Descartes e Hume - Opinião - Diário do Nordeste Página 1 de 1 GONZAGA MOTA Descartes e Hume 09.01.2004 Curtir 120.831 pessoas curtiram isso. 0 0 René Descartes (1596-1650) nasceu na França e faleceu na Suécia, considerado o pai da filosofia moderna, destacou-se como o primeiro grande representante do Racionalismo, seguido então por Leibaniz. Já David Hume (1711-1776), nasceu e faleceu na Escócia, foi um dos mais célebres filósofos da Época Moderna, fundador da escola cética ou agnóstica, admirado por muitos amigos, inclusive membros da igreja. Como Descartes, Hume possuía muitos seguidores, dentre os quais se destacou Locke. Os pensamentos de Descartes e Hume deram origem a duas correntes filosóficas, respectivamente: o Racionalismo e o Espiritismo. Enquanto a primeira diz que a razão é a fonte do conhecimento, a segunda afirma que o conhecimento é adquirido em face da experiência baseada nos sentidos empíricos (audição, visão, olfato, tato e paladar). Kant iniciou suas observações filosóficas tentando conciliar as duas correntes, causando muita tensão, o que levou Hegel a conceber com profundidade o seu sistema dialético desenvolvido por tese, antítese e síntese. A filosofia cartesiana tem por base dois pontos opostos: a coisa pensante (“res cogitans”), relacionada com o espírito e a coisa extensa (“res extensa”) inerente à matéria. Espírito e matéria seriam criações de Deus, cuja existência era essencial à filosofia de Descartes, embora seus seguidores, em épocas posteriores, procuraram omitir qualquer referência a Deus, porém mantendo a divisão entre o espírito e a matéria. Por sua vez, as relações matemáticas, segundo a teoria cartesiana, deveriam proporcionar uma descrição racional de todos os fenômenos naturais, objetivando descobrir a verdade. Escreveu livros famosos como, “Regras para a conduta do espírito”, “Le Monde”, Discurso do Método”, “Meditações”, dentre outros. Defendeu que o início seria a dúvida e não a fé. Por outro lado, vale ressaltar que o argumento “Penso, logo existo” não foi original, pois fora dito, em outras palavras, por Santo Agostinho há mais de doze séculos atrás. Já Hume, desenvolveu suas teses tendo por base o Empirismo, como mencionado. Escreveu textos controvertidos como o “Tratado da Natureza Humana”, “Ensaios”, “Discursos Políticos”, etc. No tocante à lógica, analisou a relação de causa e efeito, o que nos leva além de nossos sentidos. Todavia, Hume nega que não há conexão entre o que existe e o que não existe. Ademais, não obstante suas concepções céticas e agnósticas, a existência de Deus seria provada, mediante o argumento da causalidade. Como Kant, no passado, o filósofo alemão Hussel, no final do Século XIX, tentou eliminar a divisão entre o Racionalismo e o Empirismo, através dos fenômenos básicos da nossa experiência, dando-lhe o nome de fenomenologia. Professor e economista http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=133428 03/09/2012