DIETA ALIMENTAR E CÂNCER Rozane Secchi1 Luciana Paula

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DIETA ALIMENTAR E CÂNCER
Rozane Secchi1
Luciana Paula Grégio d’Arce Rodrigues2
RESUMO: O presente artigo consistiu em demonstrar os resultados obtidos durante
a implementação da Unidade Temática – produção didática elaborada na segunda
etapa do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2008. Este trabalho teve como objetivo elaborar uma coletânea literária para auxiliar os professores de
ciências do ensino fundamental, com informações disponíveis acerca de pesquisas
recentes sobre a relação da dieta alimentar com diferentes tipos de cânceres e, das
modificações que podem ser feitas na alimentação diária que auxiliam na prevenção
do desenvolvimento da doença. Objetivou, também, verificar em turmas das 7ª séries do ensino fundamental, durante uma semana, como era a alimentação dos alunos, e ensiná-los sobre a importância de uma alimentação saudável na prevenção
do câncer. Sugere-se que, estas mudanças na dieta devem ser realizadas através
da ingestão, principalmente, de frutas, verduras e legumes que apresentam fitoquímicos com propriedades especificas na prevenção e controle do câncer. Durante a
pesquisa realizada com os alunos, entretanto, verificou-se que a ingestão de frutas,
verduras e legumes é deficiente, sendo encontradas várias causas para estes resultados, como a falta de conhecimento dos familiares sobre a importância da ingestão
destes alimentos, hábitos alimentares culturais e regionais, situação econômica,
dentre outras. Este trabalho visou auxiliar aos professores a sugerirem mudanças
nos hábitos alimentares dos alunos, pois é através da transmissão do conhecimento
que se pode adquirir uma dieta saudável para melhorar a qualidade de vida deles e
de seus familiares.
Palavras-chaves: educação; dieta alimentar; prevenção ao câncer; fitoquímicos.
1
Professora no Colégio Estadual Desembargador Antonio Franco Ferreira da Costa, em Guaraniaçu/PR. [email protected]
2
Professora Doutora na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, no Colegiado de Ciências Biológicas, Campus de Cascavel/PR. [email protected]
2
ABSTRACT: The aim of this paper is to demonstrate the results achieved during the implementation of Thematic Unit – didactic production developed in the second phase of Educational Development Program – EDP 2008. This paper aimed to develop a literary collection to
assist Science teachers of elementary school, with available information about recent researches on the relationship of diet and different kinds of cancer and the changes that can
be made in the daily diet which help preventing the disease. It was also aimed to check how
the feeding of students of the seventh grade was during the week and teach them about the
importance of a healthy feeding in preventing cancer. One suggests that these changes in
diet must be made by eating mainly fruit and vegetables which have phytochemicals with
specific properties in the prevention and control of cancer. Throughout the research led with
the students, however, it was observed that they ingestion of fruit and vegetables is poor,
and it was found out several causes for these results, such as lack of awareness of families
about the importance of eating this kind of food, cultural and regional eating habits, economic
situation, and others. This paper aimed to assist teachers to suggest changes in the students’ eating habits; because it is through knowledge transmission we can acquire a healthy
diet to improve the students’ quality of life as well as their families’.
Key words: education; diet; cancer prevention; phytochemicals.
1 Introdução
A educação deve ser entendida como um dos momentos essenciais e insubstituíveis na formação dos indivíduos e não apenas ser encarada do ponto de vista da
obrigatoriedade e da necessidade. É na escola que ocorrem as mais importantes
trocas de experiências entre os envolvidos no processo de ensino, não tendo o espaço escolar apenas o caráter de etapa a ser cumprida em nossas vidas. É o espaço de transformação de nossa consciência, da mudança daquilo que percebemos
para aquilo que entendemos.
Conforme o pensamento de Silva e Sasson (2005) é consenso, que a meta
principal da escola é formar futuros cidadãos, pessoas capazes de decodificar um
artigo de jornal, um outdoor ou um programa de televisão, que saibam ler a bula de
um remédio ou um rotulo de um produto alimentício. Enfim, pessoas que entendam
o mundo ao seu redor, sejam capazes de criticar, de propor e, sobretudo, de fazer
3
escolhas conscientes, tanto na vida pessoal como na profissional; cidadãos capazes
de tomar decisões de interesse comum.
Segundo Delizoicov et al (2002, p. 154), partir de temas significativos e apresentar os conhecimentos como processuais, históricos, portadores de procedimentos é resultado de ações e possibilitam ações e explicações, tornando o aprendizado
uma forma de conquista pessoal e coletiva para uma vida melhor. No processo de
ensino e aprendizagem, o professor é um elemento essencial, cabendo a ele não
apenas transmitir conhecimento, mas sim, interagir com os alunos, a ponto de trazer
para a sala de aula, a própria percepção de mundo, que vai além do que está estabelecido nas propostas curriculares.
Sendo a escola um dos espaços para divulgação do conhecimento científico,
e pela necessidade pessoal de complementar os conhecimentos tão superficiais dos
livros didáticos de Ciências, o presente trabalho objetivou abordar de forma mais
aprofundada um dos assuntos de saúde, trazendo para a sala de aula, informações
científicas publicadas sobre a relação da alimentação com o desenvolvimento do
câncer. Para enriquecer a base curricular da aprendizagem da disciplina de Ciências, no Ensino Fundamental de uma escola Estadual do município de Guaraniaçu,
junto aos alunos das 7ªs séries, do turno vespertino, foi desenvolvido o presente estudo sobre a importância da ingestão dos diferentes tipos de alimentos, que podem
apresentar compostos anticarcinogênicos, como os fitoquímicos, identificados nos
diversos tipos de alimentos pelas cores, que podem prevenir ou retardar o aparecimento de vários tipos de cânceres. Faz-se relevante essa abordagem, pois se estima que entre as mortes por câncer atribuídas a fatores ambientais e a dieta alimentar inadequada contribui com cerca de 35% dos casos. (GARÓFOLO et al., 2004).
Este trabalho foi importante, em vista do grande número de casos diagnosticados de câncer na cidade de Guaraniaçu, e também, devido ao percentual de 60%
de existência de casos de cânceres nas famílias, apresentado num breve levantamento entre os alunos das 7ª séries do turno vespertino. A intenção primeira é que
as informações sejam sistematizadas e depois se transformem em conhecimento útil
para a melhoria na qualidade de vida dos alunos, especialmente na prática de uma
alimentação equilibrada e saudável como possibilidade de prevenção e controle do
câncer.
4
1.1 O processo de ensino e aprendizagem na área de Ciências Naturais
Conforme o estabelecido nas Diretrizes Curriculares do Paraná, a disciplina
de Ciências tem como objeto de estudo, o conhecimento científico que resulta da
investigação da Natureza, cabendo ao homem, interpretar racionalmente os fenômenos nela observados, resultantes das relações entre os seres humanos com os
demais seres vivos e no ambiente em que elas ocorrem, seja pela busca de condições de sobrevivência ou pela dominação eficaz da Natureza pelo homem. Essa
interferência do homem sobre a natureza possibilita a ele incorporar experiências,
técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional asseguram a
elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas formas de pensar,
de dominar a Natureza, de compreendê-la e se apropriar dos seus recursos. (PARANÁ, 2008, p. 4-5)
Nesse contexto, o currículo de ciências, enquanto instrumentação da cidadania democrática deve contemplar conteúdos e estratégias de aprendizagem que
capacitem o ser humano para a realização de atividades nos três domínios da ação
humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a experiência subjetiva, visando a integração de homens e mulheres no tríplice universo das relações políticas, do trabalho e da simbolização subjetiva. (BRASIL, 1999, p. 29).
Segundo Brasil (1998, p.28), o conhecimento científico no ensino de Ciências Naturais é fundamental, porém não suficiente. O processo de ensino e aprendizagem nesta área necessita ser desenvolvido dentro dos contextos social e cultural,
considerando o desenvolvimento cognitivo dos estudantes relacionado as suas experiências, que potencializam assim, uma aprendizagem significativa. Dizer que o
aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é dele o movimento de
ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações mediadas pela interação com
o professor e outros estudantes e pelos instrumentos culturais próprios do conhecimento científico. Mas esse movimento não é espontâneo; é construído com a intervenção fundamental do professor.
Devemos pensar num novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz permanente e organizador do trabalho na escola, um orientador, um cooperador, curioso
e, sobretudo, um construtor de sentido. “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
5
possibilidades para a sua produção ou a sua construção (...) É preciso que, pelo contrário
desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre
si, quem forma se forma e reforma e quem é formado forma-se e forma ao ser formado (...)
Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças
que os conotam, não se reduzem as condições do objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. (FREIRE, apud GADOTTI, 2000, p.45)
Segundo Krasilchik (2005) muitos educadores admitem que a disciplina de
ciências biológicas deve ter outras funções, além daquelas que desempenham, como preparar os jovens a enfrentar e resolver problemas relacionados ao meio em
que vivem. De acordo com essa concepção, os objetivos do ensino desta disciplina
são: aprender conceitos básicos, analisar o processo de investigação cientifica e
analisar as implicações sociais da ciência e da tecnologia. Para tanto, deve-se considerar várias dimensões no tratamento dos aspectos ambiental, filosófico, cultural e
histórico, médico e ético. Precisam também compreender, analisar e discutir a informação científica popularizada com base num conjunto de princípios éticos e morais,
individual e social construídos.
Com base em PARANÁ (2008, p. 34), o professor de Ciências, responsável
pela mediação entre o conhecimento científico escolar, representado por conceitos e
modelos e as concepções alternativas dos estudantes deve lançar mão de encaminhamentos metodológicos que utilizem recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a interatividade no processo ensino-aprendizagem e a construção de conceitos de forma significativa para os estudantes, de modo que o processo ensino-aprendizagem em Ciências resulte de uma rede de interações sociais
entre estudantes, professores e o conhecimento científico escolar.
Uma das preocupações que devem nortear as ações pedagógicas e de aprendizagem em Ciências é a saúde. Em Ciências Naturais, apresentar a saúde como um estado de equilíbrio dinâmico do corpo e um bem da coletividade é uma meta
que não é simples e que precisa ser reiterada em diferentes momentos, por meio de
abordagens diversificadas. (BRASIL, 1998, p. 46)
Segundo Myriam Krasilchik (2005), e substituindo a palavra biologia por ciências:
O professor de biologia/ciências tem dupla responsabilidade no ensino de saúde: primeiro,
ensinar aos alunos as aplicações dos princípios biológicos ao estudo de saúde, tais como
6
as relações causais entre as doenças e seus agentes, e entre os processos de prevenção e
os de manutenção da saúde individual e da comunidade; segundo, participar em equipes
que executem os programas de saúde, formadas por elementos do serviço de saúde e do
corpo docente da escola, desenvolver conceitos e atitudes no aluno:
•
que habilitem a selecionar no processo de atendimento de suas necessidades biológi-
cas, efetivas e sociais condutas e meios que levem a saúde e o seu bem-estar;
•
que o tornem capaz de colaborar na defesa e recuperação da saúde e bem-estar pró-
prio ou dos outros;
•
que levem a adotar condutas tendentes a preservar e melhorar as condições do meio
ambiente e a evitar sua deterioração.
O que esta ocorrendo é que as duas funções do professor de biologia/ciências estão, por
força da tradição informativa do ensino, resumindo-se a análise da saúde do ponto de vista
científico, sem completar o processo com uma análise mais abrangente dos comportamentos quanto a saúde e suas consequências em relação a qualidade de vida. (KRASILCHIK,
2005, p. 190, grifo nosso)
Para tentar amenizar o que disse Krasilchik, da qualidade apenas informativa do ensino, foi realizado, como complemento da abordagem do presente trabalho,
o levantamento dos hábitos alimentares praticados pelos alunos. Após a análise dos
dados coletados, coube ao professor, orientar os alunos para confrontarem o conhecimento científico adquirido com o que se verificou na dieta alimentar deles, visando
uma mudança de atitude em relação a uma alimentação saudável.
1.2 A relação entre alimentação e câncer
Para dar ênfase especial a um dos objetivos do trabalho, de se conhecer as
propriedades funcionais anticarcinogênicas existentes em alguns tipos de alimentos
e como os hábitos alimentares saudáveis contribuem para uma vida melhor, foi importante aprofundar as pesquisas sobre o que vem a ser o câncer e quais fatores
podem desencadear esta doença.
Conforme Lopes e Rosso (2005), a célula, unidade básica dos seres vivos, é
constituída por compostos orgânicos e inorgânicos, sendo de 75-85% de água, 1015% de proteínas, 2-3% de lipídios, 1% de glicídios, 1% de ácidos nucléicos e 1% de
outras substâncias e para manter o organismo em equilíbrio, ela necessita funcionar
7
adequadamente. Para tanto, precisa destes compostos, dos quais a grande maioria
é ingerida na alimentação.
Ainda, segundo Lopes e Rosso (2005), os nutrientes: glicídios, proteínas, lipídios, água e sais minerais provêm da degradação dos alimentos que ocorre no trato
digestório. Após este processo de degradação dos alimentos, os nutrientes são distribuídos para todas as células do organismo através da circulação sanguínea, pois
a célula precisa da energia presente nos nutrientes para repor perdas e produzir
mais matéria orgânica, garantindo sua sobrevivência.
Observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos alimentares estão entre as seis primeiras causas de mortalidade por câncer no Brasil. O perfil
de consumo de alimentos que contêm fatores de proteção está abaixo do recomendado em diversas regiões do país. A ingestão de fibras também é baixa no país, onde se observa coincidentemente, uma significativa frequência de câncer de cólon e
reto. O consumo de gorduras é elevado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste,
onde ocorrem as maiores incidências de câncer de mama. O câncer de estômago
ocupa o primeiro lugar em mortalidade entre homens no Brasil, sendo São Paulo,
Fortaleza e Belém as cidades onde este tipo de neoplasia atinge os mais altos níveis
de frequência do mundo. (INCA, 2008)
Schwarcz e Berkoff (2006) mostraram em pesquisas recentes, que mudou
consideravelmente o modo como se observa o papel da alimentação na prevenção e
no tratamento do câncer. Está comprovado que certos itens da dieta alimentar contribuem para o desenvolvimento e propagação de tumores malignos, ao passo que
outros diminuem ou bloqueiam seu crescimento. Acredita-se que 35% de todos os
tipos de cânceres podem estar relacionados com a alimentação, principalmente uma
dieta rica em alimentos industrializados e gorduras, pois algumas são suscetíveis a
produção de radicais livres, substâncias tóxicas que danificam as células, contribuindo para o envelhecimento e o desenvolvimento de doenças. Estas pesquisas apontam ainda que, se for feito algumas pequenas mudanças nos hábitos alimentares
poderíamos evitar alguns tipos de cânceres.
De acordo com Garófolo et al. (2004), o número de casos de câncer teve aumento significativo no último século, e acredita-se que isto esteja associado aos processos de industrialização, urbanização e degradação do ambiente, ocorridos nos
últimos anos, de forma acelerada e muitas vezes, desordenada. As pesquisas apon-
8
tam também, que as taxas de morbi-mortalidade associadas ao câncer, em países
em desenvolvimento, é menor que em países desenvolvidos. Constata-se isso no
Brasil, pois a região sudeste que é a mais desenvolvida do país apresenta maior
número da estimativa de novos casos de neoplasias, chega a aproximadamente
50% a mais que nas outras regiões do país (INCA, 2008).
Segundo Schwarcz e Berkoff (2006), numa dieta alimentar contra o câncer se
deve ingerir mais frutas, verduras e legumes principalmente de origem orgânicas.
Em pesquisas recentes, verificou-se que uma alimentação rica em frutas, verduras e
legumes esta relacionada com a menor incidência de diversos tipos de cânceres.
Isto se justifica porque estes alimentos são ricos em fitoquímicos3, como os bioflavonóides, licopenos e outras substâncias naturais, fibras alimentares, ácido fólico e
outros antioxidantes como o betacaroteno e as vitaminas C e E. Acredita-se que essas substâncias reduzem ou revertem o processo que pode desencadear o câncer.
Atuam por meio de diversos mecanismos de proteção: neutralizam ou desintoxicam
as células de agentes carcinógenos; previnem mudanças pré-cancerígenas no material genético celular provocadas por carcinógenos, radiação ou outros fatores ambientais; reduzem a ação hormonal que pode estimular o desenvolvimento de tumores; e, induzem a formação de enzimas protetoras. Acredita-se ainda, que baixos
níveis de ácido fólico no organismo podem deixar as células vulneráveis a atuação
de substâncias carcinogênicas, pois este ácido é responsável por reparos normais
na molécula de DNA.
Minerais como o selênio e o cálcio, e compostos presentes em chás (catequinas), cítricos (terpenos), no caqui, no leite, em peixes, em uvas e vinhos (fenólicos),
na soja e derivados (isoflavonóides) apresentam comprovados efeitos anticarcinogênicos in vitro e in vivo, constituindo promissores alimentos funcionais para a prevenção do câncer. (FERRARI; TORRES, 2002).
Dentre todos os seres vivos presentes no meio ambiente, o ser humano é o
único que tem o privilégio de selecionar, combinar e transformar sua alimentação,
fator indispensável a sua existência. As culturas antigas têm tradições que levam em
consideração elementos saudáveis presentes na composição dos alimentos. Assim,
3
Substâncias biologicamente ativas presentes em vegetais, que lhes proporcionam cor, sabor, odor e
tem função de protegê-los contra doenças causadas por bactérias, fungos e vírus e tem função antioxidante nas plantas. (http://www.saudenarede.com.br/?p=av&id=Fitoquimicos)
9
foram introduzidas na alimentação diária, vegetais como frutas, legumes, verduras e
alguns condimentos para propiciar o bem-estar do homem.
Na atualidade, na maioria dos países industrializados, a vida moderna levou o
ser humano a mudar os hábitos alimentares ingerindo uma quantidade maior de alimentos industrializados em detrimento de alimentos naturais. Mas esta mudança
não trouxe benefícios, pois os alimentos industrializados contêm altos índices de
aditivos químicos, como conservantes, corantes e espessantes.
Em consequência, estão crescendo os índices de doenças provocadas por
ingestão de alimentos industrializados como alguns tipos de cânceres. Diante disso
faz-se importante conhecer também as propriedades fitoquímicas de alguns alimentos, para depois propor mudanças nos hábitos alimentares como medida de prevenção ao desenvolvimento de diversos tipos de doenças como o câncer.
Nas Diretrizes Alimentares para a População Brasileira definidas pelo Ministério da Saúde, através da Resolução RDC nº 39, de 21 de março de 2001, a dieta
ideal, saudável e equilibrada, para um adulto, foi fixada em 2500 calorias diárias.
Para uma dieta alimentar equilibrada, o ideal é conhecer a pirâmide alimentar
e sua funcionalidade. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)4, a pirâmide alimentar é um instrumento, sob forma gráfica, de orientação da
população para uma alimentação mais saudável. A pirâmide alimentar é composta
de quatro níveis com oito grandes grupos de produtos, de acordo com a sua participação relativa no total de calorias de uma dieta saudável.
2 Metodologia e Implementação do trabalho
O trabalho inicial foi com os professores, colegas que também lecionam Ciências, no Ensino Fundamental, a fim de divulgar a Unidade Temática: Dieta Alimentar e Câncer, produzida como parte do Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE, no segundo semestre de 2008. O material pesquisado e elaborado serviu como apoio didático-pedagógico para os professores embasarem as discussões com
os alunos e como fonte de pesquisa e subsídio para as aulas sobre o tema.
4
http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/39_01rdc.htm
10
A Unidade Temática foi trabalhada pelos professores de Ciências das 7ªs séries, de uma escola estadual, do município de Guaraniaçu, Paraná, no turno vespertino, com aproximadamente 120 (cento e vinte) alunos. Durante todo o processo de
trabalho, foram realizadas quatro reuniões com os professores auxiliares para a implementação da produção didática nas turmas. A primeira reunião foi para divulgação do material elaborado, reproduzido impresso ou em DVD.
Na reunião seguinte, as discussões foram sobre o tema proposto, como este
seria desenvolvido junto aos alunos e a forma de aplicação das atividades propostas
na produção. As outras duas reuniões foram de discussões sobre os resultados obtidos e as dificuldades e limitações enfrentadas durante o processo.
A implementação da produção didática junto aos alunos iniciou com estudos
sobre a célula, pela necessidade de conhecer o funcionamento de seus componentes, o que permitiu compreender como se desenvolve o câncer.
Em classe, os alunos desenharam as células animal e vegetal para comparar
suas diferenças; confeccionaram a célula animal utilizando massa de modelar e cartolina. Também realizaram uma atividade de caça-palavras, utilizando um texto informativo sobre a formação do câncer, onde pesquisavam o significado das palavras
relacionadas ao processo de desenvolvimento da doença, grifadas no próprio texto.
Fazendo parte da estratégia para os alunos compreenderem o que vem a ser
uma pirâmide alimentar, convidamos a nutricionista da Secretaria Municipal de Educação para proferir uma palestra. Esta foi sobre importância dos alimentos coloridos,
a pirâmide alimentar e reeducação da dieta.
Em sequência a palestra, os alunos foram orientados para acompanharem a
própria dieta alimentar, listando durante 5 (cinco) dias os alimentos consumidos em
cada refeição. Após isso, trouxeram as anotações para trabalho em classe. Separados em grupos de quatro ou cinco alunos, identificaram a quantidade de alimentos
que consomem de cada grupo alimentar e desenharam a própria pirâmide. Compararam o desenho com a pirâmide ideal, utilizando o modelo sugerido pela nutricionista, e identificaram quais aspectos precisavam melhorar na alimentação diária. No
laboratório de informática, complementaram os estudos com uma pesquisa em diversos sites disponíveis na Internet sobre quais alimentos constituem a Cesta Básica
Nacional. Em classe, foi organizado um debate acerca dos alimentos sugeridos na
11
cesta básica, especialmente no que se referem as frutas, verduras e legumes, em
comparação com o que orientou a nutricionista.
A partir desse momento, os professores abordaram a importância da ingestão
de frutas, verduras e legumes diariamente, pela presença dos fitoquímicos, substâncias importantes nesses alimentos e com valor terapêutico, que protegem o organismo humano de algumas doenças, dentre elas, o câncer. Foram utilizados recursos áudio visuais como TV pendrive e computadores, e aplicativos computacionais,
como a Microsoft Power Point e apresentação Broffice-impress, para organizar slides.
Para finalizar os trabalhos sobre o tema proposto, foram realizadas aulas no
laboratório de informática. No laboratório, os alunos foram orientados a: pesquisar
dados e informações sobre o câncer, especialmente no site do Instituto Nacional do
Câncer – INCA5; pesquisar e anotar as porcentagens e os tipos de cânceres encontrados por região e por estados brasileiros; elaborar uma tabela para sistematização
e análise dos dados e, na sala de aula, foi organizado discussões em plenário para
socializar as informações anotadas por cada equipe.
3 Resultados e discussões
Segundo o relato dos professores, a atividade de desenhar a célula e o texto
de caça-palavras foi de suma importância para o aluno compreender a estrutura e o
funcionamento das células. Sabe-se que, tal entendimento é fundamental para que
se possa compreender a intrincada rede de interações necessárias para a manutenção da vida e que quando a célula é exposta a agentes externos ou internos específicos, estes possam vir a desregrar o seu funcionamento, provocando alterações essenciais ao desenvolvimento do câncer.
A palestra com a nutricionista levou os alunos a compreenderem: a) como os
alimentos são distribuídos na pirâmide alimentar e as quantidades que devem ser
ingeridas diariamente, sempre evitando produtos industrializados com aditivos químicos, bem como embutidos, gorduras, refrigerantes, salgadinhos, bolachas recheadas, dentre outros; b) que a energia presente nos nutrientes dos alimentos é geral5
http://www.inca.gov.br
12
mente medida em quilocalorias (Kcal), embora normalmente se use o termo calorias;
c) que cada pessoa precisa de um mínimo de energia (calorias) para seu organismo
manter-se em equilíbrio; d) que a quantidade de energia vai depender de alguns fatores, como a idade, a estatura, a estrutura óssea, a atividade que desempenha,
dentre outros fatores; e) que quando se ingere alimentos acima das necessidades
diárias, ou quantidade excessiva de alguns nutrientes, o excesso, em grande parte,
é transformado em gordura e acumulado nas células adiposas, aumentando a massa corpórea e muitas vezes provocando malefícios ao organismo.
A nutricionista também abordou a importância da ingestão de pelo menos cinco cores de diferentes tipos de frutas, verduras e legumes durante o dia, porque apresentam propriedades importantes na prevenção de diversos tipos de cânceres.
Os alunos questionaram a dificuldade de se adquirir estes alimentos devido ao preço, porém, a nutricionista sugeriu frutas e verduras sazonais, compradas diretamente do produtor e incentivou aqueles que residem em zona rural ou em locais com
terreno disponível, a cultivarem alguns desses alimentos, pois alguns são facilmente
produzidos em nossa região.
Em geral, os alunos foram atenciosos e participativos durante a palestra. Demonstraram interesse em mudar seus hábitos alimentares, porém apontaram algumas dificuldades e limitações para que tais mudanças não ocorram, como: as condições econômicas das famílias, os hábitos e costumes praticados ao longo do tempo,
além de outros hábitos que são culturais na região.
Nas pirâmides alimentares confeccionadas pelos próprios alunos e na dieta
alimentar anotada por cinco dias, foi possível observar que:
•
Há aluno cuja pirâmide alimentar própria não tem todos os grupos alimentares;
•
A maioria dos alunos ingere mais carboidratos que o necessário em suas refeições;
•
Em relação as proteínas, quando ingeridas, normalmente é através das carnes,
porém, poucos alunos declararam consumir este alimento. Uma observação importante, é que muitos ingeriram feijão e arroz várias vezes nos dias pesquisados. Essa combinação permite ao organismo absorver aminoácidos essenciais,
porém alimentos de origem vegetal são mais pobres em aminoácidos que alimentos de origem animal, como carne, ovos e laticínios; (AMABIS; MARTHO,
2005)
13
•
No item dos óleos e gorduras, poucos alunos declararam ingerir frituras ou alimentos com alto teor de gordura;
•
Em relação a ingestão de frutas e verduras, o resultado é aquém do adequado a
uma alimentação saudável e equilibrada. Os alimentos consumidos são basicamente alface e repolho, e um ou outro aluno ingere também tomate, cenoura e
beterraba. A banana é a fruta mais consumida pelos alunos, aparecendo, em
poucos casos, também a maçã, a laranja, a poncã e o abacate.
Os dados coletados na pesquisa sobre a dieta alimentar dos alunos, os ali-
mentos coloridos (verduras, frutas e legumes) consumidos por eles durante cinco
dias, estão sintetizados na tabela 1 e nas figuras 1 a 5.
Tabela 1: Quantidade de alimentos coloridos ingeridos durantes as refeições
Quantidade de alimentos coloridos
ingeridos nas refeições (cores)
Dias da pesquisa (% de alunos)
1º
2º
3º
4º
5º
38,2%
21,5%
34%
40,2%
46,8%
Duas cores
24%
34%
17%
11%
21,2%
Três cores
4,2%
8,5%
8,7%
11,7%
6,3%
Quatro cores
6,3%
4,2%
9,6%
4,2%
1,3%
Cinco cores
4,3%
2,1%
1%
1%
1%
Não ingestão de alimentos coloridos
23%
29,7%
29,7%
31,9%
23,4%
Uma cor
Uma cor
Duas Cores
Três Cores
Quatro Cores
Cinco Cores
Não ingestão
Figura 1: Percentual dos alimentos coloridos consumidos no primeiro dia
14
Uma cor
Duas Cores
Três Cores
Quatro Cores
Cinco Cores
Não ingestão
Figura 2: Percentual dos alimentos coloridos consumidos no segundo dia
Uma cor
Duas Cores
Três Cores
Quatro Cores
Cinco Cores
Não ingestão
Figura 3: Percentual dos alimentos coloridos consumidos no terceiro dia
Uma cor
Duas Cores
Três Cores
Quatro Cores
Cinco Cores
Não ingestão
Figura 4: Percentual dos alimentos coloridos consumidos no quarto dia
15
Uma cor
Duas Cores
Três Cores
Quatro Cores
Cinco Cores
Não ingestão
Figura 5: Percentual dos alimentos coloridos consumidos no quinto dia
Analisando os dados da tabela 1, pode-se destacar que, em média, 27,54%
dos alunos pesquisados não ingeriram nenhum tipo de fruta, verdura e legume durante os cinco dias em que anotaram as refeições feitas, o que leva a concluir que a
realidade dos alunos desse estudo está distante de uma alimentação equilibrada.
Eles permanecem vários dias sem a ingestão de nutrientes essenciais ao funcionamento do organismo. Podemos dizer que no primeiro dia da pesquisa, o conjunto
dos alunos pesquisados, se alimentou da maneira mais correta. Apresentaram o melhor índice da pesquisa em relação ao ideal sobre a ingestão de alimentos coloridos,
quando 4,3% dos pesquisados declararam ter ingerido as cinco cores nas refeições.
No terceiro dia da pesquisa, também merece destaque os 9,6% dos pesquisados
que ingeriram quatro cores de alimentos nas refeições. Mas tanto um quanto outro
percentual está aquém do desejado. Mesmo analisando apenas uma cor de alimento, nenhum dia o resultado atingiu 50% dos alunos pesquisados.
Discutindo os resultados encontrados com os alunos, comparamos os alimentos por eles ingeridos com os da Cesta Básica Nacional sugerida pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A Cesta Básica
Nacional é a quantidade de alimento suficiente para o sustento e bem estar de um
trabalhador em idade adulta, contendo quantidade balanceada de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo. Ela sugere 14 tipos de alimentos: carne, leite, feijão, arroz,
farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, frutas (banana), açúcar, banha, óleo,
manteiga6.
6
Disponível em: <http://www.dieese.org.br/rel/rac/metodologia.pdf>
16
Os alunos observaram que na Cesta Básica Nacional, é sugerido o consumo
de bananas, como fruta, do tomate como legume e não menciona as verduras, não
atendendo plenamente as necessidades diárias de vitaminas, minerais e fitoquímicos, encontrados nos alimentos coloridos. Discutiu-se o problema da alimentação
pobre em nutrientes, e foram apontados como possíveis causas, as questões culturais, pois muitas famílias não têm o hábito de ingerir determinados alimentos; outros
alegaram a situação econômica das famílias, em que o salário mensal dos pais não
é suficiente para permitir variar o cardápio diário, tendo em vista o custo dos alimentos, especialmente frutas, legumes e verduras, que variam muito dependendo da
época do ano. Alguns admitiram não saber que as frutas, legumes e verduras eram
importantes para o organismo, pois muitos são filhos de pessoas com pouca escolaridade e conhecimento restrito sobre o poder terapêutico de uma alimentação equilibrada.
Segundo o INCA, o perfil de consumo de alimentos que contêm fatores de
proteção está abaixo do recomendado em diversas regiões. A ingestão de fibras
também é baixa no país e o de gordura é elevado em algumas regiões. Entre os jovens é comum a preferência por alimentos como hambúrguer, cachorro-quente, batata frita que incluem a maioria dos fatores de risco alimentares acima relacionados
e que praticamente não apresentam nenhum fator protetor. Essa tendência se observa não só nos hábitos alimentares das classes sociais mais abastadas, mas também nas menos favorecidas. Igualmente, nesse grupo, o consumo de alimentos ricos em fatores de proteção, tais como frutas, verduras, legumes e cereais, é baixo.
Segundo FERNANDES (2005), é simples atingir a ingestão mínima diária de
400 gramas de vegetais e frutas que a Organização Mundial da Saúde recomenda.
O número de porção diária de vegetais e frutas pode variar de 5 a 9 e irá depender
da necessidade energética diária de cada pessoa. Recomenda-se a ingestão de
uma variedade de pelo menos cinco cores de vegetais e frutas por dia. Adicione em
sua alimentação diária uma variedade de cores: laranjas, amarelos, vermelhos, verdes, azuis, brancos e marrons, você terá sua saúde equilibrada. As cores funcionam
como um Guia que facilita a identificação dos nutrientes e fitoquímicos, assim como
seus respectivos benefícios e propriedades funcionais em relação do desenvolvimento de células cancerosa
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Para sistematizar os dados coletados na outra atividade desenvolvida no laboratório de informática, referente a pesquisa sobre a incidência do câncer nas diversas regiões brasileiras foi organizado discussões em plenário na sala de aula. Os
alunos apresentaram os dados que consideraram mais relevantes, dentre eles, a
incidência alarmante de alguns tipos de neoplasias em determinadas regiões no
Brasil, especialmente a Sul e Sudeste, e os Estados do Rio Grande do Sul e São
Paulo. Discutiram o que pode estar relacionado a esse fenômeno, conseguindo
compreender que essas regiões dominam as estatísticas por diversos fatores, como:
são as regiões brasileiras que apresentam maior grau de desenvolvimento e industrialização, assim a população está mais exposta a fatores de risco como: exposição
a poluição atmosférica (resíduos químicos das indústrias), alimentação rica em gordura, bem como embutidos (nitritos e nitratos), churrasco e defumados, os quais
contém alcatrão proveniente da fumaça do carvão; o clima e a radiação solar; nestas
regiões temos a prevalência da população de pele clara, a qual tem mais propensão
em desenvolver câncer de pele quando se expõe em horários de alta incidência solar; os costumes alimentares regionais, como o uso de chimarrão entre outros; o uso
de agrotóxicos na lavoura; a poluição; o estresse da vida agitada e das condições de
trabalho.
4 Considerações Finais
Neste estudo enfatizamos os hábitos alimentares, ou seja, o papel protetor
dos fitoquímicos, presentes nos alimentos coloridos, em relação ao câncer.
Deve-se valorizar a inclusão e a diversidade de vegetais e frutas no cardápio
constantemente, pois o Brasil é um país privilegiado e com grande variedade de frutas, verduras e legumes. Entretanto, na pesquisa de campo realizada com os alunos
percebeu-se que apenas 3,7% ingeriram alimentos coloridos da dieta ideal para prevenção do câncer em um único dia. Os demais estão aquém de uma alimentação
equilibrada em relação a ingestão de frutas, verduras e legumes. Pode-se constatar
junto aos outros professores participantes, que são vários os fatores da não ingestão
deste grupo de alimentos, tais como: falta de conhecimento da família sobre os efeitos benéficos destes alimentos, e assim não habituaram seus filhos a ingeri-los; cultura familiar – a família nunca teve costume de ingerir frutas e verduras e este hábito
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passa de geração a geração e, também o custo deste grupo de alimentos nos supermercados, pois grande parte dos alunos pesquisados são de classes menos favorecidas. Porém, em alguns casos, o último item não se justifica, pois temos muitos
alunos, entre os pesquisados, cuja família reside em pequenas propriedades na zona rural ou em área urbana em que há terreno disponível para o cultivo destes alimentos, e, normalmente, não o fazem. E, outros, de baixa renda, não têm o discernimento de quando estiverem em supermercados, mercearias, frutarias, etc, escolherem as frutas, verduras e legumes da época, pois estes apresentam menor preço,
o que facilita sua aquisição. Os pais, quando estão no supermercado, muitas vezes
consideram este grupo de alimentos como supérfluos, que trazem pouca energia,
preferindo comprar mais feijão, arroz e massas.
Observa-se que não é necessário memorizar o nome de todos os fitoquímicos
apresentados. Para organizar a dieta alimentar adequada basta usar a combinação
de cores. Além de encantar os olhos, é uma maneira fácil e eficiente de ingerir os
principais compostos anticancerígenos (fitoquímicos) presentes nos alimentos. Alguns especialistas dizem que quanto mais intensa for a cor do vegetal, mais fitonutrientes protetores eles contém.
É função da escola e dos educadores orientar o estudante a selecionar informações, identificar os valores agregados a elas e realizar escolhas, auxiliando ainda, a desenvolver atitudes corretas em relação a saúde, não desconsiderando que o
estudante convive em família e de forma alguma, poderá se desfazer dos conhecimentos acumulados historicamente no seu meio rapidamente. Mas sim aprimorá-los
ou muitas vezes reformulá-los. Este processo se dará em longo prazo, assim os professores devem estar sempre trabalhando a importância da alimentação equilibrada,
dos alimentos coloridos com seus fitoquímicos e de suas propriedades, na prevenção de doenças como o câncer, para que os alunos assimilem esse conhecimento e
o pratiquem em sua vida diária. Conscientizando os jovens, temos garantia de que
no futuro, os hábitos alimentares das famílias que eles formarão podem ser mais
saudáveis. No momento, é suficiente eles compreenderem a importância da alimentação e transmitir isto para seus familiares. A mudança pode ser pequena, mas significará um ganho na qualidade de vida no futuro.
“Que o seu alimento seja o seu remédio, e o seu remédio, o seu alimento”. Isso foi o que Hipócrates, o pai da medicina moderna, disse há mais de 2000 anos.
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Assim, simples modificações nos hábitos alimentares, incluindo certos alimentos que
constituem fontes específicas de substâncias anticancerígenas, representam uma
das melhores soluções para combater o desenvolvimento do câncer.
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