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Ascensão grega
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CONCEITOS A EXPLORAR
L íngua
portuguesa
Gramático-históricos: processos de formação das palavras.
Morfológicos: segmentação das palavras, morfemas, lexemas etc.
Metodológicos: análise e interpretação, observação e dedução.
M atemática
Razão de segmentos.
Segmentos áureos.
Tópicos de Geometria plana.
Tópicos de história da Matemática.
Filosofia
O homem: referência central do humanismo; a liberdade humana (o
apreço pela liberdade e pela universalidade).
A razão: valorização do conhecimento e da razão lógica.
A arte: forma privilegiada de expressão humana.
A importância da polis e das condições de cidadania e democracia.
A universalidade da cultura: globalização.
COMPETÊNCIAS A DESENVOL
VER
DESENVOLVER
L íngua
portuguesa
Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando os textos com seus contextos, mediante a natureza, a função e a organização das manifestações, de acordo com
as condições de produção e recepção.
Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna,
geradora de significação e integradora da organização do mundo
e da própria identidade.
Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da
informação; associá-las aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que se propõem a
solucionar.
M atemática
Filosofia
Relacionar etapas da história da Matemática com a evolução da
humanidade.
Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo.
Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente
e mudando de posição diante de argumentos mais consistentes.
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INTERF
ACE COM OUTRAS DISCIPLINAS
INTERFACE
A ntropologia
Educação
Estudo das expressões culturais gregas, particularmente da arte.
O papel do corpo e cuidados de que ele precisa.
física
História
P olítica
Discutir o contexto da emergência da civilização grega, situando a
grande contribuição da filosofia nessa cultura.
Formas de organização da sociedade grega em relação ao exercício do poder.
SUGESTÕES PARA
EXPLORAR O VÍDEO
É preciso, antes de mais nada, diferenciar a Grécia
histórica da Grécia simbólica.
A Grécia histórica é hoje uma das nações mais
pobres da Europa e enfrenta problemas similares
aos dos países do chamado Terceiro Mundo: instabilidade política, ameaça contínua à democracia,
economia subordinada a Estados mais poderosos,
atraso tecnológico, dominação cultural, impotência militar etc.
Já a Grécia simbólica não é um Estado europeu: está espalhada por todo o mundo. Trata-se do
berço da democracia, que a todas as ciências modernas empresta seu idioma, como base pelo menos de sua terminologia. Sua filosofia, sua literatura, suas artes e ciências são a base da cultura ocidental.
A origem de todos os idiomas derivados do latim – português, francês, castelhano, italiano etc. –
tem participação do grego (e até mesmo a do inglês, cujo uso vem se universalizando). É fácil observar isso no léxico, ou seja, nas palavras e no
processo de sua construção, com prefixos, radicais
e sufixos.
O estudante conhece uma grande quantidade
de palavras formadas por radicais gregos. Tomemos como exemplo duas palavras: datilografia e
telescópio. (Ver quadro1)
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Jeosafá Fernandez Gonçalves
Embora saiba o significado de ambas, talvez o
aluno não possua a habilidade de analisá-las, segmentando-as em partes que podem ser observadas
isoladamente:
da t i l o g r a f i a
tele scópio
Essa separação ajuda a interpretar, deduzindo
os significados e o sentido de cada parte:
datilo
datilo
(dedo)
(dedo)
tele
tele
grafia
grafia
(grafia/escrita)
(grafia/escrita)
scópio
scópio
(visão/estudo)
(distância) (visão/estudo)
(distância)
A partir dessa análise se torna possível mobilizar um conhecimento que parece novo, mas é apenas a reorganização de um conhecimento anterior:
®
datilo ®
grafia ®
scópio
®
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Língua Portuguesa
tele
Assim, a partir das palavras ‘datilografia’ e ‘telescópio’, o aluno pode formar duas outras –
‘datiloscópio’ e ‘telegrafia’, e inferir seus significados:
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Tele (distância) + grafia (grafia/escrita) = telegrafia
Ao desenvolver a habilidade de analisar e interpretar as partes da palavra, o aluno verá se abrir um
mundo de conhecimentos insuspeitos, com a ampla
possibilidade de palavras que pode conhecer.
Recorrendo à memória lingüística, ajude o aluno a
intuir esse mundo no qual encontrará um vocabulário
semi-oculto. Chame a atenção para palavras como:
demo
cracia
(povo)
(governo do)
bio
logia
(vida)
(estudo da)
O estudante se surpreenderá ao descobrir que
já conhecia, sem saber, inúmeras palavras em grego – e também em latim e em outras línguas como
o tupi, o inglês, o francês etc.
A Grécia simbólica está em toda parte. Principalmente dentro da gente. Mesmo que a gente nem
suspeite.
Matemática
A indiscutível contribuição dos gregos ao
desenvolvimento da Matemática e, especialmente, da Geometria, torna evidente a utili-
A
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Walter Spinelli
dade do vídeo para discutir conceitos dessa
disciplina. Duas abordagens podem ser
sugeridas.
arquitetura
Leve os alunos a observar, nas construções gregas, a simplicidade das formas em comparação com algumas obras da arquitetura moderna. Chame a atenção para a quantidade de
apoios que possibilitam uma distribuição regular da carga, com extrema segurança, dispensando os complicados cálculos estruturais
O
Ascensão grega
Datilo (dedo) + scópio (visão/estudo) = datiloscópio
Visão/estudo do dedo? O que haveria para ver
ou estudar nos dedos? Mesmo que demore um pouco, o aluno certamente lembrará das impressões
digitais. Sabendo que um telescópio é um aparelho, pode inferir que um datiloscópio é igualmente
um aparelho. E, pela dedução, concluir:
‘datiloscópio’ é um aparelho empregado para analisar as impressões digitais.
As mesmas habilidades ajudarão a compreender o sentido da palavra ‘telegrafia’.
das obras modernas.
Mostre como as seções áureas se aplicam às
fachadas dos templos gregos.
Para completar, proponha que façam uma pesquisa de outras obras da arquitetura, da escultura
ou da pintura realizadas com base nos segmentos
áureos.
s gregos na história da Matemática
Muitos dos conceitos dados hoje no ensino médio foram inicialmente pensados e organizados pelos gregos. Compreender a maneira
como eles pensavam e organizavam suas pesquisas contribui para entender parte da interrelação entre o desenvolvimento científico e as
relações sociais e étnicas.
Converse com os alunos, ajudando-os a lembrar
nomes de personagens ou de conceitos matemáticos associados à civilização grega. Provavelmente
serão lembrados, entre outros: Pitágoras, Tales,
Euclides, sólidos platônicos, trigonometria etc. Comente os conceitos e os nomes e aproveite para
ampliar os conhecimentos a respeito de cada um.
Em relação a Pitágoras, por exemplo, vale a
pena lembrar suas características de profeta e místico e sua preocupação em dar um significado es○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
pecial aos números e às formas geométricas, atribuindo-lhes qualidades e estimulando o que podemos chamar de ‘numerologia’. “Tudo é número”
era o lema de sua escola, lema que o levou a imaginar números masculinos e femininos (ímpares e
pares, respectivamente), números perfeitos (como
o 6, por exemplo, igual à soma de seus fatores,
exceto ele mesmo).
Comente como para os pitagóricos os números possuíam qualidades intrínsecas: o 1 como
o número da razão; o 2 como número da opinião; o 3 como número da harmonia, composto
por unidade e diversidade; o 4 como número
da justiça etc. Essa preocupação se ligava intimamente a sua postura filosófica, confiando no
estudo da Matemática e da Filosofia como base
moral para a conduta humana.
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Ao que parece, o próprio Pitágoras criou essas
duas palavras – ‘filosofia’ (amor à sabedoria) e
‘matemática’ (que é aprendido) –, para descrever suas atividades intelectuais.
Discuta o declínio do raciocínio pitagórico de que
“tudo é número” diante da questão dos números irracionais (especialmente a raiz quadrada de dois), ao se constatar que esse resultado não pode ser escrito como razão de dois números inteiros. Os paradoxos de Zenão,
especialmente o da corrida entre a lebre e a tartaruga,
são bem úteis para explorar esse tema.
Outro personagem que pode ser lembrado é Tales
de Mileto que, ao lado de Pitágoras, representa para
a Matemática grega um papel equivalente ao de
Homero na literatura.
Os jônicos, como Tales, tinham uma tradição de
ousadia e imaginação que os compelia a viajar e
buscar conhecimentos de outros povos. Nesse processo, muitos dos conceitos de Geometria hoje atribuídos aos gregos podem ter sido apreendidos de
babilônios ou egípcios.
Procure promover uma pesquisa a respeito desses e
de outros personagens, analisando suas contribuições
à história da humanidade. Mostre como, na época dos
gregos, o desenvolvimento da Matemática estava intimamente aliado ao estudo da Filosofia e da História.
Filosofia
Explore as cenas do vídeo que registram a mitologia, a vida política, as relações econômicas, as formas
de trabalho e as modalidades da organização social,
bem como cenas artísticas e a representação de jogos e
esportes, desenvolvendo conteúdos variados:
• História da Filosofia;
Antônio Joaquim Severino
• estética;
• educação do corpo;
• mitologia;
• política;
• relações de gênero (é marcante a ausência da
mulher nesse quadro da cultura grega).
Atividades
Análise: peça para os alunos identificarem os diversos temas/problemas relacionados, registrando-os, sistematizando-os e organizando-os
para colocar em discussão.
Pesquisa: solicite pesquisas em fontes históricas,
de forma a complementar os dados apresentados pelo vídeo e a permitir tanto uma análise
comparativa com
0.a situação atual quanto a aná-
lise da transição do mundo grego para o mundo contemporâneo.
Debate: promova a discussão das atitudes gregas a partir das atitudes e situações atuais, em
particular no contexto brasileiro.
Síntese: peça para os alunos elaborarem textos
com reflexões pessoais a respeito dos problemas levantados pelo vídeo e pelo debate.
C onsulte também
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Livros
AMARAL, Afrânio do. Linguagem científica. São Paulo.
Conselho Federal de Cultura/Unesp/UFRJ/UnB/
SECCTESP, 1976.
CARDOSO, Ciro F. A cidade-estado antiga. São Paulo,
Ática, 1994.
CARVALHAL, Tania Franco. Literatura comparada. São Paulo, Ática, 1992.
CUNHA, Celso. Gramática da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro, FAE, 1986.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna.
Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas,
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
1986.
GRAVES, Robert. Os mitos gregos. 3 vols. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1990.
JAEGER, Werner. Paidéia. São Paulo, Martins Fontes, 1988.
PEREIRA DE QUEIROZ, O.A. Dicionário latim-português. São
Paulo, LEP, 1959.
REIS, Carlos & LOPES, Ana Cristina M. Dicionário de teoria
da narrativa. São Paulo, Ática, 1988.
SEVERINO, Antônio J. Filosofia. São Paulo, Cortez, 1992.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem. São Paulo, Martins
Fontes, 1982.
Vídeo
Cosmo, de Carl Sagan: episódio nº 7, “O esqueleto da noite”. Europa/Carat Home vídeo.
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