as características do medicamento. Explicar para que serve, como utilizar, como guardar e qualquer outra informação necessária ao melhor uso do medicamento, são atitudes fundamentais na etapa de dispensação de medicamentos. Ações de alerta para evitar o surgimento de contra-indicações, duplicidades de uso e interações de relevância clínica são identicamente importantes. Desse modo estará sendo garantido o conhecimento e a aceitação do processo de uso do medicamento pelo paciente, bem como a observação dos indicadores da evolução do tratamento dispensado. 8 O presente trabalho tem como objetivo, a dispensação do receituário na farmácia homeopática, como um dos requisitos necessários ao alcance dos objetivos terapêuticos prognóstico, assim como para o uso racional de medicamentos. 9 2. DESENVOLVIMENTO A homeopatia considera o indivíduo como um todo, e propõe uma estratégia terapêutica que destaca a individualização do paciente, tomando como indicações importantes durante a anamnese suas sensações, medos, forma de reagir a estímulos, entre outros, por uma “força” interna. Filósofos e médicos da antiguidade refletiram e observaram como nosso corpo organiza os processos vitais: nascimento, vida, morte e as “doenças”. Esta inquietação inicial configurou a “energia” que anima o corpo, denominada de Energia Vital, como aquela responsável pela homeostase do organismo humano, não é só formado por componentes físicos. Com isto, originou-se a escola Vitalista, que parte da concepção de uma força sutil que anima o corpo. (HAHNEMANN, 1962) Hipócrates (460 – 377 a.C.) considerava todo estado patológico como fenômeno geral, e os sintomas locais como manifestações secundárias. Afirmava que a terapêutica tinha por base o poder curativo da natureza, a vis medicatrix naturae, e as doenças deviam ser interpretadas considerando-se o quadro particular de cada indivíduo. Ele entendia a doença como a perturbação do equilíbrio, o qual mantinha o ser humano em harmonia consigo mesmo e com a natureza. Mas foi Samuel Hahnemann que unindo seus conhecimentos referentes à medicina, ao resultado de experiências testadas com drogas, tomou como base fundamental para seus estudos a ação farmacológica das drogas sobre o homem sadio, para depois aplicá-las nos indivíduos doentes seguindo o princípio da similitude. Em 1840 a Homeopatia foi introduzida no Brasil pelo médico francês, natural de Lyon, Dr. Benoit Jules Mure, mais conhecido em nosso meio como Bento Mure, que logo tratou de fazer discípulos entre os colegas brasileiros. As tinturas e as substâncias utilizadas em Homeopatia vinham da Europa e os próprios médicos as manipulava devido à inexistência de farmácias especializadas. 10 O número de homeopatas foi crescendo no Império e, por conseguinte, os farmacêuticos passaram a manifestar interesse pela doutrina, participando dos cursos organizados pelo Dr. Mure e pelo seu colega, Dr. João Vicente Martins. Por volta de 1851 a Escola Homeopática do Brasil, sob forte pressão dos farmacêuticos, resolve aprovar a separação da prática médica da prática farmacêutica. Não existiam, até então, leis que regulamentassem a farmácia homeopática no Brasil, facultando a manipulação de medicamentos homeopáticos aos proprietários leigos. Somente em 1886, com o Decreto nº 9.554, surgiu uma lei que dava o direito de manipulação apenas aos farmacêuticos. Em 1843 fundou-se o Instituto Homeopático do Brasil. Porém, só em 1980, é que a Homeopatia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e, em 1990, passou a constar do Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira, deixando de fazer parte das terapias alternativas. (COSTA,1988) A homeopatia fundamenta-se na descoberta de Hahnemann que descreve a experimentação de uma mesma substância que em indivíduos saudável é capaz de provocar um conjunto específico de sintomas. Este mesmo medicamento também se mostra capaz de curar os mesmos sintomas em indivíduos que os estivessem enfermos. Estava assim confirmada a cura pelos semelhantes. (HAHNEMANN, 1962) A cura pela homeopatia depende da individualização correta do paciente com a consequente prescrição do medicamento correto, que objetiva reorganizar a energia vital do doente. O desequilíbrio desta energia vital reflete o aparecimento da doença. O medicamento homeopático é derivado de substâncias existentes na natureza, de origem animal, vegetal ou mineral. Estas substâncias são diluídas e dinamizadas, ou seja, são processadas e sucussionadas, de forma a liberarem energia e, é esta energia que confere a estes medicamentos seu poder de cura, a partir da ativação da energia interna, razão pela qual o medicamento homeopático pode exercer sua ação sobre ela, regulando-a. (EGITO,1980) 11 Cada medicamento homeopático dinamizado só é capaz de agir sobre aquele indivíduo com o qual tenha afinidade, ou semelhança. A homeopatia trata tanto casos agudos, quanto crônicos com a mesma eficiência quando empregada corretamente, além de se elevar o grau de responsabilidade com o paciente, já que este é acompanhado mais de perto. Através da dispensação orientada do receituário homeopático, é possível o acompanhamento personalizado do receituário, orientando-os sobre o medicamento, dose, via de administração e forma farmacêutica, além da posologia e o monitoramento terapêutico, tendo como objetivo a cura, ou ao menos a redução dos sintomas. 2.1 OS CONCEITOS HOMEOPÁTICOS O farmacêutico como profissional essencial nessa etapa do cuidado do paciente tem proximidade tanto com o público quanto com o medicamento, mostrando que ao ministrar ao doente doses mínimas do medicamento evita a intoxicação e estimula a reação orgânica. (FONTES, 2005) Esta é uma ciência que tem por fundamento quatro princípios também denominados fundamentos que consolidaram essa terapêutica. A palavra homeopatia foi criada por Hahnemann, vem do grego “ómios ,semelhante”, e “páthos, doente”. Ela baseia-se na lei natural de cura já descrita, similia similibus curantur, ou seja, o semelhante será curado pelo semelhante. Os quatro princípios são: Lei dos semelhantes, Experimentação no homem são, Dose mínima e Medicamento único. (HAHNEMANN, 1962) A lei dos semelhantes baseia-se no aforismo de Hipócrates, parte do princípio da similitude, e descreve que quando uma substância é capaz de provocar num homem sintomas determinados ela é capaz também de curar tais sintomas. 12 Qualquer substância capaz de provocar em um homem sadio, porém sensível, determinados sintomas é capaz de curar, desde que em doses adequadas, um homem que apresente um quadro mórbido semelhante, com exceção de lesões irreversíveis. (FONTES, 2005) Na homeopatia acredita-se que a única forma de se conhecer os efeitos farmacológicos de forma confiável é se experimentando em um organismo sadio. A experimentação no homem sadio é um método experimental de investigação natural onde os efeitos que as drogas e os medicamentos produzem para saber que enfermidades estes são capazes de curar. Experimentação no homem sadio, também chamada experimentação patogênica ou pura é o procedimento de testar substâncias medicinais em indivíduos sadios para elucidar os sintomas que irão refletir sua ação. (FONTES, 2005) Hahnemann sempre observou os efeitos iniciais que uma droga diluída e dinamizada provocava ao ser utilizada como recurso terapêutico. A partir da observação clínica, modificou seu método e dosagens, já que no início ele utilizava as doses não diluídas e desta forma acarretava um agravo nos sintomas, antes que o organismo começasse a reagir ao medicamento prescrito. Pensando em diminuir estes sintomas iniciais ele começou a estudar diluições dos medicamentos utilizados em água e álcool, e seus resultados foram expressivos, notou que além da diminuição do agravamento dos sintomas e dos possíveis efeitos tóxicos das altas doses, ocorria um aumento da reação orgânica. (FONTES, 2005) Nascia então à dose mínima como pilar da homeopatia, onde as dinamizações, processo farmacotécnico característico da homeopatia, juntamente com as diluições infinitesimais e potencializadas pelas fortes agitações do manipulador caracterizam o medicamento homeopático. (SILVA,1997) 13 O medicamento único consiste no pilar mais difícil de ser seguido na homeopatia, já que requer profundos conhecimentos da matéria médica homeopática. Em um tratamento homeopático, a princípio, trata-se a patogenesia, ou seja, a conjunto de sinais e sintomas, com apenas uma droga por vez, não se experimentam várias drogas por vez. (FONTES, 2005) Só se muda uma prescrição homeopática se o medicamento administrado faz com que o quadro sintomático sofra alguma alteração ou quando o medicamento já não mais atue no organismo. 2.2 FARMÁCIA HOMEOPÁTICA Farmácia Homeopática é um local que não apenas dispensa, mais também manipula medicamentos homeopáticos. O Brasil é um país muito bem representado, quando comparado com vários outros países, já que em quase todos os locais onde se dispensa medicamentos homeopáticos também se manipula tais medicamentos. A Farmácia Homeopática só poderá manipular fórmulas oficinais e magistrais, obedecendo à farmacopéia homeopática, é o que se descreve na Lei Federal nº.5.991, de 17/12/73. Lei esta que descreve as atribuições primárias da farmácia homeopática e que deu início a sua legislação. (ABFH, 2001) Para a instalação de uma farmácia homeopática e preparo de medicamentos homeopáticos, deve-se seguir uma Legislação específica vigente, que pode ser resumida da seguinte forma: 14 Lei Federal nº 5991 de 17/12/73 regulamentada pelo decreto nº 74170 de 12/06/74. Lei Federal nº 6360 de 23/09/76 regulamentada pelo decreto nº 74194 de 05/01/77. Legislação complementar dos Estados que são os códigos de Vigilância Sanitária. Decreto 78841 de 25/11/76 que aprovou a primeira edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira. Decreto 57477 de 20/12/65 que dispõe sobre a manipulação, receituário, industrialização e venda de produtos utilizados em homeopatia. Portaria nº17 de 22/08/66 da SNVS-MS que dispõe sobre a manipulação, industrialização e vendas de produtos utilizados em homeopatia. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007. Resolução nº 232 de 06/05/92 do Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 267 de 09/02/95 do Conselho Federal de Farmácia, que dispõe sobre o registro de Título de especialista, de acordo com a resolução 12/83 do Conselho Federal de Educação. As Boas Práticas de Manipulação é o conjunto de normas destinadas à fabricação de medicamentos, que visam assegurar que os produtos sejam adequadamente produzidos e possuam qualidade apropriada à finalidade a que se destinam. 15 “O Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para o exercício das atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais das farmácias, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos, aquisição e controle da qualidade da matéria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, além da atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional”. (RDC 67/07.1p.) Em Homeopatia, compreende o controle de matérias-prima e dos produtos acabados, segundo as normas. O sistema de garantia de qualidade apropriado à manipulação de medicamentos homeopáticos em farmácia deve garantir a qualidade dos mesmos, desde o planejamento inicial até a sua utilização pelo consumidor. (ABFH, 2001). Desta forma, nada impede que o Farmacêutico auxilie tanto o paciente quanto ao clínico em dúvidas que possam vir a surgir, prestando-lhes informações no intuito de facilitar a compreensão da farmacologia destes medicamentos, ou então demonstrando à importância de se aumentar a qualidade de vida dos usuários de medicamentos homeopáticos, e é neste ponto que se inicia a orientação farmacêutica dentro de uma farmácia homeopática. 2.3 PERFIL DO FARMACÊUTICO O farmacêutico para estar bem preparado frente ao serviço prestado a Atenção Farmacêutica deve estar atento aos princípios e competências, neste caso estar integrado aos princípios filosóficos da homeopatia. São possíveis de serem listados alguns conhecimentos, habilidades e atitudes essências a essa prática. 16 São considerados essenciais os conhecimentos ligados as formas farmacêuticas, processo saúde/doença; fisiologia e fisiopatologia; bioquímica, terapêutica; sistema de saúde; domínio conceitual da prática de atenção farmacêutica inserida na assistência farmacêutica; farmacologia; fundamentos dos métodos de diagnósticos laboratoriais; epidemiologia; cálculos farmacêuticos; noções de psicologia, antropologia e sociologia; conhecimentos de gestão; fitoterapia; homeopatia, noções de Medicina tradicional e outros. Entre as habilidades necessárias a um farmacêutico prestes a prestar a atenção farmacêutica destacam-se a produção de textos, comunicação verbal; capacidade de trabalhar em equipe; utilização de protocolos e instrumentos para a coleta de dados; planejamento e execução de planos de acompanhamento; raciocínio clínico; capacidade de decisão; domínio da ferramenta de gestão (planejamento, organização, acompanhamento e avaliação); saber buscar, avaliar e aplicar informações para resolver problemas práticos com critérios baseados em evidências; avaliação da farmacoterapia, saber interagir com o usuário; ter capacidade de liderança e de interpretar exames laboratoriais. Para ter um perfil voltado para atenção farmacêutica, o profissional deve contemplar atitudes como a de acolhimento, escuta ativa; empatia; ética; ser um aprendiz permanente ter dinamismo; empreendedorismo; atitude humanista; de co-responsabilidade pelos resultados de terapia; atitude crítica; comportamento comunicativo e responsabilidade social. 2.4 DISPENSAÇÃO ORIENTADA A dispensação orientada do receituário está prevista em todas as regulamentações sanitárias, como por exemplo a RDC67/07, retrata-se do conjunto de informações sobre a correta utilização do medicamento prescrito. 17 O farmacêutico deve estar ciente de que a partir daquele momento deverá orientar seus pacientes quanto à conservação e utilização dos medicamentos, e principalmente quanto a esclarecimentos na adesão do tratamento e a resposta terapêutica desejada. Para tanto o farmacêutico deve iniciar seus serviços com medidas simples, tais como, obter informações primárias de seus pacientes, idade, sexo entre outros. A partir daí deve seguir com informações mais especificas, como por exemplo, se este paciente segue outra conduta terapêutica ou então se este possui doenças crônicas e apropriar-se dos hábitos deste usuário, desta forma individualizando seu atendimento. Este serviço favorece a adesão ao tratamento e a aproximação prognóstico clínico, já que o farmacêutico pode entrar em contato com o clínico tentando esclarecer dúvidas, propondo soluções técnicas, tais como novos medicamentos que possam vir a ser usados, e por fim fornecendo informações sobre os medicamentos homeopáticos. Deve-se ao profissional farmacêutico, a garantia do tratamento bem direcionado, já que existem algumas orientações que devem ser dadas, e que são fundamentais ao tratamento. Uma forma de facilitação ao usuário é a utilização dessas informações no formato impresso, que pode ser anexado ao receituário no momento do atendimento, contendo as informações relativas às peculiaridades deste tratamento, como por exemplo: Deve-se respeitar os intervalos e os horários propostos pelo clínico; Evitar cheiros fortes, pois podem inativar o medicamento homeopático; Os medicamentos, não devem ser tomados após a escovação dentária; Conferir o rótulo antes mesmo de se iniciar o tratamento, se nele estão contidos o nome completo do paciente, sua data de fabricação, validade e dosagem dos princípios ativos; Deve-se respeitar um período mínimo de meia hora antes ou após as refeições para que estes medicamentos sejam tomados; 18 Evitar contato com as mãos ao se tomar medicamento na forma sólida, usar a tampa dos frascos para tomar os glóbulos, comprimidos e tabletes, por questão de higiene e contaminação. Os medicamentos homeopáticos são inativados quando em contato com radiações, cheiro forte, ao contato de luz solar direta e umidade, devendo ser guardados em local próprio e de preferência separados dos alopáticos; Todo medicamento homeopático, assim como os demais, deve ser mantido fora do alcance de criança; Se o medicamento for dose única tomar sempre ao deitar ou em jejum, conforme orientação prévia do clínico; Nunca praticar a automedicação. Tratando-se das informações e mudanças que possam ocorrer durante o tratamento, o usuário deverá ser orientado que: Qualquer mudança no estado físico ou emocional do paciente deve ser comunicada ao clinico; Quando houver dúvidas sobre o tratamento procurar o clínico ou o farmacêutico, não devendo esperar nova consulta para esclarecer tais dúvidas; A orientação farmacêutica é a gestão da terapia medicamentosa individualizada, tendo como meta a dispensação do medicamento no momento exato para o paciente que realmente necessite dele, tendo como ferramentas essenciais o acesso à informação sobre medicamento, doses, via de administração e forma farmacêutica, além do necessário cuidado com a posologia e o monitoramento terapêutico, tendo como objetivo a cura, eliminação ou redução da sintomatologia; Diminuição dos agravos ou a prevenção de determinada enfermidade ou sintoma. (ARAÚJO, 2003) Neste contexto a orientação farmacêutica se traduzia em três ações básicas: 19 *ouvir: já que a maioria das informações necessárias para tomar a decisão correta na orientação ao paciente é conseguida apenas ouvindo; *questionar: começando por questões do paciente, qual sua idade, sexo, história, quais são os sintomas, o que já foi feito, há quanto tempo; *decidir: que em situações mais comuns diz respeito ao qual medicamento utilizar; onde encontrar um médico homeopata ou qual o significado de determinado sintoma ou medicamento diante de um tratamento. A assistência farmacêutica é definida como pesquisa, seleção, propagação, aquisição, armazenamento, distribuição, conservação, controle de qualidade, segurança, boa prescrição e eficácia terapêutica dos medicamentos, com devido acompanhamento, avaliação da utilização, obtenção e difusão de informação e a educação permanente dos profissionais, do usuário e da comunidade para assegurar o uso racional dos medicamentos. (ARAÚJO, 2003) 20 3. CONCLUSÃO Sabe-se que a homeopatia promove seu tratamento baseado numa visão geral do indivíduo, tratando por tanto sua “forca vital”. Força essa que existe em todos nós e que é responsável pelo nosso viver, podendo, então, ser descrita como uma energia que anima o corpo. Na homeopatia acredita-se que não há doenças e sim doentes. Este tratamento vem se fortalecendo através da padronização técnica e ganhando assim, respeitabilidade. O momento atual é de consolidação social da farmácia homeopática que deve centrar-se no acesso ao medicamento homeopático no Sistema Publico de Saúde. A cura pela homeopatia vem da escolha correta do medicamento e este é preparado de forma específica, de modo que libere energia contendo assim seu poder de cura. O tratamento homeopático é individualista, daí a necessidade de avaliação do individuo que vai ser tratado. Portanto há neste tipo de especialidade médica e farmacêutica um acompanhamento personalizado. O farmacêutico especialista em homeopatia é encarregado na manipulação de tais medicamentos. Sendo também responsável por auxiliar tanto o clínico quanto o paciente, prestando-lhes informações, facilitando a compreensão de dúvidas que possam vir a surgir, ou então se demonstrando a importância de aumentar a qualidade de vida dos usuários de medicamento homeopático. Desta forma o farmacêutico que presta orientação farmacêutica na farmácia homeopática deve estar ciente que orientar seus pacientes quanto à conservação e utilização dos medicamentos e quanto a esclarecimentos que levam a melhoria de sua qualidade de vida, acompanhando assim todo o seu tratamento. 21 O farmacêutico estará otimizando o tratamento, já que ele pode entrar em contato com o clínico esclarecendo dúvidas, propondo novas formas de tratamento e, por fim fornecendo informações sobre drogas e medicamentos homeopáticos tanto para o clínico como para o paciente. Portanto neste contexto de acompanhamento personalizado é que se enquadra a orientação farmacêutica dentro da farmácia homeopática, tendo como meta o uso racional do medicamento. 22 4. BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS. Manual de normas técnicas para farmácia homeopática. 3ª edição. São Paulo, 2001 BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução de Diretoria Colegiada 67 publicada em 8 de outubro de 2007. Dispões sobre as Boas Práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para Uso Humano em farmácias. COSTA, Roberto Andrade de. Homeopatia Atualizada. 3ª ed. Petrópolis: Roberto Andrade Costa, 1988 EGITO, Laércio do. Homeopatia contribuição ao estudo da teoria miasmática. São Paulo: Elcid, 1980 FONTES, Olney Leite. Farmácia Homeopática: teoria e prática. 2ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2005 HANEMANN, Samuel. Organon da arte de curar. 6 edição. São Paulo: Rode Editorial, 1992. HENRIQUE, Afonso C. Assistência Farmacêutica e Atenção Farmacêutica em Homeopatia, Riopharma, ano XII, número 56, Julho/ Agosto 2003 SILVA, José Barros da. Farmacotécnica Homeopatia Simplificada. 2ª ed. Piracaia: Robe Editorial, 1997 23