Idade Média: a Igreja e os reinos medievais 1 [...] constituíram

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Idade Média: a Igreja e
os reinos medievais
1 [...] constituíram-se na Idade Média dois poderes que se colocavam acima da
autoridade dos reis e dos senhores e, por isso, eram denominados poderes universais: o
papado (poder espiritual ou religioso) e o império (poder temporal ou político). A relação
entre esses dois poderes foi sempre problemática [...].
Luiz Koshiba. História: origens, estruturas e processos.
Pode ser apontado(a) como um exemplo dessa relação problemática:
(a) a promulgação do Edito de Milão, em 313, que reconheceu o poder espiritual do
papa e estabeleceu o Cristianismo como a religião oficial do Império Romano, condição
revogada pelo imperador Décio, no fim do século IV.
(b) o conflito conhecido como a Querela das Investiduras, de 1076, que opôs o papa
Gregório VII ao imperador Henrique IV, do Sacro Império, e só foi superado em 1122,
com a Concordata de Worms.
(c) a determinação do imperador Teodósio I, a partir de 391, em proibir todas as práticas
não pagãs, que gerou uma forte perseguição aos cristãos e o poder religioso voltou para
a mão do imperador romano.
(d) o incentivo dos reinos cristãos, principalmente do Império Carolíngio, em construir
mosteiros longe das cidades, o que efetivou a separação entre o poder temporal dos
reis e o poder espiritual dos monges e do clero em geral.
(e) o apoio decisivo do imperador Constantino à heresia ariana, construída pelos bispos
do Oriente, no Concílio de Niceia (325), que defendia a concepção de que o poder
temporal caberia apenas ao soberano romano, mas com o beneplácito do papa.
2 A História nos mostra que as concepções acerca do trabalho, suas funções e
significações se transformaram ao longo do tempo. A esse respeito, leia o texto que
se segue.
[...] conforme o esquema trifuncional indo-europeu estruturado por Georges Dumézil, a
partir do século XI, a sociedade cristã é frequentemente descrita como composta de
homens que oram (oratores, os clérigos), de homens que guerreiam (bellatores, os
guerreiros) e, enfim, de homens que trabalham (laboratores, na época, essencialmente
camponeses). Mesmo que vários textos enfatizem que os laboratores são inferiores aos
oratores e bellatores, o surgimento dos trabalhadores no esquema constitutivo da
sociedade exprime a promoção do trabalho e daqueles que o praticam.
Jacques Le Goff. Dicionário temático do Ocidente Medieval, v. II, p. 568-9.
Pela análise do trecho, é incorreto afirmar que:
(a) a crise do feudalismo, a partir do século XI, promoveu alterações na mentalidade
medieval acerca do trabalho, uma vez que, mesmo depreciado, reconhecia-se sua
importância para a própria existência do mundo feudal.
(b) mesmo que a Idade Média seja, tradicionalmente, um período de depreciação do
trabalho manual, houve inegáveis mudanças nesse sentido, principalmente a partir do
século XI, como apontado no texto.
(c) os bellatores, terceira ordem feudal, responsáveis pela defesa dos camponeses,
determinavam todas as concepções acerca do trabalho, uma vez que eram os donos das
terras e os responsáveis pela produção agrícola.
(d) a divisão tradicional da sociedade medieval em três ordens revela a importância que
o trabalho adquiria naquele momento, mas também nos mostra a necessidade de se
justificar o domínio sobre os camponeses.
(e) diferentes civilizações, ao longo da História, necessitam de justificativas e de padrões
culturais aceitos pelo conjunto da sociedade, com o intuito de garantir o domínio, de
certas parcelas, sobre o conjunto da população.
3 Leia.
Nos arredores de Assis, dois leprosários [...] hospedavam os homens e mulheres de visão
repugnante escorraçados por todos: considerava-se que os leprosos eram assim por
castigo de Deus, por causa dos pecados cometidos, ou porque tinham sido concebidos
em pecado. Por isso, ao se movimentarem, eram obrigados a bater certas castanholas,
para que os sãos pudessem evitá-los, fugindo a tempo.
Chiara Frugoni. Vida de um homem: Francisco de Assis, 2011.
A lepra e as demais doenças recorrentes durante a Idade Média:
(a) resultavam do descuido das vítimas e os médicos se dedicavam apenas aos doentes
graves ou terminais.
(b) atingiam basicamente as populações rurais, pois as condições de higiene e
saneamento nas cidades eram melhores.
(c) atacavam e matavam igualmente nobres e pobres, pois não existiam hospitais ou
remédios.
(d) eram consideradas contagiosas e, devido a isso, não havia pessoas dispostas a cuidar
dos enfermos.
(e) eram muitas vezes atribuídas à ação divina e as vítimas eram tratadas como
responsáveis pelo mal.
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