UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Empresarial Milena Santaella Zanuto RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE TALENTOS LINS - SP 2010 MILENA SANTAELLA ZANUTO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE TALENTOS Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial sob a orientação dos Professores M.Sc. Irso Tófoli e M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva. LINS - SP 2010 P49g Zanuto, Milena Santaella Recrutamento e seleção de talentos / Milena Santaella Zanuto. – – Lins, 2010. 95p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Empresarial, 2010. Orientadores: Irso Tófoli: Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Recrutamento. 2. Seleção. 3. Gestão de talentos. 4. Recursos Humanos. I Título. CDU 796 MILENA SANTAELLA ZANUTO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE TALENTOS Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial. Aprovada em:___/____/_____ Banca Examinadora: Prof. Irso Tófoli Mestre em Administração pela CNEC/FACECA-MG Prof. Heloísa Helena Rovery da Silva Mestre em Administração pela CNEC/FACECA - MG LINS – SP 2010 Dedico aos meus pais Valcinei e Fátima, aos meus irmãos Vitor e Lucas, à minha avó Hilda e ao meu namorado Sergio. Obrigada pelo amor, apoio e paciência para cumprir mais essa etapa da minha vida! Amo muito vocês!! AGRADECIMENTOS A Deus pelo valioso dom da vida, por proporcionar que pessoas especiais, nossa família e nossos amigos, fizessem parte da nossa história. Embora algumas vezes frente a situações impostas pela vida gerassem algumas dificuldades, Ele possibilitou recursos e meios para que pudesse superá-las e chegar até aqui. Agradeço pela Sua forma muito especial de me conduzir nos momentos em que mais precisei! Ao meu mestre Irso Tófoli pela ajuda e confiança depositada e pela dedicação na orientação desta monografia. A professora Heloisa pela orientação e interesse mútuo mostrando o caminho do conhecimento. Ao pessoal da biblioteca pela ajuda, dedicação e pela paciência no atendimento durante a realização desta monografia. As empresas que se disponibilizaram em responder o questionário e assim enriquecendo o conteúdo deste trabalho. RESUMO Desde o período de grandes guerras já se recrutavam e selecionavam pessoas para o combate como soldados, capitães, enfermeiras e médicos. Na revolução industrial já recrutavam capatazes para as fábricas. No entanto, hoje o recrutamento e a seleção passaram a ser planejados com mais cuidado e atenção, tornaram-se estratégia para melhorar os resultados da empresa através da contratação profissionais qualificados conhecidos atualmente como talentos. Isso deve-se a globalização do mercado e o surgimento da era da qualidade onde as pessoas passaram a ser mais valorizadas e a constituir o capital mais importante das organizações. Sendo assim, as pessoas constituindo o principal ativo da organização há uma maior preocupação no momento da escolha delas. A formação de equipes com pessoas qualificadas é um desafio constante das organizações em um período em que só se fala em apagão de talentos, por isso a captação de talentos é de certa maneira uma estratégia para sustentar o desenvolvimento de uma empresa. A área de Recursos Humanos é importante para estruturar esta condição, criando possibilidades de existência de políticas que estimulem a construção de equipes de alto desempenho que dão vida à empresa. Oferece técnicas para que os profissionais de alto desempenho sejam captados já que são grandes responsáveis pela produtividade da empresa. Definem competências as quais os candidatos devem possuir para preencher as vagas existentes. Recrutamento e seleção são atividades importantes da área de Recursos Humanos que agem em conjunto para atrair e escolher profissionais qualificados que possa potencializar os resultados da organização. O recrutamento sendo responsável por atrair candidatos com os perfis desejados e a seleção por escolher o que melhor se adapta a cultura e função da empresa, o que se destaca no processo. Daí, a ênfase em inovar cada vez mais nas metodologias de recrutamento e seleção de talentos. No contexto da economia atual a busca por talentos tornou-se vital, na empresas. Além disso, há a necessidade de criar e implantar maneiras de mantê-las na organização, como a comunicação, planos de carreira, liderança, entre outras já que a competitividade por pessoas qualificadas no mercado esta mais acirrada a cada dia e, assim, para que o processo de recrutamento e seleção não desperdiçado, visto que tem custos para a empresa, com a perda do talento. Palavras-chave: Recrutamento. Seleção. Gestão de Talentos. Recursos Humanos. ABSTRACT Since the times os the great wars, soldiers, captains, nurses and doctors have been recruted and selected for combate. Foremans were recruited for the factories in the industrial. However, today recruitment and selection are planned with more care and attention and they have become a strategy to improve a company´s results through the hiring of qualified professionals presently known as talents. This is do to globalization of the market and the appearance of the age of quality where people have more value and where they constitute the most important capital of an organization. Since people are the main asset of an organization, there is a major concern in the moment of choosing them. The formation of teams of qualified workers is a constant challenge for the organization in a period that is being considered as a blackout for talents. For this reason, the capitation of talents is a strategy for sustaining the growth of a company. The human resources department is important for structuring this condition by creating the possibilities for the existence of policies that stimulate the creation of high performance teams that give life to a company. Techniques are offered so that high performance professionals can be hired since they are the ones responsible for the productivity of a company. The definition of abilities and qualifications of which the candidates must have is needed to fill the existing vacancies. Recrutment an selection are important activities if the human resources area that act together to attract and choose qualified professionals that can potentiate an organizations results. Recrutment is responsible for attracting candidates with the desired profiles and selection chooses those who best adapt to the culture and the function of a company and who stand out in the process. Therefore the emphasis is on innovating more and more in the methodology of recruitment an selection of talents. In the context of the present day economy, the search for talents has become vital for the companies. Besides this, there is the necessity to create and implant ways of maintaining the talents in the organization with communication career plans, leadership among others. Since the competitivity for qualified people is fiercer each day, this process of recruitment and selection must not be wasted because the loss of talents has costs for a company. Keywords: Recrutment. Selection. Talent Management. Human Resources. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Evolução da visão e do foco do gerenciamento de pessoas ............ 18 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Influências dos movimentos e épocas na gestão de pessoas ....... 21 Quadro 2 - O velho papel de Recursos Humanos x O novo papel de Recursos Humanos .......................................................................................................... 23 Quadro 3: Blocos de indicadores de competências .......................................... 32 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ARH - Administração de Recursos Humanos GP - Gestão de Pessoas MT - Mercado de Trabalho QVT - Qualidade de vida no trabalho RH Recursos Humanos - T&D - Treinamento e Desenvolvimento SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11 CAPÍTULO I - A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE RECURSOS HUMANOS ....... 14 1 PROCESSO EVOLUTIVO DE RECURSOS HUMANOS ....................... 14 1.1 Até 1930 ................................................................................................. 14 1.2 Décadas de 40 e 50 ............................................................................... 16 1.3 Décadas de 60 e 70 ............................................................................... 16 1.4 Décadas de 80 e 90 ............................................................................... 17 1.5 A Evolução as área de Recursos Humanos no Brasil ............................ 18 1.6 Globalização........................................................................................... 21 1.7 Gestão de Pessoas ................................................................................ 22 1.7.1 Objetivos da Gestão de Pessoas ........................................................... 24 1.7.2 Os Processos de Gestão de Pessoas .................................................... 26 CAPÍTULO II - RECRUTAMENTO E SELEÇÃO ............................................. 29 2 ESCOLHENDO A EQUIPE .................................................................... 29 2.1 Descrição de cargos ............................................................................... 30 2.2 Mapeamento de competências .............................................................. 32 2.3 Recrutamento ......................................................................................... 34 2.3.1 Recrutamento Interno ............................................................................ 34 2.3.1.1 Vantagens ............................................................................................. 35 2.3.1.2 Desvantagens ....................................................................................... 35 2.3.2 Recrutamento Externo ........................................................................... 36 2.3.2.1 Técnicas de Recrutamento Externo ...................................................... 37 2.3.2.2 Avaliação dos Resultados do Recrutamento ........................................ 41 2.3.2.3 Vantagens ............................................................................................. 41 2.3.2.4 Desvantagens ....................................................................................... 42 2.4 Seleção de Pessoas ............................................................................... 42 2.4.1 Ferramentas ou estratégias de seleção ................................................. 43 2.4.2 Avaliação dos Resultados da Seleção de Pessoas ................................ 48 CAPÍTULO III - COMPETÊNCIAS DE TALENTO ............................................ 50 3 CAÇA AOS TALENTOS ........................................................................ 50 3.1 Conceitos ............................................................................................... 50 3.2 Tendências na captação e seleção de talentos ...................................... 51 3.2.1 Contratar ex-funcionários e de aposentados ......................................... 51 3.2.2 Programas de estagiários....................................................................... 52 3.2.3 Programas de trainees ........................................................................... 52 3.2.4 Empresabilidade..................................................................................... 53 3.2.4.1 Cultura organizacional .......................................................................... 54 3.2.4.2 Comunicação ........................................................................................ 56 3.2.4.3 Liderança .............................................................................................. 57 3.2.4.4 Plano de Carreira .................................................................................. 58 3.2.4.5 Salários, Benefícios e Recompensas ................................................... 59 3.2.4.6 Treinamento e Desenvolvimento .......................................................... 59 3.2.4.7 Responsabilidade social ....................................................................... 61 3.3 Competências de talento ........................................................................ 61 3.3.1 Hábito 1 – Seja proativo ......................................................................... 62 3.3.2 Hábito 2 - Comece com o objetivo em mente ......................................... 63 3.3.3 Hábito 3 - Primeiro o mais importante ..................................................... 63 3.3.4 Hábito 4 - Pense Ganha/Ganha ............................................................. 64 3.3.5 Hábito 5 - Procure primeiro compreender, depois ser compreendido. ... 65 3.3.6 Hábito 6 - Crie Sinergia ........................................................................... 66 3.3.7 Hábito 7 - Afine o instrumento:................................................................ 67 3.4 Gerações disponíveis no mercado ......................................................... 68 3.4.1 Baby Boomers ........................................................................................ 68 3.4.2 Geração X .............................................................................................. 69 3.4.3 Geração Y .............................................................................................. 69 CAPÍTULO IV - A PESQUISA .......................................................................... 72 4 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 72 4.1 Identificação das empresas por setor ..................................................... 72 4.2 Depoimentos das empresas ................................................................... 72 4.3 Considerações dos depoimentos ........................................................... 84 CONCLUSÃO ................................................................................................... 86 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 89 APÊNDICE ....................................................................................................... 94 11 INTRODUÇÃO No ambiente corporativo, a palavra inovação tornou-se um pré-requisito para as organizações que buscam vencer a acirrada competitividade. E para quem acredita que isso se restringe apenas à melhoria de produtos e serviços é melhor ficar mais atento ao que acontece. Hoje, por exemplo, existem empresas que buscam novas metodologias para realizar seus processos de recrutamento e seleção na busca para captar e contratar talentos. Conforme Welch, Welch: Contratar pessoas capazes é difícil. Contratar pessoas ótimas é uma grande proeza. No entanto, nada é mais importante para a vitória do que conseguir as pessoas certas em cada área. Todas as estratégias inteligentes e tecnologias avançadas do mundo não adiantam nada sem indivíduos capazes de aplicá-las na prática. (WELCH; WELCH, 2005, p.75) Há três anos, faltava emprego. Hoje, o cenário se inverteu: os salários aumentaram, há vagas e a disputa por profissionais de alto nível é intensa. O motivo é que as companhias enfrentam uma crise mundial de talentos, que afeta também o Brasil. Dez em cada dez presidentes revelam a preocupação com a falta de profissionais qualificados e 62% dos presidentes de empresas estão mudando a maneira de recrutar, motivar e desenvolver pessoas para atrair mais talentos.(PENNA,2008) O órgão de Recursos Humanos surgiu com capatazes de fábricas que contratavam, demitiam e supervisionavam seus trabalhadores. Com o passar do tempo surgiram papéis mais especializados. Na década de 20, ocorre o surgimento dos “departamentos de pessoal” em conseqüência da escassez de mão-de-obra, o desenvolvimento de testes psicológicos e uma atenção crescente pelos estudos científicos como os de Frederick W. Taylor. (CHIAVENATO, 2008) Conforme Milkovich; Boudreau: Os recursos humanos (RH) trazem o brilho da criatividade para a empresa. As pessoas planejam e produzem os produtos e serviços, controlam a qualidade, vendem os produtos, alocam recursos financeiros e estabelecem as estratégias e objetivos para a organização. Sem pessoas eficazes é simplesmente impossível para qualquer empresa atingir seus objetivos. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000, p.19) 12 Para Chiavenato (2008), a seleção de pessoas integra o processo de agregar pessoas e funciona logo após o recrutamento. Ambos, o recrutamento e a seleção de pessoas fazem parte de um mesmo processo: a introdução de novos elementos humanos na organização. Enquanto o recrutamento é uma atividade de atração, divulgação e comunicação - portanto, uma atividade tipicamente positiva e convidativa -, a seleção é, ao contrário, uma atividade de escolha, de classificação e de decisão e, portanto, restritiva e obstativa. O mundo está mudando com uma rapidez incrível, afetando todos os setores (econômicos, tecnológicos, sociais, culturais, políticos) com uma intensidade inevitável. Assim, empresas e profissionais precisam acompanhar as mudanças para vencer a competitividade a qual o mundo se depara através de planejamento, treinamentos e planos de carreiras. Diante deste contexto uma das áreas que mais está sofrendo com as mudanças é a de Gestão de Pessoas. O Brasil sofre com um apagão de profissionais qualificados, o que compromete o desenvolvimento econômico do país, interfere nas oportunidades e empobrece profissões. Algumas empresas estão usando estratégias como captar profissionais já aposentados, pois já são qualificados e possuem experiência. Portanto, as organizações estão também buscando novas técnicas de recrutamento e seleção para identificar profissionais com competências que se enquadrem nas especificações que necessitam, com ênfase na personalidade e não focando tanto na competência técnica. (CHIAVENATO, 2008) O processo de captar pessoas busca a melhoria contínua do capital humano e agregar novos valores aos ativos da organização através de novos talentos. Conforme Terni (apud PENNA, 2008), talento, na antigüidade, era uma medida de massa, obtida por meio de uma garrafa (a forma) cheia de água (o conteúdo). Era sinônimo de equilíbrio. A definição é aplicável nos dias de hoje: talento é o profissional que consegue equilibrar sabedoria e a maneira certa de usá-la. Profissionais capazes de dosar em suas ações humildade e agressividade. Assim, talento é a pessoa que possui diferencial e agrega valor através do equilíbrio entre seus conhecimentos e atos. Portanto, a pesquisa teve como objetivos demonstrar se processos de recrutamento e seleção de talentos humanos utilizados pelas empresas 13 contemplam a escolha dos melhores profissionais; descrever as técnicas de recrutamento e seleção aplicadas pelas empresas; analisar as tendências atuais verificadas nos processos de recrutamento e de seleção de talentos; identificar e analisar as competências e habilidades de um profissional de talento e descrever a evolução histórica da Gestão de Recursos Humanos. Este trabalho teve como questionamento básico: os processos de recrutamento e seleção de talentos humanos utilizados pelas empresas contemplam a escolha dos melhores profissionais? O estudo foi através de revisão bibliográfica que abrangeu o período de 2000 a 2010. Além disso foi realizado e aplicado um roteiro de entrevista para dez gerentes de Recursos humanos de empresas de diferentes setores localizadas no interior de São Paulo. O trabalho foi dividido nos seguintes capítulos: Capítulo I: A evolução histórica dos recursos humanos – descreve o processo evolutivo de recursos humanos e apresenta os objetivos e processos da Gestão de Pessoas. Capítulo II: Recrutamento e seleção – define os processos de recrutamento e seleção, descreve os tipos e procedimentos de cada atividade utilizados pelas empresas. Capítulo III: Competências de talento – descreve as tendências para a captação de talentos, demonstra algumas competências de um profissional de talento e ainda apresenta as gerações existentes no mercado atual. Capítulo IV: Pesquisa – apresenta as entrevistas realizada com os gerentes de Recursos Humanos. Por fim, a Conclusão. 14 CAPÍTULO I A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE RECURSOS HUMANOS 1 PROCESSO EVOLUTIVO DE RECURSOS HUMANOS Segundo Pacheco (2009), a história da organização do trabalho é destacada desde sua fase manual, agrícola e de base familiar. As funções como limpar casa, cultivar e caçar eram basicamente divididas por características pessoais como idade, sexo, força e aptidão. Todavia, foi a partir da Revolução Industrial que surgiu o conceito atual de trabalho. No final do século XIX, economia passa de agrária de subsistência para uma economia industrial emergente. Começa-se ocorrer mudanças sociais, econômicas e no estilo vida da sociedade. Com o declínio da agricultura e a sociedade tornando-se maquinaria, de forma que, pessoas com condições financeiras adquiriam máquinas e outras cediam sua força de trabalho ocorreu o surgimento de firmas e, conseqüentemente um aumento no ambiente competitivo. A produção passou a ser de larga escala e complexa, políticas começaram a ser estabelecida, daí a necessidade de administrar pessoas em um contexto organizacional. (PACHECO, 2009) Portanto, é evidente a transformação que a Revolução Industrial trouxe no desenrolar da história do trabalho humano, pois modificou o mercado na época e, assim, as empresas que começaram a delinear seus formatos direcionando-os assim para novas perspectivas e um constante crescimento. Segundo Knapik (2006), neste período da industrialização nasce o Departamento Pessoal, apresentando uma gestão burocrática, de controle e punição. Essa transformação influenciou os modelos administrativos. 1.1 Até 1930 15 A Primeira Guerra Mundial foi o grande marco para o desenvolvimento da Administração de Pessoal nos Estados Unidos. O surgimento do movimento sindical e as modificações ocorridas no relacionamento entre operários e a administração das empresas, são fatos que marcam este desenvolvimento (SAMMARTINO, 2002). Neste período, Montana e Charnov (2003) destaca que, o exército começou a utilizar testes para recrutar e selecionar oficiais, começaram, então, os programas de treinamento no serviço. A primeira metade do século XX assistiu ao crescimento e desenvolvimento de grandes organizações tipo fabril e seus programas de pessoal, à implantação de diversas leis fundamentais e ao surgimento dos princípios da ciência social para orientar a administração dos recursos humanos. (MONTANA; CHARNOV,2003) Sammartino (2002) ainda evidencia que a crescente mudança de posição do Estado americano, no processo produtivo, a partir de 1929, trouxe sensíveis alterações nas relações industriais e isto foi um fator decisivo para a consolidação da Administração Pessoal como área autônoma. Neste período, que se estende até meados da década de 30, a ARH é caracterizada pelo pensamento mecanicista e por um modelo de gestão eminentemente paternalista. Pacheco (2009), destaca que um dos que mais contribuíram nessa época foi Frederick W. Taylor, pois na época tinha uma visão mecanicista dos empregados, que eram primariamente motivados por razões econômicas. Apesar disso, Taylor destacava questões como produtividade, incentivos para os trabalhadores e uma preocupação com as condições de trabalho. Assim, teve participação na criação do departamento de funcionários o qual determinava aplicações sobre análise de cargo, treinamento, enfermeiras em casos de acidentes e doenças, refeitórios entre outras questões, visto que, anteriormente a função de RH era simplesmente desempenhada por contratar, demitir e supervisionar seus trabalhadores. Conforme Milkovich e Boudreau (2000), o movimento de Relações Humanas teve como um dos principais marcos as pesquisas coordenadas por Elton Mayo na fábrica da Western Electric Company em Hawthorne durante a década de 30. Mostrou que a atenção dedicada aos empregados podia melhorar a produtividade e o moral, o que levou ao estabelecimento de um 16 outro conjunto de processos destinados a reforçar os relacionamentos no trabalho, como o enriquecimento das funções, comunicação com os empregados e assim por diante. Fez com que os pressupostos mecanicistas, que marcaram a gestão das pessoas nas décadas anteriores, começassem a serem revistos. Montana e Charnov (2003) ainda apontam que, o estudo descobriu que fatores informais (como ambiente social e os grupos de trabalho informais) podiam ter um impacto igual, se não maior, na produtividade. Do ponto de vista dos recursos humanos, esse estudo formou uma base importante para programas sociais, como recreação, benefícios para o funcionário e aconselhamento. A psicologia organizacional surge como uma disciplina que tem como finalidade facilitar o processo de compreensão e intervenção no comportamento das pessoas no trabalho. O enfoque da gestão de recursos humanos deixa de se concentrar exclusivamente em aspectos legais e econômicos, passando a incorporar instrumentos e ferramentas específicas para o recrutamento, treinamento e avaliação de pessoal. (SAMMARTINO, 2002) 1.2 Décadas de 40 e 50 Durante os anos 40 e 50 evidenciou-se uma acentuada intervenção do Estado nas relações trabalhistas exigindo um novo posicionamento da área de RH, a qual assumiu o papel de representantes das empresas nas negociações e atuasse como mediador nos conflitos capital e trabalho, isto conseqüente da crescente organização dos trabalhadores e do fortalecimento dos sindicatos. As práticas e políticas de remuneração e benefícios começam a surgir. (SAMMARTINO, 2002) 1.3 Décadas de 60 e 70 17 As décadas de 60 e 70 viram a mudança do enfoque das relações trabalhistas para a administração de pessoal, e a emergência do profissional de pessoal. Segundo Milkovich e Boudreau (2000), a legislação foi a mola propulsora dessa modificação. A maior parte das leis de oportunidades iguais de trabalho foram criadas na década de 60, o que criou a necessidade de profissionais que soubessem interpretá-las e implementar as políticas apropriadas. Milkovich e Boudreau (2000), ainda destaca que o moral passou a ser um indicador básico do sucesso, e tornou-se amplamente aceita a idéia da área de RH como um conjunto integrado de atividades projetadas para ajudar os empregados e a organização a atingirem seus objetivos. 1.4 Décadas de 80 e 90 Os anos 80 e 90 trouxeram pressões econômicas ainda maiores e a consciência de que as empresas e os indivíduos enfrentam uma crescente e definitiva competição globalizada e também oportunidades. A área de RH não ficou imune a essas mudanças, situação essa que teve resposta o modelo que necessitava maior envolvimento entre a empresa e seus funcionários. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000). Segundo Sammartino (2002), estas décadas são marcadas pelo início do pensamento estratégico em RH. Sammartino (2002) evidencia a década de 90 com intensidade nas mudanças e apresenta algumas transformações com maior potencial de impacto para a área de RH: a) intensificação da globalização e aumento da competitividade; b) evolução da tecnologia da informação, marcada disseminação dos sistemas integrados de gestão e principalmente pelo rápido avanço da internet; c) intolerância crescente da sociedade em relação à poluição e a degradação ambiental promovidas pelas organizações; d) intensificação dos processos de fusões e de grandes aquisições; e) movimento de concentração dos mercados em blocos econômicos. 18 Portanto, a trajetória do trabalho iniciou-se manualmente e tornou-se industrial evidenciando o quanto a evolução de recursos humanos tem conquistado valor e importância no auxílio da conquista dos objetivos empresariais, visto que nas últimas décadas experimentou grandes mudanças no seu papel dentro das organizações. Tradicionalmente percebida como uma área dedicada basicamente às atividades administrativas, relacionadas com gestão de benefícios, folha de pagamento e outras tarefas rotineiras, a área de recursos humanos, durante a década de 90, viu-se diante do desafio de efetivamente participar do esforço de mudança organizacional, com vistas a um novo modelo competitivo delineado pelo ambiente. DEPARTAMENTO PESSOAL Gestão focada na burocracia e no controle das pessoas. A empresa é mais centralizadora, e o RH é visto como um órgão fiscalizador. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Gestão mais dinâmica e focada no desenvolvimento e na motivação das pessoas. Preocupase com os interesses dos colaboradores. GESTÃO DE PESSOAS Gestão focada no gerenciamento com e para pessoas. Considera os colaboradores como talentos dotados de capacidades, habilidades e intenção de levar a empresa ao sucesso. Fonte: Knapik, 2006, p. 40 Figura 1 - Evolução da visão e do foco do gerenciamento de pessoas 1.5 A Evolução as área de Recursos Humanos no Brasil A evolução da área de Recursos Humanos no Brasil tem como marco principal o surgimento do trabalhismo, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas na década de 30. A partir da instituição do Ministério do Trabalho e da promulgação de uma série de leis regulamentado as relações sindicais e de trabalho, as empresas Brasileiras foram obrigadas a criar áreas específicas para controlar a aplicação desta legislação. Surgem os Departamentos de 19 pessoal e a figura do chefe de pessoal. A partir na década de 50 a área de pessoal ingressa numa fase “tecnicista”, marcada principalmente pela instalação das montadores de automóveis no país, e conseqüente importação das técnicas de gestão do EUA. A partir de meados da década de 60 consolida-se a profissionalização da área, com a implantação de áreas específicas de recrutamento, treinamentos cargos e salários. É neste período que o Chefe de Pessoal transforma-se no Gerente de Relações Industriais e posteriormente em Gerente de Recursos Humanos. (SAMMARTINO, 2002) No final dos anos de 1970 e início dos anos de 1980, os programas de desenvolvimento organizacional ancorados no planejamento estratégico foram amplamente adotados no Brasil. O desenvolvimento organizacional foi um modelo dos mais significativos e fez com que dirigentes repensassem suas empresas, dando um salto qualitativo em sua maneira de gerenciar pessoas. (SAMMARTINO, 2002) Gramigna (2007), explica que ainda na década de 1980, o movimento da qualidade se inicia com a prática da formação dos círculos de controle de qualidade, principalmente nas indústrias, onde o forte componente humano fazia a diferença. Comitês formados por supervisores, gerentes e colaboradores responsabilizaram-se por boa parte das melhorias nos processos de trabalho, ampliando sua capacidade produtiva. Problemas e dificuldades que antes tinham suas soluções sob a responsabilidade de supervisores, chefes imediatos, gerentes ou diretores, passaram a ser discutidos e implantados, agora com a participação dos empregados. Proliferam as caixas de sugestões, as reuniões sistematizadas para a discussão de problemas e as pessoas tiveram seus espaços para contribuir. A década de 1990 é reconhecida no Brasil como a dos serviços e das competências. Estabelecida a guerra entre mercados cada vez mais competitivos, o mundo começou a formar blocos comerciais, o que exigiu das nações envolvidas nesse processo flexibilidade, agilidade, inovações e mobilização por parte das pessoas. Fez-se necessário oferecer produtos e serviços competitivos em termos de qualidade e preço. Ao mesmo tempo, as 20 organizações se empenhavam em descobrir fórmulas para reduzir os custos de produção. A abertura do mercado brasileiro às exportações, a estabilização da moeda e a expansão da globalização fizeram cair a máscara e deixaram transparecer nossas práticas de gestão e a ineficiência de seus processos. Empresas antes consideradas de sucesso começaram a expor suas mazelas. Alerta geral: dirigentes perceberam que, se não mudassem suas práticas, certamente não sobreviveriam aos concorrentes de outros países, que ganhavam popularidade entre os consumidores. Nesse momento, inicia-se a escalada rumo à excelência. Ainda nos anos de 1990, chega ao nosso país a reengenharia, modelo adotado por algumas empresas brasileiras. Sua filosofia, apoiada por estratégias de alterações nas organizações, priorizou mudanças de cultura, estrutura e indivíduos. Seus frutos não foram satisfatórios por causa da forma radical como o modelo foi entendido e implantado. O resultado foram perdas inestimáveis de talentos, saberes e elementos culturais desnecessários. Seu tempo de credibilidade foi pequeno e não chegou a ameaçar o movimento da qualidade total. Desenvolvimento organizacional, qualidade total e reengenharia certamente foram os mais importantes movimentos brasileiros das últimas décadas, que influenciaram as práticas de gestão, principalmente na área de Recursos Humanos. continua MOVIMENTOS E ÉPOCA EM QUE INFLUÊNCIA NA GESTÃO DE PESSOAS FORAM MAIS EVIDENTES DESENVOLVIMENTO Participação das pessoas na definição de ORGANIZACIONAL suas missões setoriais, objetivos e metas (Final da década de 1970/ início dos de trabalho. anos80) Melhor compreensão do negócio pelos gerentes das diversas áreas e possibilidades de nortear as decisões relativas ao aproveitamento competências individuais. das 21 conclusão QUALIDADE Surgimento da cultura participativa, (Início da década de 1980/ auge nos gerando o envolvimento das pessoas nas anos 90) decisões direcionadas a melhorias nos processos de trabalho. Identificação de indicadores de desempenho, servindo como padrão para a mensuração do desempenho individual e das equipes. REENGENHARIA (Anos 90) Constatação da inutilidade de adotar medidas radicais de enxugamento de quadros como forma de reduzir custos e aumentar a produtividade. Retorno à idéia de valorizar e reter os talentos. Fonte: Gramigna, 2007, p.7 Quadro 1 – Influências dos movimentos e épocas na gestão de pessoas A área de Recursos Humanos (RH), antes centralizadora e responsável por todos os processos de pessoal, vem assumindo, finalmente, seu espaço estratégico, descentralizando-se, distribuindo as responsabilidades pelo desenvolvimento das pessoas aos gerentes diretos, instrumentalizando-se para uma nova ordem e partindo para uma gestão integrada e focada no negócio. 1.6 Globalização Atualmente, a globalização trouxe a tendência de elevar o gerenciamento de pessoas a uma dimensão mais estratégica tendo uma visão mais sofisticada de administrar em parceria com as pessoas. Os colaboradores são estimulados a assumir junto com a direção a responsabilidade de levar a empresa a atingir seus resultados, e o Departamento de Gestão de Pessoas (GP) tem uma abordagem menos centralizadora e mais de consultoria. (KNAPIK, 2006) 22 A competição gerada pela globalização desenvolve centros de excelência que utilizam tecnologias locais que são partilhadas e desenvolvidas mundialmente, além de a movimentação de produtos ser consideravelmente rápida e a circulação de informações ser quase instantânea. Com a globalização da economia, a competição desencadeia um novo comportamento dos investidores: não se desenvolve somente um produto nacional, pensandose em vendê-lo lá fora, mas sim existe uma preocupação em termos globais agindo em termos locais. 1.7 Gestão de Pessoas A área de Recursos Humanos tem como objetivo principal administrar as relações da organização com as pessoas que a compõe, consideradas, hoje em dias, parceiras do negócio, e não mais meros recursos empresariais. Esse passou a ser o mais importante desafio interno das empresas, em plena era da informação – uma função estratégica demais para ficar centralizada e monopolizada nas mãos de poucos especialistas, que atuam simplesmente na esfera tática ou operacional. ( RIBEIRO, 2006) Além de ser responsável por ações como recrutamento, seleção, treinamento, planos de cargos e salários, contratação, remuneração e questões trabalhistas, a área de RH deve, ainda, visando uma atuação estratégica adotar medidas para desenvolver talentos e criar um ambiente de trabalho aberto a novas idéias. “Na era pós industrial novas abordagens e práticas são essenciais na gestão de recursos humanos para que as empresas fomentem seu potencial inovador”.(MUNDIM;RICARDO,2004,p. 18) Segundo os profissionais de Recursos Humanos mais respeitados pelo mercado – os mesmos que ditam as tendências, que ajudam as organizações a se desenvolver e obter o melhor potencial de seus talentos –, o líder “linha dura”, aquele que diz coisas do tipo: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, é coisa do passado, e está enterrado, definitivamente. Não existe mais espaço para práticas consideradas agressivas à qualidade de vida das pessoas. (RIBEIRO, 2006, p.11) 23 VELHO PAPEL DE RH Controlar rigidamente a NOVO PAPEL DE RH carreira dos funcionários. Propor, definir e garantir um conjunto de normas e procedimentos alinhados com os princípios empresariais e de acordo com a Legislação Trabalhista. Manter as escalas em segredo, de tal forma Criar e operar sistemas que permitam que as que nem os gerentes saibam como tal escala oportunidades de emprego e desenvolvimento funciona. de carreira estejam disponíveis a todos. Manter a avaliação de potencial como tarefa Dar suporte às demais unidades da empresa exclusiva da função de Recursos Humanos. prestadora de serviços ou funcionar como facilitador nos processos de administração de pessoas. Entender que a manutenção de um clima Dar suporte às demais unidades da empresa organizacional adequado é tarefa exclusiva no de Recursos Humanos. pessoas. Manter tudo que diga respeito a Recursos Criar, propor e administrar instrumentos que Humanos em um clima cheio de mistérios e possibilitem uma remuneração competitiva a segredos. todos os funcionários. Conservar a imagem de Recursos Humanos Buscar sempre a diversidade, com o objetivo com um departamento fechado e à parte da principal de aumentar o capital intelectual, de organização. modo a garantir a capacidade de atualização recrutamento e desenvolvimento de e inovação da empresa. Valorizar excessivamente em Ver as pessoas e a organização como seres detrimento dos objetivos estratégicos da espirituais e ajudá-las a dar o próximo passo empresa. em seu processo de desenvolvimento Fazer com que os custos de pessoal não Ter no treinamento a principal ferramenta para digam retenção do capital humano, e desenvolver respeito Humanos, e à sim área a a de área, Recursos cada setor, novas competências para a atual respectivamente. empresaria Oferecer treinamento para todos, de maneira Dignificar o trabalho e o seu humano. era indiscriminada. Fonte: Ribeiro, 2006, p. 16 - 17 Quadro 2 - O velho papel de Recursos Humanos x O novo papel de Recursos Humanos Chiavenato (2008) cita alguns aspectos fundamentais da moderna Gestão de Pessoas, sendo: a) as pessoas como seres humanos. 24 b) as pessoas como ativadores de recursos organizacionais c) as pessoas como parceiros da organização d) as pessoas como talentos fornecedores de competências e) as pessoas como capital humano da organização 1.7.1 Objetivos da Gestão de Pessoas Chiavenato (2008) evidencia que as pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus funcionários. As organizações bem-sucedidas estão percebendo que apenas podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros. Principalmente, o dos empregados. E quando uma organização está voltada para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura organizacional passam refletir essa crença. A GP é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas – empregados, funcionários, recursos humanos, talentos, ou qualquer denominação que seja utilizada – para alcançar os objetivos organizacionais e individuais. Os nomes – como departamento de pessoal, relações industriais, recursos humanos, desenvolvimento de talentos, capital humano ou capital intelectual – são utilizados para descrever a unidade, departamento ou equipe relacionada com a gestão das pessoas. Cada qual deles reflete uma maneira de lidar com as pessoas. O termo Administração de Recursos Humanos (ARH) ainda é o mais comum de todos eles. Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho. (CHIAVENATO, 2008, p.9) As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas de uma organização, dependendo da maneira como elas são tratadas. Elas podem ser a fonte de sucesso como podem ser a fonte de problemas. É melhor tratá-las como fonte de sucesso. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam 25 alcançados, é necessário que as pessoas sejam tratadas como elementos básicos para a eficácia organizacional. Segundo Chiavenato (2008), os objetivos da GP são: a) ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão: a função da GP é um componente fundamental da organização de hoje. Não se pode imaginar a função de GP sem se conhecer o negócio de uma organização. Cada negócio tem diferentes implicações na GP. b) proporcionar competitividade à organização: isto significa saber criar, desenvolver e aplicar as habilidades e competências da força de trabalho. c) proporcionar à organização de pessoas bem treinadas e bem motivadas: preparar e capacitar continuamente as pessoas é o primeiro passo. O segundo é dar o reconhecimento às pessoas e não apenas dinheiro. Isso significa recompensar bons resultados e não recompensar pessoas que não se desempenham bem. Tornar objetivos claros e explicitar como são medidos e quais as decorrências do seu alcance. d) aumentar a auto-avaliação e a satisfação das pessoas no trabalho: para que sejam produtivas, as pessoas devem sentir que o trabalho é adequado às suas competências e que estão sendo tratadas equitativamente. Para elas, o trabalho é a maior fonte de identidade pessoal. As pessoas despendem a maior parte de suas vidas no trabalho, e isso requer uma estreita identidade com o trabalho que fazem. A felicidade na organização e a satisfação no trabalho são determinantes do sucesso organizacional. e) desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho – (QVT): um programa de QVT procura estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido de satisfazer a maioria das necessidades individuais das pessoas e tornar a organização um local desejável e atraente. A confiança das pessoas na organização também é fundamental para a retenção e a fixação de talentos. 26 f) administrar e impulsionar a mudança: nas últimas décadas, houve um período turbulento de mudanças sociais, tecnológicas, econômicas, culturais e políticas. Essas mudanças e tendências trazem novas abordagens, mais flexíveis e ágeis, que devem ser utilizadas para garantir a sobrevivência das organizações. E os profissionais de GP devem saber como lidar com mudanças se realmente querem contribuir para o sucesso de sua organização. São mudanças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem novas estratégias, filosofias, programas, procedimentos e soluções. a GP está comprometida com as mudanças. g) manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável: toda atividade de GP deve ser aberta, transparente, justa, confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas, e os seus direitos básicos devem ser garantidos. A responsabilidade social não é uma exigência feita apenas às organizações, mas também e principalmente às pessoas que nelas trabalham. h) construir a melhor empresa e a melhor equipe: não basta mais cuidar somente das pessoas. Ao cuidar dos talentos, a GP precisa cuidar também do contexto onde eles trabalham. Isso envolve a organização do trabalho, a cultura corporativa e o estilo de gestão. ao lidar com essas variáveis, a GP conduz à criação não somente de uma força de trabalho fortemente engajada como também a uma nova e diferente empresa. 1.7.2 Os Processos de Gestão de Pessoas Chiavenato (2008), apresenta que no trabalho, cada administrador – seja ele um diretor, gerente, chefe ou supervisor – desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo, a saber: planejar, organizar, dirigir e controlar. A GP procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas funções porque ele não realiza seu trabalho 27 sozinho, mas através das pessoas que formam sua equipe. É com sua equipe de subordinados que o administrador executa as tarefas e alcança metas e objetivos. Conforme Chiavenato, (2008) a GP refere-se às políticas e práticas necessárias para administrar o trabalho das pessoas, tais como: a) agregar talentos à organização; b) integrar e orientar talentos em uma cultura participativa, acolhedora e empreendedora; c) modelar o trabalho seja individual ou em equipe de maneira a tornálo significativo, agradável e motivador; d) recompensar os talentos pelo excelente desempenho e pelo alcance de resultados como reforço positivo; e) avaliar o desempenho humano e melhorá-lo continuamente; f) comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar retroação intensiva; g) treinar e desenvolver talentos para criar uma organização de aprendizagem; h) proporcionar excelentes condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida no trabalho; i) manter excelentes relações com talentos, sindicatos e comunidade em geral; j) aumentar a competitividade dos talentos para incrementar o capital humano da organização e, conseqüentemente, o capital intelectual. k) incentivar o desenvolvimento organizacional. No fundo, tudo isso significa criar todas as condições para aumentar o capital humano, bem como do capital intelectual seja das pessoas ou da organização. Chiavenato(2008) define a GP como um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos ele ainda resume políticas e práticas em seis processos básicos que são: a) Processo de agregar pessoas. São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas. 28 b) Processos de aplicar pessoas. São os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. c) Processos de recompensar pessoas. São os processos utilizados para incentivas as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais. d) Processos de desenvolver pessoas. São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Envolvem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do conhecimento e gestão de competências, aprendizagem, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicações e consonância. e) Processos de manter pessoas. São os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. f) Processos de monitorar pessoas. São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. Todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizado. Um processo rudimentar de agregar pessoas pode exigir um intenso processo de desenvolver pessoas para compensar as suas falhas. Se o processo de recompensar pessoas é falho, ele pode exigir um intenso processo de manter pessoas. O equilíbrio na condução de todos esses processos é fundamental. (CHIAVENATO, 2008) 29 CAPÍTULO II RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 2 ESCOLHENDO A EQUIPE A globalização aumentou a competitividade das empresas e a batalha para manter-se em pé e defender seu capital está cada vez mais acirrada, visto que o maior objetivo da organização é perpetuar seu capital. O avanço tecnológico colaborou com otimização dos processos e o fornecimento informações rápidas para as tomadas decisões. Contudo, sem o ser humano não é possível utilizar a tecnologia e as informações inseridas no mercado a cada dia nem alcançar com sucesso os objetivos da empresa. Assim, é indispensável um processo seletivo alinhado a estratégia da empresa para escolher a equipe que possua os valores compatíveis a cultura da mesma. São as pessoas que lidam com a tecnologia, criam e utilizam processos de trabalho, compõem a estrutura organizacional, fazem produtos e serviços e atendem os clientes. São elas que proporcionam produtividade, qualidade e competitividade para as organizações. Sem as pessoas, as organizações não funcionam. Sem as pessoas, não há dinâmica organizacional, nem resultados e nem sucesso. A competitividade organizacional depende das competências das pessoas. Elas proporcionam o capital humano da empresa (CHIAVENATO, 2008, p. 132). Considerando o mercado competitivo em que estão inseridas, as organizações têm o desafio de captar pessoas e investem cada vez mais em recrutamento e seleção. Araujo (2008) define que recrutamento e seleção são atividades consideradas pontos de partida para a ligação entre pessoas e empresas. Trata-se de uma forma de as empresas suprirem as suas necessidades de recursos humanos, para distinguir seus objetivos por intermédio de uma estrutura social realmente qualificada. Conforme Milkovich e Boudreau (2000), antes que o recrutamento possa começar, a organização precisa decidir a natureza das vagas para as funções e as qualificações necessárias para preenchê-las. O planejamento do emprego ajuda a identificar o número e o tipo de trabalhadores que serão precisos. A 30 análise de funções e tarefas ajuda a identificar os comportamentos e as características dos empregados requeridos para sua realização. Johnson assim se manifesta: Se você está em uma empresa global e precisa de gerentes globais certamente faz sentido ir às compras sempre que possível, mas tenha certeza de que você sabe quem quer colocar no seu carrinho. Um gerente importante de uma indústria também importante pode parecer uma boa alternativa, mas será que ele consegue se adaptar à atmosfera pesada e conservadora de uma indústria tradicional? Talvez o mais importante seja ter clareza sobre a tarefa que devem fazer e o espaço que terão para realizá-la. (JOHNSON, 2004 p.63) Assim, é indispensável um planejamento descrevendo os cargos e as competências desejadas, verificando as reais necessidades e como serão supridas e a partir daí tomar as decisões. Existem duas alternativas para fundamentar o processo seletivo: o cargo a ser preenchido ou as competências a serem capturadas. Assim, de um lado, o processo seletivo baseia-se em dados e informações sobre o cargo a ser preenchido ou, de outro lado, ocorre em função das competências desejadas pela organização. As exigências dependem desses dados e informações para que a seleção tenha maior objetividade e precisão para preencher o cargo ou agregar as competências. Se por um lado observa-se o cargo a ser preenchido ou as competências desejadas, o outro, observa-se candidatos profundamente diferentes, disputando a mesma posição e concorrendo entre si. Nesses termos, a seleção passa a ser configurada basicamente como um processo de comparação e de decisão. E isso ocorre dos dois lados: a organização compara e decide sobre as pretensões dos candidatos; estes comparam e decidem sobre as ofertas das organizações onde se candidatam. (CHIAVENATO, 2008) 2.1 Descrição de cargos Baseado em Chiavenato (2008) e Knapik (2006), a identificação das características e das exigências do cargo pode ser realizada por intermédio da descrição do cargo, da requisição de pessoa, técnicas dos incidentes críticos e da análise de cargo no mercado. 31 a) Descrição do cargo: formulário com o levantamento de todas as responsabilidades atribuídas ao cargo e as exigências que o cargo faz do seu ocupante, suas habilidades, competências e atitudes desejadas. Em posse dessas informações, o selecionador tem um norte no processo seletivo, conhece as especificações e as exigências do cargo. b) Requisição de pessoal: formulário de solicitação de pessoal que contém as principais informações necessárias para o selecionador iniciar o processo de pesquisa dos candidatos. Constitui uma ordem de serviço que o gerente emite para solicitar uma pessoa para ocupar um determinado cargo vacante. Quando não existe um programa de análise e descrição de cargos, a requisição de pessoal substitui a descrição do cargo. c) Técnicas dos incidentes críticos: consistem na observação direta do cargo, identificando os pontos críticos, as características que serão valorizadas ou indesejadas nos candidatos. Essa técnica visa a localizar as características desejáveis (que melhoram o desempenho) e as indesejáveis (que pioram o desempenho) que deverão ser investigadas no processo seletivo dos futuros candidatos ao cargo. Para a eficácia desse meio de identificação das características do cargo, é necessária a familiaridade do observador com o cargo, pois a avaliação é subjetiva e sujeita a erros. d) Análise do cargo no mercado: quando não existe o cargo na empresa, por se tratar de algum cargo novo ou cujo conteúdo esteja fortemente atrelado ao desenvolvimento tecnológico, ela lança mão da pesquisa de mercado nesses casos, utilizam-se a pesquisa e a análise de cargos comparáveis ou similares no mercado para colheita e obtenção de informações a respeito. O cargo comparado chama-se cargo representativo ou cargo de referência (benchmark job). Modernamente, as empresas estão fazendo benchmarking, isto é, comparando os seus cargos com a estrutura dos cargos das empresas bem-sucedidas no mercado, no sentido de desenhá-los melhor e adequá-los às novas demandas do mercado. 32 Com as informações a respeito do cargo a ser preenchido, o processo seletivo tem sua base de referência estabelecida. A partir dessas informações, o processo de seleção tem condições de convertê-las para sua linguagem de trabalho. As informações sobre o cargo e o perfil desejado do ocupante são transferidas para uma ficha de especificações do cargo ou ficha profissiográfica, que deve conter os atributos psicológicos e físicos necessários ao desempenho do ocupante no cargo considerado. A partir dela, podem-se estabelecer quais as técnicas de seleção mais adequadas para pesquisar tais atributos psicológicos e físicos que o cargo impõe ao seu futuro ocupante. (CHIAVENATO, 2008) 2.2 Mapeamento de competências A empresa precisa ter claros e definidos os objetivos organizacionais, sua missão, sua visão e seus valores para mapear as competências necessárias para conduzir seus colaboradores na atividade da organização. Scott B. Parry define competências como: Um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas, que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho, que pode ser medido segundo padrões preestabelecidos, e que pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento. (PARRY apud LEME, 2007, p.20) Uma competência pode ser observada no dia-a-dia e no trabalho e também pode ser desdobrada em três blocos: HABILIDADES CONHECIMENTOS Capacidade de colocar seus Informações, conhecimentos em ação para procedimentos e conceitos comportamentos, pontos de gerar resultados, domínios de – SABER vista, opiniões e percepções, técnicas, fatos, ATITUDES talentos, capacidades – SABER FAZER Fonte: Gramigna, 2007, p.50 Quadro 3: Blocos de indicadores de competências Valores, princípios, atos pessoais – QUERER 33 O Conhecimento é o saber, é o que se aprende nas escolas, universidades, nos livros, no trabalho, na escola da vida. A Habilidade é o saber fazer, é tudo o que se utiliza do conhecimento no dia-a-dia. A Atitude é o que leva a exercitar a habilidade de um determinado conhecimento, é o querer fazer. Para Chiavenato (2008), uma competência constitui um repertório de comportamentos capazes de integrar, mobilizar, transferir conhecimentos, habilidades, julgamentos e atitudes que agregam valor econômico à organização e valor social à pessoa. Em cada indivíduo, a competência é construída a partir de suas características inatas e adquiridas. Ainda conforme Chiavenato (2008), as competências podem ser hierarquizadas da seguinte maneira: a) competências essenciais da organização (core competences). são as competências distintivas que toda organização precisa construir e possuir para manter sua vantagem competitiva sobre as demais; b) competências funcionais. são as competências que cada unidade organizacional ou departamento deve construir e possuir para servir de base às competências essenciais da organização. assim, cada uma das diversas áreas da organização – marketing, produção/operações, finanças, RH, tecnologia – precisa construir competências próprias de sua especialização; c) competências gerenciais. são as competências que cada gerente ou executivo precisa construir e possuir para atuar como gestor de pessoas; d) competências individuais. são as competências que cada pessoa deve construir e possuir para atuar na organização ou em suas unidades. O processo seletivo tem como foco a aquisição de competências individuais indispensáveis para o sucesso organizacional e não somente preencher cargos vagos e disponíveis na organização. Atualmente, as empresas têm o processo seletivo como um mecanismo eficiente para aumentar seu capital humano. (CHIAVENATO, 2008). 34 2.3 Recrutamento Recrutamento consiste num processo que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. (GIL, 2008) Chiavenato (2008) define recrutamento como um processo pelo qual a organização atrai candidatos no Mercado de Recursos Humanos - MRH para abastecer seu processo seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao MRH. O recrutamento – tal como ocorre com o processo de comunicação – é um processo de duas mãos: ele comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo em que atrai os candidatos para o processo seletivo. Se o recrutamento apenas comunica e divulga, ele não atinge seus objetivos básicos. O fundamental é que atraia e traga candidatos para serem selecionados. (CHIAVENATO, 2008) O recrutamento pode estar focalizado na busca de candidatos para preencher cargos vagos na organização e manter inalterado o status quo. Ou pode estar concentrado na aquisição de competências necessárias ao sucesso organizacional para aumentar a competitividade no negocio. Quando o recrutamento está baseado na atração de candidatos para preencher cargos vagos e disponíveis, vale a pena adicionar a preocupação em atrair também competências necessárias ao sucesso da organização. (CHIAVENATO, 2008) O recrutamento pode ser interno ou externo. Contribuem para a formação e contínua atualização do banco de talentos que servirá de fonte para os recrutamentos futuros. 2.3.1 Recrutamento Interno Segundo Chiavenato (2008), o recrutamento interno atua sobre os candidatos que estão trabalhando dentro da organização através de oferta de 35 promoções (cargos mais elevados e, portanto, mais complexos, mas dentro da mesma área de atividade da pessoa) e de transferências (cargos do mesmo nível, mas que envolvam outras habilidades e conhecimentos da pessoa e situados em outra área de atividade na organização, buscando melhor aproveitar as competências internas e assim, motivando também seus colaboradores a uma melhoria contínua. Trata-se de uma técnica de remanejamento, visto que valoriza e desenvolve o potencial dos colaboradores da empresa. 2.3.1.1 Vantagens De acordo com Lacombe (2005) o aproveitamento do pessoal da empresa tem as seguintes vantagens: a) motiva todos os empregados, sinalizando a disposição de se promover a prata da casa e de se criar perspectivas de carreira; b) no longo prazo, facilita o recrutamento de pessoas mais qualificadas; c) costuma ser mais rápido pois as pessoas estão disponíveis e as vagas são preenchidas mais depressa; d) o custo da admissão é praticamente nulo; e) se houver uma boa avaliação dos candidatos, a probabilidade de acerto tende a ser maior, uma vez que eles já estão na empresa e são conhecidos; f) aproveita melhor o treinamento do pessoal; g) diminui a probabilidade de rejeição pelos colegas. 2.3.1.2 Desvantagens Segundo Chiavenato (2008) as desvantagens do recrutamento interno são: 36 a) Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e expectativas; b) Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual; c) Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização; d) Ideal para empresas burocráticas e mecanísticas; e) Mantém e conserva a cultura organizacional existente; f) Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua. 2.3.2 Recrutamento Externo O recrutamento externo atua sobre candidatos que estão no MRH, portanto fora a organização, para submetê-los ao seu processo de seleção de pessoal para que funcione bem a empresa precisa abordar o mercado de maneira precisa e eficaz, no sentido de alcançar e atrair os candidatos que deseja buscar. Conforme Chiavenato (2008), o recrutamento externo aborda um enorme contingente de candidatos que estão espalhados pelo MRH. Seu âmbito de atuação é imenso e seus sinais nem sempre são recebidos pelos candidatos. Por essa razão, o recrutamento externo utiliza várias e diferentes técnicas para influenciar e atrair candidatos. Trata-se de escolher os meios mais adequados para ir até o candidato desejado – onde quer que ele esteja – e atraí-lo para a organização. Lacombe (2005), enfatiza que o recrutamento externo traz pessoas com novas experiências e percepções, e também novos conhecimentos, que podem colaborar para aperfeiçoar os procedimentos da empresa e para sensibilizar a administração para o ambiente externo e o mercado. O processo de recrutamento inicia com o candidato preenchendo a sua proposta de emprego ou apresentando seu curriculum vitae à organização. A proposta de emprego é um formulário que o candidato preenche, anotando os seus dados pessoais, escolaridade, experiência profissional, conhecimentos, endereço e telefone para contatos. O curriculum vitae (CV) assume enorme 37 importância no recrutamento externo. Funciona como um catálogo, currículo ou portfólio do candidato. (CHIAVENATO, 2008) 2.3.2.1 Técnicas de Recrutamento Externo Segundo Knapik (2006), o recrutamento externo é realizado por intermédio de diferentes técnicas, dependendo da exigência de qualificação, do nível hierárquico e das especificações do cargo. Antes da divulgação da vaga, é preciso analisar o cargo e identificar os meios mais viáveis para atrair os candidatos certos para o processo seletivo. Pode ocorrer também de algumas vagas estrategicamente serem divulgadas, sem se identificar a empresa que está contratando. Nesse caso, a escolha das técnicas de recrutamento deve respeitar essa condição de sigilo. Conforme Knapik (2006), os métodos de recrutamento externo são bem variados, a seguir estão descritos alguns mais utilizados: a) Recrutamento virtual: é feito por meios eletrônicos e a distância através da internet. Muitas empresas mantêm um espaço, no site, reservado para divulgação das vagas disponíveis, oferecendo um campo de cadastro para as pessoas que têm interesse em candidatar-se a vaga. A internet veio revolucionar o processo de recrutamento. Conforme Chiavenato: Seu valor reside no imediatismo e na facilidade de interagir digitalmente com candidatos potenciais. Ela traz facilidades tanto às empresas quanto aos candidatos. Os candidatos podem entrar em contato diretamente com sites de empresas ou de agências de recrutamento sem necessidade de sair de suas casas. A facilidade e a simplicidade são enormes. A internet oferece às empresas uma plataforma que permite a comunicação por e-mail pronta e rápida, dispensando qualquer forma de intermediação (CHIAVENATO, 2008, p.123-124). Segundo Knapik (2006), as pesquisas na internet vêm desbancando outras fontes que já foram as mais eficazes, como anúncios em jornais. O Brasil tem bons sites (como exemplo a CATHO e CIEE), os quais possuem ótimos candidatos cadastrados, não só nos níveis operacionais, mas 38 principalmente profissionais para ocupar cargos administrativos, analistas, engenheiros e até candidatos a cargos de alta gerência e diretoria. b) Meios de comunicação (jornais, revistas especializadas): trata-se de uma fonte que obtêm um bom resultado na divulgação de vagas em cargos relativos a todos os níveis hierárquicos da empresa. Existem alguns jornais específicos, especializados em ofertas de emprego. Algumas oportunidades de gerência ou estratégicas também podem ser divulgadas em revistas especializadas e de gestão. O anúncio pode ser aberto ou fechado, ou seja, pode conter ou não o nome da instituição contratante. Deve ser claro, preciso, mencionar os requisitos exigidos pela vaga e conter uma breve apresentação da empresa. Segundo Chiavenato (2008), especialistas em propaganda salientam que o anúncio deve possuir quatro características, representadas pelas letras AIDA. A primeira é chamar a atenção. A segunda é desenvolver o interesse. A terceira é criar o desejo através do aumento do interesse, ao mencionar aspectos como satisfação no trabalho, desenvolvimento de carreira, participação nos resultados e outras vantagens. Por fim, a ação. c) Consultoria em gestão de pessoas: as empresas de consultoria em gestão de pessoas tem se especializado em intermediar os processos de captação de talentos, exercendo um grande apoio para as organizações. A terceirização dos processos de seleção tem aumentado nos últimos anos, a área de gestão de pessoas tem estado mais ocupada com atividades de planejamento, enquanto as consultorias executam as funções mais operacionais do processo de recrutamento e seleção. Conforme Knapik (2006), todos os cargos podem ser selecionados pelas consultorias de RH, as quais podem ser divididas em dois tipos: Consultorias focadas na seleção de profissionais: não têm custo para o candidato, o cliente é a empresa contratante, e o objetivo consiste em encontrar o profissional que atenda às necessidades da empresa. Consultorias de recolocação de profissionais: têm um custo para o candidato, o cliente é o profissional que está procurando um 39 emprego, e o objetivo da consultoria é a recolocação do candidato no mercado de trabalho. Chiavenato (2008) defende que as agências de recrutamento são eficazes em situações como: a organização não possui um órgão de RH e não está preparada para recrutar ou selecionar pessoas de um certo nível; há necessidade de atrair um grande número de candidatos qualificados e a organização não sente capaz disso; o esforço de recrutamento visa alcançar pessoas que estão atualmente empregadas e que não se sentem confortáveis em lidar diretamente com empresas concorrentes; o preenchimento do cargo é confidencial e não pode ser divulgado ao mercado ou internamente. A utilização de agências requer os seguintes cuidados: dar à agência uma descrição completa e acurada do cargo a preencher. a agência precisa compreender exatamente o cargo a ser preenchido para proporcionar um conjunto adequado de candidatos; especificar à agência quais as ferramentas a utilizar na seleção dos candidatos potenciais, como formulários de emprego, testes e entrevistas, como parte do processo seletivo e os aspectos relevantes para o cargo; proporcionar retroação adequada à agência, ou seja, quais os candidatos rejeitados e qual a razão da rejeição; d) headhunters: técnica bastante semelhante à assessoria, já que existirá uma pessoa contratada para recrutar. no entanto, na sua essência é muito diferente, visto que não se trata apenas de recrutar, mas também recrutar os melhores do mercado, mesmo que estes estejam trabalhando em empresas concorrentes. Funciona como agências de recrutamento para altos executivos que entrevistam e pré-selecionam os candidatos a posições mais elevadas.O fato que enquanto a mão-de-obra não qualificada tende a ser terceirizada pelas grandes empresas, a mão-de-obra especializada é formada internamente ou contratada em empresas cuja atividade-fim seja fornecer profissionais desse nível (headhunters) (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001 apud ARAUJO, 2008, p.22). 40 Araujo (2008), explica que: headhunters, pela sua tradução literal, como caçadores de cabeças; em tradução livre, teríamos caça-talentos. Assim contratam-se empresas ou pessoas que sejam capazes de buscar os melhores profissionais do mercado para trabalharem com a organização que os contratou. E as organizações sabem que os caçadores de talentos tentarão ainda vantagens adicionais para o talento que oferecem ao contratante. e) Divulgação em universidades, centros de integração de estagiários: é uma fonte de recrutamento utilizada principalmente para contratação de estagiários e profissionais para ocupar cargos técnicos, tem um baixo custo e é uma porta aberta para os jovens universitários ingressarem no mundo do trabalho. Conforme Araujo: Vinculando-se a outras instituições, associações, agremiações, cooperativas e/ou sindicatos: estas interligações possibilitam “acesso direto às fontes de captação de pessoas, programas de trainees, projetos científicos junto com entidades educacionais ou associações profissionais, suporte ou realização de congressos profissionais entre outros.” (ARAUJO, 2008, p24). f) cartazes: constituem um meio de recrutamento de baixo custo e são mais adequados para cargos operacionais ou específicos. No caso de motoristas carreteiros, por exemplo, um cartaz, fixado em postos de abastecimento de diesel ou em postos, pode atrair os candidatos certos para o processo de seleção. (KNAPIK, 2006) g) indicação de funcionários: Knapik (2006) explana que esta fonte também tem um baixo custo de operacionalização, e nesse caso, constitui-se num processo geralmente rápido e com um forte envolvimento dos funcionários. Dependendo de como o processo é desenvolvido, o funcionário sente-se um importante co-responsável pela admissão do candidato além de indicar quem considera capaz para o cargo já que pode ficar com uma imagem ruim na empresa pela indicação se a pessoa não se adaptar as normas ou tiver competência duvidosa. De certa forma, a organização delega aos seus funcionários boa parte da continuidade da sua organização informal. h) networking: a rede de contatos tem demonstrado sua eficácia, e a velocidade das informações via internet contribui para a rápida 41 divulgação das oportunidades de trabalho. Essa fonte obtém melhores resultados para os cargos de nível administrativo, para técnicos, especialistas e posições de gerência. (KNAPIK, 2006) i) banco de dados: pode ser físico ou informatizado. Hoje a informática disponibiliza sofwares de recrutamento que dispensam as pastas de arquivamento físico de currículos e tornam mais ágeis os processos de seleção. É comum as empresas serem procuradas por bons profissionais e não terem vagas disponíveis. Preservar esses currículos minimiza custos e dinamiza futuros processos seletivos. (KNAPIK, 2006) 2.3.2.2 Avaliação dos Resultados do Recrutamento Lacombe (2005), cita que o recrutamento abrange o conjunto de práticas e processos usados para atrair candidatos para as vagas existentes ou potenciais e deve proporcionar resultados para ambas as partes. Portanto, a avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento está realmente cumprindo a sua função e a que custo. O recrutamento não sai barato, custa tempo e dinheiro, porém compensa. Seu retorno ultrapassa de longe qualquer investimento neste sentido. Recrutar pessoas passou a ser estratégico para as organizações. Atrair talento é fundamental para o sucesso organizacional, seja no longo ou no curto prazo. (CHIAVENATO, 2008) Conforme Chiavenato (2008), o recrutamento externo tem suas vantagens e desvantagens. 2.3.2.3 Vantagens De acordo com Chiavenato (2008) as vantagens do recrutamento externo: 42 a) introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e expectativas; b) enriquece o patrimônio humano, pelo aporte de novos talentos e habilidades; c) aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos e destrezas; d) renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações; e) incentiva a interação da organização com o mercado de recursos humanos; f) indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual. 2.3.2.4 Desvantagens Segundo Chiavenato (2008), as desvantagens do recrutamento externo são: a) afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização; b) reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos; c) requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos. isso significa custos operacionais; d) exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários; e) é mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que o recrutamento interno. 2.4 Seleção de Pessoas 43 Seleção é escolher e classificar os candidatos mais adequados às necessidades do cargo e as estratégias da organização. Processo pelo qual a organização utiliza certas estratégias para filtrar e identificar os candidatos que reúnem as qualificações e as competências exigidas para ocupar o cargo oferecido pela empresa em um determinado momento. O processo de seleção deve levar em consideração o perfil profissional exigido pelo cargo e o capital intelectual que deve ser preservado ou aumentado. (KNAPIK, 2006) A seleção, diz Chiavenato (2008), é um processo de comparação. O sucesso da seleção de pessoas consiste na habilidade do profissional em comparar as necessidades e as características comportamentais e culturais da empresa com as apresentadas pelo candidato, sendo, portanto, um processo de comparação. O processo seletivo tem como base as informações oferecidas pelo cargo e inicia, então, seu processo de comparação com os candidatos que se apresentarem para a vaga. 2.4.1 Ferramentas ou estratégias de seleção A seleção de pessoal é constituída por uma série de etapas, e cada fase desse processo fornece uma série de informações sobre as pessoas. Ao passo que os candidatos que vão sendo bem-sucedidos vão avançando no programa de seleção. Para assegurar bons resultados no processo, é importante utilizar mais de uma ferramenta de seleção. A escolha das técnicas de seleção deve obedecer às especificações e à natureza do cargo visando os objetivos estratégicos da atividade da empresa. Knapik (2006), explica que ferramentas de seleção são técnicas utilizadas para observar e analisar os candidatos que participam do processo de seleção e comparar com os requisitos exigidos pelo cargo. Devem ter um caráter prognóstico, identificando traços pessoais que podem prever o comportamento futuro do candidato como funcionário da empresa. As técnicas mais utilizadas estão descritas abaixo: 44 2.4.1.1 Entrevistas de seleção É a técnica mais utilizada em processos de seleção. O entrevistador procura conhecer o candidato, pesquisa seus conhecimentos e suas habilidades e aplica determinados estímulos para ver as reações e os indícios do estilo comportamental do candidato, permitindo um contato direto com ele. Knapik (2006) classifica a entrevista da seguinte maneira: a) Quanto à direção: Diretiva: a entrevista tem o objetivo de induzir as respostas desejadas, identificar pontos de vista, conceitos e interesses. Exige habilidade do entrevistador para saber formular as perguntas e suscitar as respostas. Não diretiva: a entrevista não segue nenhum padrão e não busca respostas específicas, visa mais à exploração. b) Quanto ao formato: Padronizada: a entrevista segue um roteiro de perguntas já elaboradas com base nas informações que se deseja obter do candidato. Não padronizada: a estrutura da entrevista não segue nenhum roteiro ou padrão estabelecido previamente, pode ser diretiva, e as questões são formuladas no momento da entrevista. Tradicional: o entrevistador geralmente formula questões mais abertas e gerais, relacionadas às expectativas de futuro, à trajetória profissional, aos valores e objetivos do candidato, aos pontos fortes, auto-avaliação entre outros assuntos. As perguntas devem identificar a personalidade e a maneira de agir do candidato sem atrelar a resposta a situações específicas. Ex.: “Quais são os seus principais pontos positivos?” ou “Como você se relaciona com seus colegas de trabalho?” Padronizada comportamental: é o modelo de entrevista da gestão por competências, sendo baseada e focada nas habilidades, nas atitudes e nos comportamentos exigidos pelo cargo. Almeida 45 (2008), também explica que é estruturada e necessita de um planejamento e da elaboração prévia das perguntas que farão parte do roteiro de entrevista. A entrevista baseada em comportamentos fundamenta-se na premissa de que o melhor indicador do comportamento de uma pessoa no futuro e como ela se comportou no passado em ambientes similares. Por sua vez, Knapik (2006) ainda explana que as questões são mais fechadas, objetivas e focadas em comportamentos específicos. Ex.: “Faleme de uma situação em que você ajudou um chefe a melhorar o trabalho dele. Como você fez?” Ou “ fale-me de uma situação de conflito entre colegas de trabalho que você presenciou. Como você procedeu?” Em equipe: é realizada por mais de um entrevistador. Pode ser utilizada a técnica do painel, em que vários entrevistadores atuam juntos, mas um deles tem o papel de coordenador e os outros atuam mais como observadores. Conforme Knapik (2006) outra técnica utilizada é a entrevista de pares, em que os profissionais que serão os colegas de trabalho do novo colaborador entrevistam os candidatos. Neste tipo de entrevista como vantagem um número maior de observadores sobre o comportamento do candidato e a troca de percepções entre os entrevistadores. (ALMEIDA, 2008) c) Quanto aos objetivos: De triagem: geralmente é o primeiro contato face a face com o candidato, tem o objetivo de esclarecer alguns pontos do currículo e verificar se a pessoa interessada tem as qualificações mínimas exigidas pelo cargo. Segundo Almeida (2008), normalmente realizada pelo técnico de RH De avaliação: o objetivo é aprofundar a investigação e obter dados mais detalhados sobre os conhecimentos, as habilidades e as atitudes do candidato para ocupar o cargo desejado. Final ou com o requisitante: é realizada pela gerência ou pelo requisitante que está solicitando o colaborador e tem a finalidade de escolher, entre os candidatos apresentados, o que ocupará o 46 cargo disponível. Se nessa fase nenhum candidato for escolhido, é necessário avaliar os motivos que levaram o gerente ou requisitante a não optar por nenhum dos candidatos finalistas e reiniciar o processo de seleção. Knapik (2006), explica que as entrevistas não precisam seguir um modelo único. Podem ser mistas: iniciar não padronizadas, para quebrar o gelo e diminuir a ansiedade do candidato e, em seguida, continuar padronizadas ou diretivas. Como em todo processo de comunicação, a entrevista está sujeita a falhas e mesmo sendo a técnica mais utilizada na seleção, ela apresenta vantagens e desvantagens, as quais Chiavenato (2008) define como: a) Vantagens: Permite contato face a face com o candidato. Proporciona interação direta com o candidato. Focaliza o candidato como pessoa humana. Permite avaliar como o candidato se comporta e suas reações. b) Desvantagens: Técnica altamente subjetiva e forte margem de erro e variação. Nem sempre o candidato se sai bem na entrevista. Difícil comparar vários candidatos entre si. Exige treinamento do entrevistador. Exige conhecimento a respeito do cargo e suas características básicas. 2.4.1.2 Provas situacionais As provas situacionais, que segundo Almeida (2008), foram desenvolvidas por Latham, Saari, Pursell e Campion (1980), têm como objetivo identificar de que maneira o candidato se comportaria diante de uma situação real e específica do dia-a-dia no trabalho. O avaliador pede para que a pessoa descreva como se comportaria em uma determinada situação. Por exemplo: A 47 sua chefia solicita um relatório, com urgência e prioridade zero, que deve ser realizado ainda hoje, mas você tem um outro trabalho também urgente e que, se não for realizado até o final do dia, resultará em uma multa alta para a empresa. O que você faria nessa situação? (KNAPIK, 2006) 2.4.1.3 Provas específicas: consistem em testar os conhecimentos, habilidades e competências relacionadas à área de trabalho em que o candidato está concorrendo ou ao perfil desejado pelo cargo, como idiomas, informática, conhecimentos técnicos (financeiros, legislação, folha de pagamento, entre outros). (KNAPIK, 2006) 2.4.1.4 Avaliação psicológica Chiavenato (2008), explica que os testes psicológicos utilizados no processo seletivo focalizam principalmente as aptidões. Servem para determinar quanto elas estão presentes em cada pessoa, com a finalidade de prever o seu comportamento em determinadas formas de trabalho. Baseiam-se nas diferenças individuais das pessoas e analisam o quanto variam as aptidões e traços de personalidade de um indivíduo em relação às estatísticas de resultados em amostras. Enquanto as provas de conhecimentos ou capacidade medem a capacidade atual de realização e habilidades, os testes psicológicos medem as aptidões individuais, para oferecer um prognostico futuro do seu potencial de desenvolvimento. Knapik (2006), cita que a bateria de testes é elaborada de acordo com o cargo disponível e com o que se quer identificar. O sigilo dos resultados também deve ser preservado e assegurado ao candidato. Os testes são padronizados e adaptados ao que se pretende investigar e devem ser aplicados somente por profissionais habilitados – os psicólogos. 2.4.1.5 Dinâmicas de grupo 48 São técnicas vivenciais realizadas com um grupo de candidatos e por intermédio de exercícios específicos, ocasião em que são observados determinados comportamentos e atitudes dos participantes. O objetivo é identificar no grupo quais são os candidatos que têm as características comportamentais e as atitudes valorizadas pela empresa. As dramatizações em grupo são assim, planejadas pensando-se nas competências comportamentais que se pretende observar e constituem uma técnica importante para identificar traços de personalidade, principalmente os que envolvem as habilidades de relacionamento, pois as pessoas tendem a repetir, nas dinâmicas de grupo, os mesmos comportamentos do dia-a-dia. (KNAPIK, 2006) Segundo Almeida (2008), é outra ferramenta que pode oferecer informações valiosas sobre o perfil do candidato, ainda mais no que se refere às competências atitudinais ou comportamentais e possuem vários tipos: a) vitalizadoras: têm como objetivo elevar a motivação do grupo, ambientar os participantes e promover o aquecimento do grupo, preparando-o para a ação, é uma atividade de quebra-gelo; b) harmonizadoras: pode ser utilizada antes de exercícios que requer concentração do grupo, visto que visam relaxar os participantes; c) exercício de dinâmica principal:são vivências que trabalham com habilidades e comportamentos específicos do grupo que serão objetos de avaliação, tais como: assertividade, liderança, motivação, colaboração, entre outros comportamentos; d) jogos empresarias: o jogo é uma disputa; além de possuir regras que o grupo de seguir, determina-se o alvo que deverá ser atingido e os critérios para definir o ganhador. O jogo também possibilita ao grupo trabalhar vários aspectos do comportamento; e) simulação: caracterizada por uma situação em que o cenário no qual os candidatos atuarão representa modelos reais, tornando possível na situação real. 2.4.2 Avaliação dos Resultados da Seleção de Pessoas 49 Existe uma variedade de procedimentos de seleção que podem ser combinados de diversas maneiras. Cada organização precisa determinar quais são os processos e procedimentos de seleção mais adequados e que proporcionam os melhores resultados. O processo seletivo precisa ser eficiente e eficaz. A seleção de pessoas também promove importantes resultados para as pessoas: a) aproveita as habilidades e características de cada pessoa no trabalho; b) com isso, favorece o sucesso potencial no cargo; c) eleva a satisfação por aliar a atividade indicada para cada pessoa; d) evita perdas futuras, ou seja, substituição de pessoas pelo insucesso no cargo. O processo de provisão de pessoas precisa ser adaptável, ágil e flexível. Além disso, para que seja participativo ele deve ser descentralizado, isto é, torna-se mister que os gerentes de linha e suas equipes estejam envolvidas com o processo de recrutar e selecionar pessoas. É elevada a correlação existente entre o sucesso organizacional e a delegação existente entre o sucesso organizacional e a delegação do processo seletivo para os gerentes e suas equipes de trabalho, dentro de uma postura de administração participativa. Esta se caracteriza pelo fato de que o gerenciamento das pessoas é descentralizado para permitir que cada gerente se torne o gestor de seus subordinados. Mais do que isso, cada gerente administra os demais recursos com a ajuda de sua equipe de trabalho. Nas organizações bemsucedidas, quem seleciona pessoas são os gerentes e suas equipes. A administração participativa pressupõe que as pessoas devem estar envolvidas no processo decisório e, portanto, nada mais lógico que as próprias equipes tenham responsabilidade de decidir a respeito de seus futuros membros e colegas. O importante é agregar talento humano à organização e dotá-las das competências essenciais necessárias. 50 CAPÍTULO III COMPETÊNCIAS DE TALENTO 3 CAÇA AOS TALENTOS Muito tem se falado sobre apagão de talentos, guerra da caça aos talentos, que há um elevado número de vagas disponíveis, porém grande dificuldade para encontrar profissionais capacitados a preenchê-las. Reflexo da globalização e da crescente competitividade atrair e gerenciar talentos está sendo apontado como o maior desafio do RH por diversos executivos. As mudanças ocorrem cada vez mais intensas, os negócios se expandem e alcançam novos mercados. O RH está sendo tratado como parceiro estratégico da empresa, já está possuindo papel ativo no planejamento e no processo de tomada de decisão de negócios. Sistemas de remuneração, plano de carreira, qualidade de vida, treinamento são algumas maneiras de atrair e reter talentos que vem sendo adotadas por diversas empresas. Conforme Heinrich: Antes, segundo o executivo, o RH era basicamente um setor administrativo, fazendo a folha de pagamento, contrato com prestadores de serviço, como o plano de saúde. Hoje, o RH é um conselheiro de confiança de todas as linhas de negócio da empresa. (HEINRICH apud COSTA, 2008). Assim, empresas que apresentarem habilidade para ganhar vantagem competitiva através de estratégias de RH estarão à frente das concorrentes. 3.1 Conceitos Mas afinal o que é talento? 51 Para Tapajós (apud COSTA, 2010) “talento é ter as competências necessárias para hoje e ter potencial para adquirir as competências necessárias para o futuro”. Já Averbach define que: Talento é a habilidade excepcional de um indivíduo – esta habilidade pode ser natural ou desenvolvida. No mundo executivo o talento geralmente é desenvolvido através do esforço consistente das habilidades comportamentais. (AVERBACH apud COSTA, 2010) Conforme Souza (2010), esse assunto de talento é antigo. A diferença é que, agora, ele ficou sério, porque as empresas, finalmente, descobriram que sem pessoas com talentos não é possível ter alma, ou seja, uma energia criativa, a livre expressão dos talentos das pessoas e seu poder de participar das decisões, sem importar o nível hierárquico. Almeida (2008), diz que o termo talento refere-se com freqüência, à pessoa que traz em sua bagagem um conjunto privilegiado de competências, isto é, conhecimentos, habilidades e atitudes, que a diferencia de outras. Existem diferentes combinações de capacidades, relacionadas com o contexto do trabalho e da organização. Entendido dessa forma nem todas as pessoas são talentosas. Segundo Stewart (1998 apud ALMEIDA 2008, p.16), talentos são “pessoas que desempenham papéis insubstituíveis na organização e que, como indivíduos, também são praticamente insubstituíveis”. 3.2 Tendências na captação e seleção de talentos 3.2.1 Contratar ex-funcionários e aposentados As empresas estão recontratando funcionários devido à falta de profissionais qualificados e para não correr risco de atrasar projetos por falta de gente, além do mais os ex-funcionários já conhecem a cultura da empresa. “Umas das vantagens da recontratação para a empresa é a segurança de já saber o que o candidato pode render. A redução o custo e no tempo do processo de integração também ajuda”. (RAMIRO, 2009) 52 Recchia (apud RAMIRO, 2009) também argumenta “Se o empregador traz um ex-funcionário, queima etapas do processo de adaptação”. Está ocorrendo também a volta dos aposentados. Profissionais da geração conhecida como baby boomers estão voltando a ocupar cargos nas organizações devido suas experiências Grinberg (apud BABY..., 2009) defende esta contratação: "O motivo da substituição é a sabedoria e o jogo de cintura que a experiência proporciona aos mais velhos profissionais. Além disso, em momentos turbulentos, as empresas precisam agir com maior cautela e paciência, ações que nem sempre são típicas dos jovens". Portanto, para suprir a necessidade de talentos dentro da organização, empresas estão usando como estratégia contratar ex-funcionários e aposentados. 3.2.2 Programas de estagiários Conquistar talentos antes mesmo de eles aflorarem é outra estratégia que as empresas vêm adotando para enfrentar a crise de talentos. Assim, as empresas atraem naturalmente os jovens pela imagem que possuem no mercado e as possibilidades de carreira (SILVEIRA, 2006). A Unilever é um exemplo de empresa que atrai talentos através de programas de estágios no qual se vivencia o cotidiano da área, aprende a trabalhar em equipe e a construir visão estratégica, complementa a formação acadêmica e recebe capacitação necessária para o desenvolvimento profissional. A seleção é feita através de inscrição e exercícios on-line, dinâmica em grupo e entrevista coletiva (PROGRAMA..., 2010b). 3.2.3 Programas de trainees Conforme Filetti (2008), mais do que um complexo processo de Recrutamento, Seleção e Treinamento, um programa de trainees deve se 53 constituir numa visão estratégica da organização, alicerçada em planejamento, comunicação e eficazes mecanismos de captação, retenção e desenvolvimento dos talentos. A Unilever, também utiliza Programas de trainees para qual o trainee “é um jovem com potencial para crescer e se desenvolver na organização tornando-se um futuro líder dentro de um dos negócios da companhia”. (PROGRAMA..., 2010a) A empresa Unilever contrata o trainee como funcionário e ao entrar na companhia participa de um programa de 36 meses de duração (3 anos), que tem como objetivo o desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais. Por meio do Programa, o trainee assume responsabilidades profissionais e dá continuidade ao processo de aprendizagem, contribuindo para os resultados da companhia. O trabalho em grupo é fundamental. Por meio dele, o trainee conhece a realidade da empresa, e aprende a relacionarse com pessoas de diversas áreas e diferentes culturas. Para aprofundar o conhecimento sobre estratégias, mercados, tecnologias, clientes e consumidores, participa de uma abrangente agenda de cursos, visitas e trabalhos que podem ser, inclusive, internacionais. O trainee também experimenta trabalhar em diferentes culturas. Para aprofundar o conhecimento sobre estratégias, mercados, tecnologias, clientes e consumidores, participa de uma abrangente agenda de cursos, visitas e trabalhos que podem ser, inclusive, internacionais. O trainee também experimenta trabalhar e, diferentes áreas, o que proporciona ampliar a visão dos negócios e entender melhor as necessidades dos públicos com os quais a Unilever se relaciona diretamente. Assim, ao chegar até a área final, já terá adquirido experiências que auxiliarão o comando de posição gerencial na companhia. (PROGRAMA..., 2010a). Almeida (2008), define que os programas de trainees são exemplos nítidos de uma visão integrada de gestão de talentos. 3.2.4 Empresabilidade 54 As organizações precisam trabalhar sua empresabilidade, isto é, sua capacidade de atrair profissionais, contando com uma política definida e clara de valorização dos talentos e com flexibilidade para poder negociar com essas pessoas (ALMEIDA, 2008). Autores como Almeida (2008), defendem que não basta ter um bom programa de captação e seleção de talentos, mas também é necessário formas de motivá-los a permanecer na organização. Conforme Almeida: Os verdadeiros talentos escolhem o local onde desejam trabalhar. Além do mais, conscientes de seu valor, essas pessoas costumam estabelecer suas próprias regras, buscando atender as suas necessidades mediante o alinhamento de seus objetivos da organização.(ALMEIDA, 2008, p.18). Segundo pesquisa realizada pelas revistas Exame e Você/SA em 2009 as 150 melhores empresas oferecem muito a seus funcionários. Os salários, em geral, estão na média ou acima do mercado. Os benefícios extrapolam o padrão: há empresas que permitem colocar, além dos filhos e do marido, os pais do funcionário como dependentes e são poucas aquelas que ainda não oferecem previdência privada como forma de planejar a aposentadoria, por exemplo na melhores, as oportunidades de carreira são reais. No ano de 2009, mesmo com a crise, 97,3% das melhores realizaram promoções. Tudo isso, sem dúvida, contribui para que a turma se sinta valorizada e motivada. Mas o que realmente faz esse pessoal feliz tem a ver com a sua identidade em relação ao negócio e à cultura da empresa (IZIDORO, 2009). 3.2.4.1 Cultura organizacional Conforme Mundim; Ricardo: O segredo da vantagem competitiva está em saber utilizar a inteligência e a competência das pessoas que as compõem. Esse é o capital humano responsável pela competitividade organizacional. O capital humano é um conjunto de talentos, mas, para que seja excelente, precisa atuar em um contexto organizacional que lhe dê estrutura, retaguarda e impulso. O capital humano precisa trabalhar dentro de uma estrutura e de uma cultura organizacional adequadas que lhe dê impulso e alavancagem. Quando esses três elementos estão conjugados - talentos, organização e comprometimento -, 55 temos todas as condições para o desempenho organizacional em termos excepcionais. (MUNDIM; RICARDO, 2004, p.29) Conforme Grinberg (2010), anualmente, tem-se a possibilidade de acompanhar indicadores de qualidade sobre o ambiente de trabalho de grandes empresas. A partir dos resultados desse tipo de pesquisa, podemos inferir que há uma grande relação entre os esforços corporativos para a criação de um ambiente de trabalho agradável e o sucesso financeiro. Não penso apenas no espaço físico do escritório, mas, principalmente, na motivação, no engajamento e no bem-estar mental dos colaboradores. Araujo (2008) destaca que os autores Sirota, Mischkind e Meltzeri (2005) entendem que existe três fatores que as pessoas desejam na organização e que se entende contribuir para um clima altamente positivo: a) equidade: no sentido de perceber que os superiores de qualquer nível são justos na sua relação com a estrutura social, seja com relação à remuneração, seja com relação às avaliações realizadas ou a eventuais conflitos interpessoais. O clima organizacional será tão melhor quão melhor for a resposta de superiores a estas questões; b) realização: há estudos que colocam a realização como sendo fator altamente relevante para as pessoas que ocupam posições superiores e não para as pessoas que têm atribuições de pequeno, quando têm algum, poder decisório. Isso pode ser verdade se for entendido que a realização significa crescer na carreira, na empresa, ter salários com reajustes acima de percentuais inflacionários etc. Mas realização pode ser, também, entendida como um pouco mais do que isso. Estar bem na organização, ser considerado, respeitado no trabalho que executa, estar numa organização com responsabilidade social que respeite as leis, principalmente aquelas que atingem a população mais diretamente, como, por exemplo, as questões ambientais. Isso tudo também é realização. Talvez não seja em sociedades consideradas mais desenvolvidas onde salário seja mais importante ou algo semelhante, mais no Brasil sabe-se que o reconhecimento positivo de trabalho funciona como agente estimulador; 56 c) companheirismo: embora se reconheça que a competição entre pessoas de mesma posição seja algo previsível, não se pode deixar de reconhecer que, no geral, as pessoas buscam uma relação amistosa, porque assim têm maiores possibilidades de manutenção na posição. O gestor de pessoas deve ser hábil no sentido de identificar eventuais ruídos no relacionamento entre as pessoas, visando ao melhor clima possível, assegurando um desenvolvimento regular dos trabalhos na organização. O melhor clima possível não elimina a existência de conflitos, mas deve eliminar o conflito predador, aquele que só traz a instabilidade e a incerteza. O limite entre o conflito possível e o não aconselhável é a sua função. A melhor compreensão sobre limites é sua função. A melhor compreensão sobre limites será dada a partir da história do gestor: seu currículo oculto, sua formação, leituras e a melhor apreensão possível do mundo das organizações. (ARAUJO, 2008) 3.2.4.2 Comunicação Outro fator que dá suporte a um clima organizacional proativo é a comunicação. Curiosamente, o processo de comunicação é extremamente simples, o que não quer dizer que funcione com alto grau de eficiência e eficácia. Neste novo e moderno mundo do trabalho, onde o conhecimento e o compartilhamento do conhecimento representam uma grande vantagem competitiva, a comunicação honesta e precisa ser um imperativo. Para energizar as pessoas, precisa-se informá-las. E, se não fizer isso, a tecnologia de hoje permite que os funcionários o façam sozinhos – não há mais segredos. (JOHNSON, 2004) O bom comunicador não é aquele que fala bem e sim aquele que tem a certeza de saber que o que foi dito por ele foi bem entendido por quem ouviu. (CARDOSO, 2010) O papel da comunicação interna é central nas organizações que pretendem adotar a premissa de que as pessoas são diferenciais competitivos, 57 pois está intimamente ligada ao funcionamento dos grupos de trabalho e à participação. (ALBUQUERQUE, 1999 apud PAROLIN, 2008) Conforme Johnson: Deixar as pessoas terem voz ativa e sentirem que podem influencia as decisões da empresas são formas importantes de retenção, “as pessoas de todos os níveis da organização gostam de sentir as suas opiniões como importantes” (JOHNSON, 2004,p.104). Para a junção do fazer e do pensar, que pressupõe maios autonomia e liberdade (e favorece o empowerment), os colaboradores necessitam dominar a filosofia e os valores organizacionais (internalização), ter acesso às informações relevantes ao cumprimento da estratégia da organização, bem como manterem-se atualizados sobre o impacto dos seus trabalhos nos resultados organizacionais, a fim de avaliarem o percurso de suas atividades com velocidade e assertividade adequadas ao ritmo e às exigências do mercado. O papel estratégico da comunicação interna pressupõe a transmissão e a compreensão desses conteúdos com determinado significado e abrange mensagens e símbolos, verbais e não-verbais, dentro das pessoas e não entre as pessoas. (CHANG, JR, 2001 apud PAROLIN, 2008) 3.2.4.3 Liderança Conforme Chiavenato (2002) liderança é o processo dinâmico de exercer influência sobre o indivíduo ou grupo de indivíduos e impulsionar esforços em função do alcance de objetivos em uma determinada situação. Kretly (2010) enfatiza que o líder precisa conhecer seus liderados, ajudálos a crescer e provocar o seu potencial. De fato, a força de trabalho está mudando. As pessoas que vivem e trabalham nas organizações estão se caracterizando por aspectos como diversidade, novas habilidades e competências e diferentes valores sociais. As organizações e seus dirigentes devem estar preparados para lidar com pessoas de diferentes raças e etnias, de diferentes idades e bases culturais, de diferentes perspectivas e preferências de estilo de vida e de diferentes valores pessoais. As organizações também precisam estar preparadas para lidar com pessoas cujas 58 habilidades e competências estão se desenvolvendo continuamente em função de novas tecnologias e padrões de carreira profissional. Em suma, a força de trabalho está se caracterizando multiculturalidade, polivalência, por aspectos como diversidade, mudança e desenvolvimento (MUNDIM; RICARDO, 2004). Assim a necessidade de uma liderança responsável para equilibrar esta diversidade. A empresa ACCENTURE foi considerada a campeã em liderança pela pesquisa das melhores empresas, visto que seus líderes são preparados não só para conduzir processos da área e atingir os resultados esperados, mas para ser mentores dos funcionários, orientando e saindo na defesa deles quando necessário. (TOPO..., 2009) Liberdade e autonomia são fundamentais para que funcionários possam responder de forma positiva e contribuir para a inovação e para o crescimento da empresa. Um bom líder está sempre atento à construção e à manutenção desse ciclo virtuoso. Para isso, é importante zelar por um ambiente com condições e recursos apropriados para o trabalho. Isso envolve o cultivo à transparência, à comunicação, à ética e à confiança. O resultado desse esforço são colaboradores motivados, que se sentem parte do sucesso da companhia e que sabem o quão preciosas são suas idéias. Assim, encoraje seus funcionários a exercer sua iniciativa e deixe-os executar seu trabalho à sua maneira. (FALTONI, 2008) 3.2.4.4 Plano de Carreira Através da carreira o profissional identifica quais ferramentas a empresa oferece para que ele possa crescer profissionalmente já que são atraídos pelo desafio. Conforme Araujo: O planejamento de carreira é um processo contínuo de interação entre o empregado e a organização visando a atender aos objetivos e interesses de ambas as partes, de modo que a organização pode buscar seus talentos e aproveitá-los, os quais também podem planejar as suas carreiras e lutar pela consecução desse objetivo (ARAUJO, 2008, p.126). 59 Conforme Dutra (1996), um modelo para planejamento de carreiras tem como principais objetivos: a) desenvolver nas pessoas um espírito crítico com relação a seu comportamento diante da carreira; b) estimular e dar suporte a um processo de auto-avaliação, visando ao planejamento individual de sua carreira; c) oferecer uma estrutura para reflexão das pessoas sobre sua realidade profissional e pessoal; d) disponibilizar ferramentas para desenvolver objetivos de carreira e planos de ação e para monitorar a carreira ao longo tempo. Atualmente muitas organizações passaram a responsabilidade do plano de carreira às pessoas, pois hoje a criatividade, motivação e envolvimento são peças chaves para produzir de acordo com as necessidades organizacionais. (ARAUJO, 2008, p.124). 3.2.4.5 Salários, Benefícios e Recompensas Na gestão com visão mais estratégica as políticas de remuneração passam a focar a posição da carreira e o desempenho como base da equidade interna. Devem prever flexibilidades para remunerar o trabalho inteligente e o desempenho excepcional com programas de remuneração variável e benefícios, que reconheçam a contribuição, em vez de apenas privilegiar a posição (o cargo). A remuneração como função da complexidade das entregas esperadas dos colaboradores, vinculada ao nível de abstração que as pessoas conseguem atingir para realizar seu trabalho, é uma das novas tendências da gestão estratégica de pessoas. (PAROLIN, 2008) Welch e Welch (2005) defendem que as pessoas precisam receber recompensas e reconhecimentos diferenciados para que se sintam motivadas. E as empresas devem agir assim para reter pessoal. 3.2.4.6 Treinamento e Desenvolvimento 60 Welch e Welch (2005), citam que outra maneira básica de motivar e reter é por meio do treinamento. Se pessoas certas foram selecionadas, elas estarão ansiosas por crescer. Estarão explodindo de desejo de aprender e fazer mais. Conforme Welch eWelch: Como as recompensas e o reconhecimento, o treinamento surte esse efeito. Motiva as pessoas, demonstrando-lhes uma maneira de crescer, deixando claro que a organização se importa com elas, e que elas têm futuro (WELCH;WELCH, 2005, p.101) A área responsável pelas atividades de treinamento e desenvolvimento, mais conhecida como T&D, foi criada com o intuito de que as pessoas da organização pudessem ser mais bem capacitadas a ocupar determinadas posições na organização e/ou desenvolver seu potencial na posição ocupada. (ARAUJO, 2008) Conforme Milkovich e Boudreau (2000), o treinamento é apenas um dos componentes do processo de desenvolvimento que inclui todas as experiências que fortalecem e consolidam as características dos empregados desejáveis em termos de seus papéis funcionais. Muitos argumentam que falar sobre o alto custo do treinamento obscurece o fato de que essas atividades costumam ser administrativamente confusas. Contudo, as melhores empresas integram o treinamento dentro de um conjunto sistemático de atividades de RH, incluindo o provimento interno e externo, sistema de recompensas e planejamento das funções (A Federal Express dedica 3% de suas despesas, ou 225 milhões de dólares, ao treinamento). O treinamento pode aumentar a lucratividade a longo prazo e assim pode, também ser usado como estratégia da empresa. (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000) Conforme Araujo: A partir do momento em que a organização apresenta perspectiva de desenvolvimento às pessoas, elas se sentem motivadas a prosseguir na própria organização, gerando uma diminuição da rotatividade (turnover) de pessoas. (ARAUJO, 2008, p.130). Ainda segundo Araujo (2008), o treinamento possui as seguintes vantagens: a) ganho em competitividade e em qualidade; b) identifica os pontos fortes e fracos das pessoas e da organização como um todo; c) capacita as pessoas da organização; d) aumenta a lucratividade da empresa; 61 e) racionaliza procedimentos e desenvolve pessoas; f) aumenta a produtividade; g) propicia um clima organizacional saudável; h) reduz desperdícios e retrabalho. O treinamento não se restringe somente ao aumento do desempenho na função, tornando-se mais voltado para o desenvolvimento de competências que ampliem a capacidade da pessoa de agregar valor à organização para desempenho de funções futuras, priorizando os processos de aprendizagem individual, coletiva e organizacional. Os programas de treinamento e desenvolvimento devem considerar as profissionalizações emergentes, as necessidades decorrentes da introdução de inovações e de mudanças organizacionais. (PAROLIN, 2008) 3.2.4.7 Responsabilidade social Citando Gil (2008), a essência do capitalismo é o lucro. Nesse sentido, há quem admita que a responsabilidade de uma empresa consista exclusivamente em maximizar o lucro de seus acionistas. Verifica-se, no entanto, forte tendência para admitir que as empresas devem assumir valores éticos, respeitar seus funcionários, proteger o meio ambiente e comprometerse com as comunidades. Funcionários, comunidades e clientes estão sendo vistos como uma nova espécie dês sócios do negócio, prontos para compartilhar resultados. Responsabilidade social, portanto, passa a fazer parte da agenda das empresas que desejam sobreviver. De acordo com a pesquisa das melhores empresas (TOPO..., 2009) a Randon foi destaque em cidadania empresarial, visto que possui o projeto Florescer, criado há oito anos para atender crianças de 7 a 14 anos com oficinas de informática, inglês, canto coral, teatro, dança e esportes fora do horário escolar. 3.3 Competências de talento 62 Conforme Almeida: O mercado de trabalho passou a ser mais seletivo. Os requisitos para contratação ficaram mais exigentes, principalmente quanto a formação e experiência, sem falar das competências relacionadas ao comportamento, cada vez mais valorizadas (ALMEIDA, 2008, p16). Diversos gurus, empresários e consultores descrevem diversas competências necessárias a um talento, sejam elas liderança, flexibilidade, criatividade, espírito colaborativo, comunicação, entre outras. Segundo Newton Neiva, líder da Visa Vale “o profissional indispensável é comprometido, determinado e tem o perfil de entrega. Deve apresentar flexibilidade, capacidade de interferir e talento para inspirar a equipe a inovar”. (PENNA, 2008, p.37) Covey (2008), em seu livro, destacou sete hábitos como sendo das pessoas altamente eficazes os quais se pode relacionar com algumas competências apreciadas em um talento. Os hábitos são: 3.3.1 Hábito 1 – Seja proativo “A capacidade de subordinar um impulso a um valor é a essência de uma pessoa proativa”. (COVEY, 2008 p.93) A administração estratégica de recursos humanos enfatiza o comprometimento e a iniciativa em um contexto e que os gestores passam a desempenhar o papel de facilitadores. (PAROLIN, 2008) Um profissional de talento apresenta flexibilidade em se adaptar a mudanças que ocorrem com rapidez e ter atitude nas ações e comportamentos para atingir os próprios objetivos e os da empresa. Flexibilidade impõe atitude de abertura e de receptividade, ter comportamentos diferentes para situações diferentes. Para Bernardo Hees, presidente da ALL empresa de logística ferroviária, “o talento precisa ter iniciativa e disposição de correr riscos” (PENNA, 2008, p.36). 63 3.3.2 Hábito 2 - Comece com o objetivo em mente Começar com o objetivo em mente significa começar tendo uma compreensão clara do destino. Significa saber para onde você está seguindo, de modo a compreender melhor onde está agora e dar os passos sempre na direção correta (COVEY, 2008, p.120). O profissional precisa ter foco em suas ações, conseguir equilibrar o conhecimento e a maneira certa de como e onde usá-lo, integrando os próprios objetivos com os da organização. Segundo Chiavenato (2003), o talento deve estar sempre focalizando os objetivos a serem alcançados e dirigindo suas energias estrategicamente para o alcance deles. Grinberg (2010) defende que a idéia agora é fazer com que as pessoas trabalhem com muito foco, por um menor período de tempo, gerando mais resultados. 3.3.3 Hábito 3 - Primeiro o mais importante “O gerenciamento eficaz é fazer primeiro o mais importante”. (COVEY, 2008, p. 178) Cardoso (2010), descreve que muitos líderes ficam com pouco tempo para suas tarefas importantes pois são, de certa forma, centralizadores. Ao delegar responsabilidades, o líder cria um time de pessoas confiáveis e competentes. Para isso é necessário ter a coragem de delegar para que o outro aprenda, cresça e que no futuro possa assumir tarefas que exijam mais responsabilidade e competência, mesmo sabendo que existe o risco da ação não ser feita de modo tão eficaz nas mãos do seu liderado. Welch e Welch (2005), listaram oito itens sendo o que os líderes fazem: a) os líderes são incansáveis em melhorar a equipe, usando todos os encontros como oportunidades para avaliar, treinar e reforçar a autoconfiança; 64 b) os líderes se empenham para que as pessoas não só compreendam a visão, mas também para que a vivenciem e a respirem; c) os líderes se põem no lugar de todos, transpirando energia positiva e otimismo; d) os líderes angariam confiança com franqueza, transparência e reconhecendo os méritos alheios; e) os líderes têm coragem para tomar decisões impopulares e agir com base no instinto; f) os líderes questionam e instigam, por meio de uma curiosidade constante que se aproxima do ceticismo, esforçando-se para que suas perguntas sejam respondidas com ação; g) os líderes inspiram a assunção de riscos e o aprendizado constante, dando o exemplo; h) os líderes comemoram. Assim, o líder precisa conhecer seus liderados e ajudá-los a crescer, provocar o seu potencial. Se for hábil o suficiente para escolher as pessoas certas e conciliar as metas arrojadas da empresa com o maior potencial e paixão dos colaboradores, assistirá verdadeiros milagres, e o crescimento contínuo de seu pessoal, preparando também a linha sucessória em todos os níveis. (KRETLY, 2010) 3.3.4 Hábito 4 - Pense Ganha/Ganha “Ganha/Ganha se baseia no paradigma de que há bastante para todos, que o sucesso de uma pessoa não é conquistado com o sacrifício ou a exclusão de outra”. (COVEY, 2008, p.248) Um grupo torna-se equipe quando tem objetivos e metas comuns, quando é administrado e dirigido por uma ou mais pessoas, quando todos os membros são interdependentes e quando atingir os objetivos exige colaboração. Uma equipe usa as habilidades, as competências e os recursos de todos os seus membros, planeja suas atividades, é sistêmica em seu processo decisório e de resolução de problemas e empenha-se para chegar à 65 produtividade máxima. Uma equipe torna-se uma organização coesa ao envolver seus membros no planejamento e na tomada de decisões. Todos os membros da equipe sentem-se responsáveis pelo sucesso da equipe. Enxergam-se como parte integrante da organização. Todos os membros da equipe empenham-se para manter relações de cooperação por meio do estabelecimento de objetivos mútuos compartilhados, comunicação aberta e reconhecimento e apoio recíprocos. Quando a equipe ganha, cada um é vencedor. Equipes eficazes usam o conflito para garantir que as questões vêm à tona, são exploradas e tratadas. Questões e opiniões podem estar em conflito; membros da equipe não.(CALIPER, 2010) Maxwell (2007, p. 286), afirma que “se quiser que seu desempenho esteja no nível mais alto possível, você precisa fazer parte de uma equipe”. 3.3.5 Hábito 5 - Procure primeiro compreender, depois ser compreendido. “A maioria das pessoas não consegue escutar com a intenção de compreender”. (COVEY, 2008, p.287) As comunicações efetivas são uma rua de mão dupla: os líderes devem enviar as mensagens de modo consistente e culturalmente atento, além de receber sinais dos empregados atestando que eles realmente ouvem o que está sendo dito. Ao mesmo tempo, devem conseguir integrar essas informações ao seu pensamento, sem comprometer a clareza e a coerência da mensagem global. (JOHNSON, 2004, p.163) O profissional de talento precisa saber ouvir, aceitar pontos de vistas diferentes, compreender o que está sendo pedido, aprender com as experiências dos outros. Possuir o equilíbrio emocional para alcançar resultados com eficácia, planejar estratégia eficientes e tomar decisões corretas mesmo em momentos de pressão. As empresas precisam de gente preparada para lidar com cenários incertos sem vacilar. “Quem reúne senso de urgência com equilíbrio emocional para tomar decisões virou indispensável”, diz Carmen Raygada, diretora de recursos humanos para a América do Sul da fabricante de tratores John Deere, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ter maturidade é uma condição 66 fundamental para quem pretende evoluir de forma consistente na carreira. Mais que ajudar o profissional a alcançar uma promoção, essa característica dá à pessoa maior empregabilidade (OHL, 2010). 3.3.6 Hábito 6 - Crie Sinergia “A essência da sinergia é valorizar as diferenças – respeitá-las, investir nos pontos fortes, compensar as fraquezas”. (COVEY, 2008, p.317) A profunda transformação econômica e social das últimas décadas traz consigo a demanda acelerada pela inovação e seus impactos visíveis na adaptação das empresas e instituições a novas contingências interna e externas. No contexto atual, inovar não é uma opção, mas um imperativo da competitividade. Os mercados não só têm absorvido bem muitas inovações, como até mesmo buscam novidades e as empresas já não esperam a inovação chegar até elas, mas investem para ser pioneiras como meio de diferenciação de sua marca. (BARLACH, 2009) A criatividade na organização está associada a vários conceitos, entre eles, a inovação. O processo criativo em si resulta da criatividade para a inovação e confunde-se em processo único e dinâmico voltado para o alcance de metas focadas em estratégias de sobrevivência, de antecipação de necessidades do mercado, em pesquisa de novas tecnologias de produtos ou de processos. (PAROLIN, 2008) Conforme Araujo: Criatividade é onde se encontra empreendedores, pessoas que buscam sempre a inovação, desenvolvendo as mais diversas ações de maneiras jamais realizadas. É essa disposição de inovar, quebrar paradigmas que faz essas pessoas vencerem grandes desafios. (ARAUJO, 2008, p.125) Para Chiavenato (2002), o espírito empreendedor está intimamente ligado à inovação. Ele é impulsionado para a criação e para a descoberta de coisas novas, transformando idéias em realidades lucrativas e ultrapassando barreiras e riscos que possam existir. Hoje pode-se afirmar que as melhores práticas de inovação permitem gerar receitas rentáveis, de forma sustentável, e que as empresas que a 67 incluíram de maneira eficaz têm resultados notórios no mercado (WIESEL, 2010). 3.3.7 Hábito 7 - Afine o instrumento: “A renovação é o princípio – e o processo – que nos dá a força necessária para nos movermos em uma espiral ascendente de crescimento e mudança, de melhoria contínua”. (COVEY, 2008, p.366) Achava-se que a inovação tinha que ser feita em lugares distantes e com informações sigilosas. Hoje é de conhecimento que, conectando-se diferentes atores no processo, são obtidas mais idéias e melhores resultados com menor investimento e risco. (GARRID, 2010) O conhecimento humano está se tornando o principal fator de produção de riquezas. Os tradicionais fatores de produção – natureza, capital e trabalho – já esgotaram sua contribuição no que tange à eficiência e eficácia de sua utilização. Eles foram excelentes impulsionadores na era industrial. Na era da informação, o mundo dos negócios depende cada vez mais da produção de idéias e de conceitos, e os serviços e informações decorrentes do conhecimento estão se tornando os bens materiais, as mercadorias são criadas e produzidas por idéias que provêm dos processos de pesquisa e desenvolvimento. Conforme Mundim; Ricardo: O saber não é um bem econômico no sentido clássico: seu uso não o destrói e sua transferência não representa uma perda para quem o detém. Ao contrário dos bens materiais – sujeitos à depreciação e à decomposição -, quanto mais utilizado e compartilhado, tanto mais o conhecimento se torna valioso (MUNDIM; RICARDO, 2004, p.41). Busca constante pela atualização, formação e especializações aprender outros idiomas são algumas das exigências para estar qualificado para o mercado. Aproveitar os treinamentos, programas de desenvolvimento e planos de carreira que a empresa oferece e assim, moldando as próprias competências e aprimorando os pontos fortes. 68 Portanto, pode-se enfatizar a opinião de Oliveira (2010) que se manter em constante autoaprimoramento passa da categoria de diferencial para prérequisito. 3.4 Gerações disponíveis no mercado A busca de talentos humanos deve-se ser considerado com muita atenção, visto que, o mercado de trabalho encontra-se num momento em que três gerações trabalham cada uma com aspirações e contratos psicológicos diferentes com o empregador. O período está marcado pela gestão da diversidade sendo que a simples proximidade de idade não basta para considerar um grupo parte da mesma geração. Para administrar bem esta convivência é imprescindível conhecer suas motivações e seus valores, especialmente os dos recém-chegados conhecidos como Geração Y. 3.4.1 Baby Boomers A Geração Baby Boomers, explica Hamer (2008), são pessoas nascidas entre 1946 a 1964, oriundas da explosão de nascimentos logo após a 2ª Guerra Mundial. Esta geração possui uma perspectiva otimista, sabedoria e um jogo de cintura que só a experiência proporciona. Na visão da empresa esses profissionais quando mais novos já enfrentaram crises econômicas nacionais e sabem lidar com a situação, por isso hoje agem de modo diferenciado e chamam a atenção dos futuros contratantes. E com a crise mundial que assustou as organizações, nas quais houve demissões e trocas de funcionários em alguns casos foram os baby boomers que ocuparam os cargos. (BABY...,2009) Preferem a liderança, sabem lidar com a equipe, são organizados e sabem gerenciar o próprio tempo e seu conhecimento visando gerar resultados positivos para organização em que trabalha. Conforme Santos (2009), os mais 69 novos ganham por aprender com os babys boomers na área técnica mas principalmente na comportamental já que estes são diretos e assertivos e motivam os novatos que possuem vontade de aprender, flexibilidade de horários ganhando salários mais baixos. 3.4.2 Geração X Profissionais mais céticos que preferem o equilíbrio profissional. Conforme Hamer (2008), compreende os nascidos entre 1965 a 1982, viveram os momentos importantes da política como a Guerra Fria, acompanharam a decadência dos últimos grandes estadistas, além disso, foram marcados pelo surgimento da AIDS que alterou o posicionamento ideológico e social. Erickson (2009) destaca que a carreira da geração X demorou para decolar, visto que graduaram-se quando a economia estava em crise e os boomers já tinham ocupado a maioria dos cargos importantes. Rosseto (2009) define a geração X como profissionais pragmáticos, ágeis no aprendizado e bons empregados. Executivos cujas ações são orientadas pelo senso de oportunidade, têm foco em construir uma carreia sólida, sendo muitas vezes feita em uma só empresa que oferece diversas oportunidades onde possa ascender socialmente e conquistar bens e posição econômica que seus pais não atingiram. Para eles é indigesto ouvir de um Y que recusou uma oferta de trabalho com um alto salário porque esta não lhe permitiria desfrutar da vida pessoal. São mais conservadores na força de trabalho e muitos devem atuar como gestores da geração Y. Erickson (2009) cita também que esta geração sente-se deixada de lado porque os boomers e a geração Y estão aprendendo um com o outro. 3.4.3 Geração Y 70 A geração do “já” e do “agora”. O grande desafio das empresas. Nascidos entre 1983 a 1990 não desenvolveram a paciência e a laboriosidade. (HAMER, 2008). Conhecem somente a democracia e já nasceram com a internet, o celular e pelo menos 200 canais de televisão para escolher. Acostumados com os bombardeios de imagens e informação não aprenderam a desfrutar de um livro, visto que, podem obter a mesma informação com um clique. Habituados com a mudança contínua e rápida não polemizam nem pedem autorização simplesmente agem. Lombardía (2008) destaca que a geração é marcada pela excentricidade. São pessoas ágeis, dinâmicas e corajosas, sabem valorizar o que gostam, e ao mesmo tempo, carentes de feedback, temerosos de tomar decisões erradas e receosos de frustar a família. São pessoas impactadas pelos resquícios da ditadura (vivida por seus familiares), que os levaram a desconfiar das relações, e pela evolução tecnológica, pois são uma geração high tech. São ansiosos buscam dedicar-se a projetos que representem suas causas, reconhecimento e evolução rápida na carreira, tanto que noção de apego e sacrifício por uma determinada empresa não faz parte do seu repertório. (ANTUNES, 2010) Uma geração de resultados e não de processos, devem ser deixados por sua conta. Comprometidos em projetos desafiadores, com pique e vontade de aprender, com flexibilidade de horários, possuem vasto networking já que, vivem em redes sociais virtuais e possui domínio de idiomas, uma bagagem diferenciada de informações mostra que, segundo Antunes (2010), cerca de 20% dos jovens que trabalham em grandes empresas brasileiras já ocupam cargos de liderança. Se bem gerenciado, esse profissional trará muitas vantagens para a organização no que se refere à inovação e competitividade. Eles procuram sentido no que fazem e agem muita mais pela consciência do que pela obediência. E ainda conseguem fazer tudo com alegria, bom humor e informalidade. (PRIOSTA, 2009) Portanto, as organizações precisam conhecer bem as gerações que possuem e suas necessidades e criar um ambiente corporativo que conduza, 71 de forma produtiva suas estratégias e objetivos para que não ocorra conflitos entre as gerações. 72 CAPÍTULO IV A PESQUISA 4 INTRODUÇÃO Foi elaborado e aplicado um roteiro de entrevista com a finalidade de obter informações de 10 gerentes de Recursos Humanos de empresas de diferentes setores de atuação, localizadas no interior do Estado de São Paulo para verificar as técnicas de recrutamento e seleção de profissionais considerados talentosos comparando a prática com a teoria e a importância do capital humano na opinião das organizações. A coleta dos depoimentos se estendeu de dezembro de 2009 a junho de 2010 sendo contatadas inicialmente 30 empresas, das quais 10 se disponibilizaram a responder o questionário e somente uma delas autorizou a identificação. A abordagem inicial foi feita por telefone com cada gestor de Recursos Humanos das empresas, sendo explicitados os objetivos do trabalho, o questionário e, a instituição de ensino. Foram solicitados os endereços eletrônicos dos gerentes a pesquisar, para o envio do questionário. Nos contatos iniciais foi solicitado que as respostas acontecessem num prazo máximo de 15 dias. Algumas empresas responderam com rapidez, porém a maioria estendeu o prazo para até dois meses ou mais para as devoluções. 4.1 Identificação das empresas por setor Respeitando as solicitações de anonimato da maioria das participantes, as empresas respondentes estão identificadas apenas com seu porte, 73 segmento e ramo de atuação: Empresa 1: empresa de grande porte que atua no segmento do agronegócio, no ramo frigorífico. Empresa 2: empresa de médio porte, com diversas filiais que atua no setor de comércio, no ramo supermercadista. Empresa 3: cooperativa de médio porte que atua no ramo de eletrificação rural. Empresa 4: empresa de médio porte que atua no setor industrial, no ramo de produção em eletro domésticos em acrílicos Empresa 5: empresa de médio porte que atua no setor de serviços, com soluções em TI, especificamente nas áreas de consultoria, infra-estrutura, integração de sistemas e outsourcing. Empresa 6: empresa de grande porte que atua no segmento do agronegócio, no ramo frigorífico. Empresa 7: empresa de médio porte que atua no setor de prestação de serviços, na área de saúde Empresa 8: empresa de grande porte que atua no segmento de agronegócio, do ramo sucroalcooleiro Empresa 9: empresa de médio porte que atua no setor de prestação de serviços, na área da saúde Empresa 10: empresa de médio porte que atua no setor industrial, do ramo de compressores de ar, bombas e equipamentos de ar comprimido e refrigeração. 4.2 Depoimentos das empresas O questionário (Apêndice A) contempla seis questões e foi distribuído a profissionais de dez empresas diferentes e os resultados obtidos estão descritos a seguir. Questão 1 - Na visão da empresa qual é a importância do capital humano? 74 Empresa 1: Apesar dos processos possuírem tecnologia avançada, automação, qualidade reconhecida internacionalmente, o capital humano é o bem mais precioso, pois são as pessoas que fazem com tudo isso funcione. Empresa 2: O capital humano e parte fundamental do desenvolvimento da empresa, pois e o diferencial para o sucesso e bons resultados, num ramo de comercio altamente competitivo. Empresa 3: Aqui na nossa Empresa, o Capital Humano é de grande importância para a nossa Diretoria, que não vê os funcionários como meros funcionários, mas muito mais que isso, como pessoas que fazem parte do todo da Empresa. Empresa 4: Nos últimos 05 anos a empresa investiu muito em tecnologia e desenvolvimento de novos produtos. Agora há a percepção geral de que não adiantou apenas esses investimentos, outros, focados no ser humano, passaram a ser urgentes. Empresa 5: Para a Kaizen, o capital humano é o principal ativo da empresa, pois precisamos de pessoas extremamente motivadas e criativas, por sermos uma integradora de soluções em Tecnologia da Informação, ramo que está em constante evolução. Empresa 6: Central de toda rede de negócios, o capital humano é valorizado no sentido de seu desenvolvimento e capacitação para bem estar e melhor habilidade de produção. Empresa 7: O capital humano tem relevância estratégica, uma vez que, os profissionais, têm capacidade de gerar, através do conhecimento, soluções inteligentes (criar valor e obter resultados) em relação a serviços (bem como produtos), que atendam as necessidades e/ou expectativas dos clientes. Empresa 8: O capital humano é de fundamental importância para a empresa porque o resultado final da produção depende de uma série de fatores que 75 envolvem, principalmente, o bem estar físico e mental dos colaboradores e da equipe em que está inserido. Empresa 9: Hoje, mais do que em qualquer outra época da história é fundamental o capital humano nas organizações para que consiga um nível de excelência e consequentemente, manter-se competitiva. Empresa 10: Consideramos muito importante, pois todo o processo e realização do trabalho passa direta ou indiretamente por pessoas. Por isso temos em nossa política de qualidade o desenvolvimento de pessoas, pois entendemos que o investimento em capital humano é muito mais produtivo que o investimento em capital físico. Pois conhecimento pode gerar rendimentos e este pode ser aumentado e principalmente transmitido, e sabemos que uma gestão que tem como principio o desenvolvimento de seus profissionais vai muito mais longe e esta melhor preparada para atingir seus objetivos enfrentar possíveis dificuldades ao longo de sua trajetória. Portanto, com esta questão pode ser constatado que as dez empresas consideram o capital humano fundamental para a organização, valorizam o ser humano. Consideram que é de relevância estratégica e possuem a percepção que o investimento não é somente para tecnologia e desenvolvimento de produtos, mas, também, deve ser focado no ser humano. Questão 2 - Dentre as técnicas de recrutamento e seleção existentes qual o processo que a empresa utiliza em suas contratações? Poderia detalhar as fases ( Dinâmica, entrevista, testes, integração)? Empresa 1: A empresa trabalha em parceria com as prefeituras da circunvizinhança à empresa. Primeiramente um contato do departamento Recursos Humanos com a prefeitura e acerto de transporte coletivo informando a disponibilidade de vagas. As pessoas são encaminhadas a empresa onde se inicia o processo de triagem começando pela analise da ficha de solicitação de emprego que é fornecida pela empresa, comparando com as descrições de cargos dos postos de trabalho disponíveis. A seguir os candidatos entram no 76 ambiente fabril para conhecer o posto de trabalho onde fazem uma entrevista com o gestor de produção responsável. Caso o gestor de o seu aval positivo inicia-se o processo do Setor de Departamento Pessoal. Empresa 2: A empresa que atua no ramo de supermercados, tem a necessidade de contratar profissionais de diversas funções, desta forma a seleção e recrutamento e feita por analise de currículos, classificação dos perfis de cada candidato, para preenchimento da vagas a que se destinam. Conforme a necessidade, são realizadas entrevistas pessoais, para algumas funções são realizados testes escritos, ou ainda pratico com supervisão do encarregado do setor. Empresa 3: Todo o processo se inicia com a remessa de Curriculum Vitae, que passa pela análise da Diretoria quando há a necessidade de contratação; após o candidato é convidado a uma entrevista com o Presidente; após, se considerado apto para aquelas determinadas funções, ele faz um teste com o Psicólogo da empresa; após, caso não haja nada que contrarie a sua contratação solicita-se a documentação necessária; após agenda-se o exame médico admissional; após o funcionário é contratado e inserido no quadro de funcionários, com a sua apresentação aos demais nas reuniões semanais realizadas pela empresa, com todos os funcionários, de todos os setores. Empresa 4: Para cargos operacionais: prova de avaliação técnica, entrevista, testes nas máquinas. Para cargos administrativos: prova de avaliação geral, entrevista, dinâmica de grupo. Ambos os grupos, operacional e administrativo, passam por Integração, que tem duração de 02 horas. Empresa 5: Recrutamento interno fornecendo a possibilidade de candidaturas nas vagas/ mudanças de área/ etc; 77 Recrutamento externo através das indicações de funcionários, envio de currículos à empresa, etc; Recrutamento online através de banco de currículos específico da empresa. Empresa 6: Seleção por competência (entrevistas), dinâmicas de grupo para análise de relacionamento interpessoal- trabalho em equipe- comunicação, teste pratico para análise de habilidade e integração realizada com novos colaboradores para realmente Integrar e acolher o novo colaborador. Empresa 7: A técnica utilizada depende do cargo. Caso haja profissional potencialmente qualificado dentro da Cooperativa, ocorre promoção ou transferência de atividades, do contrario, abre-se processo de recrutamento externo, com captação de talentos no mercado de trabalho local (ou região) para participar da entrevista de seleção. Os anúncios em jornal ou revistas costumam ser uma boa opção para recrutamento, quando há dificuldade em encontrar profissional qualificado (banco de dados), dentro dos protocolos e exigências para o cargo. Empresa 8: A empresa procura dar preferência para o recrutamento interno como forma de valorizar os colaboradores da empresa, oferecendo oportunidade de crescimento profissional. Quando não conseguimos internamente um profissional que atende às expectativas da vaga, recorremos ao recrutamento externo através da divulgação das vagas em sites, mídia, instituições de ensino, Posto de Atendimento ao Trabalhador, cartazes, dentre outros. Selecionados os currículos, entramos em contato com os candidatos e marcamos um dia para entrevista individual, testes e dinâmicas. A forma de conduzir o processo seletivo é discutida com o gestor da área para alinharmos o perfil da vaga com a melhor forma de estruturar o processo seletivo, ou seja, tanto a entrevista, como os testes e as dinâmicas, são aplicadas de acordo com a necessidade de cada função. Empresa 9: São várias técnicas, além das citadas, destaco o perfil de competências para sua função; Fazemos uma entrevista de seleção por 78 competências, ou analisado um determinado recurso de análise psicológica, tendo como base o perfil de competências. Empresa 10: No caso de recrutamento interno, quando para mudança de função ou cargo. È avaliado o grau de comprometimento com a empresa, as competências e habilidades adquiridas ao longo do processo que esteve envolvido anteriormente, e o resultado que apresentou e se o perfil atende ao cargo ou função que será ocupado. Já para as novas contratações, através de currículo que atendam o perfil do cargo, se aprovado ocorre a entrevista com o diretor e superior imediato; a orientação com responsável pelo RH quanto á documentação e etc; e o treinamento e integração com o coordenador da qualidade, onde recebe orientação sobre toda a rotina da empresa e da sua função, treinamento especifico conforme descrição de cargo. Nesta questão pode-se verificar que os processos de recrutamento e seleção de empresas de diferentes setores são adaptados as necessidades dos cargos, funções e cultura das empresas. Algumas valorizam seu pessoal primeiro para depois buscar no mercado, outras baseiam se no perfil de competências. Atraem profissionais através de jornais, sites entre outras técnicas citadas pelos autores. Na seleção utilizam dinâmicas, avaliações, testes psicológicos e mapeamento por competência. Além disso, pode-se constatar que a entrevista é a técnica de seleção utilizada por todas as empresas questionadas. Questão 3 - Qual é o significado de talento para a organização? Empresa 1: É uma pedra preciosa que precisa ser lapidada dentro das competências humanas desencadeadas das competências organizacionais que dará muitos frutos dentro de uma carreira de sucesso. Empresa 2: Talento e semelhante a justiça todos tem ate que se prove o contrario, dentro de uma empresa os talentos se manifestam no cotidiano, quando se exige criatividade, dinamismo e soluções de problemas. 79 Empresa 3: O funcionário totalmente apto para desempenhar as suas funções dentro da Empresa, aquele que “veste a camisa” da empresa. Empresa 4: Nos últimos 05 anos a empresa investiu muito em tecnologia e desenvolvimento de novos produtos. Agora há a percepção geral de que não adiantou apenas esses investimentos, outros, focados no ser humano, passaram a ser urgentes. Empresa 5: Acreditamos que seja toda pessoa que tenha: Vontade de aprender; Diferencial; Potencial para estar crescendo sempre. Empresa 6: Talento é a capacidade de realizar algo muito bem, para a empresa cada ser humano que desenvolve sua atividade tem é um talento ou um potencial a ser desenvolvido, pessoas que gostam do que fazem e merecem serem sempre capacitadas e aprimoradas para que assim desenvolvam cada vez melhor e com motivação suas habilidades. Empresa 7: Talento são as características profissionais e pessoais que os colaboradores possuem e as dispõe na execução de suas atividades, inclusive capacidade de se desenvolver, inovar e partilhar valores organizacionais e princípios cooperativistas. Empresa 8: Talento é o nome utilizado para o colaborador que atende às expectativas de um determinado cargo, no que diz respeito às competências técnicas e comportamentais, levando em consideração o quanto esse colaborador pode se desenvolver profissionalmente dentro da área de atuação. Empresa 9: Talento é aquele colaborador que consegue encantar o cliente interno e externo, tem energia, comunica-se fluentemente, sabe que a hierarquia está nos objetivos, busca produtividade, faz acontecer, faz o certo, pratica a sinergia, vai na causa e rejeita o “faz de conta”. 80 Empresa 10: Comprometimento com os resultados da empresa, e a antecipação a solução de problemas (pró-ativo) produzirem bons resultados para empresa e para si, seja qual for a sua função ou nível hierárquico. Cada empresa possui a própria definição de talento, contudo pode-se constatar que de forma geral elas acreditam que seja um colaborador comprometido, que veste a camisa da empresa, tenha iniciativa, energia e vontade de se desenvolver. Questão 4 - Quais competências um profissional de talento deve destacar? Empresa 1: Espírito de dono, visão empreendedora, busca pela excelência, ética, comprometimento, comunicação. Empresa 2: O bom profissional e aquele que tem comprometimento com a empresa, ou seja, não vai trabalhar só pelo salário, mas sim porque entende que faz parte da organização, e pró-ativo, responsável e eficaz Empresa 3: Assiduidade, comprometimento com as suas funções e com os interesses da Empresa Empresa 4: Além da competência técnica (conhecimento), deve apresentar características de agilidade, comprometimento e vontade de aprender. Empresa 5: Falando em linhas gerais, um profissional deve ter pró-atividade, ética, bom senso, disponibilidade em ajudar aos colegas de trabalho, bem como em estar em constante aprendizado Empresa 6: Lealdade, cumprimento de metas, gerenciamento de tempo, proatividade, dinamismo na realização das tarefas, conseguir um bom relacionamento interpessoal dentro de seu ambiente de trabalho. 81 Empresa 7: Pergunta subjetiva. Cabe a cada profissional ter/desenvolver as competências necessárias e/ou desejáveis conforme as atividades que executa na empresa, levando em consideração os valores (moral, religioso, político etc) arraigados durante o processo de formação do individuo. Empresa 8: Em minha opinião, qualquer profissional independente da função que vai exercer dentro de uma organização, deve ter como competências comportamentais o comprometimento com o trabalho, a responsabilidade, senso de organização e administração do tempo, relacionamento interpessoal e capacidade de trabalhar em equipe. Empresa 9: Habilidades:- O Saber fazer; Atitudes:- Os valores; Traços de personalidade:- As características de personalidade da pessoa; Motivação:- Motivo para a ação, uma vontade ou uma intenção de agir. Empresa 10: Entendemos que um profissional de talento pode destacar varias competências, mas vamos apontar aquelas que são realmente primordiais dentro do nosso contexto. -realizar o trabalho ou atividade seja ela qual for com responsabilidade, sabedoria e comprometimento e poderia citar também ética profissional e humildade no tratamento interpessoal. Diante das respostas a busca continua por conhecimento, comprometimento e a ética profissional são as competências mais valorizadas pelas empresas para um profissional de talento. Questão 5 - Atualmente, qual a maior dificuldade para a empresa captar e contratar talentos? Empresa 1: A mão-de-obra qualificada na região que é escassa e também uma política um pouco rigorosa de não contratar ex-funcionários. Esta por sua vez já está sendo revisada. 82 Empresa 2: A grande dificuldade de encontrar, pois os talentos na maioria das vezes já estão empregados, ou ainda seu nível salarial e muito superior a media da empresa. Empresa 3: Profissionais com uma mentalidade de comprometimento com a Empresa. Empresa 4: Justamente a de encontrar profissionais que apresentem as competências citadas acima, juntas. Percebemos muita falta de comprometimento com a empresa empregadora, já mesmo na entrevista o candidato deixa claro que ele está preocupado com a carreira dele, não da empresa. Empresa 5: A crise teve um grande impacto nas contratações, fazendo com que as mesmas ficassem um pouco “engessadas”. Os motores estão retomando o ritmo agora, no final deste ano, onde estamos nos preparando para possíveis novos projetos e consequentemente, novas contratações. Empresa 6: Atualmente a oferta e maior que a procura, sendo assim, a empresa tem que tornar-se atraente aos candidatos. Empresa 7: Enfrentamos dificuldades em algumas áreas especificas, pois somos concorrentes diretos com órgãos públicos, que oferecem estabilidade e algumas vezes melhores salários. Empresa 8: A empresa tem dificuldade em encontrar mão-de-obra com formação técnica e profissionais qualificados. Empresa 9: A maior dificuldade é qualificação das pessoas. Empresa 10: Eu diria a falta de qualificação. 83 A maior dificuldade para captar talentos citadas pelas empresas é a falta de qualificação e de comprometimento com a organização. Contudo, houve um delas que apresentou a necessidade das organizações tornarem-se atraentes para os talentos. Questão 6 - Quais procedimentos a empresa utiliza para reter seus talentos humanos? Empresa 1: Plano de Carreira a médio e longo prazo, além de subsidiar investimentos no desenvolvimento do colaborador. Empresa 2: Para reter um talento, são necessários dois aspectos importantes, valorização e reconhecimento, pois aquele profissional que tem maior potencial, tem que saber o quanto e importante para a empresa e que também terá uma oportunidade de crescimento profissional. Empresa 3: Valorizando-os de uma forma tal que o funcionário tenha prazer em trabalhar, não por uma obrigação, mas sim pela sua satisfação em fazer parte do contexto da Empresa. Empresa 4: Plano de saúde, cesta básica, alimentação no local, transporte gratuito, convênio farmácia, auxílio odontológico. Atuamos também com recrutamento interno para preenchimento de vagas, valorizando primeiro o funcionário da casa. Empresa 5: Benefícios (vale alimentação/ refeição; plano odontológico; plano médico; seguro de vida, etc), transparência na comunicação, bom ambiente, tratamento homogêneo entre funcionários. Empresa 6: Treinamentos, capacitação, benefícios, atendimento psicológico e social, valorização das redes de relacionamentos dentro e fora da empresa. Empresa 7: Reter talentos não é uma tarefa fácil, pois os profissionais exigem condições diferentes e como confiam na sua empregabilidade, quando insatisfeitos por qualquer motivo, deixam à empresa. Assim, damos condições 84 (recursos) para que estes profissionais exercitem seus talentos na empresa, além de proporcionar crescimento da carreira, aprendizado e desenvolvimento; Desafios; Trabalho significativo, que faz diferença e contribui; Participar de uma equipe; Reconhecimento; Autonomia, controle sobre o próprio trabalho; Remuneração justa e benefícios. Empresa 8: Utilizamos Benefícios e o Plano de Remuneração que tem como objetivo projetar, a médio e longo prazo, uma linha de carreira e, portanto, uma idéia para o colaborador de quais são os níveis que ele pode alcançar dentro da organização. Empresa 9: Vários projetos na área motivacional entre outras. Empresa 10: O bom relacionamento profissional, o respeito pessoal oferecendo condições favoráveis ao seu desenvolvimento profissional e intelectual e claro estar aberto a negociação quanto a remuneração. Constatou-se que as empresas oferecem benefícios, plano de remuneração, treinamentos, mas também destacaram a importância do reconhecimento e desenvolvimento do pessoal de forma que os tornem motivados. 4.3 Considerações dos depoimentos Portanto, através do roteiro de entrevistas realizado por empresas de diferentes setores pode-se verificar a preocupação com o seu capital humano, que tiveram a percepção que não basta investimentos em tecnologia sem valorizar o ser humano observando assim que não se trata apenas de preocupações citadas em livros ou artigos de revistas. Acreditam, no comprometimento e na busca contínua por conhecimento como competência de um talento e aperfeiçoam suas técnicas de recrutamento e seleção para 85 encontrar profissionais com estas competências. Além disso, estão buscando constantemente maneiras de manter os talentos na organização. 86 CONCLUSÃO Com a realização deste trabalho pode-se aprofundar na evolução histórica da Gestão de Pessoas e verificar como a área de recursos humanos tornou-se importante para as organizações. O comportamento do mercado atual está provocando sérias reflexões nas empresas levando à revisões de seus modelos de gestão de pessoas em conformidade com as mudanças políticas, tecnológicas, econômicas e sociais ocorridas. O órgão de recursos humanos passou a ter uma dimensão estratégica para as organizações, visto que, atrair, captar e reter talentos não é uma tarefa fácil e estas atividades passaram a ser prioridades de todas as empresas. Talentos não estão tão disponíveis no mercado de trabalho daí o desafio das empresas em recrutar e selecionar. Este trabalho buscou demonstrar a existência de diversas técnicas de recrutamento e seleção que permitem que as empresas escolham qual a melhor se adapte as necessidades, à cultura da organização e auxilie nos processos pertinentes. Existem empresas que utilizam diversas etapas de seleção para captar o profissional de alto desempenho. Foi constatada também uma preocupação constante em encontrar maneiras de reter e desenvolver os talentos nas empresas. As empresas estão preocupadas em se tornar atraentes proporcionando benefícios, ambiente de trabalho agradável, comunicação transparente, liderança ativa para motivar os talentos contratados e os que estão ocultos na organização e assim tornaremse mais produtivos para a empresa. Almeida (2008), enfatiza a importância da política de retenção: Quando selecionamos pessoas talentosas, estamos trazendo para a organização competências individuais que, se não forem bem aproveitadas e compartilhadas, não se transformarão em talento organizacional. Muitas organizações possuem em seus quadros verdadeiros talentos que estão ocultos. Ao não criarem oportunidades para a expressão dos mesmos, não agregam valor à missão e aos objetivos institucionais. Com o passar do tempo, essas pessoas, se permanecem na organização, podem tornar-se desmotivadas, descomprometidas e frustradas (ALMEIDA, 2008, p.17). 87 Os processos de recrutamento e seleção de talentos humanos utilizados pelas empresas buscam efetivamente escolher os melhores profissionais para o desempenho das atividades funcionais mais nobres. Os diversos roteiros e tipos de entrevistas, processos diversificados de captação de profissionais gabaritados facilitam e permitem aos gerentes de Recursos Humanos de empresas de diferentes setores atrair competências profissionais que contribuirão efetivamente com o melhor desempenho empresarial. São procedimentos modernos ajustados às necessidades atuais que favorecem a seleção dos melhores profissionais disponíveis no mercado, reduzindo sensivelmente a contratação equivocada. A preocupação por uma melhor seleção de talentos humanos, melhor direcionamento desses capitais intelectuais demonstram a valorização que está sendo atribuída ao capital humano. As empresas percebendo a importância do investimento no profissional ampliam sua política de retenção de talentos através da concessão de benefícios, modernização estrutural, maior autonomia funcional, ampliação do crescimento profissional, dentre outros. Através do resultado das entrevistas realizadas com diferentes empresas ficou evidente a seriedade desenvolvida pelos profissionais recrutadores e sua contínua busca de novas e modernas maneiras de atrair e principalmente reter os profissionais que se destacam Considera-se desta forma que os objetivos buscados foram atingidos e a pergunta-problema adequadamente respondida. E, por se tratar de um trabalho de pesquisa acadêmica, o presente estudo não esgota o assunto, podendo servir de base para novas futuras pesquisas. Registre-se também, a importância, relevância e atualidade do tema, uma vez que a reciprocidade da preocupação do desenvolvimento tanto empresarial como profissional encontram-se em evidência, pois a empresa procura por talentos para ampliar sua performance e o profissional-talento procura empresa que lhe permita desempenhar suas habilidades e competências com mais liberdade e autonomia. O crescimento e o desenvolvimento de ambos dependem de uma conciliação de interesses mútuos, onde as ofertas de qualidade se identificam em ambos os lados. A empresa, para captar e principalmente reter o talento 88 deve primar pela modernização e atualização contínua, voltando-se para a valorização dos profissionais e os talentos humanos em corresponder efetivamente com as expectativas, objetivos desenvolvendo-se, da mesma forma, continuamente. e metas da empresa, 89 REFERÊNCIAS ALMEIDA, W. Captação e Seleção de talentos: repensando a teoria e a prática. São Paulo: Atlas, 2008. ANTUNES, L. O poder nas mãos da geração Y. EXAME. São Paulo, 10 mar. 2010. Disponível em:<http://portalexame.abril.com.br/carreira/noticias/podermaos-geracao-y-542736.html?page=1> Acesso em: 29 abr. 2010. ARAUJO, L.C.G. de. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2008. BABY boomers estão de volta,os. HSM Online, São Paulo, 19 mar. 2009. 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Acesso em: 12 mai. 2010. 94 APÊNDICE 95 APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista com o Gerente de Recursos Humanos I – IDENTIFICAÇÃO Tempo na empresa: .............................................................................................. Cargo / função: ..................................................................................................... Escolaridade: ........................................................................................................ Experiência profissional: ....................................................................................... II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Na visão da empresa qual é a importância do capital humano? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 2 Dentre as técnicas de recrutamento e seleção existentes qual o processo que a empresa utiliza em suas contratações? 2.1 Poderia detalhar as fases (dinâmica, entrevista, testes, integração)? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 3 Qual é o significado de talento para a organização? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 4 Quais competências um profissional de talento deve destacar? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 5 Atualmente, qual a maior dificuldade para a empresa captar e contratar talentos? .............................................................................................................................. .............................................................................................................................. 6 Quais procedimentos a empresa utiliza para reter seus talentos humanos? ..............................................................................................................................