O SR

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O Sr. VALDIR COLATTO (PMDB-SC) pronuncia o
seguinte
discurso:
Senhor
Presidente,
Senhoras
e
Senhores Deputados, desejo saudar, desta tribuna, o
Estado de Santa Catarina, pelo transcurso de seu
aniversário, celebrado no dia 25 de novembro, mesma data
em que a Igreja presta homenagem a Santa Catarina de
Alexandria.
Trata-se de uma história que remonta às cartas
geográficas de navegadores de várias nacionalidades,
escritas desde o início do século XVI, já com registro de
pontos que correspondem ao litoral catarinense. Desde o
descobrimento, portanto, expedições de portugueses,
espanhóis, franceses, entre representantes de outras
nações, visitaram a região costeira do território que
constitui hoje o Estado de Santa Catarina.
No período colonial, não chegaram a lograr pleno
êxito os esforços portugueses para ocupação daquelas
terras. Já a partir de 1549, os jesuítas, vindos em
companhia do Governador-Geral Tomé de Souza, sob a
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chefia do Padre Manuel da Nóbrega, estavam empenhados
no trabalho de catequizar os aborígines da região e evitar
que os colonizadores portugueses escravizassem os
índios. Sem conseguirem, no entanto, levar a bom termo
sua tarefa, os jesuítas, já em meados do século XVII,
desistiram da catequese no sul. Nem mesmo a divisão do
Brasil em capitanias hereditárias surtiu o efeito esperado no
território
donatário
correspondente
nem
seus
a
Santa
herdeiros
Catarina.
Nem
providenciaram
o
a
colonização.
Na história e no desenvolvimento do estado, merece
especial atenção, sobretudo, o papel desempenhado pela
colonização, a partir de sucessivas correntes migratórias,
que moldaram a ocupação do território com uma rica
diversidade de traços culturais e costumes, deixando
marcas profundas no cotidiano e na economia catarinense.
Em 1750, os portugueses, em sua maioria açorianos,
começaram a chegar a Santa Catarina, para colonizar o sul
do Brasil e proteger a região contra eventuais ataques de
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espanhóis. Os castelhanos, vindos da Argentina, estavam,
a mando da Espanha, invadindo terras lusitanas no Brasil
meridional. Foram, então, fundadas colônias açorianas em
pontos estratégicos no litoral de Santa Catarina, que mais
tarde se espalharam por outras áreas do sul do Brasil.
O início da imigração alemã em Santa Catarina se
deu em 1829, quando 523 alemães oriundos de Bremen
fundaram a colônia São Pedro de Alcântara. A vinda de
alemães para o Brasil foi incentivada pelo Imperador Dom
Pedro I, que pretendia povoar o Brasil meridional a fim de
promover o crescimento econômico da região. Os alemães
colonizaram o Vale do Itajaí, parte da região sul e o norte
catarinense. Entre as diversas colônias alemãs criadas no
estado, as de maior êxito foram as de Blumenau, em 1850,
e de Joinville, em 1851. Cerca de 40% da população
catarinense é de origem alemã.
A corrente imigratória italiana foi a mais numerosa já
recebida por Santa Catarina. Os italianos começaram a
chegar ao estado em 1875, provenientes principalmente
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das regiões do Vêneto e da Lombardia. Fundaram suas
primeiras colônias no litoral. Assim como ocorreu com os
alemães, foram criadas dezenas de colônias etnicamente
italianas, sendo as mais prósperas na região do vale do rio
Tubarão. No início do século XX, italianos vindos do Rio
Grande do Sul passaram a migrar para o oeste de Santa
Catarina,
onde
prosperaram
as
colônias
italianas.
Aproximadamente 30% da população de Santa Catarina
descende de italianos.
Saudamos, pois, as diversas nacionalidades e etnias
que fazem parte desse amplo mosaico humano e
multicultural de Santa Catarina.
Cumpre,
na
oportunidade,
ressaltar
ainda
a
importância da economia catarinense, diversificada e
industrializada. Entre as indústrias, Santa Catarina sedia
um dos maiores fabricantes de motores elétricos do mundo,
a WEG, e um dos maiores fabricantes de compressores
para refrigeradores, a EMBRACO. Verifica-se também a
forte presença de indústrias de eletrodomésticos (e metal-
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mecânica em geral) no norte do estado, com marcas de
projeção nacional como Consul e Brastemp.
Além do desempenho notável da agroindústria, têxtil,
cerâmica e metal-mecânica, merece atenção, em especial,
o setor agrícola, que conta em seu benefício com qualidade
do
solo,
alta
produtividade
e
distribuição
fundiária
equilibrada. Concorre também para o sucesso dessa
atividade o eficiente sistema de integração entre empresas
agroindustriais e produtores rurais.
Com apenas 3% da população do Brasil e 1,13 % do
território nacional, o estado distingue-se como um dos
principais produtores de alimentos do Brasil, gera 3,88% do
Produto Interno Bruto (PIB) do País e é responsável por
5,06% das exportações, sendo o sexto maior exportador.
Santa Catarina é o sétimo estado mais rico do Brasil, e os
indicadores sociais do estado situam-se entre os melhores
do País.
O Estado de Santa Catarina é o maior exportador de
frango e de carne suína do Brasil. As exportações
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catarinenses de carnes de aves representam 36% das
exportações brasileiras, enquanto nas carnes suínas essa
proporção chega a 54%. Inclusive, são catarinenses as
duas maiores empresas de alimentos do Brasil, Sadia e
Perdigão.
Entre os dados que atestam a condição de Santa
Catarina como potência agrícola, rural e pesqueira,
podemos citar ainda: maior produção brasileira de maçã
(56% do total nacional); maior produção de cebola (35%);
2ª maior produção de fumo (35%); 3ª maior produção de
arroz (10%); 3ª maior produção de banana (10%); maior
produtor de suínos (24%); 2º maior produtor de aves (20%);
e maior produtor de ostras e mexilhões (87%).
A atividade pesqueira, que remonta à origem açoriana
da população, também desempenha importante papel na
economia do estado. Santa Catarina é um dos maiores
produtores de pescado e crustáceos do País.
Importa notar que a agricultura familiar em Santa
Catarina representa mais de 90% da população rural.
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Embora estas 180 mil famílias de agricultores ocupem
somente 41% da área dos estabelecimentos agrícolas, são
responsáveis por mais de 70% do valor da produção
agrícola e pesqueira do estado.
Em conclusão, reitero a merecida homenagem pelo
transcurso da data comemorativa do aniversário do Estado
de Santa Catarina, exaltando, mais uma vez, o trabalho, a
dedicação e a competência do povo catarinense, a
colonização e o multiculturalismo, o setor produtivo, o
empresariado local, o agronegócio e todos os demais
fatores com que o Estado de Santa Catarina tem
engrandecido sua história e prestado efetiva contribuição
para o desenvolvimento nacional.
Muito obrigado.
2008_16124_Valdir Colatto.doc
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