levantamento dos níveis glicêmicos dos portadores de diabetes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL /FIOCRUZUNIDADE CERRADO PANTANAL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA
FAMÍLIA
LEVANTAMENTO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS DOS PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS DE UMA UBSF EM UM ASSENTAMENTO NO
MUNICÍPIO DE SIDROLÂNDIA/MS
CAMPO GRANDE
2011
FRANCIS GIOVANNI CELESTINO
LEVANTAMENTO DOS NÍVEIS GLICÊMICOS DOS PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS DE UMA UBSF EM UM ASSENTAMENTO NO
MUNICÍPIO DE SIDROLÂNDIA/MS
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
realizado como requisito para obtenção
do título de especialista em Atenção
Básica
em
Saúde
da
UNASUS/FIOCRUZ/UFMS,
Família,
pela
sob
a
orientação da Profª. Tutora Priscila Maria
Marcheti Fiorin
CAMPO GRANDE
2011
RESUMO
Trata-se de um estudo de abordagem descritiva e de natureza quantitativa,
envolvendo indivíduos portadores de Diabetes Mellitus frequentadores na
Unidade Básica de Saúde da Família do Assentamento Capão Bonito II de
Sidrolândia/MS, no período de Janeiro a Junho de 2011. Este trabalho teve como
objetivo avaliar o nível glicêmico e realizar promoção de saúde dos portadores
de Diabetes Mellitus que freqüentam a Unidade Básica de Saúde da Família do
Assentamento Capão Bonito II. Após a avaliação dos resultados notou-se que os
níveis glicêmicos estavam mais descontrolados na população masculina - em
contra partida o número de mulheres portadoras de diabetes é maior e estes não
seguem as orientações fornecidas pela equipe de saúde. Através da análise dos
níveis glicêmicos, ficou evidente a necessidade de intervenção junto aos Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), visto que são o elo entre a comunidade e a
equipe de saúde, então se iniciou o processo de educação permanente e através
das falas dos ACS verificou-se que após a capacitação profissional estão mais
motivados e seguros pra orientar a população. A sugestão é para que haja
continuidade ao trabalho educativo e assim, mesmo que em longo prazo, os
portadores de diabetes possam sensibilizar-se e adquirir hábitos de vida
saudáveis.
Palavras-chave: Diabetes
Comunitários de Saúde.
Mellitus.
Educação
permanente.
Agentes
ABSTRACT
This is a descriptive study approach and quantitative, involving individuals with
diabetes mellitus often in the Basic Health Unit Family Settlement Capon II
Sidrolândia Bonito / MS in the period from January to June 2011. This study
aimed to evaluate the glucose level and deliver health promotion of patients with
Diabetes Mellitus attending the Basic Health Unit Family Settlement Capão
Bonito II. After evaluating the results it was noted that uncontrolled blood glucose
levels were more in the male population - in starting from the number of women
with diabetes is higher and do not follow these guidelines provided by the health
team. Through the analysis of blood glucose levels, it was evident the need for
intervention with the Community Health Agents (CHA), as are the bridge between
the community and health staff then began the process of continuing education
and through the words of the CHA it was found that after the job training are more
motivated and reliable guide to the population. The suggestion is to provide
continuity to the educational work and so, even in the long term, people with
diabetes can sensitize themselves and gain a healthy lifestyle.
Keywords: Diabetes Mellitus. Lifelong learning. Community Health Agents
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas tem-se registrado significativos avanços nas ações
de saúde voltadas para a qualidade de vida, buscando articular promoção,
prevenção, recuperação e reabilitação. As práticas de atenção à saúde vêm
sendo esboçadas, em vários municípios brasileiros, por intermédio da
Estratégia Saúde da Família-ESF, cujo principal propósito é a inversão do
modelo assistencial centrado na doença (DOMINGUES, 1998).
A Estratégia Saúde da Família tem como princípio básico o atendimento
à saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido ao idoso, sadios ou
doentes, de forma integral e contínua. Dentre as atividades preconizadas, o
controle das Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) merece especial
destaque, por esta influir diretamente no modo de vida da população (BRASIL,
2001).
O Diabetes Mellitus (DM) configura-se uma epidemia mundial. Tornou-se
um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O
envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos
de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade
são os grandes responsáveis pelo aumento de sua incidência e prevalência
(BRASIL, 2005).
Assim como a hipertensão arterial, o diabetes é responsável por um
numero muito grande de hospitalizações, de amputações de membros
inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes
com insuficiência renal crônica, submetidos à diálise. É importante observar
que já existem informações e evidências científicas suficientes para prevenir
e/ou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicações. Hoje, a
maioria das pessoas e comunidades progressivamente tem acesso a esses
cuidados (BRASIL, 2006).
Segundo o mesmo autor, o cuidado integral ao paciente com diabetes e
sua família é um desafio para as equipes de saúde da família, especialmente
para poder ajudar o paciente a mudar seu modo de viver, o que estará
diretamente ligado à vida de seus familiares e amigos. Aos poucos, ele deverá
aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo que vise
qualidade de vida e autonomia, aderindo assim ao tratamento proposto
A adesão ao tratamento é um fenômeno multidimensional determinado
pela interação de alguns fatores, tais como: fatores econômicos e sociais;
equipe de atenção à saúde e os fatores relacionados ao sistema de saúde;
fatores relacionados às características das doenças; fatores relacionados à
terapêutica
e
fatores
relacionados
ao
paciente
(WORLD
HEALTH
ORGANIZATION, 2003).
REVISÃO DE LITERATURA
O Diabetes Mellitus (DM) caracteriza-se pela não produção de insulina ou
pela produção insuficiente para suprir as necessidades do organismo. É um
sério problema de saúde pública e se não tratado pode trazer sérias
complicações ao corpo, tais como: neuropatia, retinopatia, nefropatia,
amputações e até mesmo a morte (FIGUEIREDO, 2005).
Para Dominguez (1998) a importância das doenças crônicas não
transmissíveis como problema de saúde pública tende a aumentar, devido ao
envelhecimento da população. A equipe da ESF e, por conseguinte, o Agente
Comunitário de Saúde, tem uma oportunidade única para elevar a qualidade de
vida das pessoas, para que vivam mais anos e com menos limitações. Assim, é
necessário investir na capacitação para a identificação de necessidades de
saúde e aplicação do enfoque de risco. Este parte do pressuposto de que estão
associadas estatisticamente a certos eventos comuns, tais como: hipertensão
arterial, tabagismo, obesidade, estresse, sedentarismo, nutrição inadequada,
alcoolismo, no caso da diabetes.
Diante da elevada carga de morbi-mortalidade associada, a prevenção do
diabetes e de suas complicações é hoje prioridade de saúde pública. Na
atenção primária, ela pode ser efetuada por meio da prevenção de fatores de
risco para diabetes como sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares não
saudáveis; da identificação e tratamento de indivíduos de alto risco para
diabetes (prevenção primária); da identificação de casos não diagnosticados de
diabetes (prevenção secundária) para tratamento; e intensificação do controle
de pacientes já diagnosticados visando prevenir complicações agudas e
crônicas (prevenção terciária) (BRASIL, 2006).
De acordo com o Ministério da Saúde (2006) os critérios laboratoriais
para o diagnóstico de diabetes são:
• Sintomas de diabetes (clássicos, são os 4 P’s: Poliúria; Polidipsia ;
Polifagia e Perda involuntária de peso.);
• + glicemia casual 200 mg/dL (realizada a qualquer hora do dia,
independentemente do horário das refeições);
• Glicemia de jejum 126 mg/dL;
• Glicemia de 2 horas 200 mg/dL no teste de tolerância à glicose.
Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga, fraqueza,
letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite e infecções de repetição.
Algumas vezes, o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como
neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica.
O cuidado biopsicossocial ao paciente com Diabetes e sua família é um
desafio para a equipe de saúde, especialmente para poder ajudar o paciente a
mudar seus hábitos de vida, o que estará diretamente ligado à vida de seus
familiares e amigos. Com o tempo, ele deverá aprender a gerenciar sua vida
com Diabetes em um processo que vise qualidade de vida e autonomia.
No Brasil, a partir de 1988 um estudo multicêntrico realizado pelo
Ministério da Saúde revelou a prevalência de 7,6 % de diabetes e de 7,8% de
baixa tolerância a glicose na população urbana respectivamente com 30 a 69
anos de idade (MALERBI; FRANCO, 1992). Na UBSF Capão Bonito 2 nota-se
um número reduzido de diabéticos diagnosticados, quando comparado a
prevalência nacional, é necessário realizar uma busca de possíveis diabéticos
na área de abrangência da unidade.
Para promover a saúde da população e prevenir o Diabetes Mellitus tipo
2 (DM2) e demais enfermidades não transmissíveis, como a HAS, obesidade,
doença arterial coronariana entre outras é necessário integração e interação da
dimensão de saúde com as dimensões socioculturais, estruturais e ambientais.
(SOUZA et al, 2003).
Há evidencias que alterações no estilo de vida, com ênfase em
alimentação saudável e na pratica de exercícios físicos reduzem os riscos de
DM2. O estudo Diabete Prevention Program demonstrou uma redução de 58 %
na incidência destes casos de DM2 com essas intervenções. (KNOWLER et al,
2002).Com este trabalho de intervenção, espera-se que a qualidade de vida
dos pacientes melhore através do controle glicêmico.
De acordo com Chazan (2000), a qualidade de atenção oferecida aos
clientes diabéticos faz toda a diferença. O conceito de qualidade de atenção
inclui três aspectos básicos:
1- Competência e a motivação dos profissionais que integram a equipe de
saúde;
2- Acesso dos pacientes às consultas, aos fármacos orais e insulinas, as
tiras reagentes para o controle glicêmico, aos exames necessários para
o controle e rastreamento das complicações crônicas do DM2.
3- A motivação, adesão e a participação ativa dos pacientes no controle e
no tratamento da doença.
Um dos instrumentos que tem se mostrado útil no tratamento do DM2 é o
trabalho em grupo que tem os seguintes objetivos: ampliar a consciência sobre
a patologia, desenvolver mais capacidade de assimilação, ampliar a
capacidade adaptativa, promover maior adesão ao tratamento, ajudar com a
interação aos serviços de saúde, ampliar noções sobre direitos e deveres,
estimular a solidariedade e favorecer que cada paciente possa atuar de
maneira informal na comunidade como um agente de saúde (IBIDEM, 2000).
A Unidade Básica de Saúde da Família do Assentamento Capão Bonito
II está localizada na zona rural do município de Sidrolândia/MS e fica
aproximadamente a 50 km do município.
A procura maior das famílias pela assistência à saúde na UBSF Capão
Bonito II está relacionada às consultas médicas, odontológicas e de
enfermagem. Outros serviços também são prestados, como a entrega de
medicamentos, vacinação e visitas domiciliares realizadas pela equipe de
saúde.
Além do atendimento oferecido na UBSF Capão Bonito II, o portador de
Diabetes também tem a oportunidade de freqüentar o grupo de diabéticos, que
corresponde a sua micro-área, nos núcleos de apoio dos Agentes Comunitários
de Saúde, que facilitam o acesso ao grupo e propicia a continuidade ao seu
tratamento.
Portanto, pretende-se, com este trabalho, realizar um levantamento dos
níveis glicêmicos dos portadores de Diabetes Mellitus do Assentamento Capão
Bonito II em Sidrolândia / MS.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de abordagem descritiva e de natureza
quantitativa,
envolvendo
indivíduos
portadores
de
Diabetes
Mellitus
frequentadores na Unidade Básica de Saúde da Família do Assentamento
Capão Bonito II de Sidrolândia/MS, no período de Janeiro a Junho de 2011.
A amostra a ser pesquisada foi composta por 54 prontuários dos
portadores de Diabetes Mellitus inscritos no Programa de Diabéticos e
freqüentadores da UBSF Capão Bonito II. A unidade de saúde possui 58
diabéticos cadastrados na área adscrita, mas apenas 54 são inscritos no
Programa
de
Diabetes
da
unidade
e
frequentam
o
grupo
para
acompanhamento.
O critério de inclusão do estudo foi estar inscrito e frequentar o Programa
de Diabetes da unidade. Os critérios de exclusão foram: Não estar inscrito no
Programa de Diabetes da unidade e não frequentá-lo.
Para a coleta de dados foi utilizado o registro do banco de dados dos
pacientes cadastrados no sistema MEDICAL, que é o sistema de informações
utilizado pela Secretaria Municipal de Saúde, para obter o número dos
prontuários e levantar as variáveis como: níveis glicêmicos e sexo durante o
período de Janeiro a Junho de 2011.
Os dados foram computados no programa Excel 2003 e construídas
figuras para a demonstração dos resultados observados.
RESULTADOS
Através da análise dos dados verificou-se que dos 54 prontuários dos
pacientes portadores de DM2 analisados, 36 são mulheres e 18 são homens.
Conforme a figura 1 observa-se a presença de 66 % mulheres e 34%
homens.
Figura 1: Percentual populacional dos portadores de DM2 por sexo,
Sidrolândia, MS, 2011
De acordo com a figura 2, a glicemia capilar dos usuários que frequentam
o serviço de saúde da UBSF Capão Bonito II está em 54% normal ou
satisfatória, 40% alterada e 6% muito alterada.
Para analisar os dados da figura 2, foram elencados parâmetros para os
valores glicêmicos, sendo de ordem crescente: normal ou satisfatório (de 80 a
160 mg/dl), alterado (161 mg/dl a 269 mg/dl) e muito alterado ( acima de 270
mg/dl), os parâmetros estão de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL,
2006).
Apesar
de
29
(54%)
pacientes
apresentarem
níveis
glicêmicos
considerados satisfatórios (normais), 25 apresentaram hiperglicemia e destes 3
tiveram hiperglicemia grave, fato que precisa ser modificado, pois as
complicações decorrentes do descontrole glicêmico são importantes e a longo
prazo oferecem risco de morte ao portador de Diabetes Mellitus.
Figura 2: Média glicêmica dos portadores de DM2, Sidrolândia, MS, 2011
Ao realizar a média dos níveis glicêmicos como observa-se na figura 3,
apesar da maioria ser do sexo feminino, os homens apresentaram a média de
glicemia capilar de 185 mg/dl, em contra partida as mulheres tiveram média de
154 mg/dl.
Provavelmente as mulheres conseguiram maior controle da taxa de
glicose, por terem mais facilidade de se cuidar, visto que a população
masculina tem dificuldade em promover a mudança de paradigmas em relação
ao cuidado com a sua saúde (BRASIL, 2009).
Figura 3: Média glicêmica por sexo dos portadores de DM2, Sidrolândia,
MS, 2011.
Ao verificar a média dos níveis glicêmicos por sexo em cada Microárea
(MA) na figura 4, notou-se que o descontrole de glicemia capilar entre os
homens da MA 26 foi o maior. E entre a população feminina, a microárea que
apresentou relevante aumento do índice glicêmico foi a 80, situações que
necessitam de intervenção eficaz.
Figura 4: Média glicêmica por sexo por Microárea (MA) dos portadores de
DM2, Sidrolândia, MS, 2011.
Conforme a figura 5, 53% dos homens da área da UBSF Capão Bonito II
apresentaram alteração glicêmica, sendo 35% com níveis considerados
alterados e 18% com índice glicêmico muito alterado, ou seja, com
hiperglicemia grave. É importante ressaltar que menos de 50% da população
masculina obteve níveis glicêmicos satisfatórios, ponto chave para realização
de ações de promoção à saúde nesta população.
Figura 5: Percentual da Incidência glicêmica entre os Homens portadores
de DM2, Sidrolândia, MS, 2011.
De acordo com a figura 6, entre as mulheres notou-se alteração dos
níveis glicêmicos em 42% e 58% apresentou glicemia capilar satisfatória
(normal). Porém, o ideal é que o número de mulheres com alteração glicêmica
seja reduzido, evitando complicações da Diabetes Mellitus. Trabalhar a
educação em saúde com esta população é fundamental.
Figura 6: Percentual de Índice glicêmico entre as mulheres portadoras de
DM2, Sidrolândia, MS, 2011.
6 INTERVENÇÃO
Para tentar melhorar a realidade dos diabéticos, iniciamos no mês de
Fevereiro de 2011 atividades educativas diferenciadas nas micro-áreas, o
médico começou a freqüentar as reuniões do HIPERDIA, sendo que no dia
agendado por micro-área, em cada ponto de apoio dos agentes comunitários,
o médico participou ativamente em conversas de roda, onde a população pode
esclarecer melhor suas dúvidas. Após as atividades educativas, os pacientes
hipertensos e diabéticos descompensados passaram por consulta médica, 10
pacientes por micro área.
Em Agosto de 2011, realizamos a capacitação das ACS sobre o
Diabetes, no primeiro momento aplicamos um questionário com perguntas
fechadas sobre Diabetes, depois conversamos sobre as principais dúvidas e
fornecemos o material educativo permanente, plastificado para que possam
utilizar durante as visitas domiciliares. Foi um momento muito produtivo e
contamos com a presença da odontóloga, que esclareceu várias dúvidas sobre
o atendimento ao portador de Diabetes. Percebemos que as Agentes tinham
várias dúvidas, apesar dos muitos anos de profissão e no final perguntamos o
que elas acharam da capacitação, por unanimidade disseram que gostaram e
perceberam a importância de controlarmos os níveis glicêmicos e buscar
possíveis diabéticos em nossa área.
Após dois meses da capacitação das ACS, como forma de avaliação da
atividade, questionamos todas com a seguinte pergunta:
O que mudou na sua rotina de trabalho depois da capacitação sobre
diabetes?Obtivemos as seguintes respostas:
“mudou bastante para melhor, hoje as minhas capacidade de responder
as perguntas estão mais claras. Nas minhas visitas eu falo sobre o Diabetes e
as pessoas fazem perguntas e eu consigo respondê-las. Gostaria que tivesse
capacitação sobre outros assuntos para ficarmos mais esclarecidas e
passarmos para a população”.
“Facilitou a divulgar melhor os sintomas de cada paciente e diferenciar
cada tipo da doença e os cuidados com os pés e a boca”.
“Estou com novas idéias, para explicar para os pacientes, o que é
diabetes, muitas coisas eu não sabia, às vezes quando eu mostro o pé
diabético alguns ficam curiosos e procuram saber mais, outros ficam
assustado, o mais importante é que tenho algumas respostas para orientá-los.”
“Serviu como lembrete para que todas as vezes que visitar um diabético
falar um pouco sobre o assunto, dizer que é uma doença que exige cuidados e
alertar sobre os cuidados que ela deve ter, tomando os remédios
adequadamente e fazendo a alimentação receitada pelo médico e os cuidados
que ela deve ter com o corpo e principalmente com os dentes, pés e visão,
orientando que o diabético deve ter muito cuidado ao cortar as unhas e tirar
cutículas e não deve usar calçados apertados. Se o paciente usa insulina devo
explicar como aplicar e os locais devidos, e que a diabetes é uma doença que
se bem cuidada não leva a pessoa a morte.O paciente com diabetes pode ter
uma vida normal, isso se for bem acompanhado com a equipe de saúde e
familiares”.
“Obtive mais firmeza, mais objetividade para informar e conscientizar a
população e também cobrar mais empenho dos pacientes diabéticos, embora
muitas vezes eles omitam a verdade sobre a administração dos medicamentos.
Mas mesmo assim eu tento mostrar o quanto sofre o paciente rebelde falando
de exemplos às vezes é mais fácil a compreensão”.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização deste estudo contribuiu para evidenciar o grau de
descontrole glicêmico da população, seja por refratariedade aos programas
realizados na unidade, seja pela falta de adesão ao tratamento medicamentoso
e não medicamentoso.
Percebeu-se
a
necessidade
de
intervenção
junto
aos
Agentes
comunitários de Saúde por poderem influir diretamente na comunidade,
transmitindo as informações, orientações, sanando dúvidas e estimulando
hábitos de vida saudáveis para melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Ademais, o estudo permitiu crescimento profissional e um melhor
entrosamento na equipe de saúde, reforçando a importância da capacitação
permanente na Atenção Primária a Saúde.
Especificamente em relação ao diagnostico médico, embasando-se nos
resultados obtidos pelo estudo, pode-se identificar pontos críticos que
necessitam de ações de educação permanente:
1) 53% dos homens da área da UBSF Capão Bonito II apresentaram
alteração glicêmica, sendo 35% com níveis considerados
alterados e 18% com índice glicêmico muito alterado, ou seja,
com hiperglicemia grave. É importante ressaltar que menos de
50%
da
população
masculina
obteve
níveis
glicêmicos
satisfatórios, ponto chave para realização de ações de promoção
à saúde nesta população.
2) Através da análise dos dados verificou-se que dos 54 prontuários
dos pacientes portadores de DM2 analisados, 36 são mulheres.
A partir desses dados, torna-se necessário um plano de ação voltada a
influir também sobre a atenção integral a saúde do homem e à saúde da
mulher para uma abordagem mais abrangente sobre as repercussões da
doença na comunidade do assentamento Capão Bonito II.
OPERAÇÃO
NÓ CRITICO
INTERVENÇÃO
Abordagem do DM2 ,na
53% dos homens da área da UBSF
Educação
atenção integral a saúde
Capão Bonito II apresentaram
do homem, durante as
visitas
ACS.
domiciliares
dos
permanente
RESULTADOS
RECURSOS
ESPERADOS
NECESSÁRIOS
Aumentar o nível de
Capacitação dos ACS.
dos ACS através de
informação
Visitas
alteração glicêmica, sendo 35%
orientações
conscientização
com níveis considerados alterados
conversas
e 18% com índice glicêmico muito
e
agentes
pelos
comunitários
mensais com o médico,
diabética
os
masculina portadora de DM.
enfocando
benefícios de se ter
Orientações com enfoque
principalmente:
um
controle
principal sobre o benefício
importante ressaltar que menos
educação alimentar e
glicêmico;
aumentar
de se ter a doença sob
de
controle
glicêmico,
adesão ao tratamento
controle; a importância da
importância da adesão
e manter os níveis
educação alimentar e do
glicêmicos satisfatórios, ponto
ao
glicêmicos dentro dos
tratamento medicamentoso;
chave para realização de ações
medicamentoso e não
valores adequados.
e as repercussões positivas
de promoção à saúde nesta
medicamentoso,
população.
complicações agudas e
seja,
hiperglicemia
50%
masculina
grave.
da
obteve
com
É
população
níveis
tratamento
saúde.
sobre
população
sobre a qualidade de vida.
crônicas do descontrole
glicêmico
bom
sobre
à
de
saúde
ou
roda
da
domiciliares
Medico de Saúde
população masculina
alterado,
de
e
RESPONSAVEL
a
da Família.
Agentes
Comunitários
saúde.
de
OPERAÇÃO
NÓ CRITICO
Abordagem do DM2, na atenção
Maior
Integral
mulheres diabéticas
durante as visitas domiciliares dos
do
ACS.
entre
a
saúde
da
mulher,
número
INTERVENÇÃO
de
Educação
permanente
RESULTADOS
RECURSOS
ESPERADOS
NECESSÁRIOS
Aumentar o nível de
Capacitação dos ACS.
dos ACS por meio de
informação
Visitas
conscientização
orientações
as
mulheres
conversas
alteração
mensais com o médico
principalmente sobre
diabética e não diabética.
dos níveis glicêmicos
enfocando
maneiras de prevenir
Orientações com enfoque
em
principalmente:
a
principal sobre hábitos e
apresentou glicemia
medidas de prevenção
perceber os hábitos
comportamentos
capilar
do
42%
e
58%
satisfatória
roda
população
feminina
doença,
como
agentes
de
pelos
homens,
de
da
domiciliares
Medico de Saúde
que
notou-se
e
e
RESPONSAVEL
saúde
população
a
feminina
DM,
educação
de vida nocivos a
alimentares e sociais de
(normal). Porém, o
alimentar,
primeiros
saúde
risco
ideal é que o número
sinais e sintomas da
favorecem
de
mulheres
e
que
o
com
doença, importância da
surgimento
alteração
glicêmica
mulher no preparo de
patologia.
seja
reduzido,
alimentação
reduzir os fatores de
evitando
na família.
complicações
Diabetes
da
Mellitus.
Trabalhar
a
saudável
risco e o número de
mulheres
com
intolerância a glicose
que
possam
educação em saúde
tornarem-se
com esta população
diabéticas.
é fundamental.
da
Assim,
a
vir
para
reeducação
a
doença;
alimentar
e
como melhorar a qualidade
dos
alimentos
pela família.
ingeridos
da Família.
Agentes
Comunitários
saúde.
de
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