A filosofia, é para escrever? A distância entre o pensar, o

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Ágora Filosófica
A filosofia, é para escrever?
A distância entre o pensar, o falar e o
escrever filosofia
Maria Zélide Andreoli Espig1
Prof. Dr. Marcos Roberto Nunes Costa2
Resumo: Nosso Artigo tem, como objetivo, analisar, criticamente, o problema
da relação, no filosofar, entre o falar, o escrever e o pensar ou como se
combina a forma trina do pensamento, do dito e do escrito. Num primeiro
momento, verifica-se que a Filosofia está, nuclearmente, dependente do
exercício autônomo do “é de se pensar”. No segundo, que na experiência
tradicional do filosofar avultam determinantes momentos e instâncias em que
a oralidade irrompe como o formato mais vivo e vivenciado da elaboração e
da comunicação. E, finalmente, que, no “é de se escrever”, a filosofia acontece
converter-se em “algo de falar”. E é neste contexto, que iremos delinear nosso
Artigo. Palavras-chave: criticidade, pensar, oralidade, dialética.
Abstract: Our Article aims at analysing critically relation problem, in the
philosophying act, among speach, writing and thinking or the way it is associeted
thought, saying and written trine matrix. In a first moment, we can verify that
Philosophy is nuclearly dependent from autonomous exercise regarding to “it
must be thought”. In a second-one, we can find out that in philosophying
traditional experience increase, grow up determining moment’s and instances
which orality burst out in as the elaboration and communication most lively
and lived format. And at last, we can discover that in the acertainment thar “it
must be written”, it happens to Philosophy to be converted in “something to
be spoken”. And it is, in this context, that we will delineate our Article. Keywords: Criticity, Thinking, Orality, Dialetics
1 Das questões
O
título, algo provocatório deste artigo, que combina a forma
dual do dito e do escrito, enuncia-se em moldes interrogativos: “A Filosofia, é para se escrever?”
Aparentemente, e de um modo imediato, a resposta parece não prescindir da figura da afirmação: “Claro que a Filosofia é
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para se escrever!”. Em escritos, ela se encontra recolhida (ou sepultada) em muitos volumes do “corpus philosophicum” emprateleirados, não raro, oferecido à reverência beata ou à dissecação
desrespeitosa. Manejamos e lemos os textos dos filósofos, cuidamos filologicamente do seu correto estabelecimento ou tradução,
sobre eles exercemos sofisticada hermenêutica e, a partir deles,
entabulamos controvérsias e discussões.
Num movimento de reflexão, este panorama inaugural
de inquestionáveis assentimentos não deixa de confrontar-se com
desafios que aprofundam e reformulam a pergunta, levando-nos
a deslocar o foco da preponderância para outros territórios: a empresa filosófica está nuclearmente dependente do exercício autônomo do pensar; na experiência tradicional do filosofar avultam
determinantes momentos e instâncias em que a oralidade irrompe
como o formato mais vivo e vivenciado da elaboração e da comunicação. Do “É de se escrever”, a filosofia converte-se em “algo
de pensar” ou em “algo de falar”.
De concreto, segundo o ritmo do tema que, mais do que
a síntese compatibilizadora e de concordância, traduz a complexidade movente de um processo carregado de negatividade, talvez
que o conjunto de atividades agrupáveis sob a designação genérica de “filosofia” (ela própria internamente trabalhada por visões
conflitantes quanto à definição mesma do seu teor e estatuto) nos
remeta para a unidade dialética de um pensar que articula (de
modo diferenciado, e com pesos qualitativos diversos no apuramento derradeiro dos seus resultados) momentos de interioridade
refletido, de extroversão comunicativa, de escrita testemunhal e
desencadeadora. Tudo isso, no contorno de um viver, em que a realidade das práticas assoma (mesmo se negando) como horizonte
de referência, envolvente e prospectivo.
A filosofia “é para se escrever?” Certamente que sim;
mas não será exclusivamente isso. O interessante e o pertinente,
quanto a este ponto (como em tantas outras pendências), é o itinerário concreto de uma mediação em que um objeto cultural determinado ganha destaque, no e do interior de um movimento de
gênese polifacetado e estruturado, que, por sua vez, se prolonga
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em diversificados derivados de recepção e de acionamento.
Como já Hegel agudamente punha em relevo, na Fenomenologia do Espírito,
o resultado nu não passa de um cadáver, que deixou atrás
de si a tendência que o animava e movia no seu percurso
de realização; o todo real em que uma coisa consistente
não se esgota, por conseguinte, simplesmente nem na sua
finalidade, nem no seu resultado, já que é um processo de
consumação que incorpora “a gesta” do seu “devir” nos
conteúdos mesmos que determinantemente se propõe3.
2 Do pensar
O núcleo constituinte do filosofar como tarefa organizase em torno da atividade do pensar. De dentro do real - e como
ingrediente dele –, pensamos, recortando na totalidade devida em
que latejam focos e objetos de interesse, demandando inteligibilidade e saber, antecipando possibilidades e computando estratégias, operando em seu processamento apontado a uma apropriação refletida da concreção dinâmica do ser.
De dentro do real, pensamos sempre mediados, e intermediados pela presença, próxima e remota, do outro e de outrem,
no espaço-tempo material de um convívio e de uma cultura onde
as interações (da comunhão e do diálogo ao conflito e à contradição) formam o elemento em que se geram e determinam conteúdos, posições, perguntas.
De dentro do real, pensamos, sofrendo o peso e as vicissitudes do poder que sobre nós exerce, mas também intervindo
nele pela descoberta dos seus meandros, pela sondagem do seu
teor, pelo surpreender dos leques de possíveis que adiante de si
projeta, na unidade dialética de um processo que nasce de, acompanhada de perspectivas práticas de transformação.
Thomas Paine, conferindo um peculiar conteúdo enriquecido à categoria “opinião” (que a não dissocia, designadamente, do apuramento de um saber fundado), pode advertir que “até
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que os homens pensem por eles próprios, tudo é preconceito, e
não opinião; pois só é opinião aquilo que é resultado de razão e
reflexão”4.
Seja como for, esse requisito basilar da autonomia no
pensar não dispensa, nem despede, o envolvimento com uma esfera de comunicação, onde o confronto, o debate, a procura conjunta decisivamente se instalam e germinam.
Uma famosa exclamação interrogativa de Kant, num
artigo para a Revista Berlinische Monatsschrift, desdobra a este
propósito o seu inteiro cabimento:
[...] quanto pensaríamos nós, e com que correção, se não
pensássemos de alguma maneira em comunidade com
outros, com os quais compartilhamos os nossos pensamentos e que (compartilham) os deles conosco!5.
3 Da verbalização
A verbalização ocupa, em todo este processo, à primeira
vista, desalojando qualquer privilégio da escrita e, segundo alguns, eliminando-o mesmo, um momento decisivo, inclusive se
tivermos em conta que ela não abre mão do empenho prévio e
concomitante de um registro de intimidade em que a reflexão se
exerce, perfila e formula.
Aliás, é sintomático que muitas das descrições clássicas
da vida interior do espírito cuidem de colocar, em lugar de destaque, a figura do “diálogo”. Para Platão, a verbalização, como
discurso racional, nos termos do diálogo “O Sofista”, ”O meu
pensar próprio”6 é, propriamente, um pleonasmo: “cada um tem
que pensar por si; nenhum pode pensar pelo outro”7. “Esse pensar é trazido de dentro da alma com ela própria ocorrendo sem
qualquer som”8; e mesmo os “Solilóquios” de Aurélio Agostinho
são polifônicos: a investigação decorre mediante perguntas e respostas formuladas num marco de interioridade, “com a ajuda de
Deus”9.
Em tempos mais recentes, não tem faltado ainda quem,
piedosa ou impiedosamente, se apresse a vislumbrar o resgate da
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filosofia dos apertos de um naufrágio iminente pela sua redentora
remissão para a exclusiva figura, interessante e diletante, da “conversação”.
Num marco débil da razão e de “esvaziamento da retórica”10, de transformação da lingüística do ser e da pouca demanda de fundamentação (amiúde confundida com a atribuição
à filosofia, enquanto doutrina, de um “papel fundacional”11), é
manifesto que o “verbal” pode emergir, como expediente soteriológico (como doutrina da salvação e santificação), como imposta
na tábua de salvação para um instituto ameaçado e (de antemão)
fragilizado. Daí que Rorty insiste em que a questão, o ponto da
filosofia edificante tanto da sua predileção “é continuar a manter a
conversação, mais do que encontrar a verdade objetiva”12.
Sem dúvida, é necessário providenciar no sentido de que
o exame e o debate racionais - a “conversação” (?!), prossigam, e
essa é, decerto, uma das tarefas da cultura; mas tal não significa,
porém, que a constante e múltipla interpelação (teórica e prática)
que o ser nos endereça não constitua um horizonte fundamental
do pensar, que, de modo algum, vagarosamente, se dilui na eventual coloquialidade de algumas das suas modalidades de manifestação.
Neste particular, merecerá a pena dar alguns passos atrás
e relembrar como, a contento da desconfiança socrática relativamente à palavra escrita, imediatamente contraditada pela própria
experiência do escrever de Platão, se expõe fundamentalmente
um acentuar de “como os livros, uma vez interrogados, por si sós,
não respondem, mas apenas fazem ressoar, interminavelmente, o
que neles jaz depositado”13.
O que importa sublinhar e promover, do ponto de vista
filosófico, é, assim, a imprescindível entrada daquilo que a escrita
registra no circuito vivo (crítico e dialogante) do pensar.
Encarada na concreção, na dialética, em que o filosofar
insiste e consiste, a escrita é, na verdade, um momento (decerto,
historicamente determinado) da própria materialização do pensar.
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4 Da escrita
Entre os diversificados merecimentos de “A Galáxia de
Gutenberg”, de Marshall MacLuhan, é, sem dúvida, descortinável o documentado reforço de consciência que nos proporciona
quanto à interferência histórica da escrita (e das suas continuadas
tecnologias de reprodução) nos paradigmas civilizacionais.
Como ele próprio refere em seu livro, num famoso condensado tético (raciocínio metafísico): “uma teoria da mudança
cultural é impossível sem conhecimento das cambiantes proporções de sentido, efetuadas por externalizações variadas dos nossos sentidos”14.
Com a entrada social histórica da escrita em cena, não é
apenas a geometria variável da organização dos nossos dispositivos de contato com o mundo circundante que sofre significativas
alterações. É também a extensão, profundidade, potencial comunicativo e reprodutor da nossa experiência e da nossa vivência
que conhecem incomparáveis alargamentos e, com eles, a matéria
do pensar igualmente se enriquece.
No escrito, pulsa ainda o rastro, indícios, um insinuar
de fios condutores que, quais vestígios de um passado revoluto e
estímulos para um porvir a explorar, permitem (des)construções e
(re)construções de itinerários.
É assim que Hans-Georg Gadamer, por exemplo, reportando-se ao “letramento” de um discurso ou à sua precipitação em
escrita, põe nele em destaque a possibilidade de se converter em
ocasião e matéria de um outro interrogar que lhe desperte e avive
esse fundo de entrecruzamentos de que resulta:
A existência de literatura não é o perdurar (sobreviver),
morto de um ser alienado que à realidade vivencial de um
tempo posterior fosse em simultaneidade dado. Literatura é, antes, uma função de preservação e de transmissão
espirituais, e traz portanto para cada presente a sua história escondida15.
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O texto é, na verdade, um tecido e um tramado de sentidos que aos sentidos se entrega. Na sua textura mesma, diferentes intertextualidades trabalham e uma tecelagem se acusa, não
apenas como selo fundador de autoria, mas também como agenciamento e materialização de pensar: na poética do texto, corre
também a poiética (tratado de versificação e arte poética), do seu
fazer-se. Nesse particular, é significativo que uma conhecida obra
de Clemente de Alexandria se intitule, precisamente, Strômata,
isto é, na sua literalidade: “tapetes”, ou seja, uma miscelânea erudita do saber antigo.
O escrito, de alguma maneira, “arquiva” o pensar, mas
também cita-o e incita a prosseguir-se, estabelecendo e dando a
ver (a ler) um material, definindo patamares rigorosos de sedimentação, a partir dos quais é possível empreender relacionamentos acrescidos.
Quando Umberto Eco se refere à “struttura di un’opera
aperta” (Estrutura de uma obra aberta), a “obra” é entendida como
“forma”, a “estrutura” como “sistema de relação”, e a “abertura”,
que tudo enlaça como um movimento de absorção integradora na
órbita comunicacional da cultura:
Uma forma é uma obra conseguida, o ponto de chegada
de uma produção e o ponto de partida de um consumo
que, articulando-se, torna a dar vida, sempre e de novo,
de perspectivas diversas, à forma inicial16.
No horizonte das derivações da hermenêutica e da recepção, o escrito adquire, assim, um estatuto polifacetado, a um
tempo como expressão de um resultado a que alguém aportou e
como referencial desencadeador para outras viagens. A produção
do sentido não se circunscreve, nestes termos, à restituição de
putativas, ou seja, que se supõe ser o que não é, em intenções
originárias (objetivas e subjetivas), mas desdobra e põe diante
caminhos de criação, de invenção, de novos pensares e novas escritas.
Roland Barthes recorre, neste âmbito, a uma metáfora de
estaleiro, de oficina, de espetáculo interativo: o texto é
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o próprio teatro de uma produção onde se reúnem o produtor do texto e o seu leitor: o texto “trabalha”, a cada
momento e por qualquer lado pelo qual se tome; mesmo
escrito (fixado), ele não pára de trabalhar, de manter um
processo de produção17.
5 Da inscrição
O escrito reconduz, pois, à escrita, mas esta não se resolve apenas em tecnologia instrumental de registro ou expressão,
depositada em materiais recuperáveis para os circuitos sinuosos
da cultura.
A escrita comporta igualmente o ato de escritura, ou,
passe o barbarismo rebuscado, a “escrevência”. E aqui, nesta clareira que gestos de inscrição preenchem, uma nova produtividade
emerge e se firma (afirma): não apenas se produz um documento-testemunho nos quais sinais pretéritos se alinham e depositam; nessa produção, atualizando-se vai, passa, escoa e adquire
contorno objetivo o próprio produzir do pensar, que, de modo
algum, se restringe à condição (ideal ou mental) de um mero antecipadamente pronto, para depois ser grafadamente anunciado
ou estendido.
Na produtividade inerente ao ato de escrever, e nele insita, corre, plasma-se, palpita, muitas vezes, e, não raro, de modo
constitutivo, a própria materialização do pensar, que se precisa,
ganha forma, revê, relê e (re)configura, porque num suporte se
assenta ou inscreve.
Efetivamente, em muitos casos e, com freqüência, por
deliberação assumida de escreventes pensadores ou de pensadores que escrevem, o próprio pensamento se constitui, ordena e
coordena, na feitura do texto, como se o desenho das letras e o
juntar das frases arrastasse acréscimos de nitidez na determinação
das idéias e no desmembramento do raciocínio.
Nascido, alimentado, volvido e resolvido para e por contornos materiais históricos (e a cultura, mesmo na sua idealidade,
incorpora a materialidade social do viver), o pensar só na materialização se consuma e com verdade exerce.
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“Potência e poder”18 (porque interrogador do possível, e
articulável com práticas que o prolongam), o pensar, na sua concreção real, não se coloca num canto, nem se queda pelas paragens diáfanas da pura virtualidade: realiza-se.
E a escrita é, sob esse ponto de vista, e nesta medida
específica, ato de realização, lugar cultural de modelação de dimensões constitutivas no ser, num registro de humanidade.
Uma vez aqui chegados e, anunciando o termo derradeiro do percurso meditativo que esta comunicação recolhe, impõe-se sugerir a operação de uma peculiar virada no atender; no
fundo, o empreendimento de uma radicalização.
Tal como o procuramos surpreender e trazer à luz, o
pensar, de si, reclama materialização. Mas, do mesmo passo, em
termos que agradaria que não fossem os formalmente abstratos,
ou esteticamente artificiosos, de uma conversão simples, a materialização co-envolve e incorpora o pensar.
Alcançamos, assim, nesse movimento, uma plataforma
ontológica onde o pensar advém, no quadro de entidade que lhe é
apropriado, ingrediente do ser, no marco de uma tarefa em que os
humanos são quotidianamente chamados a desempenhar aquela
que, porventura, constitui a sua destinação genuína: a faina de,
pela inscrição da sua humanidade no acontecer, serem os agentes
da mediação, modelação e transformação das realidades.
Invocamos, livremente, expressões emblemáticas de Jacques Derrida, a “gramatologia” perfila-se historicamente como
estudo e ciência da escrita; desde há muito que foi despertado e
prosseguido o interesse pelo conhecimento de uma “história da
escrita”, mas talvez seja cada vez mais tempo de, com seriedade e
conseqüência, encarar-se “a história como escritura”19.
Do teor dessa inscrição somos todos, individual e coletivamente, na modéstia ou na relevância das nossas contribuições,
responsáveis, já que nele se vertem e sedimentam as nossas respostas.
Escrita é, todavia, do pensar desta outra escritura, encarnada no corpo do ser, que a atividade filosófica recebe o impacto
e o estímulo para prosseguir.
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Notas
Graduanda em Filosofia pela Unicap.
Professor de Filosofia Patrístico/Medieval da UNICAP e do INSAF – Recife - Brasil, Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia Antiga e
Medieval – GEPFAM/UNICAP/CNPq, Presidente da Comissão Brasileira
de Filosofia Medieval – CBFM.
3
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do espírito. Edição
de Eva Moldenhauer e Karl M. Michel. Frankfurt am Main: Suhrkamp,
1970. v. 3, p. 13.
4
PAINE, Thomas. Direitos do homem. Pref. de Eric Foner. Harmondsworth: Penguin Books, 1987. vol. II, p. 157-158.
5
KANT, E. Berlinische Monatsschrift. Ak., vol. VIII, p. 144.
6
PLATÃO, O Sofista, p. 263
7
Ibid.
8
Ibid.
9
Cf. Aurélio AGOSTINHO, Solilóquio, II, 7, 14.
10
“A verdade de uma proposição científica não é a sua verificabilidade controlável em termos de regras publicamente estipuladas e adotáveis idealmente por todos [...], mas é, pelo contrário, em última análise, o reportar-se
das regras de verificação vigentes nos âmbitos científicos singulares a uma
esfera pública que é o logos-linguagem comum, tecido e re-tecido continuamente em termos retórico-hermenêuticos, porque a sua substância é a continuidade de uma tradição que se mantém e renova mediante um processo
de re-apropriação (do objeto-tradição por parte dos sujeitos, e vice-versa)
que se desenvolve na base de “evidências” de tipo retórico” (VATTIMO,
Gianni. O fim da Modernidade. Milano: Garzanti, 1991. p. 146).
11
Para considerações epistemológicas em torno do fundacionalismo de poltrona ou da magistratura catedrática do filósofo convencional, veja-se, por
exemplo, RORTY, Richard. Filosofia e o espelho da natureza. Oxford:
Basil Blackwell, 1980. p. 139.
12
RORTY, 1980, p. 377.
13
Cf. PLATÃO, Protágoras, 329 a; e também: Carta VII, 344 e, bem como
Fedro, 275 a-e.
14
MACLUHAN, GG. A teoria da Cultura, p. 56.
15
GADAMER, Hans-Georg. Wahrheit und methode, In: Uma leitura da filosofia hermenêutica. Tübingen: J. C. B. Mohr, 1975. p. 154.
16
ECO,Umberto. Opera aperta. Milano: Bompiani, 1988. p. 21.
17
BARTHES, Roland. A teoria do texto. In: Enciclopédia Universal. Trad.
de Claude Grégory. Paris: Encyclopædia Universalis France, 1980. v. 15,
p. 1015.
18
BOURDIEU, Pierre. O homem acadêmico. Paris: Editions de Minuit,
1984.
19
Cf. DERRIDA, J. A gramatologia. Paris: Editions de Minuit, 1967, p. 18.
1
2
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Referências
AGOSTINHO, Santo. Solilóquios. Trad. e notas de Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Paulinas, 1993.
BOURDIEU, Pierre. O homem acadêmico. Paris: Editions de Minuit,
1984.
BARTHES, Roland. A teoria do texto. In: Enciclopédia Universal.
Trad. de Claude Grégory, Paris: Encyclopædia Universalis France,
1980. v. 15.
DERRIDA, J. A gramatologia. Paris,:Editions de Minuit, 1967.
ECO, Umberto. Opera aperta. Milano: Bompiani, 1988.
GADAMER, Hans-Georg. Wahrheit und methode. In: Uma leitura da
filosofia hermenêutica. Tübingen: J. C. B. Mohr, 1975.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do espírito. Trad.
de Eva Moldenhauer e Karl M. Michel. Frankfurt am Main: Suhrkamp,
1970. v. 3.
KANT, E. Berlinische Monatsschrift. Ak., vol. VIII.
MACLUHAN, GG. A teoria da Cultura.
PAINE, Thomas. Direitos do homem. Prefácio de Eric Foner. Harmondsworth: Penguin Books, 1987. vol. II.
PLATÃO. Protágoras, 329 a;
_____Carta VII, 344 e,Fedro, 275 a-e.
_____, Sofista.
RORTY, Richard. Filosofia e o espelho da natureza. Oxford: Brasil
Blackwell, 1980.
VATTIMO, Gianni. O fim da Modernidade. Milano: Garzanti, 1991.
Endereços para contato:
Maria Zélide Andreoli Espig - e-mail: [email protected]
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