Crataegus Suarbusto ou árvore de 12,0 m, ramos glabros ou vilosos com espinhos de 1.0-2.4 cm de comprimento. Falso fruto de 8-10mm de comprimento, 5-8mm de diâmetro, glodoso ou elipsoidal, face de fundo vermelho, carne escassa marrom-amarelada, perene 1 (ocasionalmente 2) frutificação.(American Herbal Pharmacopoeia,1999). Folhas ovais ou obovais, 1-5 cm de comprimento, 2,5-3cm de largura, pecioladas. Flores com mais de 1,5 cm de diâmetro, pedicelo e receptáculo felpudo, as pétalas exibem um contorno arredondado delicadamente crenulada e grabla (British herbal pharmacopoeia, 1996).Seu nome botânico deriva do grego, kratiegus, que significa dureza, uma alusão à sua madeira, sendo imposto pela primeira vez por Teofrasto. Para os gregos e romanos esta espécie significava a esperança, o matrimônio e a fertilidade. As damas nobres gregas gostavam de usar uma flor presa às roupas. Os romanos colocavam folhas de Crataegus nas camas das crianças para evitar a invasão dos “espíritos maus”. Esta espécie por muitas vezes pode atingir até 500 anos de existência (Alonso, 1998). Nome Científico: Crataegus monogyna Jacq. (Alonso, 1998). Observação 1: Existe ao menos uma espécie do gênero Crataegus que se desenvolve no mesmo habitat e possuem basicamente as mesmas indicações e propriedades terapêuticas. Sendo ela: Crataegus oxycantha. Em literaturas consultadas como, por exemplo, Britsh Herbal Pharmacopoeia, 1996, A Farmácia atural (Polunn, M; Robbins, Christopher), Segredos e virtudes das Plantas aturais e Guia de Las Plantas Medicinales y Comestibles de Espenã y de Europa, (Laurent, 1982), citam tais espécies como similares entre si. Já outras literaturas como Farmacognosia da Planta ao Medicamento (Simões, C.M.O. 1999), Dicionário de Medicamentos Homeopáticos (Soares, 2000) citam estas espécies como sinonímia cientifica, porém estudos mostram que ambas são similares e sinonímias. Nome Popular: Crataegus, Crataego e Espinheiro-alvar, no Brasil; Pirliteiro, Espinheiro-alvar, Escambrulheiro, Cambroeira, Espinheiro-branco, Abronceiro, Espinheiro-ordinário, Espinha-branca, Estrepeiro e Escalheiro, em Portugal; Espino Albar, Crataegus e Majuelo, em espanhol; Hawthorn e Midland Hawthorn, em inglês; Biancospino, na Itália; Aubépine e Epine Blanche, na França; Weissdorn e Zweigriffliger Weissdorn, na Alemanha (Soares, 2000). Denominação Homeopática: CRATAEGUS Família Botânica: Rosaceae Parte Utilizada: Folha e flor Princípios Ativos: Proantocianidinas Oligoméricas ou Leucoantocianidinas: procianidina B-2 dimérica e eriodictioglicosídeo; Flavonóides: derivados do quercetol (hiperosídeo, rutina, quercetinaramnogalactosídeo, espirosídeo e metoxi-kaempferol-3O-glicosídeo) e derivados do apigenol (vitexina e vitexina-4-ramnosídeo, entre outros); Ácidos Carboxílicos: ácidos ursólico e catególico (folhas), acantol, ácido neotególico (ausente na flor), Fitosteróis: β-sitosterol; Tanino Catéquico: epicatequina; Óleo Essencial: aldeído anísico; Vitamina C (no fruto); Sais Minerais: sódio, cálcio, potássio, fósforo e magnésio; Ácidos Graxos; Açúcares: ácidos cafêico e clorogênico; glicose e frutose (Alonso, 1998). O Extrato pó micronizado deverá apresentar no mínimo 0,7% de flavonóides totais. Observação 2: As edições da Farmacopéia Brasileira (2ª e 3ª edições) não trazem o teor mínimo de princípio ativo para o Crataegus, deixando por conta da análise macroscópica e microscópica, além de ensaios físico-químicos a identificação da espécie. No entanto, a Farmacopéia Alemã (1994) determina um teor mínimo de 0,70% em flavonóides totais, calculados como hiperosídeo (Simões, 1999). Indicações e Ação Farmacológica: Indicado principalmente no mau funcionamento cardíaco: extrasístoles, taquicardia paroxística, palpitações, coronarites, hipertensão arteial, arterosclerose, prevenção da angina pectoris, insuficiências cardíacas leves, recuperação pós-infarto e espasmos vasculares. Atua também no sistema nervoso central, nas distonias neurovegetativas e nas úlceras por stress (PR, 1998). Na Homeopatia o Crataegus é um grande tônico para o coração, utilizado principalmente na arteriosclerose, na asma cardíaca e na angina (Cairo, 1983). Podemos dividir em duas partes os efeitos proporcionados pelo Crataegus: um cardiovascular e outro, em menor proporção, sobre o sistema nervoso central. • Efeito Cardiovascular: As protocianidinas e os flavonóides do Crataegus têm sido assinalados como os princípios ativos de maior atividade neste nível. Em estudos in vitro sobre corações isolados de cobaias, os extratos desta espécie têm demonstrado aumentar o fluxo coronário (Petkov & Ghani A. et al., apud Alonso 1998). Os mesmos resultados mais um efeito redutor da pressão arterial por beta-bloqueio e vasodilatação foram observados em testes in vivo sobre gatos, cachorros, ratos e coelhos (Rácz Kotilla & Occhiuto F. et al, apud Alonso, 1998). Na década de 40 realizaram-se os primeiros ensaios em pacientes com hipertensão arterial com Crataegus, observando-se que a administração a altas doses (não tóxicas) da tintura apresentavam resultados benéficos (Combemale B. et al.,apud Alonso, 1998). Os extratos alcoólicos têm demonstrado possuir uma atividade hipotensora superior em relação aos extratos aquosos. Com relação ao extrato fluido de Crataegus, a sua administração em pacientes com hipertensão arterial moderada tem sido benéfica. O efeito hipotensor promove ligeira bradicardia e aumento do fluxo sangüíneo da musculatura estriada esquelética (Rewerski W. apud Alonso, 1998). Também se deve acrescentar que a infusão das flores tenderia a um efeito moderado, o qual é coadjuvante na diminuição da pressão arterial (Van Ginkel A, apud Alonso, 1998). A administração prévia de extratos de Crataegus demonstrou um efeito profilático sobre a produção de arritmias cardíacas induzidas pela administração endovenosa de aconitina em coelhos. Entretanto, a administração da infusão por via oral posterior a administração de aconitina, não combateu as arritmias (Thompson E. et al., apud Alonso, 1998). Efeito sobre o Sistema ervoso Central: Ocorre um efeito depressivo suave em ratos que receberam extratos de Crataegus por via oral. Então verificou-se uma prolongação do tempo de sono induzido por barbitúricos como também um decréscimo na motilidade espontânea nos animais e do tônus simpático (Ammon H. et al., apud Alonso, 1998). A atividade sedativa do sistema nervoso central estaria baseada numa ação inibitória do tônus simpático excitado, observado através de melhorias nos casos de alterações vasomotoras, vertigens, hiperemotividade, etc. Inclui-se a sua utilidade na sintomatologia simpática do Edema de Quinckle (Berdonces J., apud Alonso, 1998). Para alguns autores, o efeito sedativo do Crataegus seria superior ao da Valeriana e comparável com ao dos Benzodiazepínicos (Della Loggia R. et al., apud Alonso, 1998). Toxicidade/Contra-indicações: Durante a utilização de formulações comerciais com Crataegus, um pequeno grupo de pacientes apresentaram alguns efeitos adversos como fadiga, transpiração, náuseas, entre outros sintomas, desaparecendo ao suspender a administração (Von Eiff M. et al.,apud Alonso, 1998). Nas provas de toxicidade aguda, a DL50 mostra que a administração endovenosa de flavonóides isolados é de 50-2.600 mg/kg. A DL50 para o extrato total alcoólico das folhas a 20% por via endovenosa, foi calculada em 390 mg/kg, enquanto que por via oral alcança 6 g/kg. Todos estes dados indicam baixa toxicidade (Ammom H., apud Alonso, 1998).Em doses extraterapêuticas pode produzir depressão respiratória e cardíaca. Recomenda-se utilizar a dose indicada e tratamentos discontínuos. Tem-se demonstrado tanto in vitro quanto in vivo uma redução no tônus e na motilidade uterina, sendo, portanto contra-indicado na gravidez. A falta de referrências que afirmem que os princípios ativos acabem por se concentrar no leite materno, não se recomenda o uso durante a lactação (Ammon H., apud Alonso, 1998). Dosagem e Modo de Usar: - Infusão: 5% por xícara, infundindo por 15 minutos. Tomar 2-3 vezes ao dia (Alonso, 1998); - Tintura (1:5 em 45% de álcool): 1-2 ml 3 vezes ao dia (Alonso, 1998); Extrato Fluido: (1g = 50 gotas), em doses de 0,5-2g diárias de 2-3 vezes (Alonso, 1998); - Extrato Seco (5:1): 0,6 a 1 grama/dia (Alonso, 1998); Homeopatia: Tintura-mãe 1 a 25 gotas por dia, em doses de cinco gotas cada uma (Cairo, 1983). Referências Bibliográficas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Informações disponibilizadas pelo fornecedor Quimer. ALO SO, J. R. Tratado de Fitomedicina. Isis Editora. 1998. AMERICA HERBAL PHARMACOPOEIA. 1999. BRITISH HERBAL PHARMACOPOEIA, 1996. CAIRO, . Guia de Medicina Homeopática. Livraria Teixeira. 1983. FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 3ª edição. 1977. SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. Ed. UFRGS. 1999. SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos.Livraria Editora. 2000.